Proteger o alto-mar torna-se prioridade para 30 países
A One Ocean Summit ocorreu em Brest, na Bretanha, França, de 9 a 11 de fevereiro de 2022, com o objetivo de mobilizar a comunidade internacional para tomar ações tangíveis para preservar e apoiar um oceano saudável e sustentável. O primeiro grande evento de um “super ano” para o oceano, a Cúpula é uma oportunidade para iniciar o segundo ano da Década do Oceano com os primeiros grandes compromissos internacionais para proteger o oceano e reverter sua saúde em declínio. Proteger o alto-mar torna-se prioridade para 30 países.
Leia também
Coquetel de medicamentos contamina animais marinhosPoluição no Polo Petroquímico de Capuava terá CPICompanhias de navegação recusam plástico do ocidenteOne Ocean Summit
Cerca de trinta chefes de Estado e de governo de todo o mundo comprometeram-se em colocar a defesa e a proteção dos mares como uma prioridade na agenda europeia e internacional. O compromisso foi assumido na cidade de Brest, durante o último dia da cúpula “One Ocean”.
Segundo o site umsoplaneta.globo.com ‘Representantes de mais de 100 nações se comprometeram com medidas destinadas a preservação dos oceanos, durante a Cúpula One Ocean’.
Visto como “um grande passo em frente”, a presidente da Comissão Europeia anunciou o lançamento de uma coligação de 27 estados membros da União Europeia e 13 outros países para concluir um tratado ambicioso para proteger as zonas de alto-mar que não estão sob a jurisdição de nenhum estado.
PUBLICIDADE
As negociações estão em curso sob a égide da ONU desde 2018, mas as conversações foram interrompidas por causa da pandemia. A quarta e teoricamente rodada final de negociações está agendada para março, em Nova Iorque.

Segundo o jornal O Globo, ‘Os Estados Unidos anunciaram que apoiam o lançamento de negociações da ONU para um acordo internacional contra a poluição por plásticos. Assim, o país se unirá a mais uma dezena e ao conjunto da UE’.
‘No final de fevereiro, o tema será abordado durante a IV Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente, a fim de alcançar um acordo internacional contra a poluição causada pelas 8,3 bilhões de toneladas de plástico produzidas desde a década de 1950’.
Mais lidos
Conferência dos oceanos da ONU 2022, apenas mais uma?Tubarão Port Jackson, um tipo muito estranhoManchas de óleo, primeiro mapa global da poluiçãoO Globo informa também que ‘Outros assuntos foram discutidos, como a redução das emissões de gases de efeito estufa no setor marítimo, algo que não consta no Acordo de Paris sobre clima; e a eliminação dos subsídios públicos que incentivam a pesca predatória e a pesca ilegal (Obs. do MSF: que alcançam a cifra de US$ 35 bilhões de dólares), questão que está sendo discutida na Organização Mundial do Comércio (OMC)’.
Oceanos esquecidos
De acordo com o jornal The Guardian, Olivier Poivre d’Arvor, embaixador da França para questões marinhas, observou que o oceano cobre mais de 70% da superfície da Terra, é um regulador climático vital, rico em recursos, fundamental para o comércio e um elo essencial entre as nações .
“Mas é rotineiramente deixado de lado nas principais cúpulas, e agora está sob séria ameaça de toda uma série de pressões diferentes. Portanto, esta iniciativa visa aumentar a ambição internacional e obter compromissos concretos e mensuráveis para ações tangíveis”, disse ele.

A França é a segunda maior potência marítima do mundo depois dos EUA, com zonas econômicas exclusivas totalizando mais de 11 milhões de quilômetros quadrados.
Mineração submarina
A exploração submarina em alto-mar é outro tópico controverso, com empresas de mineração, em particular, mostrando interesse em minerais raros, incluindo níquel e cobalto, sob partes do fundo do oceano.
Mas, apesar dos perigos da mineração submarina, a França se absteve de votar em uma convocação no congresso mundial de conservação da IUCN em setembro de 2021 para uma moratória na mineração em alto-mar; moratória que já teve apoio até mesmo de empresas interessadas nestes minerais como as montadoras BMW e Volvo, e ainda a Samsung, e o Google, portanto, devemos torcer para que prossiga a ‘proteção ao alto-mar’ que é constantemente saqueado, mas ainda com um pé atrás.
A França não tem se mostrado confiável nas questões ambientais. Usou, e continua usando, a perda florestal da Amazônia menos pelos prejuízos que provoca ao meio ambiente, mas para proteger o agronegócio francês como já foi dito inúmeras vezes.
A ver como o país se comportará na vital questão da proteção do alto-mar.
Imagem de abertura: https://www.science.org.
Fontes: https://pt.euronews.com/2022/02/11/lideres-mundiais-empenhados-na-protecao-dos-oceanos; https://oglobo.globo.com/mundo/trinta-paises-concordam-em-melhorar-protecao-dos-oceanos-durante-cupula-na-franca-2-25390547; https://www.theguardian.com/environment/2022/feb/08/blue-diplomacy-france-summit-puts-worlds-spotlight-on-oceans; https://umsoplaneta.globo.com/biodiversidade/noticia/2022/02/12/mais-de-100-paises-firmam-compromisso-para-salvar-os-oceanos.ghtml.