Extração de petróleo na Margem Equatorial, afinal, por que não?
Faz mais de uma década que discute-se a extração de petróleo na Margem Equatorial, a questão não avança. Antes, saiba que Margem Equatorial significa cerca de 2,2 mil quilômetros, desde o Estado do Amapá, na Região Norte, até o Rio Grande do Norte, no Nordeste Em 2023, o governo estimou que seria possível extrair 10 bilhões de barris de petróleo só do bloco 59 na Foz do Amazonas, que fica a 160 km da costa, e a mais de 500 km da foz do rio. No entanto, mesmo pedindo apenas para ‘pesquisar’, sondar a área, e confirmar ou não o potencial de barris, o Ibama negou a licença.

Técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) recomendaram que a chefia do órgão negue a licença à Petrobras para explorar a Margem Equatorial na região do Amapá. O Globo revelou a informação, posteriormente confirmada pela CNN.

De todo modo, a capacidade da Margem Equatorial se aproxima da do pré-sal. Este post certamente renderá discussões, mas era uma obrigação com nossos leitores. Também será mais uma oportunidade para o Mar Sem Fim expor seu pensamento e se distanciar ainda mais dos… “ambientalistas”.
23 plataformas na região do pré-sal e 126 bilhões para a sociedade
A propósito, hoje a Petrobras tem 23 plataformas nesta região. Segundo a empresa, ‘o pré-sal é um sucesso que gera resultados para a Petrobras e também para o país. Entre 2008 e 2023, a Petrobras pagou cerca de U$ 63 bilhões em participações governamentais, entre royalties e participações especiais, associados diretamente à produção do pré-sal. Além disso, outros U$ 63 bi foram pagos ao estado, para aquisição de blocos e direitos em ativos da atividade, em um total de 126 bilhões de dólares em retorno do pré-sal para a sociedade civil’. Em outras palavras, foi a sociedade que ganhou estes 126 bilhões de dólares. Será que somos tão ricos assim que não precisamos do dinheiro, possivelmente, ainda mais que nos rendeu o pré-sal?
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“Inconsistências preocupantes para a operação segura”
Para o Ibama, há “inconsistências preocupantes para a operação segura” em uma área de “alta vulnerabilidade socioambiental”. Daí vem a negativa, apoiada pela grande maioria dos ‘ambientalistas’, entre outros. Contudo, para nós, esta é uma decisão ideológica, e não uma análise puramente técnica como deveria.
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Veja o caso da Guiana, já abordado nestas páginas. Até então, o país figurava entre os mais pobres da América Latina. Em 2015, um consórcio liderado pela Exxon, que incluía a Hess e a chinesa Cnooc, fez uma grande descoberta no Campo Liza. Segundo o Financial Times, a produção deve garantir à Exxon um fluxo contínuo de petróleo bruto por décadas. Como resultado, a economia guianense cresceu a impressionantes 62,3% em 2022, a maior taxa do mundo. Na época, analistas de Wall Street classificaram o investimento como “o melhor negócio petrolífero da história moderna”.
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Camarão azul gigante, mais um perigoso invasor na AmazôniaTaxa de aquecimento dos oceanos quadruplicou em 40 anosLitoral Paulista Ganha Representação no Conselho Estadual de Mudanças ClimáticasEm 2023, a Guiana registrou o sexto maior PIB per capita das Américas, segundo o site especializado Trading Economics. Com um valor de 23.103 dólares, o país ficou atrás, nessa ordem, das Ilhas Caimã, Estados Unidos, Canadá, Bahamas e Porto Rico. No mesmo ano, o Brasil ocupou a 20ª posição, com 9.728 dólares.
Para nós, o maior problema segue sendo a polarização. Essa divisão extrema entre brasileiros apenas atrapalha, prejudica e paralisa o país. Enquanto isso, poucos veículos da imprensa ou perfis nas redes sociais mencionam a importância da Corrente Norte do Brasil.
A Corrente Norte do Brasil
A Corrente Norte do Brasil atravessa o Equador, transportando águas tropicais do hemisfério sul para o hemisfério norte. No entanto, essa dinâmica raramente aparece nas discussões sobre a possível exploração na Margem Equatorial. Em outras palavras, em caso de vazamento, há grande chance de o óleo nem sequer alcançar o litoral do país.

Especialistas falam com o Mar Sem Fim: Ilson da Silveira
O Mar Sem Fim conversou com o especialista Ilson da Silveira, Bacharel em Oceanografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1984), Mestre em Oceanografia (Oceanografia Física) pela Universidade de São Paulo (1990) e Ph. D. em Ciências da Terra – Oceanografia Física pela University of New Hampshire (1996).
A única pergunta foi: Se houver vazamento, para onde iria o óleo? ‘Alguns estudos simples de dispersão precisariam ser conduzidos (ou foram e eu não sei dos resultados) para afirmar com mais propriedade. Mas, em função da distância da costa dos blocos de exploração ao largo do Amapá e a presença da muito intensa Corrente Norte do Brasil, acredito que a grande chance é que o derramamento seja transportado para o hemisfério norte junto à corrente. Talvez este até possa alcançar a costa mais à frente, mas fora de águas territoriais brasileiras (mas mesmo assim me parece improvável). Para responder além dos “achismos” e de forma quantitativa, só com estudos de modelagem numérica’.

Alexander Turra, professor do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo
Também conversamos com Alexander Turra, professor do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, e Chefe da Cátedra UNESCO de Sustentabilidade Oceânica.
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Eis o que ele nos disse: ‘Participo de um grupo que vem buscando identificar contrapartidas que precisarão ser implementadas para que a eventual riqueza trazida pelo óleo trabalhe efetivamente na transformação da região para um futuro cada vez mais sustentável’.
Agora é conosco
Diante dessa realidade, da desigualdade e pobreza do Brasil e da vastidão da região Norte, não tenho dúvidas de que devemos seguir em frente.
Macapá enfrenta a pior infraestrutura de esgoto do país. Segundo o IBGE, apenas 15,5% da população tem acesso a saneamento por meio de rede geral, pluvial ou fossa ligada à rede. Os números são alarmantes: 174.996 pessoas dependem de fossas sépticas ou filtros sem conexão com a rede, 2.813 recorrem a outras soluções improvisadas e 389 sequer têm banheiro ou sanitário. A capital do Amapá ocupa a última posição no ranking de saneamento básico no Brasil. E, de acordo com o Instituto Trata Brasil, a cidade despeja diariamente no rio Amazonas o equivalente a 15 piscinas de esgoto in natura. Em toda a Amazônia, esse número salta para 831 piscinas por dia.
Agora imagine o impacto dos royalties da Petrobras caso as suspeitas se confirmem. Bilhões de reais poderiam transformar Macapá em um exemplo de saneamento universal no Brasil, além de viabilizar outras melhorias essenciais.
Marina Silva
Marina Silva, com seu messianismo e clara posição política, pode protestar, e daí? Sim, Marina é um ícone do ambientalismo nacional e internacional, tem uma trajetória de superação admirável, mas, como ministra do Meio Ambiente, é fraca. Seu foco se limita à Amazônia, ao Pantanal e à criação das famigeradas Reservas Extrativistas. Mesmo após mais de dois anos no cargo, nunca se pronunciou sobre o litoral e o mar territorial brasileiros, que seguem abandonados.

Em seu primeiro mandato, mais uma vez concentrou esforços na Amazônia e obteve sucesso. Foi nessa gestão que o desmatamento atingiu a maior queda já registrada. Em 2012, o governo anunciou uma redução de 83%, enquanto o INPE indicava 72%. Seja qual for o número exato, a queda foi impressionante.

No governo Lula 2, com o apoio decisivo do Itamaraty, Marina Silva consolidou o Brasil como um dos líderes nas discussões ambientais globais. Apesar das críticas à sua atuação interna, é preciso reconhecer esse e outros méritos.
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Por outro lado, cometeu um grande erro ao desmembrar o Ibama para criar o ICMBio, numa homenagem a Chico Mendes. No entanto, deixou de estruturar os órgãos ambientais, que já eram precários e acabaram ainda mais sucateados, tornando-se quase inoperantes. E chega de Marina, o assunto é outro.
24 petrolíferas atuam na costa da Guiana e Suriname
É interessante notar que pesquisadores estimam um potencial de 20 a 30 bilhões de barris de óleo cru apenas na bacia Pará-Maranhão. Para comparação, as bacias de Campos e Santos têm reservas comprovadas e contingentes de 40 bilhões de barris.
O Estadão ainda lembrou que ‘desde 2015, 24 petrolíferas atuam na costa da Guiana e do Suriname em 60 pontos de exploração, sem nenhum incidente’.
“Intromissão ideológica”
O problema, diz o jornal em editorial, é que a zona cinzenta de discricionariedade política é também sujeita à intromissão ideológica. Boa parte da militância ambientalista considera a combinação Amazônia + petróleo – ainda que já haja extração na própria floresta e a perfuração solicitada seja a centenas de quilômetros da foz – inexoravelmente catastrófica, e há indícios de que o Ibama e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, levaram em conta esses humores para transformar a controvérsia em uma espécie de cause célèbre.
Para encerrar, o Estadão lembrou que ‘o próprio Ibama participou do comitê que autorizou, há dez anos, a oferta de mais de 40 blocos na região que agora diz ser inviável.’

Segundo a Petrobras por enquanto o Brasil pretende explorar um poço de óleo e gás no Rio Grande do Norte. A Colômbia abriu onze poços exploratórios e oito descobertas de gás. Trinidad e Tobago tem 37 poços exploratórios e 21 descobertas de óleo e gás. a Guiana, 64 poços exploratórios e 42 descobertas de óleo e gás. O Suriname extrai em 40 poços e teve 19 descobertas de óleo e gás.Finalmente, a Guiana Francesa trabalha em sete poços exploratórios e teve duas descobertas de óleo. E, até o momento, ainda não houve qualquer acidente. Ou seja, o Brasil não pode ficar atrás, não temos como dispensar os bilhões que a Margem Equatorial pode render.
Potencial do petróleo e gás até 2050
Em outro editorial, o Estadão levantou questões que vale a pena destacar. Para começar, estima-se que, em 2050, o petróleo e o gás ainda representarão cerca de um terço da matriz energética global. Mesmo no cenário mais agressivo – e improvável – de descarbonização, os combustíveis fósseis ainda responderiam por 15% dessa matriz. A Empresa de Pesquisa Energética alerta que, se o Brasil deixar de explorar suas reservas potenciais, poderá perder R$ 5 trilhões entre 2031 e 2050.
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Mais adiante, o editorial revela outros fatos importantes para esta discussão. Por exemplo, ‘o Brasil tem vantagens. Se boa parte do mundo precisa trocar o carvão por fontes limpas, o País já tem 48% de sua matriz energética ligada a fontes renováveis, enquanto a média mundial é de 15%’.
‘No mundo, o setor de energia responde por 70% das emissões de carbono. No Brasil, são 17%. O País tem áreas continentais fartamente servidas por água, vento, luz solar, biomassa e metais cruciais para a transição energética, e tem condições materiais de se tornar um exportador de hidrogênio verde e aproveitar a expertise com o etanol para desenvolver alternativas de biocombustíveis’.
Para saber mais assista ao vídeo

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E, então, vamos considerar os argumentos acima, ou persistirá a divisão? Queremos saber a sua opinião, participe, é importante para o País que todos se manifestem. Vamos lá?
Itacaré e Uruçuca, BA, onde a inteligência prevalece no litoral
João, seu posicionamento foi corajoso. Ouvi dizer que o Brasil precisa de mais petróleo pq senão faltará daqui alguns anos e a margem equatorial é importante nesse sentido. Confere? Seu argumento sobre redução de esgoto com saneamento me parece interessante. Por outro lado, penso na transição energéticas, ainda tenho dúvida de como o mundo sai desse buraco do aquecimento global: inovação tecnológica com captura de carbono resolverá? Estamos avançando em cada setor econômico que emite gases do efeito estufa? Haverá diminuição no consumo de combustíveis fósseis? Essa conta não fecha na minha cabeça.
Pois é, Lauro, as dúvidas são muitas mas você não está sozinho. Parte dos analistas, os daqui, e os de fora, também expõem suas dúvidas em quase todos os textos publicados. Uma hora os EUA, 2º maior emissor, faz parte do Acordo de Paris, na outra, já não mais… E, aí, quem vai pagar a conta? Esta, me parece a dúvida do momento. Mas, pensando no Brasil, não é possível um presidente deixar de explorar algo que possa nos trazer 5 trilhões no prazo médio. Infelizmente, o combustível fóssil ainda vai durar mais que o razoável, ou aceitável. O Secretário-geral da ONU não cansa de alertar, no último ele disse que, “O mundo enfrenta um colapso climático”; outra que pegou forte, “A humanidade está no caminho do suicídio coletivo’, etc. Ainda assim, se o Brasil não explorar este tesouro, outros o farão. É isso, abraços
chocante!!! no meio da maior corrupçao que existe no Brasil!!! este dinheiro caerá nas maos dos politicos juices e professores de universiddes publicas que estão saqueando agora este pobre pais e mar sem fim apoia estas barbaridades???? para as grandes maiorias… bolsas esmolas como compra de votos para estes elementos se perpetuar no poder!!!
Se estranha muito este site se ajoelhar as ideias de um governo corrupto, diga-se mensalão, emendao, etc, onde este site que defende muito a ecologia, com este apoio sequer poderá ir ao COP de Belém, pois traz pseudo-estudos de oceanografos inclinados a este partido corrupto, em vez de combater essa invasão as costas da amazonia, pois tais “pesquisadores” omitiram que com o aquecimento global, as correntes oceânicas estão mudando muito ou cessando, e este site esquece do enorme desastre ecológico havido nas contas Br por apenas um derramamente de petróleo por um navio, sim, não só plataformas de petróleo derramam, o que muito ocorrerá por navio na regiao, onde terá um volume de centenas de vezes o derramamento havido, ai destruindo por completo as costas Br, na flora, fauna e demais seres destas costas, inclusive os maiores manguesais do mundo na amazonia. Um prejuízo irrecuperável, por centenas de anos. Oras, façamos como 99% dos paises, importemos petróleo. Muito estranha esta inclinação ate “esquerdista” deste site, ir contra 99% das defesas ambientais do mundo. Será que recebe apoio esquerdista para esta divulgação nada científica ou contundente/seria?
Você já começou mal,Josué, não estou discutindo corrupção, mas exploração de Petróleo. Contudo, aproveito para deixar clara minha posição de cidadão: Sim, houve imensa corrupção no Lula 2, para mim é inadmissível o STF ter ‘melado’ todos os processos. E já que estamos no tema, o governo anterior, de Bolsonaro, e ainda na visão de um cidadão, foi o pior que já tivemos. Ele destruiu o que havia do aparato ambiental, sem falar na corrupção de toda a família a única que paga suas contas com dinheiro em espécie.
Posto isto, voltemos à exploração. Ocorre que você não acredita em pesquisadores, e se propõe a ‘dar aulas sobre correntes marinhas’,assim, não há como argumentar. Paciência, eu sabia que este tipo de comentário baseado puramente em nada, iria surgir. É da vida.
Antes parabens pela sua isençao ao se isentar sobre tal governo currupto, ganhando credibilidade, mas devemos lembrar que nao existe empresas de petroleo perfeitas como a melhor do mundo na tragedia do golfo do mexico pela BP, onde houve falhas no seu mapa de correntezas daqui, apontando impossibilidades do oleo nao chegar as costas e chegou, dssde o Texas a Florida em 2mil km e destruiu toda a flora, fauna e peixes, aves, em videos tragicos e deplorantes, contra vosso mapa de correnteza contra isso, oleo andando pra tras contra a corrrente, ou seja, nenhuma empresa do mundo pode garantir absolutamente nada, pior navios carregados em qualquer parte ou proximos das costas e explodir em oleos derramados, como já ocorreu aqui. A unica coisa que qualquer jornal, revista, Tv pode fazer, é simplesmente ir contra qualquer plataforna petrolifera nos oceanos e só, mais ainda nestas mudanças climaticas, COP30, aquecimento global, etc, e pedir importaçoes de petroleos de areas seguras, desertos da Arabia, e nunca incentivar tais praticas absolutamente de altissimo risco (de destruir a amazonia? tem certeza?), pois este governo corrupto só tem interesse na petrobras po cargos a apadrinhados e gastos a muitos patrocinios, como da perda de us 10bi em Passadena e pouco se lixa com o povo e dinheiro publico. Erro fatal em se apoiar tal intençao criminosa contra o meio ambiente deste pseudo.governo. Vosso site, apaixonado pelo mar e costas Br, deveria ser o 1o e o mais capacitado contra qualquer intervençao antiecologica, e levantar bandeiras, passeatas, etc contra qualquer risco a tragedias, onde nao lembro vossas colocaçoes há anos contra o derramamento de petrole nas costas nordestinas, houve? Pois daqui pra frente, queremos ver constantes abordagens ecologicas as nossas costas e mostrar ferozmente os dentes contra invasoes e depredaçoes a nossa natureza e costas, mares. abc
E o aquecimento global por conta da queima dos combustíveis fósseis? Onde estão os estudos econômicos comparativos de geração de empregos diretos e indiretos que são poucos quando se analisam dados econômicos de regiões de exploração do pré-sal? Os empregos, cada vez menores, requerem mão de obra qualificada e as compras de equipamentos, instalações e insumos, exceto alguns casos, são internacionais?
Eloisa, os estudos que você cita estão no site da Petrobras seria bom você pesquisar, há muitas respostas no site da empresa. Em todo o caso, segue a informação: “O plano estratégico de investimentos da Petrobras para o quinquênio 2024-2028 prevê a criação de 1,4 milhão de empregos direitos e indiretos. Uma média de 280 mil a cada ano, a maior parte em áreas de exploração e produção de petróleo.”Abraços e obrigado pela mensagem.
Respeitosamente, tenho que discordar, meu caro João. Apesar de haver diversos argumentos econômicos a favor da exploração, o simples fato de advogar a tese de que correntes supostamente levariam eventual petróleo derramado a outros países (o que por si só já não me parece eticamente adequado) não diminui a importância ecológica da Margem Equatorial, que já foi confirmada por inúmeras expedições científicas e estudos publicados em revistas de renome acerca da biodiversidade no local. É bem difícil mensurar o impacto que a fase de estudos já está causando, mais ainda quando a operação começar, especialmente em relação às condições para pesca, que faz parte da alimentação da população que vive ali. Isso sem contar as inúmeras RESEX que existem na região, cujo adjetivo “famigerada” presente no texto poderia ser melhor explicitado. Acho que o texto ficou enxuto demais para defender uma tese tão polêmica. Escreva mais para entendermos melhor sua posição, que muito interessa à sociedade brasileira por sua experiência e notória ponderação nestes assuntos. Torço para que a linha editorial raivosa de seus colegas de jornal não o esteja contaminando. Por ora, que siga com saúde e sucesso!
Prezado Raul, há mais de 20 anos escrevo neste site e em outras publicações. Quanto à polêmica atual, preste atenção no que disse o maior especialista em correntes marinhas do Brasil, que entrevistamos: o Ph. D. em Ciências da Terra – Oceanografia Física pela University of New Hampshire (1996), Ilson da Silveira. Depois, veja no mapa onde se localiza o bloco 59. Não há como o óleo chegar à costa brasileira se, repito, SE houver vazamento. Quanto às ‘famigeradas Resex’ paixão de Marina Silva, já escrevemos dezenas de vezes. Seleciono apenas um artigo que explica o motivo de chamá-las assim: Brasil do mar vazio: MMA e ICMBio querem mais RESEX (https://marsemfim.com.br/brasil-do-mar-vazio/). Abraços, obrigado e até a próxima.
Não gostaria de polemizar, mas já li que para saber ser há ou não petróleo explorável, será gasto bilhões de reais.
E se não houver????
Estes bilhões não pederiam ser gastos agora para melhorar o saneamento de Macapá??
Não procede a informação. Neste momento a Petrobras vai fazer uma perfuração num único ponto, um único bloco, para confirmar o que se espera, que a Margem Equatorial é superior ao pré-sal na quantidade de petróleo. Posteriormente, se houver confirmação, e a extração fora aprovada, então veja o que diz o site da Petrobras: “O nosso Plano Estratégico 2050 e Plano de Negócios 2025-2029 prevê um investimento de US$ 3 bi nessa região nos próximos cinco anos e a perfuração de 15 poços”. US$ 3 bi para explorar algo que vai nos trazer mais que US$ 126 bilhões de dólares, que foi até agora o rendimento do pré-sal. Infelizmente, a discussão hoje é política, não técnica. É preciso escolher bem as fontes de informação. É isso, abraços e obrigado pela mensagem.
Nenhuma menção à contribuição dos fósseis para aumento do aquecimento global? Mar sem Fim seria um negativista do clima? Se sujar o quintal alheio, tudo bem?