Caravela Santa Maria afundou na histórica viagem de Descoberta da América
Referência mundial em arqueologia submarina, o explorador americano Barry Clifford revelou ter encontrado o que seriam restos da caravela Santa Maria. Era uma das três embarcações utilizadas pelo navegador Cristóvão Colombo (1451-1506) na expedição que entraria para a História pela Descoberta da América. As outras eram a Pinta e a Nina.
UNESCO desmente a descoberta
O site francês leparisien.fr diz que “Ao contrário do que os arqueólogos americanos afirmaram na época, o naufrágio do navio encontrado no Haiti não é o Santa Maria, de Cristóvão Colombo, anunciou UNESCO. A Organização das Nações Unidas para a Educação e a Cultura se baseia na conclusão de especialistas enviados ao local, a pedido do governo haitiano.”
‘Naufrágio é muito posterior’
“Agora há uma prova incontestável de que o naufrágio é o de um navio em um período muito posterior”. Foi o que disse a organização sediada em Paris. O relatório dos peritos, com base em escavações subaquáticas, aponta que “os prendedores encontrados no local (…) indicam uma técnica de união que remonta ao final do século XVII ou século XVIII.” De fato, são feitos de cobre. Enquanto anteriormente “os elementos de fixação utilizados na construção naval eram de ferro ou madeira”, observa a Unesco.”
Carcaça da caravela Santa Maria no mar do Caribe
A carcaça da nau foi encontrada no Mar do Caribe, próximo do Haiti. O jornal britânico The Independent divulgou os resultados da expedição de Clifford em sua página na internet. “Todas as evidências geográficas e de topografia subaquática sugerem fortemente que se trata da embarcação de Colombo”, afirmou o explorador à publicação.
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Presos a um recife a mais de 10 metros de profundidade na costa norte do Haiti, os vestígios da embarcação foram encontrados pela equipe de Clifford em 2003, quando eles fotografaram o material. Depois disso, eles vêm estudando as imagens e realizando novos mergulhos.
As expedições foram patrocinadas pelo canal de TV americano History Channel. E a descoberta deve render um documentário.
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Os Indícios da Caravela de Colombo
Um canhão com características típicas dos fabricados naquela época, encontrado junto com os restos da caravela, é o mais forte indício que levou Clifford a concluir estar diante dos destroços da histórica embarcação de mais de 500 anos.
A localização é outro fator. O lugar onde os destroços foram encontrados corresponde ao apontado por Colombo em seu diário de viagem. Com 36 metros de comprimento, a caravela Santa Maria foi uma das três naus que saíram da Europa em 1492 e chegaram ao Caribe – patrocinadas pela monarquia espanhola. O interesse era descobrir uma nova rota para o comércio com o Oriente. Em dezembro daquele ano ela naufragou acidentalmente. Apenas Nina e Pinta voltaram ao continente europeu no ano seguinte.
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O mergulhador, arqueólogo subaquático e explorador Barry Clifford ficou famoso mundialmente em 1984, quando, após 15 anos de buscas, encontrou o navio pirata Whydah. A embarcação havia naufragado em 1717, na costa nordeste da América do Norte.
The Whydah Pirate Museum
A descoberta deu origem ao The Whydah Pirate Museum. Esta é uma instituição com sede em Provincetown, Massachusetts, nos Estados Unidos. A embarcação Whydah, construída em Londres para ser utilizada como navio negreiro, é considerada a primeira nau pirata encontrada que pôde ser comprovada como tal.
Clifford nasceu em 1945, em Cape Cod, Massachusetts. Graduou-se em História e Sociologia no Western State College, do Colorado. Antes de se dedicar ao mergulho, foi professor e treinador de futebol americano. Nos anos 1970, abriu uma empresa de exploração subaquática e caça a tesouros em naufrágios.
Assista o vídeo da descoberta:
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Fontes: Estadão/com Reuters; http://www.leparisien.fr/societe/non-la-santa-maria-de-christophe-colomb-n-a-pas-ete-retrouvee-06-10-2014-4192003.php.