Litoral e os testes nucleares da Guerra Fria

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Litoral do Brasil e os testes nucleares da Guerra Fria

Parece incrível, mas é verdade. Os testes nucleares produzidos na Guerra Fria deixaram consequências em todos os mares do planeta. Inclusive em nosso litoral. Matéria da prestigiada Agência FAPESP, assinada por Peter Moon, informa que a herança destes testes foram

os elementos radioativos forjados nas explosões que, ao serem ejetados à estratosfera, depositaram-se em toda a superfície.

Em 1963, as duas superpotências assinaram um tratado delimitando os testes futuros  apenas aos subterrâneos que confinariam a radiação no subsolo.

Mas se o banimento dos testes feitos durante a Guerra Fria eliminou a possibilidade de futuras contaminações, não havia como eliminar os efeitos dos testes nucleares realizados até o momento da assinatura do tratado. Seus elementos radioativos permanecem.

Estudos no Brasil revelam herança de césio-137 no litoral

A Fapesp informa que há dez anos pesquisadores brasileiros do Instituto de Oceanografia da Universidade de São Paulo (IO-USP), em colaboração com pesquisadores do Pará, Pernambuco, Paraná e Uruguai coletaram amostras em sistemas estuarinos. As coletas aconteceram na bacia do rio Caeté (Pará), na foz do rio Capibaribe (Pernambuco), no estuário de Caravelas (Bahia), nos sistemas Santos-São Vicente e Cananeia-Iguape (São Paulo), na bacia do Paranaguá (Paraná) e no estuário do rio da Prata (Uruguai).

Peter Moon diz que

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Ao estudar a composição das amostras, os cientistas detectaram um dado comum: radionuclídeos (traços) do elemento químico césio, na forma do isótopo radioativo césio-137. Radionuclídeos são elementos que emitem vários tipos de partículas e que eventualmente se tornam estáveis.

A matéria lembra que

o césio-137 é o mesmo do maior acidente radioativo ocorrido no Brasil, em 1987, em Goiânia

Com o estudo, diz Moon,

foi possível estabelecer uma escala de tempo e saber em quais proporções o césio-137 – forjado nas explosões termonucleares americanas e soviéticas, alçado à estratosfera e transportado pelas correntes de ar – foi depositado no litoral sul-americano.

Do Holoceno ao Antropoceno

Os cientistas estimam a idade da Terra em cerca de 4,5 bilhões de anos. Um dos ramos da ciência, a Geologia, dedica-se à reconstituição da história da Terra em suas variadas formas e processos. E divide a idade do planeta em eras.

litoral, ilustração das eras-geologicas

De acordo com os cientistas estamos hoje no Holoceno,  termo geológico que define o período que se estende de 12 ou 10 mil anos – quando terminaram os efeitos da última glaciação – até agora.

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Dúvidas entre Holoceno e Antropoceno

Nossa ação sobre o planeta é tão marcante que já se discute se merecemos uma era geológica, o Antropoceno, ou a idade  do homem. O termo já é aceito por muitos cientistas. Falta, entretanto, definir exatamente quando começou este período.

Antropoceno é um termo usado por alguns cientistas para descrever o período mais recente na história da Terra. Ainda não há data de início precisa e oficialmente apontada, mas muitos consideram que começa no final do Séc XVIII, quando as atividades humanas começaram a ter um impacto global significativo no clima e funcionamento dos  ecossistemas

Testes nucleares e início do Antropoceno, a época atual, dominada pelo homem

A matéria da FAPESP diz que

pesquisadores têm discutido a ideia da passagem do Holoceno ao Antropoceno, e a Comissão Internacional de Estratigrafia (ICS), organismo responsável pela padronização da geocronologia mundial, passou a procurar marcadores que possam definir na geologia o momento em que teria se iniciado o Antropoceno

Este marcador pode ser…

a importância da detecção feita pelos pesquisadores está  na possibilidade de o isótopo radioativo ser utilizado como marcador na geologia do Atlântico Sul. Esse marcador, chamado de modelo estratigráfico, poderá validar a passagem do Holoceno ao Antropoceno

Antropoceno, a nossa era, caracterizada pelas brutais mudanças infligidas ao planeta

Felizmente não temos mais testes nucleares nos mares. Mas persistem os acidentes, como o de Fukushima, no Japão. Cientistas que monitoram a disseminação de radiação no oceano  coletaram água a 1.600 quilômetros a oeste de San Francisco. E encontraram um maior número de locais contaminados na costa oeste dos EUA.

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Problema? Os três reatores nucleares de Fukushima derreteram e o que aconteceu em seguida foi a maior liberação de radiação na água na história do mundo

litoral, imagem de gráfico da radicao-do-Pacifico pelo acidente de Fukushima
Litoral: o gráfico da NOAA mostra o tamanho da tragédia de Fukushima

Fukushima continua a vazar espantosas 300 toneladas de resíduos radioativos no Oceano Pacífico a cada dia

Além dos acidentes nucleares somos oito bilhões de habitantes, cada um produzindo em média 1,2 Kg de lixo por dia. Mas o problema não se resume a isso. Existe o desperdício de energia, água, e comida. Você já pensou sobre isso? Cuide de seu lixo, economize água e energia, mantenha a beleza cênica da paisagem que herdamos, pratique o consumo responsável, entre outras muitas obrigações. Ou você faz sua parte, ou estará contribuindo para a Sexta Extinção.

Pense sobre isso.

Assista ao vídeo e saiba como este a contaminação no Atol de Bikini

Atol de Biquíni: Depois da explosão - Documentário Completo: De volta a Bikini - Lawrence Wahba

Descoberto recife de coral gigante no Taiti

Comentários

2 COMENTÁRIOS

  1. Moro numa ladeira e no final dela existem 3 bueiros gulosos que engolem todo tipo de material ´plástico e jogam num rio aterrado que vai desembocar no Rio Pinheiros. Já fecharam com grades os bueiros mas roubaram todas. A espécie humana vai desaparecer por um evento cósmico, guerra, doenças fome ou poluição e degradação do meio ambiente. Por enquanto parece que a última hipótese é a mais plausível.

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