Aquicultura e pecuária ameaçam os estoques de peixes, fato novo detectado em estudo
“Anchovas, arenques, sardinhas e outros peixes forrageiros (que servem como alimentação para criações) desempenham papel essencial na cadeia alimentar. Assim como aves marinhas, mamíferos marinhos e peixes maiores como salmão. Quando moídos em farinha de peixe e óleo, são a principal fonte de alimento para mariscos cultivados e os animais terrestres, como porcos e aves. Agora, novo estudo mostra que a aquicultura e pecuária colocam as espécies em perigo de extinção.” Matéria do site phys.org.
Aquicultura e pecuária e os estoques de peixes
‘O consumo de frutos do mar supera o crescimento de outros setores de alimentos. E continua a crescer em todo o mundo. Frutos do mar de criação – também chamados de aqüicultura – aumentaram rapidamente para atender à demanda. Significa que a agricultura aquática exerce maior pressão sobre os menores peixes colhidos para alimentar seus colegas de criação, como salmão, carpas e tilápias.’
O novo estudo
Apareceu on-line na Nature Sustainability. E mostra que, “se as práticas atuais de aquicultura e pecuária permanecerem inalteradas, os estoques de peixes forrageiros provavelmente estarão em perigo até 2050, possivelmente mais cedo. Mesmo se todos os estoques forem pescados de forma sustentável. A equipe, que inclui pesquisadores da Universidade da Califórnia, Santa Bárbara, e Universidade de Washington, descobriu que mudanças sensatas eliminariam esse limiar.”
Crescimento da aquicultura para frutos do mar
“A aquicultura cresce cerca de 6% ao ano. Produz atualmente 75 milhões de toneladas de frutos do mar no mundo. Pesquisadores acreditam que esta é a primeira tentativa de medir as demandas projetadas de peixes forrageiros para aquicultura e pecuária, considerando as medidas que podem ser tomadas para manter populações saudáveis e estáveis de peixes selvagens em vários setores.”
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“A aquicultura é o setor de alimentos que mais cresce no mundo. Superou a carne bovina. Assim como a produção de frutos do mar, ou peixes silvestres. Há muita preocupação com o uso de peixe. E, se o que estamos fazendo – alimentar peixe com peixe – é sustentável”, disse o principal autor Halley Froehlich, pós-doutorando no Centro Nacional de Análise e Síntese Ecológica da UC Santa Barbara.”
Peixes de cardume, os escolhidos
“Anchovas, sardinhas e outros peixes do tamanho da palma da mão, são espécies de cardume. Processados em farinha de peixe e óleo para outros peixes e crustáceos que são criados em fazendas no mundo. Mas os estoques vivos também os comem.”
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“Na aqüicultura, carpas são algumas das maiores consumidoras de peixes forrageiros. Embora salmão e camarão não dependam delas para serem cultivados.” O salmão selvagem está próximo da extinção, motivo pelo qual passou a ser criado em fazendas. Sem, entretanto, bons resultados até o momento.
Simulações de computador para aliviar a pressão
“Os autores usaram simulações de computador. Examinaram cinco maneiras diferentes que setores de aquicultura, pesca e agricultura poderiam mudar para aliviar a pressão. Descobriram que a eliminação em alimentos para as carpas e outros peixes de água doce produz a maior economia de peixes forrageiros ao longo do tempo, em comparação com o modelo usual de negócios. Esses peixes não precisam comer outros (peixes) da natureza para sobreviver. Produtores alimentam-nos com farinha de peixe e óleo simplesmente porque ajuda a crescerem mais rápido.”
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Para cada quilo de farinha de peixe são necessários cerca de três quilos de peixe. Logo, a conta não fecha. Fica longe do mais propalado substantivo feminino hoje declinado: ‘sustentabilidade’.
Pecuária: suínos e aves também são alimentados com peixes forrageiros
“Também foi benéfico um cenário que removeu peixes forrageiros de rações para suínos e aves – tendência das últimas décadas. Projeções indicam que a recuperação das partes não utilizadas de peixes de criação e silvestres na China, e o processamento das aparas em farinha de peixe, ajudariam a esticar de forma sustentável, mas não resolver completamente o conteúdo de proteína dos peixes forrageiros.”
Atum e salmão de criação também se alimentam de peixes
“Ao modelar vários cenários, pesquisadores analisaram os maiores consumidores de peixes forrageiros, considerando a praticidade de remover essa fonte de alimento das dietas de várias espécies. Por exemplo, cortar peixe forrageiro de salmão de criação e dietas de atum é mais difícil porque esses peixes caçam outros peixes na natureza e precisam mais proteína animal para sobreviver. Tirá-lo de dietas de carpa e porco, porém, é menos prejudicial para o crescimento desses animais.”
Se você quer fazer a diferença, pare agora de consumir qualquer das espécies citadas, especialmente, o atum. Não há no horizonte outra solução que garanta biodiversidade marinha às futuras gerações. Ou isso, ou a opção de Cousteau (abaixo).
Quanto peixe os seres humanos comerão no futuro, quebra-cabeça do moto-perpétuo ao contrário
“O grande desconhecido, disseram, é quanto peixe os humanos vão comer no futuro se as dietas favorecerem cada vez mais os frutos do mar em detrimento de outras carnes. Esta tendência ascendente requer um mercado de aquacultura ainda maior, o que, por sua vez, exigiria mais peixes forrageiros para uso como alimento.”
Infelizmente, chegamos à mesma opinião de Jacques Cousteau: o controle populacional humano, e consequente diminuição da população, parece ser opção única do momento (saiba mais).
Fontes: https://phys.org/news/2018-06-key-ocean-fish-prevail-farmed.html; https://www.dicionarioinformal.com.br/cop%C3%A9podo/.