Conservação ambiental recebe recorde de doações
A doação recorde de US$ 5 bilhões para a conservação ambiental pode anunciar uma nova era verde de doações. Assim o jornal The Guardian abre sua matéria de 29 de setembro de 2020. Uma boa notícia merece ser compartilhada. Quem sabe ela possa ser replicada em outras partes do mundo. A educação, a pobreza e as artes tradicionalmente se beneficiam da filantropia. Por que não a conservação?
Conservação ambiental recebe recorde de doações
O anúncio provocou furor no exterior. O site WCSNewsroom também saudou a novidade.
‘Nove organizações se uniram para prometer US$ 5 bilhões nos próximos 10 anos para apoiar a criação, expansão, gestão e monitoramento de áreas de terras protegidas e conservadas, águas interiores e mar, trabalhando com povos indígenas, comunidades locais, sociedade civil e governos. Isso marca o maior compromisso de financiamento privado já feito para a conservação da biodiversidade’.
Os US$ 5 bilhões vão acelerar a ação das Nações Unidas conhecida como “30 em 30”, que significa proteger 30% das áreas marinhas e terrestres mais importantes para a biodiversidade até 2030.
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O plano, que começou tímido, aos poucos está crescendo. Além das doações, cerca de 70 países já se comprometeram a proteger a biodiversidade que está em xeque com o aquecimento global através do movimento High Ambition Coalition (HAC) for Nature and People.
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Conheça os doadores
O compromisso está sendo feito em conjunto pela Arcadia – um fundo de caridade de Lisbet Rausing e Peter Baldwin; Fundo Bezos Earth; Bloomberg Philanthropies; Fundação Gordon e Betty Moore; Nia Tero; Rainforest Trust; Re: selvagem; Fundação Wyss; e a Fundação Rob e Melani Walton.
‘No início deste mês’, diz o WCSNewsroom, ‘a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), que inclui governos e mais de 1.400 organizações da sociedade civil e organizações de povos indígenas, também endossou a meta 30×30 como parte da estrutura pós-2020 da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica’.
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Estudos mostram que áreas protegidas são uma das maneiras mais econômicas de preservar a natureza, as populações humanas vulneráveis e o clima, desde que sejam bem administradas e respeitem os direitos e necessidades dos povos indígenas e das comunidades tradicionais.
Os resultados da pesquisa indicam que a conservação e gestão eficaz e tutela de pelo menos 30% do planeta nos locais mais importantes para a biodiversidade poderiam proteger até 80% das espécies vegetais e animais, e garantir 60% dos estoques de carbono do planeta e 66% da água limpa do planeta.
Segundo o Guardian, a doação também inclui planos para eliminar a poluição de plásticos e reduzir o uso de pesticidas para retardar a extinção de espécies.
O empresário suíço Hansjörg Wyss, da Fundação Wyss, declarou: “Podemos resolver a crise que a natureza enfrenta. Mas será necessário que as nações mais ricas e os indivíduos mais ricos se comprometam a reinvestir nossas enormes recompensas aqui na Terra, salvaguardando a natureza e protegendo nossas terras, águas e vida selvagem.”
A filantropia ambiental
Segundo o Guardian, apesar dos exemplos de alto nível, a filantropia ambiental permanece ofuscada por outras áreas, respondendo por apenas cerca de 8% das doações, de acordo com a ONG Rockefeller Philanthropy Advisors.
Contribuições explicitamente para a conservação e proteção da biodiversidade têm sido ainda mais negligenciadas. Mas há sinais de que isso está mudando.
A Dra. Rebecca Gooch, diretora sênior de pesquisa da Campden Wealth diz: “Os detentores de riquezas estão se tornando cada vez mais conscientes da importância da conservação ambiental, à medida que ameaças como desmatamento, poluição e perda de biodiversidade aumentam”.
Para onde vai o dinheiro?
Em princípio para quem tiver projetos a apresentar. Assim funcionam as doações ambientais. Elas procuram bons projetos de conservação, em locais chave para a biodiversidade.
A nossa imagem externa de pária, fruto do desgoverno ambiental, não pode continuar sob pena do País afundar. O Brasil enfrenta uma das maiores crises de sua história: crise política, econômica, e ambiental. E para sair dela são necessários investimentos externos.
Temos tudo para consegui-los. O Brasil é campeão em biodiversidade, com seis biomas terrestres que ainda podem contribuir muito com o clima global.
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As pessoas de bom senso sabem que ainda podemos dar a volta por cima retomando nossa posição de protagonistas da causa ambiental como recentemente pediram ao governo pouco mais de 100 dos maiores empresários do País.
Como disseram em documento que será entregue ao governo federal, ‘o Brasil deve manter a sua centralidade nesse diálogo, sob pena do enorme prejuízo ao setor produtivo e à sociedade brasileira’.
Imagem de abertura: Robin Moore/WCS
Fontes: https://www.theguardian.com/environment/2021/sep/29/record-5bn-donation-to-protect-nature-could-herald-new-green-era-of-giving-aoe; https://newsroom.wcs.org/News-Releases/articleType/ArticleView/articleId/16685/Private-Funders-of-the-New-Protecting-Our-Planet-Challenge-Announce-5-Billion-Commitment-to-Protect-and-Conserve-30-of-Planet-by-2030.aspx.
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