Gunkanjima, ilha fantasma no litoral do Japão

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Gunkanjima, ilha fantasma no litoral do Japão

Quando pensamos em ilhas nossa mente é bombardeada por imagens de ilhas paradisíacas, praias limpas e águas transparentes, Socotra, no Índico, por exemplo. Entretanto, às vezes lembranças ecoam do passado evocando ilhas com tesouros, fruto da ação de piratas, ou até mesmo ilhas que serviram de abrigo a personagens famosos, caso de Robinson Crusoé, cuja história foi inspirada por um caso real. Ou ainda ilhas remotas e mesmo assim habitadas. Contudo, o que dizer de uma ilha fantasma? Hoje vamos conhecer uma, Gunkanjima, ilha fantasma no litoral do Japão.

imagem de Gunkanjima, ilha fantasma no litoral do Japão
A ilha fantasma. Imagem, Wikipedia.

Gunkanjima, ilha fantasma no litoral do Japão

Para começar, ela já apareceu no filme “007 – Operação Skyfall(2012), e foi até mesmo reconhecida como Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco por sua aparência pós-apocalíptica com imensas construções de concreto abandonadas em meio ao oceano.

Segundo o coisas do Japão, ‘Gunkanjima (“ilha navio de guerra” – assim chamada por causa da silhueta de navio) é uma pequena ilha localizada a aproximadamente 15 quilômetros da cidade de Nagasaki’. No passado, chegou a ser o lugar mais densamente povoado do mundo.

Mas, hoje, é um amontoado de concreto, uma ilha cercada por um quebra-mar, coberta por prédios compactos e totalmente abandonada – uma cidade fantasma  desabitada há mais de quarenta anos. Vamos à sua história…

Gunkanjima, também conhecida como “Hashima” ou “Ilha do Navio de Guerra”

Em primeiro lugar, no início dos anos 1900, Gunkanjima foi desenvolvida pela Mitsubishi Corporation, que acreditava  corretamente que a ela estava situada em um rico depósito de carvão submarino.

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Por isso, durante os quase cem anos seguintes, a mina se tornou mais profunda e longa, estendendo-se sob o leito do mar para a mineração de carvão que alimentava a expansão industrial do Japão.

Imagem da ilha Gunkanjima quando era habitada
A estranha Gunkanjima. Imagem, battleshipisland.jp e divulgação.

Em 1941, com menos de um quilômetro quadrado de área, alcançava produção de 400.000 toneladas de carvão por ano. E muitos dos que trabalhavam como escravos na mina submarina eram coreanos.

Ainda mais notável do que a mina foi a cidade que cresceu ao redor. Para acomodar os trabalhadores, complexos de apartamentos de dez andares foram construídos na rocha minúscula – um labirinto de arranha-céus ligado por pátios, corredores e escadas.

sala de banho
Imagem, Divulgação.

Havia escolas, restaurantes e casas de jogos, todos cercados pelo paredão protetor. Ficou conhecida como “Midori nashi Shima”, ilha sem verde. Surpreendentemente, em meados da década de 1950, abrigava quase seis mil pessoas, dando-lhe a maior densidade populacional que o mundo já conheceu. Mas, então, acabou o carvão.

Mitsubishi fecha a mina

A Mitsubishi toma a decisão e fecha a mina, todos foram embora e a cidade-ilha, abandonada. Os apartamentos começaram a desmoronar e, pela primeira vez, nos pátios áridos, plantas cresceram.

Vidros quebrados e jornais velhos espalharam-se pelas ruas. A brisa do mar assobiava pelas janelas. Agora, cinquenta anos depois, Gunkanjima está exatamente como antes da partida da Mitsubishi. Uma cidade fantasma no meio do mar.

imagem de prédio
Dá angústia só em pensar como seria morar neste prédio, numa ilha mínima cercada de concreto. Imagem, https://www.atlasobscura.com/.

De acordo com coisas do Japão, ‘Em 1959, mais de 5.000 moradores chegaram a morar em Gunkanjima,  considerado o lugar mais densamente povoado do mundo (835 habitantes por hectare). Para acomodar tantas pessoas em área tão pequena, expandem e preenchem ilha com grandes edifícios residenciais’.

‘Os moradores foram capazes de viver uma vida mais ou menos típica. Enquanto isso, metade da população se dedicou ao funcionamento da mina, e a outra cuidou do espaço residencial, escolas, restaurantes, lojas, banho público e hospital.

Além disso, paredes de concreto “quebra mar” se fizeram necessárias, já que é região propensa constantemente a tufões e ondas grandes’.

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imagem de ilha
Imagem, https://www.atlasobscura.com/.

Mas, em 1974, com o petróleo tomando o lugar do carvão, as autoridades decidem  finalmente abandoná-la. Desde então, ao longo dos anos, a exposição direta aos tufões fez com que as residências e as instalações de mineração se deteriorassem, dando ao local uma atmosfera assombrada. Devido ao perigo do colapso das estruturas, Gunkanjima ficou fechada para o público por quase 40 anos.

Visitas à ilha Fantasma

Embora o acesso tenha ficado disponível, você não pode visitá-la por conta própria. Para chegar é necessário juntar-se a uma das excursões disponibilizadas por algumas empresas de turismo que partem de vários locais do porto de Nagasaki.

imagem de prédio destruído
Um tenebroso encontro com o passado. Imagem,ttps://www.atlasobscura.com/.

Recomenda-se reservas antecipadas  especialmente nos fins de semana e durante os feriados.

Assista ao vídeo e saiba mais

Explore 'Battleship Island,' Japan's Decaying Ghost Town | One Strange Rock

Imagem de abertura: Wikipedia

Polêmica da mineração submarina cresce no exterior

Comentários

5 COMENTÁRIOS

  1. Capitalismo selvagem, suga o sangue e deixa a carcaça para os abutres! Uma vergonha para o Japão, um país tão cuidadoso! Poderia recuperá-la, com os recursos hoje existentes, em tecnologia e naturais inovadores, que a empresa detém!Arigato!!!

  2. Uma vergonha para a Mitsubishi!!! Principalmente sendo uma empresa Japonesa. Aonde os valores e cuidados com a natureza são imensos. Deveria cuidar adequadamente do local e não deixar virar um monte de entulho no meio do mar. Extraiu tudo, ganhou bilhões e deixou os escombros.

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