Japão vende carne contaminada de baleias e golfinhos
Em pleno século 21 — justamente quando a biodiversidade mundial corre risco de desaparecer — é inaceitável que três países ainda matem baleias. Japão, Noruega e Islândia continuam com a prática cruel. As Ilhas Faroe, território da Dinamarca, também seguem o mesmo caminho. A Noruega, por exemplo, apesar de rica e progressista, às vezes parece presa à Idade Média. Já mostramos aqui que o país mata baleias — animais essenciais para o equilíbrio do clima — para transformá-las em ração para cães!

Agora é o Japão que está no centro da polêmica. Mesmo sob o pretexto de “caça científica”, o Japão enfrenta acusações de uma coalizão internacional por vender carne de baleias e golfinhos contaminada com toxinas. Esses produtos aparecem em quase mil itens alimentares disponíveis em seu principal portal de buscas e comércio eletrônico.

A empresa LY Corporation
O site da Ly Corporation informa que ‘torna a vida cotidiana mais conveniente e empolgante para todos’.
Será mesmo?
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Orla do Rio de Janeiro: praias podem desaparecer totalmenteParaty e turismo, um casamento mórbido e insustentávelFraude no seguro defeso pago a pescadoresParece que não. O Environmental Investigation Agency – EIA – (junho, 2025) revela que uma coalizão internacional de grupos ambientalistas está pedindo ao Japão e à sua empresa LY Corporation, que parem de vender produtos que contenham carne de baleia e golfinho. Isso aconteceu depois que uma investigação encontrou altos níveis de toxinas em alguns dos quase 1.000 itens alimentícios derivados de cetáceos disponíveis para compra no enorme mecanismo de busca da Web’.
Em janeiro, o site de compras do Yahoo! Japan listou 963 produtos alimentícios derivados de baleias, golfinhos, incluindo 58 produtos alimentícios para animais de estimação contendo carne de baleia, de acordo com um novo relatório da EIA.
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Esses produtos seriam provenientes de várias espécies de cetáceos de pequeno e grande porte. Eles são produtos de caça principalmente no Japão. Mas também importados da Islândia e da Noruega, ajudando a sustentar um setor prejudicial tanto para as baleias quanto para os seres humanos.
Dos 66 produtos de cetáceos comprados pela EIA do Yahoo! Japan e testados por laboratórios certificados no Japão entre 2007 e 2015, a concentração média de mercúrio de 2,67 partes por milhão (ppm) foi quase sete vezes maior do que o limite de recomendação estabelecido pelo governo.
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O relatório Ética Acima de Lucros pede que o Japão pare de vender produtos derivados de baleias e golfinhos. De maneira idêntica, pede à LY Corporation que implemente imediatamente uma proibição completa e permanente de todas as vendas de produtos derivados de cetáceos.
Para Clare Perry, consultora sênior de oceanos da EIA, É provável que o Yahoo! Japan seja agora o maior site de comércio eletrônico que ainda vende produtos para baleias e golfinhos no Japão. Isso não só é motivo de grande preocupação em relação à conservação desses animais. Representa, também, um grande risco à reputação da empresa e de sua proprietária, a LY Corporation.
“Muitos dos produtos para cetáceos à venda contêm altas concentrações de mercúrio. O metal é uma neurotoxina que pode causar distúrbios neurológicos e comportamentais. E, além disso, é um grande problema de saúde pública.”
No total, 41 (62%) dos 66 produtos de cetáceos do Yahoo! Japan testados em laboratórios independentes excederam o nível de recomendação de mercúrio do governo de 0,4 ppm. Dezesseis (24%) continham concentrações de mercúrio pelo menos 10 vezes maiores do que o nível de recomendação.
Parece filme de terror, mas não é
Sim, não é filme de terror, é apenas uma realidade que parte do mundo já conhece, embora em Pindorama quase ninguém saiba. Mais uma vez, devemos agradecer à grande imprensa, jornais, rádios, e TVs, que preferem comentar as peripécias dos participantes do BBB. Que fazer?
Já comentamos o documentário que mostra a baía de Taiji, no Japão, onde todos os anos entre setembro e abril os animais são cercados, escolhidos e massacrados. Anos atrás, depois da primeira denúncia que chocou as pessoas de bom senso através do premiado documentário The Cove, todos os anos a matança é registrada em vídeo na esperança de que a repercussão faça os japoneses mudarem seu comportamento.
Apesar disso, a mídia brasileira e seus diligentes editores nunca aproveitaram a deixa.
Sobra para nós…
Governo japonês desrespeita a proibição global da caça comercial de baleias
De acordo com a matéria da EIA, o governo do Japão desrespeita constantemente a proibição global da caça comercial de baleias desde que ela foi implementada pela primeira vez pela Comissão Baleeira Internacional (IWC) em 1986. Apenas entre 1986 e 2024, o Japão matou 24.899 grandes baleias e mais de 489.453 baleias menores, golfinhos e botos não protegidos pela proibição.
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Em 2019, o Japão deixou a IWC – o único órgão internacional encarregado de gerenciar a caça comercial de baleias – e desde então tem operado completamente fora da regulamentação internacional. A frota baleeira do Japão retornou recentemente de sua caça recém-expandida, trazendo de volta 25 baleias-comuns, o segundo maior animal do planeta e uma espécie listada como Vulnerável na Lista Vermelha da IUCN.
A EIA e seis outras ONGs sediadas no Japão, Austrália, Alemanha, EUA, Reino Unido e Suíça escreveram para a LY Corporation e seus proprietários – SoftBank Corp do Japão e Naver Corp da Coreia do Sul – pedindo que se comprometam a acabar com as vendas de produtos derivados de baleias, golfinhos e botos.

Assim são as coisas lá fora. Não pense que só o Brasil promove baixarias internacionais algumas vezes. Eis aí os exemplos de algumas das nações mais ‘adiantadas’ e ricas do mundo.
Ilhas Faroe, departamento da Dinamarca
Segundo o site das Ilhas Faroe, Trap.fo, globalmente, há 89 espécies conhecidas de baleias, das quais 24 foram observadas nas águas ao redor das Ilhas Faroe. No entanto, várias delas visitaram as Ilhas apenas algumas vezes, e mesmo as espécies vistas com mais frequência normalmente só aparecem por curtos períodos durante o ano.
E prossegue a mesma fonte: A espécie de baleia mais abundante nas águas das Ilhas Faroe é a baleia-piloto de barbatanas longas (Globicephala melas), seguida por espécies como o golfinho-de-laterais-brancas-do-atlântico (Lagenorhynchus acutus), a toninha-do-porto (Phocoena phocoena), a baleia-comum (Balaenoptera physalus), a baleia-minke (Balaenoptera acutorostrata) e a baleia-nariz-de-garrafa-do-norte (Hyperoodon ampullatus). Das seis espécies, apenas a toninha permanece nas ilhas durante todo o ano.

E, como se trata de uma “tradição”, até crianças participam da matança. Segundo o site da Sea Shepherd, no dia 10 de janeiro, baleeiros das Ilhas Faroé realizaram a primeira caçada de 2025 em Árnafjarðarvík, abatendo 47 baleias-piloto — incluindo fêmeas grávidas e filhotes, em número desconhecido. Essa prática fora de época, em pleno inverno, revela uma mudança alarmante no ritmo e na frequência dessas caçadas, já marcadas por crueldade e impacto ecológico.
Você sabia que Paraty está em polvorosa em razão de um vídeo sobre especulação imobiliária que viralizou nas redes antissociais?