Ilha de Páscoa, sua autodestruição: uma parábola de nossa época
“Nenhum outro lugar que eu tenha visitado me causou impressão tão fantasmagórica quanto Rani Raraku, a pedreira na ilha de Páscoa onde suas famosas estátuas eram esculpidas.”
Nada melhor que refletir sobre este texto no momento em que repercute no mundo o problema das queimadas na Amazônia. O que pode nos acontecer, caso percamos a floresta, já aconteceu em escala menor. E foi dramático, como se verá.
“Para começo de conversa a ilha é o pedaço de terra mais isolado do mundo. As terras mais próximas são a costa do Chile, 3.700 km a leste. E as ilhas Pitcairn, Polinésia, a dois mil km a oeste.”
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Assim começa o capítulo ‘Crepúsculo em Páscoa’, do best seller de Jared Diamond, Colapso – como as sociedades escolhem o fracasso ou seu sucesso. Jared Diamond é professor de geografia da Universidade da Califórnia. Estudou fisiologia, biologia evolutiva, e biogeografia. Autor de mais de 200 artigos em revistas científicas. Ganhador do Prêmio Pulitzer por outro best seller, ‘Armas, Germes e Aço‘.
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O que é mais assustador do que o colapso de uma civilização?
É uma das perguntas que Jared responde. ‘Ele tece uma tese global, abrangente, por meio de uma série de fascinantes narrativas histórico-culturais’. E traça um panorama catastrófico.
Mostra o que acontece quando desperdiçamos nossos recursos. ‘Ignoramos os sinais do meio ambiente’. Quando nos reproduzimos rápido demais. Ou ‘cortamos árvores em excesso’.
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Ilha de Páscoa e o colapso autoimposto
Antes, Jared explica a colonização destas ilhas. E das outras do Pacífico por descendentes de povos asiáticos: “Um povo de agricultores-navegadores, originários do arquipélago de Bismarck, noroeste da Nova Guiné.”
“Ele atravessou quase dois mil km de mar aberto ao leste das ilhas Salomão, para atingir Fiji, Samoa e Tonga. E se tornar os ancestrais dos polinésios. Uma saga náutica fora de série. Iniciada em 1.200 a.C. A ilha de Páscoa teria sido ocupada por descendentes destes exploradores por volta de 900 d.C.”
Duas correntes de colonização?
Outras teses falam em duas correntes de colonização para as ilhas do Pacífico, um mistério que persiste até hoje e provoca acaloradas discussões. Esta, por exemplo, confirma que uma das frentes foi de fato a dos povos asiáticos, outra, teria vindo da América do Sul, tese do famoso Thor Heyrdal e hoje confirmada com exames de DNA de mais de 800 indivíduos de 17 ilhas polinésias e 15 grupos indígenas sul-americanos na costa do Pacífico.
O que eles descobriram foi que pessoas de várias ilhas da Polinésia Oriental (ou seja, a parte leste), incluindo Rapa Nui – também conhecida como Ilha de Páscoa – têm traços genéticos em seu DNA vinculados a indígenas sul-americanos. As assinaturas genéticas mostraram uma forte conexão com o Zenu, um grupo indígena da Colômbia.
A visão dos nativos de Ilha de Páscoa sobre a colonização
O site Rapa Nui, www.moevarua.com dá igualmente a sua versão. ‘Embora a origem dos primeiros imigrantes na Polinésia Oriental já esteja bem estabelecida, a natureza e o fluxo da imigração e a data exata da chegada dos primeiros humanos a Rapa Nui permanecem ocultos.’
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(William Bligh (Plymouth, Devon, 9 de setembro de 1754 — Londres, 7 de dezembro de 1817) ingressou na vida marítima como aprendiz. Mais tarde navegou com James Cook que pessoalmente o escolheu para ajudá-lo na confecção de cartas náuticas do então desconhecido Pacífico. Bligh é considerado um dos grandes navegadores da história. Anos depois recebeu o comando do H.M.S Bounty, celebrizado no cinema pelo filme ‘O Grande Motim‘).
‘As duas únicas fontes de informação de que dispomos para o conhecimento do seu passado mais remoto são as investigações arqueológicas e a tradição oral da comunidade local.’
Evidências arqueológicas mais atualizadas
‘As evidências arqueológicas mais atualizadas oferecem duas interpretações para a colonização polinésia de Rapa Nui: 1) Early Settlement cujos expoentes são os co-autores Paul Bahn e John Flenley, e a autora sueca Helena Martinsson-Wallin que consideram datas entre o ano 300 e o ano 700 d.C Para isso, baseiam-se sobretudo na datação por rádio-carbono.’
Um segunda hipótese menciona um ‘Assentamento tardio, exposto principalmente pelo arqueólogo Terry Hunt, que aproximou esta data de 1250 d.C., com base no fato de que datações anteriores de radiocarbono foram calibradas usando um método não confiável e não o método conhecido como “higiene cronométrica”.
‘Sem dúvida, a descoberta polinésia de Rapa Nui teve que ter uma grande dose de sorte somada às habilidades marítimas dos polinésios que empreenderam a viagem.
Rapa Nui, ou a Ilha de Páscoa, fazia parte da rota de navegação do sudeste através do Pacífico Sul conectando-o com o arquipélago Gambier via Ducie, Henderson, Pitcairn e Oeno. O contato com o resto da Polinésia Oriental foi mantido com certeza até 1300 d.C, e talvez até mais tarde, mas não com frequência. O fim desse contato e o período de extremo isolamento em que se desenvolveram o megalitismo e o culto às aves marinhas ocorreram devido ao declínio da navegação polinésia de longa distância durante a chamada Pequena Idade do Gelo (entre 1303 e 1850).’
Como transportam os Moais
Em seguida, faz conjecturas de como um povo seria capaz de transportar as monumentais estátuas. Jared mostra que, com muita madeira para fazer espécies de trenós, rampas, madeira para ser usada com alavanca. E para suporte de partes das estátuas, e ainda madeira para tipos de trilhos no chão.
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E além destes usos, muitos cabos (para puxar as estátuas). Feitos com certas espécies de árvores (ou, mais madeira…) seria, sim, possível o transporte. Teses de cientistas citadas no livro, e testes de amigos de Jared, provaram a assertiva.
Vista de longe…ela ‘passa uma impressão de singular aridez e pobreza’
Mas há um porém. “Os muitos mistérios de Páscoa já eram evidentes para seu descobridor europeu, o explorador holandês Jacob Roggeveen. Ele avistou a ilha no Domingo de Páscoa (5 de abril de 1722), daí seu nome.
Ao ver os moais, pensou, eles certamente precisariam de madeira e cordas. Contudo, a Ilha de Páscoa que encontrou era um lugar ermo. Sem nenhuma árvore ou arbusto com mais de 3 m de altura. O explorador escreveu em seu diário de bordo:
Vista de alguma distância achamos que a ilha era arenosa, pois imaginamos ser areia e grama, o feno ou outra vegetação ressecada e queimada, porque sua aparência desolada não era capaz de provocar qualquer impressão além de uma singular aridez e pobreza.
A notar: “Roggeveen, e visitantes europeus que o sucederam, surpreenderam-se ao descobrir que os únicos barcos dos insulares eram pequenas canoas mal vedadas. Elas não tinham mais que três metros de comprimento, capazes de levar uma, no máximo duas pessoas (Esta é mais uma prova de que a sociedade já tinha se automutilado na época, MSF).”
Desastre ecológico ocorrendo em completo isolamento
Foi o que bastou. Jared: “Essa é uma história adequada para começarmos o capítulo sobre sociedades do passado. Porque prova ser a coisa mais próxima que temos de um desastre ecológico ocorrendo em completo isolamento.”
“Apesar de pesquisas botânicas no século 20 identificarem apenas 48 espécies de plantas nativas. A maior delas mal pode ser chamada de árvore. O resto é de samambaias mirradas, mato, juncos e arbustos. Nas últimas décadas surgiram métodos de recuperar vestígios de plantas desaparecidas. Sabemos que, durante centenas de milhares de anos antes da chegada do homem e ainda durante os primeiros tempos da colonização, Páscoa não tinha um terreno árido, mas uma floresta subtropical de grande árvores e bosques frondosos.”
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“O desmatamento deve ter começado pouco depois da chegada do homem, por volta de 900 d. C.” O Mar Sem Fim chama a sua atenção para as fotos aqui publicadas, e a total aridez.
O que comiam os insulares?
“Subsistiam como agricultores. Produziam batatas-doces, inhame, taro, bananas e cana-de-açúcar. E criavam galinhas, único animal doméstico. A falta de recifes de coral (o oceano em volta é muito frio para tê-los) ou de uma lagoa, significava que peixes e moluscos contribuíram menos na sua dieta do que na maioria das ilhas da Polinésia. Havia aves marinhas, aves terrestres e golfinhos à disposição dos primeiros colonizadores. Mas logo veremos que diminuíram de número ou desapareceram posteriormente.”
Sobre os golfinhos: “Dos 6.433 ossos de vertebrados identificados nos monturos de Anakena, os mais frequentes, mais de um terço, eram do maior animal disponível, o golfinho comum…Para pescá-los, concluí, “era preciso mais madeira para fabricarem grandes canoas oceânicas, de modo a poderem navegar longe quando arpoavam os golfinhos.”
Note o ‘mais madeira’…
E quanto às aves? ” Das 25 ou mais espécies que se reproduziam em Páscoa, a caça excessiva e a predação de ratos (que vieram nas canoas dos colonizadores) fizeram com que 24 não se reproduzam mais”…
Quantos eram?
“A população de Páscoa em seu auge foi calculada por métodos como a contagem de fundações de casas. Calculando de cinco a 15 pessoas por casa. Ou calculando o número de chefes e seus seguidores a partir das plataformas ou estátuas erguidas. As estimativas variam de seis a 30 mil pessoas.”
E conclui: “Minha opinião é que estimativas mais altas são provavelmente as mais corretas. Em parte porque estimativas foram feitas por arqueólogos com a mais extensa experiência de pesquisa em Páscoa: Claudio Cristino, Patricia Vargas, Edmundo Edwards, Chris Stvenson e Jo Anne Tilburg.”
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As evidências
Jared mostra diversas, entre elas ” as de intensificação agrícola. Consiste em fossas revestidas de pedra, com até 1,20 m de profundidade, usadas como fossas de compostagem para as plantações. E como tanques de fermentação de vegetais.”
“Outra são os inúmeros galinheiros de pedra para impedir fuga de galinhas. Não fosse pelo fato de as abundantes hare moa de pedras serem obliteradas por plataformas e estátuas de pedra ainda maiores, os turistas lembrariam de Páscoa como a ilha dos galinheiros de pedra. Estes 1.233 galinheiros dominam a maior parte da paisagem junto à costa.”
Os Moais da Ilha de Páscoa
Jared conta que, em Páscoa, devido ao “clima ventoso, seco e frio, tudo era feito de pedra. De galinheiros a pedrinhas em círculo para plantar alguns míseros pés de taro.”
E protegê-los do vento, até as plataformas e moais. “A maior parte do interior de Páscoa foi convertida em hortas de pedra. Quanto aos moais, que representam ancestrais de membros da elite, Jo Anne Van Tilburg inventariou um total de 887, dos quais quase a metade ainda está na pedreira de Rano Raraku.”
Estudando o exaustivo trabalho de construir, empurrar e levantar centenas de esculturas gigantes, concluíram que “o trabalho aumentou em cerca de 25% as necessidades de comida da população de Páscoa durante 300 anos de pico de construção.”
Com isso, voltamos ao início do texto…”E mostra o que acontece quando desperdiçamos nossos recursos, ignoramos os sinais de nosso meio ambiente, quando nos reproduzimos rápido demais ou cortamos árvores em excesso (exatamente o que faz a nossa geração, MSF).”
Começava, sem o saberem, a autodestruição dos Rapa Nui…
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Consequências do corte de árvores
“A ilha de Páscoa é o exemplo mais extremo de destruição de florestas no Pacífico. E está entre os mais extremos do mundo: toda a floresta desapareceu…”
“As consequências para os ilhéus foram a perda de matérias-primas,. E perda de fontes de caça e diminuição de colheitas. A falta de grandes troncos e de cordas determinou o fim do transporte, erguimento de estátuas e também a construção de canoas oceânicas.”
“O desmatamento levou à erosão pelo vento, pela chuva, diminuindo as colheitas e fontes de alimento silvestre. O isolamento de Páscoa a torna o mais claro exemplo de uma sociedade que se destruiu pelo abuso de seus recursos (e nós, cara-pálida, o que temos feito senão isso em escalada planetária? MSF).
“Em 1838 um navio francês aportou na ilha. Seu capitão registrou no diário de bordo: ” Todos os nativos repetiam frequente e excitadamente a palavra miru. E ficaram impacientes ao ver que não entendíamos: essa palavra é o nome que os polinésios ou, os Rapa Nui, dão à madeira com que fazem suas canoas. Era o que mais queriam, e fizeram de tudo para que os compreendêssemos.”
Paralelos assustadores entre a Ilha de Páscoa e o mundo moderno
“O isolamento dos insulares de Páscoa também explica por que acredito que o seu colapso, mais do que qualquer outra sociedade pré-industrial, assombra meus leitores e alunos. Os paralelos entre a Ilha de Páscoa e o mundo modernos são assustadoramente óbvios.”
“Quando eles tiveram dificuldades não havia para onde fugir, nem a quem pedir ajuda. Assim como nós, modernos terráqueos, também não temos a quem recorrer caso precisemos de ajuda. Essas são as razões pelas quais as pessoas veem o colapso da sociedade da ilha de Páscoa como uma metáfora – a pior hipótese – daquilo que pode estar nos esperando para o futuro.”
(Obs do MSF: hoje restam em Páscoa pouco mais que 3 mil descendentes dos pioneiros Rapa Nuis; vivem em condições difíceis, sem a menor sombra do apogeu que aquele povo, que hoje representam, viveu por séculos seguidos até chegarem ao ponto do autoimolamento…)
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Contribuição europeia
Os europeus deram contribuição para a destruição final: “introduziram ovinos na década de 1870. Em 1888 o governo do Chile anexou Páscoa, que se tornou uma fazenda de ovelhas administrada por empresa escocesa no Chile.”
Veja a gravura alusiva à estadia de James Cook na ilha de Páscoa, ainda havia arbustos no mínimo.
“Os insulares, confinados em aldeias, eram obrigados a trabalhar para a empresa, sendo pagos em bens nos barracões em vez de dinheiro” (será que foi daí que os ‘barões’ de seringais tiraram a ideia?, MSF).
A pastagem das ovelhas, bodes e cavalos causou mais erosão do solo. Eliminou o que restou da vegetação nativa.”Também trouxeram novos e desconhecidos vírus que causaram centenas de mortes.” Mas, a esta altura lembramos, os próprios ilhéus já tinham destruído seu futuro.
Algumas curiosidades: o rongo-rongo, e outras
“O rongo-rongo é um sistema de escrita de Páscoa. Inventado pelos insulares (o que prova a complexidade da sociedade), mencionado a primeira vez por missionários católicos em 1864.” E essa é ainda pior: “Somente em 1966 os insulares se tornaram cidadãos chilenos.”
Mais uma: “Novamente como ocorrido em outras ilhas do Pacífico, a prática do ‘black-birding’, sequestro de insulares para trabalho forçado, começou por volta de 1805 e chegou ao auge em 1862-63. Esse foi o ano mais sombrio da história de Páscoa, quando duas dúzias de navios peruanos sequestraram cerca de 1.500 pascoenses e os venderam em leilão para trabalharem em minas de guano.”
A tese de Jared Diamond é contestada – atualização
Posteriormente, novos estudos passaram a questionar a tese de ecocídio que Jared defende. As novas descobertas, foram publicadas no American Journal of Physical Anthropology.
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O professor Lipo e seus colegas da Universidade de Bristol, da Christian-Albrechts-Universität, Alemanha, do Museu Kon-Tiki, Noruega, e das Universidades do Oregon e do Havaí, analisaram restos humanos, faunísticos e botânicos do sítio arqueológico e Ahu Tepeu na Ilha de Páscoa, datando de 1400 d.C até o período histórico.
Os resultados das análises de carbono e nitrogênio mostram independentemente que cerca de metade da proteína nas dietas dos humanos medidos veio de fontes marinhas; significativamente maior do que as estimativas anteriores.
“Também aprendemos que o que eles obtiveram dos recursos terrestres veio de solos muito modificados, que eles estavam enriquecendo para cultivar as plantações”.
Segundo o www.sci.news ‘As descobertas apontam para esforços concentrados para manipular solos agrícolas. Ao mesmo tempo em que sugerem que os habitantes pré-históricos da Ilha de Páscoa tinham amplo conhecimento de como superar a baixa fertilidade do solo, melhorar as condições ambientais e criar um suprimento sustentável de alimentos.’
Por último, Essas atividades demonstram adaptação e resiliência consideráveis aos desafios ambientais — uma descoberta que é inconsistente com uma narrativa de ‘ecocídio’.
Desse modo, persiste o mistério: afinal, o que aconteceu aos insulares de Páscoa?
A degradação ambiental e suas muitas consequências
A tese de Jared Diamond, se verdadeira, mostra até que ponto a degradação ambiental pode acabar com uma sociedade por autoimolação. Mas há outro perigo que merece reflexão.
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A pandemia do novo coronavírus é em parte consequência da degradação ambiental. O alerta não é deste site; apenas o ampliamos na medida de nossas possibilidades.
O mesmo pode-se dizer do aquecimento global, segundo a ONU, ‘a maior ameaça à vida humana’. E ninguém tem dúvida sobre de quem é a responsabilidade.
Fontes: Jared Diamond, COLAPSO – Como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso, Ed. Record. E, do mesmo autor, Armas, Germes e Aço, os destinos das sociedades humanas, Ed. Record.
João, sou seu fã e adoro os textos pro aprofundamento e pesquisa que você realiza. Justamente por isso preciso avisar que existe um erro na matéria. A foto aérea apresentada é do Vulcão Rano Kau, o que pode ser visto nesta pesquisa de imagens com esse nome. O Rani Rarako não fica na beira do mar. A foto utilizada na matéria consta entre as imagens do Rani Rarako em um outro site, mas a pesquisa acima mostrará que se trata de um engano. Abraço!
Valeu pelo toque, obrigado. Gustavo. Abs
Faltou escrever que os moais colocado em pé a alinhados conforme apresentado na matéria de O Globo se deveu a iniciativa de um universidade japonesa que conseguiram recursos financeiros e equipamentos como guindastes e tratores e foi realizado na década de 1990.
Quando se mostra a verdade, se assustam, mas continuam a caminhar para o triste fim. “Os paralelos entre a Ilha de Páscoa e o mundo modernos são assustadoramente óbvios”.
ILHA DE PÁSCOA – Como estive lá em 1978 não posso deixar de comentar a tese, comentada no local, com relação à auto-destruição dos pasquense: GUERRA! Os descendentes dos “orelhas grandes” se confrontaram com os de “orelhas pequenas”…
O trágico resultado foi a eliminação de mais de 80% da população da ilha.
Li os últimos três livros de Jared Diamond, Armas Germes e Aço, Colapso e Reviravolta. È um cientista, pesquisador e contador de estórias excelente. Na minha modesta opinião o israelense Yuval Harari tenta imitar ou seguir na mesma linha de Jared Diamond, mas sem o mesmo brilhantismo.
“Nenhum outro lugar que eu tenha visitado me causou impressão tão fantasmagórica quanto Rani Raraku, a pedreira na ilha de Páscoa onde suas famosas estátuas eram esculpidas.”
Fantasmagórica mesmo!
Um abraço João e continue firme como sempre. Saúde, amigo!
Materia interessante, sem duvida. Eu li o livro do Diamond, seus trabalhos sempre são bons.
No entanto, sem polemizar, sem tomar partido, ha outra interpretação para Pascoa.
Esta no livro de david Deuscth – The beggining of Infinity- que é o oposto dessa tese de auto-destruição.
Tese polemica , sem duvida, como sao as colocadas por Deustch .
Há ficções científicas de todos os tamanhos até dos “Deuses astronautas”, mas a origem mais racional parece estar descrita no livro “As Mensagens das Pedras Gravadas de Ica” – Javier Cabrera Darquea (Peru), que a ciência de fato ainda não deu a devida atenção. arioba
Esta é certamente a obra mais marcante de Jared Diamond. Trazer o tema para este espaço é muito positivo, embora o texto acima seja muito mal escrito (sorry, autor). Particularmente interessantes são os capítulos no livro que falam (1) dos primeiros assentamentos nórdicos na Groenlândia, quando o clima era mais quente e possibilitou a criação de animais naquela ilha por cerca de 300 anos; (2) as radicais diferenças entre o Haiti, um desastre ambiental, e a Rep Dominicana, nação que soube proteger florestas nativas, ambos na mesma ilha de Hispaniola; e, (3) o caso do Japão, país que depende da madeira e da pesca, e que soube explorar recursos com sabedoria. O livro todo é fantástico e atualíssimo, um item fundamental para discussões inteligentes e sem histerias
https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://zap.aeiou.pt/evidencias-contrariam-colapso-ilha-pascoa-215188&ved=2ahUKEwictLrXh8LkAhVnLLkGHT0ABHwQFjAPegQIAxAB&usg=AOvVaw2TDyhNtcH-xRb2BjFGlR1Q&cshid=1567974958729
O que mata é o cara que , em vez de fazer pesquisa de verdade, soca a sua visão moral na história.
Visitei a ilha de Páscoa alguns anos atrás. Essas hipóteses são importantes mas não esgotam a discussão sobre essa sociedade que se organiza em condições extremamente adversas.
Resta aprender como foi possível a vida nesse isolamento, não apenas falar do colapso.
Em época de teorias apocalípticas, nos esquecemos dos critérios de sucesso dos nossos antepassados.
Pois eu espero que os brasileiros se espelhem nos nativos que povoaram no passado a ilha e com modernas tecnologias e equipamentos de grande potências, desmatem tudo e como sabemos as os substratos da amazônia são inferteis e pobres aumentemos os “lençois maranhenses”. Quanto as chuvas para o sul/sudeste???? Que cobrem dos pais e avós que votaram em palermas.
Todas as sociedades enfrentam o dilema de alimentar a populaçao ou preservar intocado o meio ambiente.Nao se pode comparar culturas em tempo e espaço tao diferentes,mas atualmente deve haver formas mais racionais de tentar compatibilizar o desenvolvimento e consequentemente o bem estar humano com a preservaçao.O que e absurdo e deixar alguem morrer de fome contemplando a beleza original!
Não existe mais a “beleza original” e o esgotamento dos recursos naturais e ambientais atingirá a todos. Assim como o Brasil, a civilização da Ilha da Páscoa não desenvolveu um manejo florestal sustentável para sustentar seu “progresso” e o resultado foi seu colapso como sociedade.
Minha cara Tereza, sem opinar sobre seu comentário, não posso deixar passar esta ótima frase: “…Não se pode comparar culturas em tempo e espaço tão diferentes…”. Pois, e assim também é com as ideologias e com a moral. Passou da hora de pararem de trazer acontecimentos do passados para serem julgados sob os padrões atuais de cultura, de ética, de moral ou das ideologias vigentes, é má fé, ou apenas burrice mesmo.
Excelente! O autor deveria reunir todos seus artigos em forma de um eBook. Daria um texto emocionante para se ler!