O Farol de Alexandria, o maior porto do mundo antigo
Além de ser o maior do mundo antigo, o Farol de Alexandria foi considerado a sétima e última das maravilhas do mundo antigo. Sua construção aconteceu entre 280 e 247 a.C., e durou cerca de 15 anos. Ptolomeu começou o trabalho. Seu projeto foi concluído sob o reinado do filho, Ptolomeu II.
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Os faróis sempre foram amigos dos navegantes, especialmente antigamente quando não havia a tecnologia hoje disponível. Era através deles que navegadores confirmavam sua posição no mar. Até hoje são indispensáveis à navegação.
O mais icônico, e primeiro que se conhece, é o Farol de Alexandria.
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“O Farol de Alexandria foi construído durante o Reino Ptolomaico, na ilha de Faros, pelo arquiteto grego Sóstrato de Cnido. Ele tinha entre 120 e 137 metros de altura e funcionava a base de fogo.” Foi a construção na ilha de Faros que gerou o nome farol até hoje em uso.
O funcionamento do Farol de Alexandria
“O fogo estava aceso na parte mais alta, aquela em que havia a estátua. Ele era importante, visivelmente poderoso e cuidado dia e noite. Durante o dia, era a fumaça que direcionava os barcos; a noite, o brilho do fogo. Para alimentá-lo, era necessária uma grande quantidade de madeira armazenada nos quartos do primeiro andar da torre.”
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![ilustração do farol de alexandria](https://marsemfim.com.br/wp-content/uploads/2019/03/f1-768x417.jpg.webp)
Por muitos séculos foi uma das estruturas mais altas do mundo. Danificado por três terremotos entre os anos de 956 e 1323, tornou-se uma ruína abandonada.
![mapa com marca azul que sinaliza Alexandria](https://marsemfim.com.br/wp-content/uploads/2017/04/mapa-768x495.jpg.webp)
Carl Sagan lembra que “o mundo mediterrâneo daquela época era famoso pela navegação marítima. Alexandria era o maior porto do globo.”
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![imagem de 3 moedas antigas cunhadas com a imagem do farol de alexandria](https://marsemfim.com.br/wp-content/uploads/2019/03/moedas-768x293.jpg.webp)
De acordo com o site merveilles-du-monde, “Essas três moedas fazem parte das mais antigas representações do farol de Alexandria, embora as imagens não sejam precisas.”
“À esquerda: Uma moeda que data do imperador Commodus (180-192). Ele representa o farol de Alexandria e um barco passando nas proximidades. (Biblioteca Nacional da França, Departamento de Moedas).”
“No centro: Uma moeda que data do imperador Antonino (138-161). Representa o farol de Alexandria (coleção particular).”
“Direita: Uma moeda que data do imperador Adriano (117-138). Representa o farol de Alexandria (coleção particular).”
![imagem antiga do farol de alexandria](https://marsemfim.com.br/wp-content/uploads/2019/03/basilica.jpg)
O Farol da Alexandria sobreviveu até a idade média
“Até 1480, era a terceira maravilha antiga sobrevivente (depois do Mausoléu de Helicarnasso e da Grande Pirâmide de Gizé, única que se mantém em pé até os dias de hoje), quando então a última de suas pedras remanescentes foi usada para construir a Cidadela de Qaitbay no mesmo local.
![foto de Alexandria hoje](https://marsemfim.com.br/wp-content/uploads/2019/03/A-hj.jpg)
Em 1994, arqueólogos franceses descobriram parte dos restos do farol no Porto Oriental de Alexandria. Em 2015, o Ministério de Estado das Antiguidades do Egito planejou transformar as ruínas submersas da antiga Alexandria, incluindo as de Faros, em um museu subaquático.
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No mesmo ano, em maio, o Comitê Permanente do Egito para Antiguidades anunciou planos de reconstruir o monumento.
Alexandre, O Grande, fundou Alexandria
“Faros era uma pequena ilha localizada na margem ocidental do Delta do Nilo. Em 332 a.C., Alexandre fundou a cidade de Alexandria em um istmo oposto a Faros.”
![O Farol de Alexandria, imagem de mapa mostrando alexandria](https://marsemfim.com.br/wp-content/uploads/2017/04/mapa-mgvidamansa.com_.br_.jpg.webp)
Alexandria e Faros foram conectadas depois por um molhe que media mais de 1200 metros e era chamado de Heptastadion.
![ilustração de O Farol de Alexandria](https://marsemfim.com.br/wp-content/uploads/2017/04/farol-pgs-em-branco-768x439.jpg.webp)
O Farol da Alexandria, fundado no séc. III a.C, tinha alcance de 47 Km!
Depois que Alexandre morreu de uma febre, aos 32 anos, o primeiro Ptolomeu (um dos generais de Alexandre) anunciou-se rei em 305 a.C. e comissionou a sua construção pouco depois. O edifício foi terminado durante o reinado de seu filho, o segundo Ptolomeu, que levou doze anos para o completar. Judith McKenzie escreve que
…as descrições árabes do farol são notavelmente consistentes, embora tenha sido reparado várias vezes, especialmente após danos causados por terremotos. A altura que dão varia apenas 15%, de 103 a 118 metros, em uma base de cerca de 30 metros quadrados…
![ilustração de alexandre guerreando a cavalo](https://marsemfim.com.br/wp-content/uploads/2017/04/cavalo.jpg.webp)
Outra descrição vem do belíssimo livro Infinito Em Um Junco (Intrínseca), de Irene Vallejo. A obra foi eleita pelo New York ‘uma das melhores do ano’. Igualmente ganhou Prêmio Nacional de Ensayo pelo Ministério de Cultura da Espanha.
Com a palavra, Irene Vallejo: ‘No topo, a uma altura de cerca de 120 metros, havia um espelho que refletia o sol de dia e o resplendor de uma fogueira à noite. No silêncio da noite os escravos subiam as rampas levando o combustível que mantinha o fogo queimando.’
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‘Foi a última e mais moderna das sete maravilhas da Antiguidade. Ele simbolizava o que Alexandria queria ser: a cidade-farol, o centro do eixo de coordenadas, a capital de um mundo ampliado, o marco luminoso que guiava e dirigia o rumo de todas as navegações.’
Alexandria em seu apogeu
“Era uma cidade cosmopolita, cheia de sábios, e com a maior biblioteca do mundo antigo. Um de seus diretores foi o astrônomo, historiador, geógrafo, filósofo, poeta, crítico teatral e matemático, Eratóstenes. Ele foi o primeiro a medir a circunferência da Terra em 40 mil kms.
![Ilustração da antiga Alexandria](https://marsemfim.com.br/wp-content/uploads/2017/04/varios.jpg)
De acordo com Carl Sagan, professor de astronomia e ciências espaciais, em Cornel, “a proposta tem uma margem de erro de apenas uns poucos por cento, uma realização notável para a época, 2.200 anos atrás.”
Para ele “foi em Alexandria que começaram a aventura intelectual que nos trouxe às margens do espaço.”
![ilustração, o farol de Alexandria](https://marsemfim.com.br/wp-content/uploads/2019/03/farol-768x279.jpg)
A cidade de Alexandria
Diz Sagan, “sua população era de uma diversidade maravilhosa. Soldados macedônios, depois romanos, sacerdotes egípcios, aristocratas gregos, marinheiros e navegadores fenícios, mercadores judeus, visitantes da Índia e da África Subsaariana – todos, exceto a vasta população de escravos – viveram juntos e em harmonia e respeito mútuo durante a maior parte do período de grandeza de Alexandria.”
![Ilustração da cidade e farol da Alexandria](https://marsemfim.com.br/wp-content/uploads/2017/04/Farol.jpg)
Alexandria, e o primeiro sino de mergulho do mundo
“A cidade foi fundada por Alexandre, O Grande, e construída por seu ex-guarda-costas. Alexandre estimulava o respeito por cultura estrangeiras e uma mente aberta na busca do conhecimento.” Segundo a tradição, ele desceu no fundo do Mar Vermelho no primeiro sino de mergulho do mundo.”
![imagem de Ilustração de sino de Alexandre](https://marsemfim.com.br/wp-content/uploads/2017/04/sino.jpg)
Um elefante de presente para Aristóteles
“Alexandre coletou formas de vida exóticas, entre as quais um elefante para seu professor, Aristóteles. Sua cidade foi construída numa escala pródiga para ser o centro mundial do comércio, da cultura e do conhecimento. Foi agraciada com grandes avenidas com trinta metros de largura, arquitetura e estatuária elegantes, o túmulo monumental de Alexandre e um enorme farol na ilha de Faros.”
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![Ilustração de elefante](https://marsemfim.com.br/wp-content/uploads/2017/04/elefante.jpg)
‘O primeiro real instituto de pesquisa na história do planeta’
“Mas o grande prodígio de Alexandria era sua biblioteca e museu (literalmente, uma instituição dedicada às especialidades das nove Musas) a ela associado. Dessa lendária biblioteca, a maior parte do que sobrevive é seu anexo, o porão úmido do Serapeu…ela foi o primeiro real instituto de pesquisa na história do planeta. Os sábios da biblioteca estudavam todo o cosmos.”
A biblioteca de Alexandria
Ainda de acordo com Carl Sagan, “o coração era sua coleção de livros. Seus organizadores passavam um pente-fino em todas as culturas e línguas do mundo. Enviavam agentes ao estrangeiro com a missão de comprar bibliotecas. Navios comerciais atracados em Alexandria eram revistados por funcionários- não à procura de contrabando, mas de livros.”
![Ilustração: da biblioteca de Alexandria](https://marsemfim.com.br/wp-content/uploads/2017/04/biblioteca.jpg)
“É difícil fazer uma estimativa, mas parece provável que a biblioteca contivesse meio milhão de livros, cada um deles um manuscrito num rolo de papiro.”
E conclui o professor: “a civilização clássica que os criara se desintegrou e a própria biblioteca foi destruída de maneira deliberada…”
O Farol de Alexandria desapareceu 20 anos antes da ‘descoberta’ do Brasil
“O farol foi gravemente danificado por um terremoto de 956 e novamente em 1303 e 1323. Finalmente o restante da estrutura desapareceu em 1480, quando o então Sultão do Egito, Qaitbay, construiu uma fortaleza medieval na plataforma do local do farol usando algumas das pedras caídas”.
![imagem de Um dos documentos da biblioteca de Alexandria](https://marsemfim.com.br/wp-content/uploads/2017/04/doc-768x388.jpg.webp)
Navegadores que provavelmente usaram o Farol de Alexandria
Assírios, e depois os babilônios e fenícios – os grande navegadores da época. Mas também persas, gregos, egípcios e romanos.
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O período de apogeu dos fenícios, povo descendente dos cananeus, foi entre 1.200 a.C. até 800 a C. Localizados numa estreita faixa de terra pobre, compreendida entre as montanhas do Líbano e o Mediterrâneo Oriental, a sua situação geográfica condicionou a sua principal atividade: o comércio marítimo.
A madeira de cedro, existente em abundância nas florestas do Líbano, permitiu-lhes criar uma frota que dominava grande parte do comércio do Mediterrâneo. Egípcios também usaram o farol.
Se você se interessa pela construção naval na antiguidade, leia o post baseado no livro História das Florestas, de John Perlin.
O Farol de Alexandria hoje
Em 1968 o farol foi redescoberto. A UNESCO patrocinou uma expedição para enviar uma equipe de arqueólogos marinhos, liderada por Honor Frost, para o local.
![imagem de mergulhador e cidade submersa](https://marsemfim.com.br/wp-content/uploads/2019/03/Hj.jpg.webp)
O vídeo abaixo faz uma reconstituição da construção do Farol de Alexandria. A narradora explica que o projeto nasceu ao acharem restos do farol debaixo d’água. Primeiro, foi preciso ‘montar o quebra-cabeça’. Depois, com ajuda da geometria de Euclides (do tempo da construção), pesquisadores desenvolveram a animação que você assiste a baixo.
![Le Phare d'Alexandrie enfin reconstitué !](https://i.ytimg.com/vi/FoeOOePu4u4/0.jpg)
Assista a este vídeo no YouTube
Por tudo que se viu, a imagem abaixo é a mais provável reconstituição do icônico farol:
![imagem moderna do farol de alexandria](https://marsemfim.com.br/wp-content/uploads/2019/03/fafa-768x511.jpg.webp)
Conheça alguns dados do Farol mais incônico do mundo:
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![The Lighthouse of Alexandria One of the 7th Wonder of the Ancient World Documentary](https://i.ytimg.com/vi/YoRvJcgSDE4/0.jpg)
Assista a este vídeo no YouTube
Fontes virtuais: https://www.merveilles-du-monde.com/Sept/Phare-d-Alexandrie.php; https://pt.wikipedia.org/wiki/Farol_de_Alexandria; http://historia7-penedono.blogspot.com.br/2007/01/os-fencios-um-povo-de-navegadores-e.html; https://www.thinglink.com/scene/848590721769275393; https://www.thetimes.co.uk/article/lost-city-of-alexander-the-great-found-in-iraq-pw6g2dtvj.
Ilustração de abertura: www.alamy.de.
Livro: Carl Sagan, Cosmos, Cia das Letras.
Conheça outra obra ‘faraônica’ mas moderna: o canal do Panamá.
Estou estudando sobre Alexandre e fiquei encantada por ele. E o professor falou do farol de Alexandria e fiquei curiosa e vim parar por aqui.
a matéria não explica como era o funcionamento do farol.
Interessante artigo, mas poderia informar mais detalhes, por exemplo: qual a fonte de luz? Provavelmente fogo. Qual o combustível? Já havia lente? Etc.