Oceanos e seus mistérios: Segredos do Fundo do Mar

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Oceanos e seus mistérios: Segredos do Fundo do Mar é a nova série do ícone National Geographic

Uma das coisas que aprendi ao longo dos anos em que estudo o litoral brasileiro e os problemas dos oceanos, é que só se protege aquilo que se conhece. Simples assim. E não conhecemos os oceanos. Apesar deles representarem 71% da superfície da Terra os cientistas sequer sabem quantas espécies vivem nas profundezas. Estimativas sugerem entre 700.000 e um milhão de espécies de vida marinha – mas mais de 91% permanecem sem classificação. Por isso é muito bem-vinda a nova série deste ícone do jornalismo: a National Geographic acaba de lançar a terceira série Oceanos e seus mistérios: Segredos do Fundo do Mar.

Imagem de mergulho submarino para série mistérios dos oceanos
Um dos muitos mergulhos para a terceira temporada de Segredos do Fundo do Mar. Imagem, National Geographic.

Oceanos e seus mistérios: Segredos do Fundo do Mar

A National Geographic lança a terceira temporada de ‘Segredos do Fundo do Mar’. A partir de 24 de janeiro você poderá assistir aos domingos, às 18h45, esta nova temporada. Ela conta com arqueólogos e historiadores marítimos em diferentes expedições ‘para investigar incríveis mistérios subaquáticos’.

De acordo com a assessoria da NG no Brasil, ‘a série mergulha no mais profundo do desconhecido em uma produção original e extraordinária, que leva o estudo dos oceanos e da ciência da Terra a uma nova era’.

Imagem de mergulho para a série mistérios dos oceanos

A exploração submarina é cara e demorada. E exige equipamentos de última geração. Por isso já fizemos matéria destacando outro ícone do jornalismo, a BBC.

Em 2018, publicamos o post BBC exibe primor de programação sobre meio ambiente marinho. Só empresas do porte da National Geographic, ou  BBC, para produzirem documentários que, aos poucos, tornam os oceanos mais conhecidos do grande público. E isso é muito bom.

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Na trilha de Jacques Cousteau

Ambas as empresas seguem a trilha do primeiro deles, que homenageamos em 2018 no post Jacques Cousteau, temos uma dívida com ele, conheça. Ninguém fez mais para divulgar a vida marinha.

Cousteau (1910 – 1997) aprendeu a mergulhar quando estudava nos Estados Unidos, aos 13 anos de idade. Nascia o incansável divulgador da vida marinha.

Ele teve uma vida fascinante. Participou da Segunda Guerra Mundial. Servia como oficial de artilharia quando navios franceses bombardearam a base naval italiana em Gênova. Mais tarde foi recrutado para o serviço de inteligência. Trabalhou em operações da Resistência contra os serviços de inteligência da Itália. 

Cousteau foi premiado com a Cruz Militar.

O primeiro documentário

E mesmo durante a guerra produziu com um amigo seu primeiro documentário submarino Par dix-huit mètres de fond (Dezoito metros de profundidade, em tradução livre). A produção foi premiada com Ex-aequo do Congress of Documentary Film, em 1943.

A invenção do ‘aqualung’

No mesmo ano, 1943, o talentoso Cousteau inventou o aqualung. Só a partir deste ponto é que realmente começou a exploração submarina. Em 1950 o Calypso entrou em sua vida. Se hoje é difícil fazer documentários submarinos, imagine em 1950!

Já famoso, Cousteau compartilhou seus planos de documentários  com o filantropo britânico Thomas Loel Guinness. Entusiasmado, Guinness decidiu que a melhor maneira de ajudar  seria com um navio.

Em 1950, a Guinness comprou um antigo caça-minas que alugou para Cousteau, na época com 40 anos, pelo preço simbólico de 1 franco por ano. Cousteau adaptou o Calypso como laboratório móvel para pesquisa de campo e como seu principal veículo para mergulho e filmagem.

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Quem não se lembra de “O Mundo Silencioso de Jacques Cousteau?” Por seus documentários ele ganhou o Oscar duas vezes, e a Palma de Ouro, uma. E não parou até morrer em 1997, aos 87 anos.

Entrevista ao jornal O Globo, em 1970

Cousteau antecipou os problemas, hoje conhecidos, desde sempre. Em 1970, em uma entrevista ao jornal O Globo, alertava:

Como consequência da contaminação das águas, os recifes de coral estão diminuindo, espécies inteiras da fauna aquática estão em vias de extinção e milhares de peixes morrem anualmente pela ingestão de substâncias ou objetos lançados ao mar

A denúncia é de 1970! Até hoje não se fala em outra coisa quando o assunto é a saúde dos oceanos. E, não tenha dúvida, a culpa é nossa. Cousteau sabia:

A poluição é geral. Os homens não se dão conta de que as substâncias poluidoras vão parar no mar. E os elementos nocivos que os homens não levam ao mar são carregados pelas chuvas. A pesca em excesso ou não planejada também é uma forma de destruição. Os oceanos estão sendo dizimados.

Cousteau dizia naquela época o que Sylvia Earle diz hoje: “Os oceanos estão moribundos, por culpa dos homens, e a espécie humana não pode sobreviver sem os oceanos.”

Por estes motivos o Mar Sem Fim saúda a National Geographic por mais este ‘mergulho’ no mar profundo.

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Segredos do Fundo do Mar em terceira temporada

No primeiro episódio, a equipe usa a tecnologia mais recente de sonar em uma expedição que mapeia o Atol de Bikini, no Oceano Pacífico, para revelar o único campo de guerra nuclear do mundo.

Imagem de arqueologia submarina
A arqueologia submarina foi contemplada na terceira temporada. Imagem, National Geographic.

Oceanos e seus mistérios

No local foram realizadas explosões atômicas experimentais pelos Estados Unidos. Os arqueólogos e historiadores marítimos contam a história desses experimentos e dos navios que foram destruídos, incluindo um submarino e um porta-aviões. Esta é a história explosiva do início da Era Nuclear e do nascimento da Guerra Fria.

Saiba que até hoje os mares estão contaminados com rejeitos nucleares. Parece incrível, mas é verdade. Os testes nucleares da Guerra Fria deixaram consequências em todos os mares do planeta, incluindo o litoral brasileiro.

E não apenas no Brasil. A fossa das Marianas, local mais profundo do globo, está poluído com plástico e radioatividade! 

Os episódios da semana seguinte, que podem ser vistos todo domingo, às 18h45, no canal da NG, mostram desde os textos históricos de uma poderosa cidade do antigo Egito que desapareceu misteriosamente no século 2 a.C., até as novas evidências nos lagos e rios dos Estados Unidos relacionadas à batalha pela independência.

Esta nova temporada terá 10 episódios de 60 minutos cada. Quem sabe, assistindo, as pessoas se toquem do poder destruidor do ser humano deste mundo superpopuloso.

E mudem seu comportamento. Cada um de nós tem que fazer sua parte.

Imagem de abertura: National Geographic.

Fontes: assessoria da National Geographic;https://blogs.oglobo.globo.com/blog-do-acervo/post/os-oceanos-estao-moribundos-por-culpa-do-homem-alerta-de-jacques-cousteau-completa-50-anos.html?GLBID=1b8ec3881e5b0cbc0e60000d0b83f9c9f70594a7a72333563653250706a623241637766536e625f5f5071337a325839334e3165556f3734774a4d6e59384a31716d4136316b636b6c4c456533424a754f5669654677476c377a6c7158656261306256433147673d3d3a303a7566706b6d6b65636f7065746d73706a69756f69.

Pagamento por serviços ambientais, aprovado no Congresso

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