A saga de Jacaré e a jangada São Pedro

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A saga de Jacaré e a jangada São Pedro: um grande navegador brasileiro

Manuel Olimpio Meira vivia na pobre comunidade da Praia do Peixe, mais conhecida hoje como praia de Iracema, em  Mucuripe, Fortaleza. Ele nasceu em 1903, no Rio Grande do Norte. Mudou-se para o Ceará, fixando-se na Praia do Peixe. Tanto faz a origem. Ele foi, e sempre será relacionado ao Ceará, onde teve  início a saga de Jacaré e a jangada São Pedro.

Jacaré (Foto: https://fabricioasgomes.wordpress.com/)

1939, o começo do sonho: jacaré assume a presidência da colônia de pesca Z1, a mais importante do Ceará

Inteligente, mas iletrado, curioso pelas coisas da vida, uma de sua primeiras medidas, depois de assumir a presidência da colônia Z1, foi  inscrever-se no curso de alfabetização que ali havia.

imagem de praia de Iracema CE, nos anos 40
Iracema nos anos 40 (Foto: http://www.fortalezanobre.com.br)

Revoltado com as condições dos pescadores, queria aprender a ler e escrever para ir ao Rio de Janeiro reclamar com o ditador Getúlio Vargas. Assim começou a saga de Jacaré e a jangada São Pedro. Ele já ouvira falar nas novas leis trabalhistas, o salário mínimo, etc, e queria incorporar os benefícios também aos pescadores cearenses.

As reivindicações de Jacaré

Jacaré não se conformava com duas coisas em especial. “A presença dos atravessadores que compravam o pescado na praia, por baixos preços, e os revendiam com alto lucro nas peixarias, contribuindo para a perenização da pobreza dos jangadeiros (Exatamente como ocorre hoje, mais de 80 anos depois). Também reclamava da  Federação dos Pescadores do Ceará que não vinha repassando há muito tempo o imposto de 5% que recaía sobre o pescado, criado pela municipalidade, e que deveria retornar para as colônias.”

Custos da jangada em 1941: proibitivos

Naquela época as jangadas não eram dos pescadores, pobres demais para construí-las. Tinham um dono que ficava com 50% do resultado da pesca. O resto era dividido entre os quatro membros da tripulação.  “A madeira da embarcação custava caro, era importada do Pará (a piúba do Nordeste já estava semi-extinta), o que encarecia sua construção. Jacaré, em suas declarações aos jornalistas, enfatizou que, no caso da São Pedro, adquirida por 1:640$000, o gasto com a importação da madeira representava 1:100$000. Com o abusivo preço, demonstrava a impossibilidade dos próprios jangadeiros as possuírem, ficando subordinados aos proprietários.”

Jacaré consegue dinheiro e forma a tripulação. Eles navegariam do Ceará ao Rio de Janeiro, num  ‘raid’ acompanhado por todo o país…

Os Diários Associados, de Chateaubriand, fizeram uma subscrição e conseguiram arrecadar o dinheiro para a construção. Através de sua cadeia de rádios e jornais, Chateaubriand, com seu faro jornalístico, ‘sentiu o apelo’ daquela aventura. Pediu ampla cobertura a seus veículos em cada parada da jornada. O Brasil começa a saber da ousada travessia. Estava tudo pronto para a partida. Faltava a tripulação.

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imagem da tripulação da jangada São Pedro
A saga de Jacaré e a jangada São Pedro. A tripulação: Mestre Manoel Olimpio de Meira, o Jacaré, Mestre Jerônimo, Tatá, e Mané Preto. (foto:http://revistamarina.com.br)

Para comandar a São Pedro, Jacaré chamou Mestre Jerônimo, 35 anos, um notório mestre.Tatá, o mais velho, tinha 52, pescava desde oito, e também atuava como mestre. Manuel Preto, 39; desde os 6 anos iniciado na pesca, foi outro escolhido. Por fim, Jacaré, que estava com 38 anos, e era proeiro;  o único não cearense de raiz, mas o mais politizado, e idealizador do projeto.

O início da saga registrada no diário de bordo do pescador

14 de setembro de 1941:

Às nove em ponto, quando soprava um bom nordeste, empurramos a jangada pra dentro d’água. Ia começar nossa grande aventura. O samburá estava cheio de coisas, a barrica cheia d’água e nossos corações cheios de esperança. (…) Havia sol quente e no porto estavam dois navios grandes. Partimos debaixo de muitas palmas e consegui ver, lá longe, os meus bichinhos acenando. Mais de vinte jangadas, trazidas por nossos irmãos de palhoça e de sofrimento, comboiaram a gente até a ponte do Mucuripe. A igreja branquinha foi sumindo e ficou por detrás de farol. Rezei pra dentro uma oração pedindo que a Padroeira tomasse conta dos nossos filhinhos, pois Deus velaria por nós. E assim, principiou a nossa viagem ao Rio.

imagem da jangada São Pedro em Fortaleza
A São Pedro em Fortaleza.

“A bússola só serve para atrapalhar a gente… cada porto tem uma estrela para guiar os jangadeiros”

Foi o que disse Tatá aos jornalistas antes da partida. A viagem pelo Ceará transcorreu sem maiores problemas, a não ser quando passam ao largo de Iguape, por causa de um “sudoeste miserável” tiveram que ficar “bordejando” a noite inteira.

Chegando em Natal, RN

“Em Natal, as festividades assumiram maior proporção e parecem ter enchido os pescadores de orgulho. Tiveram direito a várias regalias, como hospedagem por conta do governo e passeios de carro com visitas a pontos turísticos.”

A transformação de Jacaré

Jacaré, ao sair do Ceará, pensava levar reivindicações dos pescadores locais. Ao  ver a situação de seus colegas em cada parada, aos poucos mudou de ideia:

Quando saí de Fortaleza pensava que só fossem pobres os jangadeiros do Ceará, mais comprovei que pobres são, também os pescadores dos outros estados, os quais não têm casa, nem remédios, nem escolas. Eles me pediram e eu levo mensagens suas para o presidente Getúlio Vargas solicitando auxílio. Hoje já não somos mensageiros apenas dos pescadores do Ceará. Somos mensageiros dos pescadores de todo o norte.

De Natal para Cabedelo

“A viagem de Natal a Cabedelo foi outro “pedaço duro”. Navegaram todo o dia de 4 de outubro, a noite inteira e mais quatro horas do dia seguinte.”

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Jacaré anotou em seu diário, muitas vezes não escrito por ele, um semi-alfabetizado, mas por outras pessoas que ouviam as histórias:

Os nossos companheiros tudo fizeram por nós. Ofereceram roupa, comida, dinheiro e queriam que a gente ficasse pelo menos dois dias junto deles. A jangada foi carregada por eles até a praia.

De Recife para Maceió

As próximas paradas foram Recife e Maceió, onde se sucederam mais festas, segundo anotou. E descreveu a entrada no Palácio do Governo de Pernambuco:

entramos com os pés cheios de lama, o interventor não reparou nisso

A chegada dos jangadeiros na Bahia

O temporal foi em Canavieira. Era quatro hora da tarde quando começou o temporal. Não deu tempo nem de nós chegar na costa e então a chuva e o vento batia, e aí passemo o resto da tarde até o outro dia, até as 9 hora da manhã, quando o tempo miorou. Chegando nas praia de Canavieira dirigi-me àquela povoação e uma senhora me disse que ‘aqui ninguém dormiu’. Mas por quê? ‘Porque todo mundo está fazendo promessa para que nada acontecesse aos jangadeiros’. Uma muié passou a noite dando uma surra no filho para que ele rezasse por nós.

Entrando no Sudeste, no Espírito Santo

“De Vitória, os jangadeiros queriam ir direto para Cabo Frio, última escala da São Pedro, mas um erro de cálculo os levou até Macaé. Na Praia das Conchas.”

Em Cabo Frio, a poucas milhas da ‘capital federal’

“A última etapa trouxe mais sacrifícios. Em Cabo Frio, um “sudoeste” que soprava há 48 horas, acompanhado de mau tempo, criou dificuldades para a partida. Os jornais dos dias 14 e 15 de novembro noticiavam que vários navios estavam impossibilitados de sair por conta do tempo. Mas, a pedido de Vargas, os jangadeiros foram para o mar, a fim de presentear o Presidente e o Estado Novo  no dia de aniversário da República. Saíram de Cabo Frio ao meio-dia, do dia 14 de novembro.”

A chegada triunfante na Capital Federal

“Às 11 horas do dia 15, aniversário da República, uma “flotilha” de barcos da Federação dos Pescadores do Rio partiu do Cais do Entreposto de Caça e Pesca para esperar a São Pedro.”

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imagem da jangada São Pedro no Rio de Janeiro ilustrando post A saga de Jacaré e a jangada São Pedro
A saga de Jacaré e a jangada São Pedro no Rio. ( Foto: http://mardoceara.blogspot.com.br)

“Por volta das 17h50m, em meio aos barcos cariocas, surgiu a vela branca da jangada cearense, entrando finalmente na Guanabara, sob olhares curiosos de uma multidão que se distribuía entre o Cais e a Avenida Rio Branco.”

“Nessa hora, os navios de pesca ancorados tocaram suas sirenes. Os carros, estacionados nas proximidades, acionaram suas buzinas.  Mais de perto podia-se ver o semblante assustado dos quatro lobos do mar. Foi uma  apoteose.”

” A jangada cabocla e seus tripulantes foram elevados por um guindaste até um caminhão, que percorreu, sob uma chuva de papéis picados, a  Avenida Rio Branco, seguindo em direção a Praça Mauá.”

imagem da jangada São Pedro no Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro.

Jacaré se encontra com o ditador

Pouco depois, ainda no dia da chegada, Jacaré e seus amigos estiveram com Getúlio Vargas a quem expuseram a situação de calamidade que conhecemos. Mais uma das muitas provas que este site vem falando: por mais que se faça,  se fale, se escreva, ou se mostre na TV, a maioria da população não se liga nos problemas do litoral. Sem pressão da opinião pública, como bem sabia o sábio jangadeiro, não há força para mudar a situação de deus-dará que persiste até hoje.

Jacaré torna-se sensação nacional

A imprensa deu ampla cobertura ao “raid”. Os jangadeiros também deram depoimento às rádios. “Em entrevista  a Mario Grazini, da Rádio Cruzeiro do Sul, quando perguntado se gostaria de dizer mais alguma coisa,  diz que não tem nada a dizer porque “a cachola já num funciona”. O locutor insistiu:”

Então home deixe eu dizer:  o maior prazer que senti na minha vida foi me dirigir ao presidente da República, porque eu fiquei ombro a ombro com ele. E ainda me lembro que parece que alguém dizia que quando eu chegasse aqui o presidente  não me ligava importância. Que era golpe errado que nós ia dá. Quando chegar a Fortaleza não procurarei vingança com ninguém. Vou procurar ser amigo de todos aqueles que roubava o meu dinheiro e que muitas vezes quando eu dizia que respeitasse a lei da pesca, o código da pesca, mandavam era me prender. É a autoridade superior a essas pessoas que eu me dirigi e ele me arrecebeu…

imagem do jangadeiro Jacaré em uma emissora de rádio
Jacaré no rádio.

A repercussão internacional no Estado Novo, e a aproximação com os Estados Unidos

A notícia do feito de Jacaré foi longe. No artigo Four Men on a Raft (Quatro Homens numa Jangada), a revista Time (8/12/1941) reproduziu toda a odisseia. E despertou ninguém menos que Orson Welles, “que viria ao Brasil num projeto, inicialmente maior, de aproximação dos Estados Unidos com a América Latina.” Além de filmar o carnaval do Rio em 1942, o diretor de Cidadão Kane quis registrar a saga de Jacaré. As primeiras filmagens aconteceram em Fortaleza. De lá os quatro foram novamente ao Rio de Janeiro para as filmagens da chegada da São Pedro.

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Imagem de jornal de 1942
Foto: https://fabricioasgomes.wordpress.com

Orson Welles vem filmar a saga de Jacaré

“As cenas finais  estavam programadas para acontecer na Praia do Golfe, perto da Barra da Tijuca, na semana de 19 de maio de 1942. Nesse dia havia grande cerração, os jangadeiros foram convidados pelo diretor a seguirem em uma lancha a motor. Recusaram, afirmando, vaidosos, já estarem acostumados a mares “tormentosos quanto mais brumosos”.

imagem de Orson Welles e pescadores no Ceará
A saga de Jacaré e a jangada São Pedro. Orson Welles e pescadores no Ceará

Durante a gravação de Orson Welles acontece o naufrágio da jangada São Pedro e a morte trágica de nosso herói

“Welles e sua equipe seguiram de carro. A frágil embarcação foi atrelada por um cabo de ferro à lancha. O mar estava agitado e a cerração dificultava a visão. Não avistando Welles na praia, passaram adiante do local combinado  chegando na Barra da Tijuca.

imagem do jangadeiro Jacaré e o cineasta Orson Welles
Jacaré e o cineasta Orson Welles.

De repente, uma onda   rompe o cabo que unia a jangada à lancha, virando a São Pedro e atirando nas profundezas os quatro tripulantes. Jerônimo, Tatá e Manuel Preto, emergindo com esforço, enxergaram Jacaré tentando vencer as fortes ondas. E ainda conseguiram ouvi-lo gritar para que nadassem e fossem para a costa. Obedeceram, pela última vez…. Jacaré partia, para sempre,  deixando a velha  São Pedro destroçada pelas ondas da Barra da Tijuca.”

Essa foi a triste saga de Jacaré e a jangada São Pedro.

O filme de Orson Welles registrando a saga de Jacaré: It’s All True

Apesar de ter nome, Welles morreu sem editá-lo.  Tempos depois, It’s All True – Baseado em Um Filme Inacabado de Orson Welles, foi editado. O filme refaz a história da saga, com depoimentos do próprio Welles, da equipe técnica e de personagens da trama.

Assista ao vídeo da chegada de Jacaré (note que o narrador erra o nome da jangada) e seus companheiros ao Rio de Janeiro, em gravação da época

Chegam ao Rio cinco jangadeiros do Nordeste (1951)

Conclusão

A transformação que aconteceu com Jacaré durante a viagem, isto é, o reconhecimento que a pobreza não era só dos pescadores do Ceará, foi a mesma que sentiu este escriba  décadas depois ao fazer a primeira viagem pela costa brasileira, num levantamento que se tornou série de TV e livro. Saí com uma ideia do que iria encontrar, já não muito boa. Voltei horrorizado pelo que vi. As condições eram muito piores. Miséria das populações nativas, ausência de políticas públicas, falta de peixes e crustáceos, depredação e ocupação desordenada da costa, desaparecimento de habitats; indiferença quase generalizada.

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Revendo a saga de Jacaré percebemos que nada mudou desde 1941. A situação dos pescadores continua a mesma…

Revendo a saga de Jacaré fica ainda mais claro o quanto não avançamos. A situação dos pescadores nativos é dramática especialmente, mas não apenas, no Ceará. Por falta absoluta de políticas públicas não há mais lagostas no estado que já foi o maior produtor do Brasil. O pouco que sobra continua a ser predado por pescadores em desespero que se arriscam com equipamentos rudimentares, pescam de mergulho, o que é proibido, correndo risco de morte ou ficarem aleijados como muitos já estão. E continuam tirando do mar lagostas abaixo do tamanho mínimo sem dar tempo dos estoques se recuperarem. Inexiste fiscalização no litoral do país. E os atravessadores estão, como antes, atormentando os pescadores de hoje. Nada mudou.

imagem da tripulação da jangada São Pedro

E a falta da piúba, ou pau-de-jangada, semi-extinta…ameaça a existência da jangada-de-pau

 

…E alguns deles se metiam em almadias…duas ou três que aí tinham…as quais são feitas como as que eu já vi – somente três traves, atadas entre si. E ali se metiam quatro ou cinco, ou esses que queriam, não se afastando quase nada da terra, senão enquanto podiam tomar pé…

O autor destas linhas, no arvorecer do século 16, foi Pero Alves Caminha. Ele registrava uma tradição secular de priscas eras ao relatar a ‘descoberta’ ao Venturoso. Com a evolução histórica, observamos, a piúba que rareava nos anos 40 do século 20, sumiu de quase todo o Nordeste do século 21. Sobra pouco, no sul da Bahia. E as descendentes da ‘São Pedro’, rareiam em todo o Nordeste. Quase 100 anos depois da saga de Jacaré, as jangadas estão ameaçadas de desaparecer. 

Fonte principal: http://www.historia.uff.br/stricto/teses/Tese-2007_ABREU_Berenice-S.pdf.

Secundárias: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/cidade/70-anos-da-travessia-de-jacare-o-que-mudou-1.737640; http://revistamarina.com.br/index.php/2015/05/jacare-jeronimo-tata-e-mane-preto-sobre.html; http://mardoceara.blogspot.com.br/2015/10/do-mar-ao-museu-saga-da-jangada-sao.html; http://mardoceara.blogspot.com.br/2015/10/do-mar-ao-museu-saga-da-jangada-sao.html; http://revistamarina.com.br/index.php/2015/05/jacare-jeronimo-tata-e-mane-preto-sobre.html.

Você sabia que a pesca elétrica foi aprovada pela Europa?

Comentários

18 COMENTÁRIOS

  1. Eu não conhecia essa estória, simplesmente fantástica. Mas fiquei curioso:
    Getulio fez algo, atendeu algum pedido deles?
    Ou o sacrifício deles foi em vão?

    • Os cearenses conseguiram arrancar um decreto presidencial incorporando-os ao Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Marítimos. O problema é que, diante da informalidade da pesca artesanal, o benefício ficou só no papel naquele momento. No fim das contas, os pescadores só foram de fato beneficiados pela aposentadoria muitos anos depois, com a criação de outra lei.

  2. Maravilhosa história de nossa cultura, que foi resgatada nessa belíssima coluna. Depois da série Mar sem Fim, poderia editar uma série Heróis sem Fim, dedicada aos bravos heróis de nossa cultura marítima.

  3. Mais uma vez Mar Sem Fim se mostra espetacular!
    Como filho de navegador, confesso minha emoção diante da saga desses heroicos pescadores.
    Essa é uma daquelas histórias sobre a nossa gente, que desde criança ouvimos alguém contar. E é muito bom saber que esta aconteceu de fato!
    Infelizmente, o heroísmo num país de tantas injustiças, nunca é reconhecido e as causas defendidas, fatalmente são ignoradas.
    Mas, aí está o registro e nem precisamos de um olhar estrangeiro para saber que Tudo é Verdade!
    Obrigado Mar Sem Fim!

  4. Parabéns por resgatar esse ato heroico e reivindicatório dos Jangadeiros, num momento tão oportuno e turbulento em que vivemos na política do nosso Brasil. Já conhecia essa história, mas não com todos esses detalhes. Pelo que sei, sou o único Jangadeiro carioca e apaixonado por Jangadas. Em 1985, sai do Rio de Janeiro e fui pra Ilhéus/BA na praia do Malhado e fiz 5 Jangadas, ainda de piúba e trouxe pro Rio de Janeiro. De lá pra já construí 50 Jangadas, umas 30 de piúba e outras 20 já modernas de compensado naval e isopor. Tenho lutado muito, investido e trabalho até os dias de hoje pra não deixar essa cultura acabar, e principalmente, tentar difundi-la em todo o litoral brasileiro. Quem quiser conhecer os meus trabalhos com Jangadas ao longo desses 35 anos, é só visitar a minha página no facebook Janga Brasil Truísmo Ltda. Estou refazendo o meu site jangadas.com.br que em breve estará no ar novamente. Eu fabrico Jangadas tipo veleiro e comercializo. Parabéns mais uma vez pela divulgação dessa cultura nordestina típica brasileira, que atualmente vem se despontando nas praias do nordeste com os passeios turísticos de Jangadas. Não podemos também esquecer, e devemos certa forma, chamar atenção dos governantes, pra darem mais assistência, mais recursos e investimentos pros pescadores artesanais do nosso País. No meu entendimento a Jangada é Turismo, é esporte, é lazer, é cultura, é pesca artesanal, é mídia alternativa, é comércio, é indústria, é geração de trabalho e renda. É tudo de bom. Viva as Jangadas!!!!

  5. Sou Cearense e Oficial Reformado da Marinha do Brasil. Resido em Fortaleza, desde 1995, quando fui para a Reserva. Mas, foi somente em 20/11/2019, que ví um vídeo fabuloso: “O Resgate do barco Mar Sem Fim naufragado na Antártica”. A partir de então, sempre que posso leio seus artigos. hoje, 12/04/
    2020, deparei-me com a Matéria: A Saga de Jacaré e a jangada São Pedro.
    Espetacular. Parabéns.
    Francisco R. Moura.

  6. Gostaria que épicos assim estivessem nos livros de história, que fossem comentadps em sala de aula, serviria para mostrar que os brasileiros também têm suas sagas.

  7. linda historia desse nosso tao desconhecido povo pobre e trabalhador. Daria uma saga cinematográfica com todos os
    ingredientes de aventura e coragem , pena que nossa elite cultural não curta abordar estes temas.
    uma nação nao vive sem heróis. Parabéns a voce Joao por resgatar este episódio .

  8. João Lara, como sempre nos surpreendendo com sua visão ao.memso tempo crítica e lúdica de nossas mazelas litorâneas! Parabéns, amigo.
    E onde anda o Mar Sem Fim, que não vejo mais na grade da TV Cultura?

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