Noruega retalia o Brasil mas também maltrata Amazônia
A Noruega retalia o Brasil, mas também maltrata Amazônia. Declaração do CEO da empresa Hydro (cujo capital é do governo da Noruega), Svein Richard Brandtzaeg, em um comunicado emitido em Março, 2018.
Vertemos água de chuva e de superfície não tratada no rio Pará. É totalmente inaceitável e rompe com o que a Hydro representa. Em nome da empresa me desculpo pessoalmente com as comunidades, as autoridades e a sociedade.”
A Hydro Norte foi multada duas vezes em R$ 20 milhões cada, a primeira por “atividades potencialmente contaminantes sem licença ambiental válida”, e a segunda, por “operar uma tubulação de drenagem também sem licença”.
O Histórico da Hydro Norte na Amazônia
Nas últimas semanas de junho de 2017 o país nórdico ganhou manchetes no Brasil. O motivo foi a Amazônia. Poucos dias antes de Temer desembarcar em Oslo, o ministro do Clima e Meio Ambiente, Vidar Helgesen, enviou carta ao governo brasileiro mostrando preocupação com regras mais frouxas para o Licenciamento Ambiental e a redução de Unidades de Conservação no bioma amazônico.
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Como se não bastasse o caso acontecido em 2017, a empresa norueguesa parece não se emendar. Em 2018 moradores denunciaram mau cheiro e cor diferente da água do rio Murucupi.
Um laudo do Instituto Evandro Chagas confirmou a contaminação. Nova vistoria foi feita pelo órgão e pelo Ibama. Ambos confirmaram níveis elevados de alumínio e outros efluentes despejados pela Hydro Alunorte. A primeira reação da empresa foi negar mas, em seguida, admitiu que havia uma tubulação que deságua no rio.
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Em 2009 a Hydro Alunorte foi multada em R$ 17 milhões, portanto, é caso recorrente
Em 2009 o Ibama já havia multado a empresa em R$ 17,1 milhões por despejo de efluentes no mesmo rio. Como sempre acontece nos casos de multas ambientais, a empresa recorreu e nada foi pago.
Ministério do Meio Ambiente é rigoroso desta vez
Desta vez o Ministro Sarney Filho pediu a interdição da estrutura. O embargo atinge o depósito de rejeitos, e a tubulação de drenagem de efluentes e sua ligação clandestina.
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Baixarias ambientas da Noruega? Sim, elas existem
Nosso eterno complexo de vira-latas faz parecer que só o Brasil tem culpa por danos ambientais. Mas não é bem assim. A Noruega é recorrente em vários casos.
Trata-se de um dos únicos quatro países, Japão, Islândia, e Dinamarca (ilhas Faroe) são os dois outros, que ainda caçam cetáceos. Mas não é só…
Noruega mata baleias para alimentar cachorros!
De acordo com denúncia do site https://ccc-chile.org/, publicada em outubro de 2021: “Embora a Noruega se destaque por liderar políticas de combate às mudanças climáticas, nos últimos anos suas autoridades têm se concentrado em aumentar o número de baleias caçadas em suas águas jurisdicionais.”
575 baleias minke mortas em 2021
“Por exemplo, em 2020, o governo norueguês capturou 503 baleias minke. Mas em 2021 ele aumentou os esforços de captura. Como resultado, 2021 se tornou o ano com o maior número de animais removidos do ecossistema nos últimos anos (575 baleias minke).”
Só 2% dos noruegueses comem carne de baleia
“Isso apesar do fato de que os resultados de uma pesquisa recente mostram que apenas 2% dos noruegueses consomem carne de baleia regularmente.”
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Noruega mata baleias minke pra comida de cachorros
“De acordo com NRK, o gerente da empresa norueguesa Hopen Fisk admitiu que usa carne de baleia para produzir comida de cachorro.”
Noruega usa os oceanos como lixões
Milhares de toneladas de rejeitos de minas são jogados no mar, diariamente, mundo afora. Ainda não existem tecnologias capazes de eliminar cem por cento os rejeitos de minério.
Algumas minas, colossais em tamanho, abrem enormes crateras para dela extraírem sua produção. E, em consequência, produzem toneladas de rejeitos tóxicos.
Como tratá-los e descartá-los? Muitas usam o sistema Deep Submarined Tailings Disposal (DSTP), ou ‘sistema de eliminação de rejeitos’. São imensos tubos submarinos, com até 4 pés de diâmetro, que despejam a lama tóxica direto no mar…
A Noruega é o país com mais minas a utilizar este sistema de eliminação de poluentes. Os resíduos são jogados em fijords intocados, enchendo muitos com rejeitos ao longo do tempo. Isso provocou reação da população que, em conjunto com a ONG Amigos da Terra, iniciou a campanha Save the Fijords.
Noruega, maior doador do Fundo Amazônia
A Noruega é o maior doador ao Fundo Amazônia, criado em 2008, e gerido pelo BNDES com objetivo de captar recursos que financiem ações para frear o desmatamento. Desde 2009 o fundo captou R$ 2,77 bilhões de três doadores.
O principal é a Noruega, seguido pela Alemanha e Petrobrás. A Noruega criou o programa Clima e Floresta, baseado em resultados. Se o desmatamento cair, as doações são maiores. Se aumentar, diminuem.
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Seja como for, em 2019 o ‘ministro’ do Meio Ambiente, Ricardo Salles, decidiu mudar as regras do Fundo Amazônia de forma unilateral, sem sequer conversar com os doadores. Resultado, tanto Noruega, como Alemanha, decidiram congelar o Fundo Amazônia que, mesmo tendo quase R$ 3 bilhões de reais, não pode ser usado.
Nos dois últimos anos aumentou o desmatamento no Brasil
O problema é que nos dois últimos anos aumentou o desmatamento. Além disso, o Licenciamento Ambiental está em xeque no Brasil. Para finalizar, havia duas medidas provisórias, as MPs 756 e 758 , vetadas por Temer antes do embargo, que reduziam a proteção a áreas protegidas. Foi o suficiente.
Noruega retalia o Brasil por desmatamento
Antes do encontro, a Noruega mandou carta ao ministro Sarney Filho questionando o aumento nas taxas. Nas reuniões de cúpula mais uma vez o Brasil foi pressionado. Resultado: corte de R$ 196 milhões para o Fundo Amazônia.
Noruega é a maior acionista de mineradora que polui Amazônia
A notícia chegou a estas plagas em 28 de junho por obra da BBC. A Noruega tem 34,3% das ações da mineradora Hydro, “megaprodutora” de alumínio e “alvo de denúncias do Ministério Público Federal (MPF) do Pará e de quase 2 mil processos judiciais por contaminação de rios e comunidades de Barcarena (PA), município localizado em uma das regiões mais poluídas da floresta amazônica”.
Hydro, da Noruega, contamina moradores com chumbo
Segundo a BBC “um em cada cinco moradores da região onde estão as empresas norueguesas está contaminado por chumbo, com uma concentração do elemento químico no corpo sete vezes maior do que a média mundial. O chumbo é um dos metais pesados presentes nos rejeitos da indústria mineral mais nocivo ao meio ambiente e aos seres humanos”.
Foto de abertura: Ig
Fontes: http://www.bbc.com/portuguese/brasil-40423002;
Cumpre informar que a alegação de que a população na região de Barcarena está contaminada com metais pesados, tais como o chumbo não corresponde com a verdade.
Não se tem notícia de que as bauxitas amazônicas contenham metais pesados como o mencionado chumbo.
Você pode dizer que tem contaminação com alumínio, ferro, silício, titânio, mas dizer que estão contaminados com chumbo é uma inverdade.
Quanto ao mau cheiro detectado após aquela chuva de mais de 200 mm/24h certamente não teve origem em despejos da Alunorte, a menos que fosse cheiro de soda cáustica.
Agora, já descobriram onde estão as carcaças daqueles bois que morreram no naufrágio daquele navio no porto de Vila do Conde?
Roberto, conforme o texto, quem disse isso foi a BBC. E pelo histórico de bons serviços prestados, e sem que eu possa checar in loco, acreditei na versão da rede britânica.
Seria interessante que se conseguisse junto ao governo da Noruega uma cláusula em seu programa Clima e Floresta, nos moldes da “se o desmatamento cair, as doações são maiores, se aumentar, diminuem”, que dissesse: “se uma empresa da Noruega, especialmente com capital do governo norueguês, poluir de alguma forma o ambiente na Amazônia as doações deverão crescer bastante.
Eles dizem ser protetor da natureza pelo mundo, só porque tem investimento e acham que podem jogar resíduos tóxicos nos Rios da Amazônia e o Brasil não vai se calar e muito menos curva-se diante de um País destruidor da natureza.