Egípcios e a navegação: seus avanços tornaram possíveis as pirâmides
O país das pirâmides também foi pioneiro em outra área: egípcios e a navegação. Eles foram um dos povos que mais avançaram, em seu tempo, na arte da construção naval e da marinharia. Não fosse isso, não existiriam as pirâmides, templos, e outras obras de arquitetura que sobrevivem até hoje. A navegação é tão importante para os egípcios a ponto de ser registrada em hieróglifos. Antes deles, a grande potência marítima era a Fenícia.

Vela quadrada é registrada nos hieróglifos
A navegação pelo rio Nilo era vital para os egípcios. Tão importante, que a cena de um barco a vela subindo o Nilo acabou estampada nos hieróglifos. O historiador inglês, Paul Johnson, explica:
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A Espanha é feia, e uma mancada da imprensa omissaLa Meduse, o horror do naufrágio que abalou a FrançaVikings saíram da Groenlândia em razão de secanos hieróglifos egípcios o determinativo ‘para o norte’ manifesta um simples barco, enquanto que, ‘para o sul’, um barco a vela
Vela triangular
Mas eles também experimentaram a vela triangular, ainda que usada com vento a favor. Veja na gravura: a vela triangular era usada de ponta- cabeça, a parte maior ficava acima do mastro, a menor, abaixo.
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Apesar desta imagem, mais uma vez, Paul Johnson diz que “…os egípcios logo desenvolveram as muito eficientes velas triangulares, que acolhem a suave, entretanto permanente, brisa do norte; essas velas ainda são muito utilizadas em nossos dias”.
Pela descrição de Johnson, essas seriam as velas latinas, cuja ‘invenção é atribuída aos árabes‘. O Mar Sem Fim procurou gravuras antigas de barcos egípcios usando as triangulares contra o vento. Mas não achamos, a não ser o desenho abaixo com o subtítulo “Navios de Guerra’.
Ao que parece, os primeiros a usarem as velas latinas, ou seja, triangulares, foram os árabes.
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O egiptólogo brasileiro Moacir Santos (PPGH – UFF), entrevistado pelo Mar Sem Fim, explica que as velas triangulares surgiram no Reino Antigo, entre 2575 e 2134 a.C.
Este tipo de vela coexistiu com as de forma retangular – que são mais antigas e que continuaram em uso pelos egípcios e a navegação até a época romana.
Segundo o egiptólogo norte- americano Steve Vinson,
o modelo triangular foi banido dos registros no Reino Médio, a partir de 2040 a.C.
Egípcios dominaram a construção naval e a arte da navegação
Os antigos egípcios e a navegação se destacaram primeiro no desenvolvimento de embarcações fluviais, depois, com o passar dos tempos, vários tipos de barcos e navios foram construídos para a pesca, comércio, transporte (especialmente de pedras para as pirâmides), procissões e viagens.
O Nilo proporcionou um excelente meio de transporte. Todos os cantos da cidade, e da região, podiam ser alcançados por barcos.
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Apesar dos barcos para a pesca, o renomado historiador inglês Paul Johnson diz em seu livro (História Ilustrada do Antigo Egito,pag. 171) “…os egípcios possuíam elaboradas leis dietéticas, que os diferenciavam de outros povos. A carne de porco, tida como suja, era proibida, assim como, surpreendentemente, o peixe”. E prossegue, “…a palavra ‘proibido’ tinha como determinativo o hieróglifo para peixe.” Mas o país dos Faraós exportava peixe salgado…

Paul Johnson diz que (pag. 177) “…marinheiros, remadores e barqueiros constituíam uma parte significativa da população total. Supostamente todas as viagens eram feitas pela água, não havendo outras estradas comparáveis.”
São famosas as viagens em navios de Cleópatra à Roma, ao tempo de seu amante e pai de sua filho, Júlio César (48 a.C).
O barco mais antigo do mundo
O barco mais antigo do mundo, com cerca de 4500 anos, foi encontrado na pirâmide de Quéops. Alguns acreditam que o rei deveria usá-lo em sua vida após a morte. E o primeiro registro de um navio a vela é retratado em um pote egípcio que remonta a 3200 a.C.

Um dos notáveis avanços dos na construção de barcos foi o uso de peças de madeira que se encaixavam, e o uso de cordas para juntar as partes.
Quando o barco de Quéops foi achado, estava desmontado. Tinha mais de 1.200 peças. Foi preciso muita pesquisa para reconstruí-lo. Então perceberam que a embarcação não utilizava nenhum tipo de metal para a sua fixação.
Os operários da antiguidade fizeram uso das cordas de linho, o que atesta maestria na construção naval ao tempo dos faraós.
Com este avanço, abria-se o caminho para a criação de uma das mais fascinantes civilizações da história. Segundo Paul Johnson, o período dos faraós “foi a primeira grande época cosmopolita da história mundial.”
O primeiro registro de um barco
O primeiro registro de um navio sob a vela é retratado em um pote egípcio que remonta a 3200 a.C. Esses barcos eram feitos de madeiras nativas ou coníferas do Líbano.
O cedro era importante como material de construção naval. Também usavam veleiros com vela quadrada. Os navios militares evoluíram gradualmente.
Os tipos de barcos
Mais de 120 imagens de barcos egípcios antigos foram descobertos adornando o interior de um edifício em Abydos.
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O edifício data de mais de 3800 anos e foi construído perto do túmulo do faraó Senwosret III.
Os barcos Abydos foram descobertos no ano de 2000, uma frota de 14 unidades. Tinham cerca de 25 metros de comprimento, dois a três metros de largura e cerca de sessenta centímetros de profundidade. Levavam 30 remadores.
Tipos de embarcações no antigo Egito
Felucas, e suas velas latinas, barcos tradicionais dos descendentes dos faraós
Eles são os barcos tradicionais egípcios ainda usados no Nilo…São os descendentes dos outros modelos que você viu acima.
Assista a animação sobre os barcos egípcios do rio Nilo

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Fontes: História Ilustrada do Antigo Egito, de Paul Johnson (Ediouro); wikipedia.org; www.quora.com; www.britannica.com.
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Amei essas pesquisas, muito interessante e significativa para minha formação além de entender os princípios das embarcações e etc.
Banaca. Estou finalizando artigo para publicação em revista da faculdade e utilizei autor que fala sobre embarcações egipcias
Perdoe-me, mas vou me envolver na polêmica do milho. De fato, a origem do milho é americana, especificamente a América do Norte, embora já fosse cultivado nas três Américas à época da chegada dos europeus. Estudos recentes baseados em análises de DNA levam à suposição de que ele foi desenvolvido artificialmente por agrônomos ancestrais a partir do teosinto (também chamado de dente-de-burro), uma gramínea comum no México. Foi “criado” aqui, então, nas Américas.
Um dos grãos cultivados pelos antigos egípcios era o painço. Esse vegetal é conhecido em Portugal também pelo nome de milho-miúdo, e no Brasil há quem o chame de milho-painço. Mas o painço não tem nada a ver com o milho, o nosso milho.
Acredito que aí está a origem do engano, na tradução do idioma original de suas fontes para o português.
Abraços.
Achei as informações excelentes para um trabalho que estou desenvolvendo sobre os egípcios antigos. Gostaria de fazer uma pequena observação! No capítulo “Tipo de embarcações do antigo Egito” está afirmando que “o Egito exportava linho, papiro, peixe salgado e milho.” Só pra constar que o milho foi apresentado ao mundo somente após a chegada dos europeus ao continente Sul Americano. As civilizações pré-colombianas da América do Sul tinham nele sua base alimentar! Por favor, não pensem que quero desmerecer esse ótimo trabalho. Abraços.
É verdade, Samuel, vou checar a fonte desta informação…Samuel, chequei. Paul Johnson insiste que o milho era exportado ao tempo dos faraós. E, em seu livro, achei um hieróglifo que mostra as “medidas do Milho”. Encontrei também um desenho numa tumba mostrando agricultores de milho no Egito Antigo. Por isso deixo sua informação, confirmo que a maioria das fontes dizem que o milho é originário do México mas, algum engano deve haver. Paul Johnson é um dos mais respeitados historiadores ingleses. E as imagens falam por si. Abraços
Não poderia ser uma tradução equivocada de corn? Pois pode ser usada para definir cereais em geral, sem conotação para o milho (mayze) americano e sim para cereais (plantas cujas sementes possuem gérmen e farelo, de modo bem simplista) como o trigo, sorgo e outras gramíneas.
Sim, pode ser Artur, mas como não tenho certeza preferi deixar como está no original. abs
Olá João, gostei muito das informações. Vou compartilhar. Abs,
Ok, Eliana, muito obrigado, abs