Baleias Emocionam em Filme Publicitário
À princípio, eles são as pessoas mais ‘antenadas’ que existem. Criativos, sensíveis e inteligentes. Antecipam tendências, projetam marcas assim como criam ‘cases mundiais’ mas, sobretudo, influenciam o público. É por isso que o Mar Sem Fim dedica este post aos publicitários brasileiros. Precisamos deles. Queremos chamar a atenção para um fato que ameaça nossa existência no planeta e nem por isso mereceu distinção por aqui. Baleias Emocionam em Filme Publicitário é o comentário de hoje (post publicado em 2021 e atualizado em 2025).

Publicitários brasileiros e o meio ambiente
É curioso. Os publicitários brasileiros sabem que o maior ativo do País é sua biodiversidade, muitos deles trabalham em prol do meio ambiente. Assim, um dos mais icônicos resultados desta parceria é bastante conhecido: o logotipo da mais bem sucedida ONG tupiniquim: a SOS Mata Atlântica.


Quer símbolo mais eloquente? Esta bandeira simboliza um País cujo verde ameaça desaparecer. É um direto no queixo. Um belíssimo trabalho da DPZ ainda nos anos 80.
Assim como este, há diversos trabalhos por parte de outras agências desde o advento da Eco 92. Contudo, quase sempre em relação ao meio ambiente continental. Os publicitários brasileiros parecem não saber que…
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É isso que nos intriga. Como é possível essa gente ‘antenada’ ignorar o óbvio? Há mais de dez anos não se discute outro tema na academia, imprensa estrangeira, e entre ambientalistas e a sociedade.
Baleias Emocionam em Filme Publicitário
A publicidade mundial acompanha criando campanhas arrebatadoras que, a partir de agora, mostramos ao longo do texto. Aproveite e assista ao curta-metragem Hybrids, que imagina o futuro da vida marinha, e coleciona prêmios em diversos festivais. O filme concorreu ao Oscar de 2019 na categoria ‘Melhor Curta Animado’.
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De maneira idêntica, publicamos post que mostra uma interessante campanha em forma de protesto, que sugeria transformar uma ilha de lixo em um país.
Outro exemplo que tiramos de uma bela matéria do New York Times é o cartaz abaixo.
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Mas, neste caso, a publicidade nacional parece que habita outro planeta. Pouquíssimas peças sobre o problema que ameaça a existência das futuras gerações: o iminente esgotamento da resiliência dos oceanos, o mais importante ecossistema da Terra sem o qual não haveria vida.
A publicidade ambiental e os cientistas
A publicidade é tão importante para as questões ambientais que há dezenas de artigos em revistas científicas levantando a questão.
Além disso, todo mundo sabe que as campanhas de ação climática reúnem várias partes interessadas para criar uma consciência generalizada, promover mudanças comportamentais, influenciar políticas e práticas e mobilizar para mudanças.

Enquanto os Oceanos são massacrados pela poluição, sobrepesca, desaparecimento de habitats, e o plástico, entre muitos outros, os criativos daqui continuam fingindo que o problema não existe, não é com eles. É sim, gente!
Entre as futuras gerações estarão seus filhos e netos. Que espécie de planeta pretendemos deixar?
O Mar Sem Fim pede ajuda
Pois é, estamos na quixotesca batalha desde 2005. Avançamos, conseguimos que o governo Temer olhasse para o mar e, corajosamente, criasse a maior área marinha protegida.
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Apesar da escassez de recursos, a primeira série de documentários Mar Sem Fim veiculada pela TV Cultura (2005 -2007), foi líder de audiência durante dois anos seguidos atingindo 3 pontos de média, com picos de até 4.6 (Na época cada ponto do Ibope equivalia a 43 mil domicílios na Grande São Paulo).

Transformamos a série em formato de livro
Em 2008 fomos além. Transformamos a série em formato de livro. Em dois grossos volumes, O Brasil Visto do Mar Sem Fim foi indicado ao Prêmio Jabuti, categoria Reportagem. Palestras, artigos para jornais e revistas, e comentários na BandNews TV completam o arsenal.
Hoje, por motivos de saúde, ainda não podemos voltar totalmente aos documentários. Dedicamo-nos ao site que também cresceu, e às redes sociais.

Pode uma cena destas (abaixo)? Infelizmente, pode.

Mais ideias aos publicitários
E vocês, publicitários, ainda têm contas de várias empresas que trabalham com plástico, refrigerantes e suas garrafas, produtos de todos os tipos embalados com plástico de uso único que só servem para encarecer o dito cujo e inundar o planeta com lixo.

Sem falar em escritórios, colégios, faculdades, consultórios médicos (veja-se o absurdo) que servem cafezinho ou água em copos de plástico, etc.
By the way, digam publicitários, em suas agências existem estes plásticos de uso único? Sim? Shame on you…
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Baleias Emocionam na campanha da Optus
Apesar de não ser australiano tenho orgulho da companhia Optus. Tudo é possível neste mundo globalizado. Ela é a empresa líder em comunicações na Austrália, onde 85% da população vive no litoral.
Não se emocione se for capaz
Como tantas outras, a Optus estava envolvida numa guerra de preços no varejo. Em vez de acirrar a disputa, os publicitários australianos inverteram a estratégia fortalecendo a marca para que os consumidores a vissem como mais que “preço bom”.
E buscaram inspiração no mar…Ponha em tela cheia, aumente o volume, e não se emocione se for capaz.
A publicidade e o mar
Que eu me recorde, uma única vez vi uma campanha de publicitários brasileiros que tinha o mar como foco. O trabalho era da Young & Rubicam, cuja diretora de criação, Laura Esteves, entrou em contato conosco oferecendo ao Mar Sem Fim assinar alguns anúncios que a agência estava prestes a fazer. Laura explicou: “Nosso papel é usar nossa capacidade como agência de propaganda para campanhas de conscientização.” Aceitei mais que depressa e não me arrependo. São peças impressionantes.
Então, que outros publicitários se inspirem nestas campanhas. Temos a certeza de que sua ajuda é de enorme valia para a causa mundial. É imperativo que os oceanos tenham, no mínimo, a mesma atenção que ambientes terrestres.

Fontes: https://veja.abril.com.br/economia/rio-de-janeiro-e-a-primeira-cidade-brasileira-a-banir-canudos-plasticos/; https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/10/cidades-do-litoral-paulista-travam-guerra-contra-os-canudos-plasticos.shtml.
É muito bonito mesmo. Seria importante que a campanha incluísse informação sobre o efeito desta interação de humanos com as baleias.
Só a comunicação pode nos salvar!