Qual a Marinha mais antiga do mundo, você sabe?
Para quem acompanha este site, a resposta vem fácil: Portugal! A Marinha Portuguesa é a mais antiga ainda em atividade. Segundo o site ncultura.pt, ela completou 705 anos. O portal destaca: “Portugal tem uma história tão rica quanto longa. É um orgulho saber que o país abriga a Marinha mais antiga do mundo.”

A armada lusitana
Nos séculos XV e XVI, no final da Idade Média, Portugal tornou-se potência mundial durante a Era dos Descobrimentos. Com o aperfeiçoamento da caravela, os portugueses ergueram um vasto império que se espalhou pela América do Sul, África, Ásia e Oceania.


Em 1488, os portugueses contornaram o extremo sul da África. Dez anos depois, Vasco da Gama se tornou o primeiro europeu a chegar à Índia por mar.

Mas, antes, que tal conhecer a…
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Portugal é o Estado-nação mais antigo do continente. Fundado em 1143, definiu suas atuais fronteiras por volta do século XIII. Desde então, tornou-se a nação soberana mais antiga do mundo.

A partir de 1415, iniciou um movimento expansionista que levou sua língua e cultura aos cinco continentes. O território se estendeu até os arquipélagos dos Açores e da Madeira. O país também implantou regimes coloniais em várias regiões da África, na Índia e em Timor-Leste.
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A formação do Estado moderno veio mais tarde, graças às reformas do marquês de Pombal. Mas a origem do reino, no contexto da Reconquista, foi obra de Afonso Henriques. Para alcançar tamanho feito, Portugal precisou aprender com os melhores. Por isso, em 1317, chamou os genoveses.
D. Dinis assinou um acordo com o genovês Manuel Pessanha
No dia 1º de fevereiro daquele ano, o rei D. Dinis assinou um acordo com o genovês Manuel Pessanha, que passou a comandar a Armada Portuguesa.
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A Marinha considera esse contrato o marco de sua criação formal. Desde então, passou a existir de forma contínua — motivo pelo qual é considerada a Marinha mais antiga do mundo.

Desde sempre no mar, guerreando
Durante o reinado de D. Afonso Henriques, uma esquadra com 10 galés muçulmanas tentou surpreender a guarnição portuguesa perto de Porto de Mós, após desembarcar em São Martinho do Porto, ao largo do Cabo Espichel.

A esquadra muçulmana acabou derrotada por D. Fuas Roupinho, que causou muitas baixas e ainda capturou o almirante inimigo.
O maior império do mundo, e o último a desaparecer
O Império Britânico foi o maior da história em extensão de terras descontínuas. Seu declínio começou após a Segunda Guerra Mundial, em 1945, e se encerrou em 1997.
Declínio do Império Britânico
Em setembro de 1982, a primeira-ministra Margaret Thatcher foi a Pequim para negociar o destino do território mais populoso sob domínio britânico: Hong Kong. A transferência aconteceu em 1997, encerrando o ciclo colonial do Reino Unido.
O mais longo império do mundo ocidental
Portugal, com o respaldo de sua Marinha, construiu o mais longo império do Ocidente. Durou quase 550 anos. Foi também o último a desaparecer.

No século XVI, os portugueses chegaram a Macau, ponto estratégico que facilitou o contato entre o Ocidente e a China — à época, uma potência marítima em decadência.
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Após revoltas e longas negociações, Portugal concordou em devolver Macau à soberania chinesa. A transição aconteceu em 20 de dezembro de 1999, quando Macau tornou-se uma Região Administrativa Especial.
Assim terminou o último império europeu. Tudo começou com o sonho de um certo Afonso Henriques, no século XII — e só se tornou possível pela força naval de Portugal, forjada séculos antes da era moderna.
Imagem de abertura: www.ncultura.pt.
https://marsemfim.com.br/os-fenicios-grandes-navegadores-da-antiguidade/
Obrigado João (me permita) pelas aulas de história que acompanho aqui, além claro de tudo o que vc posta sobre água, esse elemento tão crucial para nossa existência, seja ela doce, salgada, potável, gelada… E por fim por esse, tão necessário mas ainda tão incompreendido, cuidado ambiental, que também possibilita nossa existência. Abraços e obrigado por compartilhar conhecimento.
sou portugues da terra do primeiro rei de portugal d. afonso henriques,jjasou idoso i fico feliz por ler ,o que na escola do meu tempo nem se falava dos feitos por essa pouca gente que era a populacao de portugal. obrigado pelo artigo
Parece não restarem dúvidas que a Marinha Portuguesa é a mais antiga do mundo, em actividade contínua! Mas, falando da expansão portuguesa das Américas ao Extremo Oriente, é interessante referir que, nos séculos XV/XVI, Portugal tinha pouco mais de 1 milhão de habitantes. E, nessa altura, Portugal não era um país rico, como seria no século XVII. De um modo geral, e a História que aprendemos não nos ensinou isso, terá de ser salientado o esforço desses poucos e pobres lusitanos que levaram a bandeira portuguesa aos quatro cantos do Mundo.
João,e a marinha chinesa,onde se enquadra na História?
Este post explica, Joaquim: China potência marítima do século XV (https://marsemfim.com.br/china-potencia-maritima/.abs)
Boa noite, não entendi qual o motivo de tanta duvidas, pra mim está tão claro que este blog se refere a marinha mais antiga em atividade.
Mais um vez, parabéns João
Caro João Lara Mesquita,
Em primeiro lugar deve ficar expresso o meu apreço pelo seu esforço na divulgação dos temas do mar, no seu blog Mar Sem Fim. Parabéns !
Especificamente em relação a este último post, sobre a marinha mais velha do Mundo, sendo português, é sempre para mim gratificante ver o país posicionado no seu exacto enquadramento histórico. E sim, Portugal é o país mais velho do Mundo, com as suas fronteiras definidas tal como as encontramos hoje, à excepção de alguns pequeníssimos pontos de, ainda, discussão política.
A fundação de uma marinha real e actuante, data, como bem referiu, do início do reinado de Afonso I, quando o Rei designou D. Fuas Roupinho como Almirante. Contudo, também como referiu, cabe a D. Dinis o mérito de dar a essa mesma marinha, que ainda era muito feudal, uma estrutura muito mais organizada. A sua visão era de tão longo prazo que, inclusivamente, tratou de investir na plantação da matéria prima para o seu desenvolvimento – pinheiros, a árvore local mais usada na construção naval, na altura.
Posteriormente, mais de um século depois, tivemos outro Rei, João II (1455-1495), que teve também a visão suficientemente vasta para pensar a mais longo prazo, e foi responsável pelo fortalecimento da marinha real, tanto na sua função de ataque como nas funções de defesa e soberania, nomeadamente na patrulha das rotas de navegação usadas na altura pela frota mercante, e das costas, do continente e ilhas, atacadas constantemente pela pirataria. É ao legado de João II que Manuel I (14690-1521), seu primo e sucessor, deve muito do seu êxito e do seu título “O Venturoso”; como hoje se costuma dizer, a sorte aparece depois de muito trabalho …
Se João II fundou as bases do trabalho da marinha nacional dessa época, Manuel I alargou, e muito, o seu raio de acção. De facto, instalada a coroa real portuguesa em Goa, na Índia, durante o reinado de Manuel I, depressa se construiu aí o Arsenal do Vice-Reino da Índia, capaz de manter as embarcações do reino e de construir toda a frota cuja a função era fundamental para garantir a segurança do Vice-Reino e o seu alargamento.
Foi com base nessa alargada capacidade naval que se conquistaram e/ou se construíram possessões, feitorias, fortes, etc. … que se estendiam desde o Golfo Pérsico (Ormuz p. ex.), a oeste de Goa, até ao extremo oriente Malaca, Timor, Macau, ou ainda Tanegashima (Japão). Isto já não entrando na discussão sobre a reivindicação da “descoberta” da Austrália pelos portugueses, no Séc. XVI, ou seja dois séculos antes do conhecido Cp. Cook, inglês, a quem correntemente se atribui a descoberta desse vasto continente.
Igualmente, na sua expansão para ocidente, o reino, principalmente através do trabalho de João IV (16014-1656) e dos seus sucessores, investiu também nos apoios de marinha através da fundação dos Arsenais de Marinha de Salvador da Baía e do Rio de Janeiro, mas isso são “contas de outro rosário” que nem me atrevo a comentar nesta altura :)
Por isso fico sempre desgostoso quando vejo mapas onde este vastíssimo território de poder, ou pelo menos de influência, não aparece, como é o caso concreto do mapa do seu post onde se resume a geografia da expansão portuguesa.
Fica aqui essa referência.
Obrigado,
Manuel M. Cunha
Diz o artigo: “Portugal é o estado-nação mais antigo da Europa. Fundado em 1143, suas atuais fronteiras foram estabelecidas em meados do século XIII quando torna-se a mais antiga nação do mundo.” Então, a China, o Japão, a Grécia, muitp mais antigas – não são nações?
Àquele tempo caro Jaroslaw, não existia o ‘conceito’ de nação moderna tal qual hoje. A “China”, por exemplo representava uma vasta região que englobava diversas etnias diferentes, e assim por diante, que vieram dar nas nações modernas do ‘conceito’ atual, como as duas Coreias, Vietnã, o Laos, o Camboja, os uigures, e tantos outros. Eis porque os lusos são os mais antigos. Não porque eu goste ou queira, porque a história ensina (como procurei mostrar inutilmente, porém, em vosso caso). Abraços
assuntos sempre interessantes.
Quem não estuda história não conhece as marinhas do Egito, da Grécia e de roma
É vero, Alfio. Por isso publicamos Egípcios e a navegação, potência marítima ao tempo dos faraós (https://marsemfim.com.br/egipcios-e-a-navegacao/); Batalha de Salamina, parte da História da humanidade (https://marsemfim.com.br/batalha-de-salamina-parte-da-historia-da-humanidade/); Guerras Púnicas e o fim de Cartago no Mediterrâneo (https://marsemfim.com.br/guerras-punicas-e-o-fim-de-cartago-no-mediterraneo/), entre tantas outras. Abraços
João,
Não é verdade que Portugal teve a mais antiga marinha do mundo. A batalha de Salamina foi vencida pela frota grega no século IV AC. As frotas dos fenícios e dos cartagineses dominaram a navegação no Mediterraneo também antes de Cristo. E se for para falar em escala ainda maior, as frotas vikings dominaram o Mar do Norte e chegaram às Americas muito antes dos portugueses e espanhóis. Abraço do Celso Ming
Grande Celso Ming, que prazer receber vosso comentário. Sim, em parte você tem razão. Já escrevi muito sobre a batalha de Salamina (https://marsemfim.com.br/batalha-de-salamina-parte-da-historia-da-humanidade/); os fenícios (https://marsemfim.com.br/fenicios-grandes-navegadores/); e vikings (https://marsemfim.com.br/vikings-grandes-navegadores/). Talvez, o problema seja o título impreciso, não sou bom neles. Aliás, revi o texto, e a pergunta é clara: Qual a Marinha (atual) mais antiga do mundo, você sabe? E não, qual país TEVE a marinha mais antiga…Por isso, no caso de marinha (ainda atuante), não resta dúvida, é portuguesa com certeza. Grande abraço.
João, parabéns pela elegante e educada resposta ao seu indelicado e impreciso colega de trabalho.
Muito obrigado, caro Antonio. Sabe, em alguns aspectos, o sobrenome ajuda, em outros, você tem que provar seja o que for, a vida inteira. Fazer o quê. Abraços
Humildemente sugiro um título para este ótimo artigo:
– Qual a Marinha mais antiga do mundo em atividade ?
Um abraço.
Boa, Tito, matou. Eu bem que avisei: não sou bom para títulos. Abraços
Mas como marinha de uma nação soberana, Portugal tem sim a mais antiga marinha do mundo. A Grécia da batalha de Salamina deixou de existir quando foi dominada pelo Império Romanos e depois pelo seu sucessor, o Império Bizantino. A Grécia só veio recuperar sua independência e soberania como nação no século 19, quando conseguiu livrar-se do domínio Otomano.
Boa medida renomear o texto, que é excelente. Eu também me lembrei dos Fenícios de Cartago, que tiveram intensa atividade naval no Mediterrâneo, na Idade Antiga.
Grato pela colocacao Celso..
gostaria de receber aqui as matérias de Mar Sem Fim, grato
Não temos este serviço, Caetano, mas basta acompanhar o portal, ou entrar direto no site. Abraços