Publicidade e a vida marinha, filme sobre baleias emociona, e projeta a marca do produto
Em geral, eles são as pessoas mais ‘antenadas’ que existem. Criativas, sensíveis e inteligentes. Antecipam tendências, projetam marcas, criam ‘cases mundiais’ mas, sobretudo, influenciam o público. É por isso que o Mar Sem Fim dedica este post aos publicitários brasileiros. Precisamos deles. Queremos chamar a atenção para um fato que ameaça nossa existência no planeta e nem por isso mereceu qualquer atenção. Publicidade e o mar é o comentário de hoje.
Os publicitários brasileiros e o meio ambiente
É curioso. Os publicitários brasileiros sabem que o maior ativo do País é sua biodiversidade, muitos deles já trabalharam em prol do meio ambiente. Um dos mais icônicos resultados desta parceria é bastante conhecido: o logotipo da mais bem sucedida ONG tupiniquim: a SOS Mata Atlântica.
Quer símbolo mais eloquente? Esta bandeira simboliza um país cujo verde ameaça desaparecer. É um direto no queixo. Um belíssimo trabalho da DPZ ainda nos anos 80.
E há diversos outros, por parte de outras agências, desde o advento da Eco 92. Mas sempre em relação ao meio ambiente continental. Os publicitários brasileiros parecem não saber que…
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É isso que nos intriga. Como é possível essa gente ‘antenada’ ignorar o óbvio? Há mais de dez anos não se discute outro tema nas cúpulas mundiais, na academia, e imprensa (estrangeira).
A publicidade mundial acompanha, criando campanhas arrebatadoras que, a partir de agora, mostramos ao longo do texto.
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Mas, neste caso, a publicidade nacional parece que habita outro planeta. Nem uma peça, um cartaz, uma frase que seja sobre o problema que ameaça a existência das futuras gerações: o iminente esgotamento da resiliência dos oceanos, o mais importante ecossistema da Terra sem o qual não haveria vida.
Enquanto ele é massacrado pela poluição, sobrepesca, desaparecimento de habitats, e o plástico, entre muitos outros, os criativos daqui continuam fingindo que o problema não existe, não é com eles. É sim, gente!
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Publicitários brasileiros: o Mar Sem Fim, a despeito de ter avançado, não pode continuar sozinho
Pois é, estamos na quixotesca batalha desde 2005. Avançamos, conseguimos que o governo Temer olhasse para o mar e, corajosamente, criasse a maior área marinha protegida. Com relação ao público, também.
Apesar da escassez de recursos, a primeira série de documentários Mar Sem Fim veiculada pela TV Cultura (2005 -2007), foi líder de audiência com 3 pontos de média, e picos de até 4.6 (Na época cada ponto do Ibope equivalia a 43 mil domicílios na Grande São Paulo).
Em 2008 fomos além. E transformamos a série em formato de livro. Em dois grossos volumes, O Brasil Visto do Mar Sem Fim foi indicado ao Prêmio Jabuti, categoria Reportagem. Palestras, artigos para jornais e revistas, e comentários na BandNews TV completam o arsenal.
Hoje, por motivos de saúde, ainda não podemos voltar aos documentários. Dedicamo-nos ao site que também cresceu, e às redes sociais. Segundo o Google Analytics a audiência média do site é de 500.000 visitas por mês.
Pode uma cena destas (abaixo)? Pode. Pra mudar, talvez mais publicidade e o mar.
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Abaixo mais ideias…
E vocês, publicitários, ainda têm contas de várias empresas que trabalham com plástico, refrigerantes e suas garrafas, produtos de todos os tipos embalados com excesso de plástico que só servem para encarecer o dito cujo e inundar o planeta com lixo.
Sem falar em escritórios, colégios, faculdades, consultórios médicos (veja-se o absurdo) que servem cafezinho em xícaras de plástico, água em copos de plástico, etc.
By the way, digam publicitários, em suas agências existem estes plásticos de uso único? Sim? Shame on you…
As campanhas mais fascinantes
Que se inspirem nelas. Seus filhos e netos terão orgulho de vocês. Ela entrou para a história da publicidade australiana. Nos referimos a…
Publicidade e o mar: a campanha da Optus
Apesar de não ser australiano tenho orgulho da companhia Optus. Tudo é possível neste mundo globalizado. Ela é a empresa líder em comunicações daquele país, onde 85% da população vive no litoral.
Não se emocione se for capaz
Como tantas outras, a Optus estava envolvida numa guerra de preços no varejo. Em vez de acirrar a disputa, os publicitários australianos inverteram a estratégia fortalecendo a marca para que os consumidores a vissem como mais que “preço bom”.
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E buscaram inspiração no mar…Ponha em tela cheia, aumente o volume e não se emocione se for capaz.
A publicidade e o mar
Que os publicitários brasileiros se inspirem nesta campanha. Temos a certeza de que sua ajuda é de enorme valia para a causa que é mundial. É imperativo que o mar tenha no mínimo a mesma atenção que os ambientes terrestres têm tido.
Fontes: https://veja.abril.com.br/economia/rio-de-janeiro-e-a-primeira-cidade-brasileira-a-banir-canudos-plasticos/; https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/10/cidades-do-litoral-paulista-travam-guerra-contra-os-canudos-plasticos.shtml.
É muito bonito mesmo. Seria importante que a campanha incluísse informação sobre o efeito desta interação de humanos com as baleias.
Só a comunicação pode nos salvar!