Ilha de Pohnpei e Nan Madol, um mistério do Pacífico
Em primeiro lugar, ela fica na Oceania o menor dos continentes. Localizada no hemisfério sul, a Oceania é tão distante de nosso dia a dia que vale recapitulação. Composta pela Austrália e pelas ilhas do Pacífico, também ficou conhecida como o maior agrupamento de ilhas do planeta. São 10 mil ilhas que formam 14 países espalhados por três grandes regiões do Pacífico: Micronésia, Melanésia e Polinésia. Numa destas regiões, que raramente aparecem na mídia salvo quando são ameaçadas de serem engolidas pelo mar (como Tuvalu ou Kiribati, por exemplo), fica a ilha de Pohnpei, um grande mistério da Micronésia que vamos conhecer.
Um mistério da Micronésia
Segundo consta, os europeus ficaram estupefatos depois da descoberta da América quando veio à tona outra ‘descoberta’, a do oceano Pacífico. Naquela imensidão de 180 milhões de km², equivalente a um terço da superfície do planeta, europeus incrédulos descobriram que havia milhares de pequenas ilhas, muitas delas habitadas. De onde teriam vindo? Da Ásia, da América do Sul, de onde, enfim? Até hoje se discute a colonização das ilhas do Pacífico.
Já, sobre Pohnpei, diz o site travel and leisure.com, ‘imagens de satélite agora estão lançando uma nova luz sobre uma misteriosa cidade construída em uma ilha no meio do Oceano Pacífico. Seus habitantes dizem ser assombrada’.
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Então, uma lenda se formou em torno das ruínas de Nan Madol, cidade construída com enormes blocos de pedra e descoberta somente há cerca de 100 anos. Até hoje não se sabe como foi construída. Muito menos porque construir uma cidade no meio do oceano. Muitos dos moradores não se aproximam do local acreditando que seja mal-assombrado.
Contudo, o que se conseguiu descobrir sobre Nan Madol é que ela prosperou de 1200 a 1700. Foi construída sobre recifes de coral. E além disso, é conectada por uma série de canais.
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A princípio, Nan Madol serviu como importante cidade política e religiosa na Polinésia. Alguns habitantes chamam as ruínas de “Soun Nan-leng”, que significa “Recife do Céu”, de acordo com o Bureau de Visitantes de Pohnpei. As ruínas incluem tumbas, banhos e templos.
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Pavimentação da Estrada de Castelhanos provoca tensão em IlhabelaEuropa repudia o turismo de massa neste verãoIlha da Queimada Grande, ou Ilha das Cobras, e a ameaçada Jararaca-ilhoaNan Madol é uma série de 92 ilhas artificiais espalhadas por uma área de 200 hectares. Algumas paredes das construções têm pouco mais de sete metros de comprimento, por cinco de espessura, erguidas com rochas negras de basalto cujo peso foi estimado em 750.000 toneladas métricas.
Entretanto, os pesquisadores não encontraram indícios de roldanas ou outras ferramentas. Isso reforçou o caráter misterioso destas ruínas. “Não sabemos como trouxeram as colunas para cá. Muito menos sabemos como as ergueram para construir as paredes. A maioria dos pohnpeians se contenta em acreditar que usaram magia para montá-los”, disse um arqueólogo de Pohnpei ao Smithsonian.
A Ilha de Pohnpei
Hoje, a ilha é a capital da Micronésia ou, dos Estados Federados da Micronésia, uma federação insular composta por quatro estados, Chuuk, Kosrae, Pohnpei, e Yap, e 607 ilhas que se estendem pelo arquipélago das Carolinas. A população é formada por uma mistura de melanésios, polinésios e filipinos, e é considerada, sobretudo, uma das últimas culturas nativas da Oceania a se desenvolver.
Entretanto, o atual território fazia parte do protetorado das Ilhas do Pacífico, das Nações Unidas, sob administração tutelar dos Estados Unidos. Mas, em 1986 o país alcançou sua independência. Desde então, mantém um Tratado de Livre Associação com os Estados Unidos.
Diego da Rocha o primeiro europeu a chegar
O primeiro europeu a chegar às Carolinas foi o nauta português Diego da Rocha, em 1527. O nome ‘Carolinas’ foi dado pelo almirante espanhol Francisco Lazeano, em 1686. Até o século 19, entretanto, alemães e espanhóis disputaram a posse que acabou em mãos da coroa espanhola. O Protetorado das Ilhas do Pacífico, das Nações Unidas, é reflexo da mudança geopolítica depois da Segunda Grande Guerra.
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O clima é tropical e Pohnpei é considerada um dos lugares mais úmidos do planeta. A população é de 74.685 habitantes (2018), a base da economia é a pesca e, principalmente, o turismo.
A história da Nan Madol, ou o que se sabe dela
Segundo o independent.co ‘Nan Madol foi descrita como a Oitava Maravilha do Mundo pelos primeiros exploradores europeus, formada por 97 blocos individuais de formato geométrico, separados por estreitos canais de água’.
As ruínas, descobertas no início do século 20, desde sempre foram consideradas um mistério. O arqueólogo Patrick Hunt sintetizou o espanto: “Por que alguém construiria uma cidade no meio do oceano, e por que aqui, tão longe, de qualquer outra civilização conhecida?”
A construção de ilhotas artificiais começou por volta dos séculos VIII e IX
Segundo o www.atlasobscura.com ‘A construção de ilhotas artificiais começou provavelmente por volta dos séculos VIII e IX d.C. No entanto, as estruturas megalíticas foram construídas no período do século XII ao XIII, quase ao mesmo tempo que a construção de pedra da Catedral de Notre Dame, ou Angkor Wat, Camboja’.
A ilha, invadida por estrangeiros que estabeleceram a dinastia de Saudeleur. E assim ficou por cerca de 500 anos. Esta dinastia teria tido o seu fim por volta de 1600, dominada pelos chamados Isokelekel.
A princípio, ‘Nan Madol parece ter abrigado a casta de elite governante da dinastia Saudeleur. Era uma sede de poder político e cerimonial. Como meio de controle de seus súditos, a dinastia Saudeleur conseguiu unir os clãs de Pohnpei’.
‘A maior parte das ilhotas servia como área residencial. Porém, algumas serviam para fins especiais como preparação de alimentos, produção de óleo de coco ou construção de canoas’.
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Necrotério real na ilhota de Nandauwas
‘A peça central de todo o complexo, aparentemente, é o necrotério real na ilhota de Nandauwas, com suas paredes de 7,5 m de altura em torno do recinto central do túmulo’.
‘A população de Nan Madol era provavelmente superior a 1.000 numa época em que toda a população de Pohnpei mal chegava a 25.000. Não há fontes de água doce ou possibilidades de cultivar alimentos. Por isso, os suprimentos vinham do continente’.
‘Segundo a lenda, as pedras da construção de Nan Madol são consequência de magia negra. Os arqueólogos localizaram vários locais de pedreira possíveis na ilha principal, no entanto, o método exato de transporte do material ainda não foi determinado.
Desde 2016 Nan Madol é Patrimônio Mundial pela Unesco.
Assista ao vídeo do Science Channel e saiba mais sobre Nan Madol
Assista a este vídeo no YouTube
Na animação abaixo você pode ver como seria Nan Madol
Assista a este vídeo no YouTube
Imagem de abertura: https://tomtill.com
Parabéns pelo texto!
Muito interessante.
Muitíssimo interessante, mas eu também me pergunto, porque lá? Em um lugar tão longe de tudo.
Interessante essa história, esta cidade em alguns aspectos lembra a nossa capital federal, a que posso citar aqui é que ambas são Patrimônio Mundial pela UNESCO.
Hoje o Rodrigo me contou da Academia. Meus parabéns João, isso é muito bom de acontecer. Fiquei muito contente quando ele me contou no apetitoso almoço no seu ap. Continuo no barco.
Muito obrigado Fernando, abraços