Inglaterra cria nova reserva marinha no Atlântico
Diversos países criaram enormes reservas recentemente, de modo a cumprirem sua parte no acordo internacional. Entre eles a República de Palau, minúsculo país da Micronésia, o Chile, Nova Zelândia, Estados Unidos, França, entre outros. Agora a Inglaterra cria nova reserva marinha no Atlântico.
A comunidade internacional e as metas de Aichi
A comunidade mundial responde às metas de Aichi, compromisso internacional dos países da ONU, que consiste em separar até 10% das respectivas zonas costeiras, ou mar territorial, em reservas marinhas.
Porque Reservas Marinhas?
Por que a vida marinha está seriamente em perigo. O aquecimento global está tornando as águas dos oceanos mais ácidas, matando parte significativa dos corais de águas rasas do mundo. Lembrando que os corais são o mais importante ecossistema marinho, comparado às florestas tropicais por sua biodiversidade. Mas não é só: mais da metade da população mundial vive na zona costeira. Com isso muitas cidades crescem aterrando ecossistemas importantes como o manguezais, por exemplo. Outros, como os estuários, são agredidos pela poluição urbana, industrial, e por agrotóxicos usados na agricultura. Sem falar na sobrepesa. Outro problema mundial. Tudo isso, em conjunto, produziu mais de 500 zonas mortas nos oceanos.
Estratégia recomendada por cientistas
Para responder a este desafio, cientistas procuraram diversas soluções. Até chegarem a conclusão que, a melhor forma de garantir a vida marinha, seria através das reservas. Foi este o contexto que gerou as Metas de Aichi.
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Além de criar poucas novas reservas, apenas três no desgoverno Dilma, as atuais estão em estado deplorável. Sem equipes. Sem barcos. E sem verba para atividades triviais como pagar o combustível nas poucas que contam com embarcações. Foi esta penúria, e a quase total ausência deste assunto na grande mídia, que instigou este site a criar a nova série de documentários: para mostrar todas as 59 unidades de conservação federais do bioma marinho.
Inglaterra e os USA disputam quem criou a maior reserva marinha do mundo
No início de 2014, Reino Unido também já havia anunciado a criação de uma reserva marinha no Pacífico como sendo a maior do mundo. A área fica ao redor das ilhas Pitcairn (território inglês ultramarino), e abrange uma área de 833 mil quilômetros quadrados, duas vezes maior que as Ilhas Britânicas. Pouco depois os USA anunciaram a criação da “maior reserva marinha do mundo“, com uma superfície de 1,2 milhão de km 2, no Pacífico.
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A nova reserva marinha britânica
Inglaterra criou uma reserva marinha em torno da ilha britânica de Ascensão, que fica no Atlântico, a meio-caminho entre Pernambuco e Angola. A área é quase do mesmo tamanho que o Reino Unido, correspondendo a 234 mil km².
A zona econômica exclusiva britânica em torno da ilha será fechada para pesca, e monitorada por satélite e barcos de patrulha. Esta parte da reserva corresponde a pouco mais da metade: 52,6%. A zona econômica exclusiva compreende um raio de 200 milhas náuticas (370 km) ao redor da ilha. Os outros 47,4% serão explorados por biólogos e oceanógrafos para que, até 2017, os limites precisos da reserva sejam demarcados com precisão. Nesta área será a pesca do atum, com linha, será permitida.
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A região central do Atlântico Sul, em torno de Ascensão, é uma importante zona de conservação para espécies de tubarão e atum.
Segundo o governo britânico, com a demarcação final da reserva, ao menos metade das águas de Ascensão devem ficar totalmente fechadas para atividades econômicas, enquanto o restante deve ser liberado, mas policiado para prevenir a pesca predatória ou de espécies ameaçadas.