Litoral Norte: pobres morrem de novo, e daí?

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Litoral Norte:  pobres morrem de novo, e daí?

O carnaval foi palco de mais uma tragédia no litoral norte de São Paulo. Não foi a primeira muito menos a última. Por que não a última? Antes de mais nada, porque quem perdeu foram os pobres. E, daí? Infelizmente, este bordão imbecil que se notabilizou durante o último governo serve como uma luva para mais este flagelo. Afinal, no País de Macunaíma, só negros e pobres vão para a cadeia. Do mesmo modo, os mortos e os mais castigados pelos eventos extremos são sempre os mais pobres. E daí? Daí que nossas elites egoístas e cínicas estão pouco se lixando. Antes de tudo, se fossem os ricos a morrerem em eventos extremos o poder público da região seria apeado do poder imediatamente.

Destruição no litoral norte de SP.
Imagem, Defesa Civil.

Os ordinários prefeitos do litoral norte

Há muuuito tempo, os prefeitos que comandam o litoral norte frequentado pelos poderosos paulistas são o que há de pior. Ubatuba, São Sebastião, Ilhabela, e Caraguatatuba há anos estão na mão de bandidos, sobretudo com a complacência de parte da mídia, e de quase a totalidade das elites.

Grande parte deles comanda a especulação imobiliária junto a seus aliados da construção civil e do setor de turismo. A mesma especulação que não poupa mangues, restingas, costões, e a mata atlântica que cobre morros e a serra do Mar.

A especulação reserva aos ricos os melhores lotes, os mais próximos do mar, antes ocupados por caiçaras há gerações que foram expulsos de seus terrenos, e condenados a viver nos sertões das praias mais famosas: Sahy, Una, Baleia, Maresias, Juquehy, e assim por diante.

Contudo, não apenas os pobres ocupam áreas proibidas em topos ou encostas de morros. Frequento o litoral há décadas. Vejo e denuncio mansões em topos de morros que tiveram a mata atlântica decepada, condomínios e hotéis em áreas de mangues ou restingas, enquanto os costões foram cimentados para os lordaços construírem um píer e terem seus barcos por perto, e assim sucessivamente. Tudo, absolutamente, proibido pela legislação.

A imprensa economiza espaço para o litoral

A imprensa quase nunca abre espaço para o litoral, muito menos denuncia a especulação que o destrói implacavelmente. Espaço, só para a Amazônia. Enquanto isso,  os gestores políticos que deveriam orientar as ocupações em seus respectivos Planos Diretores aproveitam a omissão para tirar vantagem. Ora recebem propina para aceitarem mansões ou prédios irregulares, ora se aliam aos especuladores que comandam a ocupação.

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Há mais de 50 anos este é o quadro no litoral norte. Este crescimento desordenado atraiu, simultaneamente, milhares de forasteiros, pobres, que migraram à procura de trabalho na construção civil, no porto de São Sebastião, ou em outras atividades de suporte ao turismo.

Sem espaço na exígua planície costeira, são ‘empurrados’  para os sertões já entupidos de desvalidos e quase sem nenhuma infraestrutura. Assim, sobra para estas pessoas dependurarem-se nos morros, ou seja, nas encostas da Serra do Mar com a complacência dos turistas e, especialmente, prefeitos.

Poucos abnegados lutam para pôr ordem na baderna

Salvam-se uns poucos abnegados que lutam para pôr ordem na baderna. Dentre eles, Fernanda Carbonelli, fundadora da APA Baleia – Sahy, e presidente do Instituto de Conservação Costeira, uma das poucas ONGs eficientes da região. Fernanda já conseguiu impedir condomínios em áreas de restinga de poderosos como Guilherme Afif Domingues, ex-vice-governador do Estado.

Afif queria construir um imenso condomínio em área proibida. Oito empreendimentos anteriores haviam sido impedidos de fazê-lo mas, para os ‘poderosos’ a lei permite tudo. Fernanda entrou na Justiça e conseguiu suspender a obra. Ela também processou a Sabesp por poluir os rios da região. Mais uma vez, ganhou a causa.

Ao mesmo tempo,  ‘infernizou’ a vida do prefeito Felipe Augusto (PSDB), chamando a atenção para o risco que correm os desvalidos que vivem nas favelas dos sertões, em vão. Desde a madrugada de domingo Fernanda está lá, no sertão, ajudando, confortando, dando apoio aos miseráveis com o seu ICC arrecadando roupas e víveres.

Outra que merece registro é Maria Antônia Civita, do Instituto Verdescola. Não por acaso, são amigas e lutam juntas.

Só neste ano Maria Antônia conseguiu a façanha de colocar três jovens caiçaras do Sahy na USP! Merece aplauso de pé! As duas se mobilizaram nesta tragédia e lograram até agora mais de 40 voos de helicóptero do empresário Abilio Diniz (Bravos!), conseguindo assim levar socorro antes mesmo da chegada do poder público. E continuam por lá, na batalha.

Felizmente ainda existem pessoas que como estas. Que sirvam como exemplo e inspirem a maioria.

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Contudo, pessoas com espírito público são exceção. A grande maioria não está nem aí, desde que mantenham suas ‘casas pé na areia’ grande parte das quais, antigas posses caiçaras.

Para encerrar a receita macabra, vivemos a época do aquecimento global totalmente fora de controle. A consequência são os eventos extremos cada vez mais frequentes e potentes. Até um paralelepípedo sabe, não se fala em outra coisa há, no mínimo, dez anos! Mas o poder público os ignora. Está armada a equação que mata os pobres bem no meio do carnaval!

As elites apodrecidas de Pindorama

Antes de mais nada, vamos nos recordar que há pouquíssimo tempo a estupidez atingiu o ápice quando o presidente, o chanceler, e sobretudo o ministro do Meio Ambiente responsável pelo genocídio Yanomami, negaram publicamente o aquecimento.

Entretanto, isto não espanta. Vindo de cavalgaduras, o vômito era esperado. O que assusta e demonstra a baixeza é o fato do ex-ministro ter sido o quarto deputado mais votado em São Paulo (quase metade dos votos na Grande São Paulo), com 640 mil sufrágios. A maioria de bairros como Morumbi, Pinheiros, Campo Belo, Itaim Bibi, Jardim Paulista, Moema, Vila Mariana e Santo Amaro. Ou seja, locais onde moram as ‘elites’ degeneradas.

Além do mais, ‘grandes empresários’ paulistas, dos mais conhecidos, foram os maiores doadores da campanha do Passador de boiadas, o radical que humilhou o País no concerto das nações.

Com exemplos desta índole vindos da cúpula política e empresarial, o que esperar de prefeitos do litoral?

Quem são os atuais prefeitos do litoral norte?

Vamos pela ordem norte-sul. Em Ubatuba, Flávia Pascoal (PL); Em São Sebastião, Felipe Augusto (PSDB); em Ilhabela, Antonio Colucci (PL); e em Caraguatatuba, Aguilar Júnior (MDB).

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Todos estes municípios recebem royalties do petróleo. Em 2021 o total foi de R$ 548.924.857,78. Porém, dois deles são riquíssimos. São Sebastião e Ilhabela. O primeiro recebeu R$ 134.805.117,66;  enquanto o segundo, ou seja, Ilhabela, recebeu nada menos que R$ 296.547.618,11.

Agora, pergunte quanto deste montante foi investido na Defesa Civil, ou no treinamento de suas equipes? Na drenagem das favelas onde moram os desvalidos? Que parcela foi separada para retirar aqueles que vivem em situação de risco?

destruição em Ilhabela, litoral norte.
Apesar do caos, mortes e destruição, Antonio Colucci prefeito de Ilhabela não suspendeu o carnaval: ‘nossa indústria não pode parar’. Imagem, Redes Sociais.

Enquanto a omissão corre solta, alguns dos políticos ocupam a prefeitura pela segunda ou terceira vez, apesar das fraudes, dos processos, e das condenações da Justiça por improbidade administrativa, superfaturamento, desvios de verbas, etc. Este é o caso de Antonio Colucci (PL), em Ilhabela. Outros, ‘administram’ não um município, mas um feudo familiar há gerações, caso de Caraguatatuba de Aguilar Júnior (MDB), cuja prefeitura, antes, fora ocupada pelo pai.

A propósito, Aguilar Júnior (MDB) envolvido com a especulação imobiliária tem nada menos que 173 processos nos Diários Oficiais, segundo o site  Jusbrasil.

Da mesma forma acontece com o suspeito de corrupção, Felipe Augusto (PSDB) em São Sebastião, ou Flávia Pascoal (PL), em Ubatuba. Em comum, além  destas acusações, outras duas: nepotismo, e a obsessão com o superadensamento e a famigerada ‘verticalização’ nos respectivos Planos Diretores sem, entretanto, investir em infraestrutura.

E a maior parte dos milhares de ricos que têm suas casas de segunda residência nestes municípios não toma conhecimento. Não é com eles.

Verdugos ou alcaides?

Estes verdugos de municípios ganham dinheiro, por dentro, com o IPTU; e por fora, aliando-se a especuladores, e/ou superfaturando obras públicas nem sempre necessárias, ou ainda cobrando propinas de ricos que fazem malfeitos. Enquanto esta orgia moral ocorre, parte dos turistas estacionam suas SUVs importadas na garagem de suas casas e não veem se não o mar azul à sua frente. O que ficou isolado, atrás, não merece atenção. Muito menos maracutaias de prefeitos.

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Evento extremo anunciado pela meteorologia

Então, ocorre mais um evento extremo, anunciado pela meteorologia, sem que nenhum dos algozes tenha tomado qualquer providência. Resultado? Acabou o carnaval dos abastados, que droga! Este ano seus helicópteros tiveram que buscá-los mais cedo.

Enquanto morros e pedras despencavam em Ubatuba, Flávia Pascoal (PL) ‘brincava o carnaval’, ora no coreto da cidade, ora nos trios elétricos. São Sebastião e Caraguatatuba ainda tiveram o bom senso de suspender a festa. Ilhabela, de Antonio Colucci, não. Segundo o prefeito ‘nossa indústria não pode parar’.

Chuvarada anunciada

As chuvas foram anunciadas, apesar de ninguém  sugerir 600 mm em 24 horas. Entretanto, o Cemaden – Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais – previu alto risco de eventos hidrológicos desde o dia 13.

Em nota, o instituto afirmou que também fez alertas sobre o risco de “chuvas muito intensas com potencial para provocar desastres na porção leste do Estado de SP” no dia 16 em reunião com o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres. Finalmente, dia 17 houve reunião com a Defesa Civil de São Paulo.

Segundo o diretor do órgão, Osvaldo de Moraes, “Assim que um sistema de baixa pressão sobre o litoral norte de São Paulo foi detectado, o Cemaden conversou com a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), nós convidamos a Casa Militar do governo de São Paulo, traçamos o cenário e fizemos uma reunião.”

De acordo com o UOL, ‘Somente no dia 18/02 mais de 60 alertas foram emitidos, entre eles para Ubatuba, Ilhabela, Caraguatatuba e São Sebastião; portanto, desde o dia 16/02 a região litorânea de SP estava sob atenção”, disse o Cemaden’.

Em época de eventos extremos cada vez mais destruidores como o último de Petrópolis quando 241 miseráveis morreram, o aviso de chuva forte já seria mais que suficiente para o poder público agir.

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Acontece que nenhum prefeito do litoral se importa com eventos extremos. E os frequentadores igualmente não os cobram por isso. O foco são obras estúpidas e desnecessárias, como Antonio Colucci (PL), em Ilhabela, que anunciou pomposamente um novo mirante no Morro da Cruz, de autoria de um famoso arquiteto, enquanto o município tem um dos piores índices sanitários do Estado. Desde 2016 o siderado prefeito sonha com um mirante no local.

São Sebastião destruída no litoral norte.
Muitos abonados viram pela primeira vez onde moram os pobres. Imagem, prefeitura de São Sebastião.

Segundo nossas fontes, a audiência pública foi mais um engodo com o auditório lotado de aliados de Colucci. Quando os poucos contrários puderam contestar  o projeto, foram desqualificados pelo prefeito que ainda não divulgou o preço da obra.

Mitigar o aquecimento global, uma piada no litoral

Quanto a investimentos para mitigar o aquecimento global, a subida do nível do mar, ou os eventos extremos, esqueça. Do mesmo modo, recentemente o corrupto prefeito de Caraguatatuba anunciou um novo Plano Diretor que prevê ocupação em encostas de morros, entre outras barbaridades, num claro sinal que se aliou aos especuladores de plantão.

Enquanto isso, a prefeita de Ubatuba chafurda em denúncias de suposta corrupção envolvendo a coleta e transbordo de lixo, mas não apenas. Quando ela encontra desvalidos dando bobeira no município, enche a van da prefeitura e os ‘exporta’ para Taubaté. Aqui, não! E, mais uma vez, foram raros os protestos das ‘elites’.

Sem falar que a prefeitura detonou o que resta do mangue do rio Escuro para o crescimento do bairro de mesmo nome. Justo os manguezais, que têm a capacidade de sequestrar quatro vezes mais gases de efeito estufa que a floresta tropical. Por este motivo, entre outros, mangues e restingas são ‘protegidos’ pela legislação. Mas, como reina o silêncio da imprensa, das elites, e da maioria dos donos de casas de segunda residência (muitas irregulares), nada acontece.

Finalmente, Felipe Augusto (PSDB), que também propôs a verticalização em sua  gestão, em vez de usar o dinheiro dos royalties para retirar os desvalidos de situações de risco, se ocupa com obras escusas como colocar a antena de sua própria rádio FM no topo da ilha do Montão de Trigo, em local ambientalmente sensível, e por isso proibido!

Escândalos de corrupção anuais

Estes escândalos se repetem anualmente com a precisão de um relógio suíço. Mas não comovem os privilegiados frequentadores. Eles estão preocupados com a festança de Momo, ou as suas festas particulares que, infelizmente, perderam este ano.  Por que raios foram morrer na segunda-feira de carnaval e não na quarta-feira de Cinzas?

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Enquanto os corpos dos miseráveis estão cobertos de lama a fingida comoção  entra em cena. O presidente e ministros se manifestam, o governador vai até o local, a imprensa finalmente acorda, e os prefeitos dão entrevistas sem parar.

Mas ninguém pergunta por que os mais pobres não foram avisados ou retirados, esquecem de questionar os Planos Diretores recentíssimos de Ubatuba e Caraguatatuba, mas também de São Sebastião e Ilhabela, muito menos perguntam sobre ocupações irregulares, ou obras inconsequentes. Não dão um pio sequer sobre a nojenta especulação imobiliária apesar das dezenas de condomínios, mansões, hotéis, e prédios irregulares. Não. “A culpa é da natureza.”

Enquanto as TVs ‘seguram a audiência’ com as imagens chocantes da destruição, focalizando tentativas desesperadas de bombeiros em achar soterrados com vida, todo mundo assiste estupefato. Mas, as mesmas pusilânimes TVs, jamais mostraram a enxurrada de corrupção dos prefeitos do litoral, muito menos a imoralidade da especulação promovida por endinheirados, afinal, muitos são empresários e anunciantes.

O pior está por vir: oleoduto de São Sebastião tem cinco pontos críticos

Acima de tudo, os corruptos gestores políticos e parte significativa dos prósperos proprietários de casas de segunda residência são estúpidos e sem noção.  O dinheiro que ganharam não foi suficiente para que se inteirassem do que há debaixo das mansões, condomínios, ou hotéis que frequentam.

Oleoduto-no litoral norte.

Ignorantes, desconhecem que há um imenso oleoduto que começa no porto de São Sebastião e termina na refinaria Presidente Bernardes, Cubatão, que transporta óleo cru e, segundo o presidente da Petrobras, ‘apresenta cinco pontos críticos’.

Se este oleoduto se romper, pelo movimento extremo das terras acima, fruto de inação frente a eventos extremos e especulação que ocupa áreas restritas, a catástrofe será apocalíptica. Oxalá não aconteça.

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Contudo, insistimos em não aprender com erros passados. Assim que os corpos destroçados deixarem de feder tudo voltará ao normal. Os bacanas, aos poucos, vão retornar ao litoral com suas SUVs que enchem a atmosfera de gases de efeito estufa a cada acelerada, aqueles que conseguiram salvar-se vão se dependurar mais acima dos morros, os calhordas prefeitos voltarão à corrupção, a imprensa esquecerá o litoral, e todo mundo vai fingir que nada aconteceu.

Ano que vem tem mais, pode apostar. A canalhice faz parte de nosso dia a dia. Que o digam os pobres de Petrópolis onde quase nada foi feito apesar da catástrofe de 2022.

Arre égua!

Descoberta a maior caverna subaquática do mundo

Comentários

47 COMENTÁRIOS

  1. Prezado João, parabéns pelo posicionamento de vocês com relação ao Plano Diretor de Caraguatatuba. Infelizmente, em 2011, o Plano aprovado prejudicou muito o Jardim Britânia, liberando edificações, quando, até então, as construções não poderiam ultrapassar oito metros de altura. O então bairro horizontal está se verticalizando. Até hoje não sei como foi aprovado, se diversos moradores, que conheço, não foram sequer consultados.
    É sabido que um prédio com mais de 2(dois) andares, provoca alteração na ventilação, causa sombra na vizinhança e invade a privacidade e a segurança dos moradores.
    Aqui no Britânia, dois agravantes: um caso na Av. Geraldo Nogueira da Silva, na orla, em que está sendo construído um edifício, com 9(nove) andares, de nome Safira. Com certeza, trará muitos transtonos à todos ao redor, além dos que já citei, também, sombra na praia, sem contar que está a menos de cem metros da tubulação de gás, que vem de alto mar, em direção à UTGCA da Petrobrás, que numa emergência, terá que ser evacuado, como toda a região. Além disso, ele teria que estar em um terreno com mais de 2.000m2 e o terreno mede pouco mais de 1.500m2.
    Um outro caso é de um edifício, de nome Évora, recentemente construído na Avenida Antonio do Rego, 395, com oito andares, em um terreno com pouco mais de 1.000m2.
    Procurei esclarecimentos com a Câmara Municipal, com alguns vereadores e com os técnicos do Plano Diretor e não tive retorno. Achei muito estranho.

  2. Infelizmente nada será feito, como nunca foi feito nada. O dinheiro é o dono de tudo. Eu acredito que isso tudo que vem acontecendo, são alertas de Deus, eu não estou nada satisfeito com o que vocês estão fazendo com o mundo. Mas o ser humano de hoje em dia, vive o momento, não está preocupado com o amanhã. Eu sou pobre de dinheiro. Apenas isso. Não existe político honesto, o que existe é o menos ladrão. Uma boa maioria tem seu preço….

    • Comecei minha vida profissional no Vale do Ribeira. Não há tantos casas de ricos como no litoral norte, mas os problemas são os mesmos, algo que você já comentou aqui.

  3. Nesta triste história não há nenhum Prefeito inocente. Infelizmente os menos favorecidos são os mais atingidos. Os Prefeitos com sede de ganância se enriquecem cada vez mais com as propinas para que recebem, para que os especuladores recebam licença para construírem suas mansões ou prédios de
    apartamentos alto luxo. Pagam seguro caso houver alguma tragédia nada tem a perder. Os menos favorecidos não tem o que comer, vão-se exprimindo nas encosta ou subindo os morros , construindo desgovernadamente. Quando perdem tudo não te seguro que paguem. Vivemos dia a dia numa Ciranda que quem vence são mesmo os mais ricos. Danem- se os pobres, muito deles, foram construtores dessas mansões e hoje só podem ter acesso de longe, se chegar perto podem até serem presos por tentativa de assalto. Há! Que mundo é este? Precisamos construir um mundo melhor, onde haja Apatia por todos os seres humanos.

  4. Parabéns pela reportagem , ou melhor pela denúncia. Depois disso será q tomarão alguma providência qto às denúncias feitas aqui??? Difícil saber

  5. Esse tipo de reportagem/denúncia deveria ter acesso aberto mesmo aos não assinantes do Estadão, Não adianta divulgar nas redes sociais se só quem tem acesso ao conteúdo são os que possuem assinatura. Fica a dica: conteúdos de interesse público devem ter seus acessos abertos para que qualquer pessoa, assinante ou não, possa se inteirar dos descalabros desses governantes e de seus atos criminosos.

  6. O prefeito de Caraguatatuba quer mudar o plano diretor da cidade para poder derrubar os morros e construir condomínios verticais na beira da rodovia
    Quando chover irá desabar tudo e quem será o responsável ??

    • Aguilar Junior (PL), será o responsável. Mas, particularmente, acho que o plano dele fará água. O pessoal de Caraguatatuba está motivado, participando das audiências, etc. Além disso, eles se organizaram em 170 entidades e apresentaram um Estudo Ambiental absolutamente completo e muito bem elaborado. Do mesmo modo, o Estudo mostrou que a ocupação prevista no PD seria em áreas úmidas, com risco de inundações e deslizamentos, repletas de nascentes nas praias da Mococa e Tabatinga. O corrupto Aguilar Junior desta vez vai perder. Saiba mais neste post: https://marsemfim.com.br/litoral-de-caraguatatuba-e-o-plano-diretor/. Abraços

  7. Parabéns, excelente texto. Concordo plenamente com você, pois vejo a décadas essa região, e Ubatuba onde frequento, sendo usurpada pela ganância imobiliária que “beneficia” alguns, se é que isso é real ou pura ilusão dos que “se sentem beneficiados” com isso, empurrando os moradores antigos para o “sertão”, palavra bonita para definir pé do morro. Adoro essa região, e não sou contra o turismo e tão pouco contra o crescimento da região, mas desde que seja de forma ordenada, e acima de tudo respeitando as cidades, seus moradores e a natureza.

  8. No passado distante tínhamos um apartamento no Guarujá/SP, cujos problemas são similares, aliás uma cópia, do que acontece no Litoral Norte.
    Eu sempre argumentei com minha família, que todos os proprietários de uma residência de lazer no litoral, deveriam transferir seus títulos de eleitores para a cidade da residência litorânea. Essa mudança faz pouca diferença na cidade de origem, mas uma grande diferença na cidade litorânea, pois os prefeitos populistas teriam que “encarar” um eleitorado mais crítico.

  9. Excelente matéria, mais pura verdade ,o que aconteceu aí no litoral norte infelizmente, acontece em outras regiões do país,a maldita corrupção em nome do lucro, vantagem, votos e aí afora, existe culpado óbvio sempre eles os políticos pois são os donos das leis, das emendas, dos contratos das propinas recebidas das empresas e para o bolso deles também e não poupo ninguém nem da esquerda nem da direita ,desde menino ouço falar que o Brasil está em crise , sim está para os desavisados, menos favorecidos , nosso país nunca zelou por saúde e educação os Pilares de uma nação e aí vem uma legião de pobres sem instrução jogados pra todo lado, mas na eleição precisa deles. Irônico!
    Deus abençoe e conforte as famílias aí dessa região.

  10. Excelente texto, João. Havia muito tempo que eu não lia um texto tão conciso e bem escrito como o seu. Ia dizer que a reflexão é pertinente, mas é muito mais que isso. É indispensável e urgente! Infelizmente advém de tal acontecimento, mas fico muito satisfeito ao ver que existem pessoas engajadas e extremamente capazes como você e as mulheres citadas no seu texto. Vivo no interior do Estado, mas frequento o litoral norte há alguns bons anos com a família e sempre fiquei muitíssimo impressionado com o descaso do poder público. É inconcebível que cidades que têm no turismo uma parcela significativa de sua economia sejam tão negligentes com sua infraestrutura. Eu não fazia ideia dos montantes que esses municípios recebem de royalties do petróleo, mas fica ainda mais bizarro quando se constata tamanha inação ao longo dos anos. Eu não tenho uma SUV, mas, de alguma forma, sinto-me parte desta população dita abastada que nunca fez nada para mudar essa situação, infelizmente. Na sua opinião, como, na condição de turistas, podemos ajudar a mudar este quadro?

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