Travessia do Atlântico em canoa termina em tragédia

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Travessia do Atlântico em canoa termina em tragédia com a morte de um francês que queria “zombar da velhice”

As viagens fantásticas continuam a seduzir muitas pessoas. Algumas atravessam os mares sozinhas a bordo de veleiros, outras tentam fazê-lo em canoas. E há muitos outros tipos de viagens-com-objetivo-de-provar-alguma-coisa. Questão de gosto, e gosto não se discute. O tema de hoje é Travessia do Atlântico em canoa termina em morte.

Na virada do ano, antes de iniciar a travessia, Jean-Jacques parecia feliz e confiante. Imagem, Oi Canadian.

O navegador francês

Segundo o site www.elmundo.es, ‘Jean-Jacques Savin, que completou 75 anos no dia 14 de janeiro a bordo de sua canoa “Audaz”, de oito metros de comprimento e 1,70 de largura, partiu no dia 1 de janeiro de Sagres (sul de Portugal) para se tornar “o senhor do Atlântico”, disposto a realizar uma façanha para ‘zombar da velhice‘.

Jean-Jacques Savin
Jean-Jacques Savin. Imagem, news.tvs-24.com.

Mas desta vez o destino estava no meio do caminho, tal qual Carlos Drummond de Andrade e seu poema, ‘No Meio do Caminho’. O www.elmundo.es explica: ‘O corpo do septuagenário francês que remava pelo Atlântico desde 1º de janeiro “foi encontrado sem vida dentro da cabine de sua canoa”, informou sua equipe à AFP.’

Um dia antes Savin ativou seus sinalizadores de socorro e, neste sábado 23/1,  sua equipe informou que não teve “contato” com ele desde então.

Canoa virada ao largo dos Açores

Segundo a equipe, a segurança marítima portuguesa localizou o barco virado ao largo dos Açores na sexta-feira, e sábado “um mergulhador conseguiu descer e visitar a embarcação”.

canoa virada no mar
Imagem, Marinha portuguesa.

O Guardian acrescentou que o corpo do ex-paraquedista “foi encontrado sem vida dentro da cabine”. E acrescentou: O ávido triatleta partiu do extremo sul de Portugal continental no dia 1 de janeiro, mas não havia contato com ele desde a noite de quinta para sexta-feira, quando ativou duas balizas de socorro.

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Cruzou o Atlântico numa espécie de tonel personalizado

Guardian informa que ‘Foi apenas sua última aventura depois de cruzar o Atlântico sozinho em um barril personalizado em 2019, uma viagem de 127 dias seguida por milhares no Facebook, e que este site repercutiu no post, Travessia do Atlântico em tonel, maluquice realizada.

Savin esperava novamente chegar ao Caribe, desta vez em um barco a remo de oito metros de comprimento e 1,7 metro de largura, com uma estação de remo no centro.

A filha de Savin, Manon, explicou que a operação de busca “foi realizada de imediato em coordenação com os serviços de salvamento marítimo francês, português e americano”.

Ao norte da Madeira

Na altura do último contato, Savin estava em alto mar, a norte da Madeira, e rumava para a pequena ilha de Ponta Delgada, no arquipélago dos Açores, para reparar a sua embarcação, disse o responsável de comunicação da equipe de voluntários.

Depois de ter se desviado por causa dos ventos fortes e ter alongado consideravelmente o percurso planejado, o septuagenário teve sérios problemas causados ​​por falhas de baterias elétricas e coletores solares. Pouco depois de partir em 1º de janeiro, condições de vento desfavoráveis ​​forçaram Savin a estender a viagem em 900 km.

“(A travessia) Está me custando energia física”

Na quarta-feira, ele havia relatado “ondulação forte e… vento” no Facebook, acrescentando que foi forçado a mudar de um dessalinizador elétrico de água para um de backup operado manualmente. “Está me custando energia física”, escreveu. Mas “tenha certeza de que não estou em perigo”.

Savin, que disse que remar através do Atlântico era uma forma de “rir da velhice”, comemorou seu 75º aniversário na sexta-feira da semana passada a bordo de seu barco de duas cabines.

Ele partiu com 300 kg de equipamentos, incluindo alimentos liofilizados, um arpão para pescar e um aquecedor, além dos dois dessalinizadores. Para comemorar seu aniversário, ele também trouxe seu bandolim, foie gras e champanhe. “Estou de férias para o mar aberto”, dissera antes de partir. “Vou remar oito horas por dia e quando o vento soprar muito forte, vou me fechar.”

Imagem de abertura: Oi Canadian.

Fontes: https://www.elmundo.es/internacional/2022/01/22/61ec1ac7fc6c83a6328b45ce.html?fbclid=IwAR3sMMQCNnvYh6ROnGUPQRpW9ZN03I-bYziPozmrmmAP4VYyPN1fFSdN_cg; https://www.theguardian.com/world/2022/jan/23/french-adventurer-75-attempting-to-row-across-the-atlantic-found-dead.

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Comentários

10 COMENTÁRIOS

  1. Morrer é apenas um detalhe. O que importa é o desafio, a coragem, a vontade de fazer. Isso vale mais do que muitas vidas em terra que vivem com medo, não tem desafios e falam dos outros que tentaram o que ele não foi capaz. Parabéns e fique com Deus que aliás todos ficaram cedo ou tarde.

  2. É lamentável, mas acredito que a rota que ele escolheu não foi a melhor.
    Almir klink qdo fez a travessia optou por sair da África, pra seguir as correntes marítimas mais calmas. Mas acima de tudo precisamos parabenizá-lo pela iniciativa e empenho em viver e morrer fazendo o que gostava e planejou.
    Poucos de nós conseguimos isso.

  3. Não estudou todos os riscos e possibilidades, como o nosso grande Amyr Klink, cujo barco a remo era “a lâmpada”, com centro de gravidade baixo que lhe conferia a capacidade de poder virar várias vezes e, sempre, retornar à posição original, tipo joão-bobo. Detalhe que lhe custou a vida. Não chequei a viagem com mais detalhes, mas as correntes são fundamentais para tal travessia, remar é detalhe e serve mais para passar o tempo.

    • Exatamente. Nota-se pela foto que z canoa do francês não era especial para a travessia, como a do Amir, a lâmpada mágica que sempre ficaria na posição correta.

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