Regaleco: o “peixe do apocalipse” que pode chegar a 11 metros
Poucos peixes despertam tanto fascínio quanto o regaleco — também chamado de peixe-remo. Com corpo alongado e prateado, ele pode alcançar até 11 metros de comprimento, o que o torna o maior peixe ósseo do mundo.

Características e habitat do raro regaleco
Segundo o Museu da Flórida, este peixe invulgar é possivelmente uma fonte de lendas de monstros marinhos, uma vez que o seu corpo em forma de fita pode atingir 11 metros de comprimento em alguns casos.

Onde vive o regaleco?
Esse peixe abissal vive entre 200 e 1.000 metros de profundidade e raramente sobe à superfície. É por isso que seu avistamento costuma ser visto como sinal de alerta — especialmente no Japão, onde ele é chamado de “Ryugu no tsukai”, ou “mensageiro do palácio do deus do mar”.

O “peixe do apocalipse”?
De tempos em tempos, vídeos de regalecos surgem nas redes sociais com teorias assustadoras: segundo o folclore japonês, eles aparecem antes de terremotos ou tsunamis. A origem desse mito está ligada a alguns episódios reais — como o terremoto de Fukushima, em 2011, precedido por aparições incomuns da espécie.
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Ilhabela em último lugar no ranking de turismo 2025Garopaba destrói vegetação de restinga na cara duraCores do Lagamar, um espectro de esperançaContudo, a ciência nunca comprovou qualquer relação direta entre os regalecos e abalos sísmicos. O mais provável é que eles apareçam feridos ou morrendo perto da superfície por razões naturais (ou mesmo pela ação humana).

Apesar da pesca industrial não se interessar pela espécie, é comum as variadas artes de pesca trazerem muitas vezes o regaleco como pesca incidental.
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Um peixe cheio de mistérios
Apesar do tamanho impressionante, o regaleco se alimenta de pequenos animais, como plâncton e lulas. Não tem escamas, sua carne é gelatinosa e praticamente sem valor comercial — o que explica por que é tão pouco conhecido.
Por viver em grandes profundidades, ele também é um dos menos estudados pela ciência. Só foi filmado vivo pela primeira vez em 2013, nos EUA.
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O regaleco não está sozinho na categoria ‘inspiração de monstros marinhos a partir da observação de animais reais’. Outros dois são a baleia narval, origem do mito do Unicórnio.

Outro caso bem conhecido, é a inspiração da lenda das sereias, criatura meio-humana e meio-peixe, que encantava marinheiros desde priscas eras. O mito provavelmente teve origem na avistagem de algum dos tipos de peixes-boi que existem no mundo, como vacas-marinhas, manatins ou lamantins, que constituem uma espécie de mamíferos aquáticos, não por acaso, batizada como sirênios.

Plínio, o Velho, em sua História Natural, referiu-se a “nereídeos” que eram sereias meio-humanas e meio-peixes, e “sirens” foram destaque na mitologia grega, criaturas que atraíram marinheiros para suas mortes (na Odisseia de Homero). Cristóvão Colombo foi outro ícone da história que também relatou avistamentos de sereias quando partiu em 1492.
Avistamento recente no Brasil
Em julho de 2023, um exemplar foi encontrado morto em Arraial do Cabo, no litoral do Rio de Janeiro. O peixe media cerca de 3 metros. O episódio reacendeu especulações — mas também foi uma rara oportunidade de documentar a espécie em águas brasileiras.

O jornal encerra a matéria alertando os leitores para que ajudem em novas descobertas agindo como cidadãos cientistas. As autoridades recomendam que qualquer pessoa que encontre uma criatura marinha única alerte e notifique a Instituição Scripps de Oceanografia em scrippsnews.ucsd.edu ou (858) 534-3624.
A propósito, a lenda de cada aparição ser um prenúncio de más notícias, ou desgraças como terremotos ou tsunamis, vem do Japão. Contam que antes do último grande tsunami, muitos destes peixes apareceram próximos às praias. Foi o suficiente para aumentar o leque de nomes populares, e da fama do peixe.
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Imagem de abertura: Instagram
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