Aogashima, uma cratera de vulcão habitada no Mar das Filipinas
Ilhas estão no imaginário das pessoas. Ilhas do tesouro, ilhas paradisíacas, ilhas-presídio, ilhas como salvação de náufragos… há para todos os gostos. Mas, Aogashima (significa Ilha Azul), é uma ilha japonesa muito estranha no Mar das Filipinas, uma cratera de vulcão, ainda ativo, habitada. Situada a 358 km ao sul de Tóquio, no Oceano Pacífico, é a ilha mais remota e topograficamente interessante do arquipélago de Izu. A ilha não passa de uma cratera vulcânica, dentro da qual existe outro vulcão menor.
As ilhas e suas esquisitices
Já comentamos por aqui algumas ilhas bem esquisitas. A Ilha de Pohnpei e Nan Madol, por exemplo, é um dos mistérios do Pacífico. Há nela uma estranha cidade, descoberta apenas há 100 anos, que ninguém conseguiu decifrar como, e quando exatamente, foi construída com enormes e pesadíssimos blocos de pedra.
Permanece um mistério à procura de solução.
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Os europeus ficaram estupefatos depois da descoberta da América, quando veio à tona outra ‘descoberta’, a do oceano Pacífico. Naquela imensidão de 180 milhões de km², equivalente a um terço da superfície do planeta, europeus incrédulos descobriram que havia milhares de pequenas ilhas, muitas delas habitadas.
De onde teriam vindo? Da Ásia, da América do Sul, de onde enfim? Até hoje se discute a colonização das ilhas do Pacífico. Mas, quando pensamos em ilhas nossa mente é bombardeada por imagens de ilhas paradisíacas, com praias limpas, e águas transparentes, Socotra, no Índico, por exemplo. Ela é tão fora de série que ficou conhecida como a Galápagos do Índico.
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Mas há outras ilha soturnas
O que dizer de uma ilha fantasma? Ela já apareceu no filme “007 – Operação Skyfall” (2012), e foi reconhecida como Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco por sua aparência pós-apocalíptica com imensas construções de concreto abandonadas em meio ao oceano.
‘Gunkanjima (“ilha navio de guerra” – assim chamada por causa da silhueta de navio) é soturna em meio a um caos de concreto. Mas já foi considerada o local mais densamente povoado do mundo.
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Quem nunca pensou em viver isolado numa ilha num momento de raiva ou frustração, e como nos contos de fadas ser feliz até o resto de sua vida?
O quadro faz parte do cenário humano com, ou sem, intenção. A história mais famosa é uma ficção baseada na realidade. Robinson Crusoé, romance de Daniel Defoe, publicado em 1719 no Reino Unido. O livro conta a vida do personagem que passou 28 anos isolado numa ilha até ser finalmente resgatado. Quem não leu, e sonhou, deixou de ser criança.
E o que dizer de morar isolado numa ilha, você viveria assim? Pois publicamos um post apenas para mostrar este gosto especial de certas pessoas. Mas a ilha de hoje é especial…
Aogashima, uma ilha japonesa no Mar das Filipinas
Esta ilha é conhecida por ter uma cadeia vulcânica dentro de uma cadeia maior, o que faz com que sua forma única se assemelhe a uma cena tropical do cenário de Jurassic Park ou Lost.
Acessível apenas por barco ou helicóptero, pode-se acabar preso facilmente se o mar ficar agitado ou uma tempestade tropical entrar.
Apenas 205 habitantes
Até 2009 ela tinha apenas 205 habitantes. Faz parte do sistema do Parque Nacional Fuji-Hakone-Izu, que abrange muitas das ilhas da região, e é ainda um vulcão ativo.
Em 1785, 140 habitantes de uma população de 327 pessoas morreram em uma erupção maciça. Ainda assim, seus moradores continuam por lá.
Formação vulcânica
De acordo com os sites de viagem, a melhor coisa de Aogashima é que ela ainda é desconhecida para o mundo do turismo, o que a torna um destino perfeito para quem busca a solidão, os amantes da aventura e para quem adora explorar o inexplorado.
Acredita-se que Aogashima, que tem 3,5 km de comprimento com uma largura máxima de 2,5 km, tenha se formado pelos resíduos sobrepostos das zonas de subducção onde essas placas tectônicas mergulham uma sob as outras.
História do assentamento incerta
A história do assentamento humano em Aogashima é incerta. A ilha é mencionada nos registros do período Edo mantidos em Hachijo-jima, que registram atividade vulcânica em 1652 e de 1670-1680. Acredita-se que os primeiros a habitá-la chegaram nos séculos 16 e 17.
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Aogashima tem uma agência de correios e uma escola, que atende crianças até o ensino médio (até 15 anos). Para educação adicional, os adolescentes são obrigados a deixar o local, muitas vezes indefinidamente. Sua economia gira em torno da exportação de um tipo de sal rico em cálcio, chamado sal hingya. Há também alojamentos para visitantes que podem chegar de helicóptero, ou balsa a partir de Tóquio.
Além do isolamento, e de paisagens diferentes, vale destacar as outras atrações, entre elas a vegetação da ilha, e o céu. Como há poucos moradores, há pouca luz. E ela não interfere na visão noturna do céu que passou a ser um dos atrativos, ao lado também de saunas naturais vindas da energia geotérmica proveniente do vulcão.
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Imagem de abertura: Google.
Fontes: https://www.gotokyo.org/en/destinations/izu-and-ogasawara-islands/aogashima-island/index.html; https://unusualplaces.org/aogashima-island/; https://ippei-janine.com/travel-japan-islands/destinations/aogashima-island-izu-tokyo/.
Parabéns, pelas matérias do Mar sem Fim.
Merece atenção a especulação imobiliária e a destruição da mata Atlântica na região de
Juquehy, São Sebastião. Desde os dois últimos anos, a verticalizarão avança por lá muito rapidamente também.
Ines