Nações costeiras se comprometem com os oceanos
Aos poucos os oceanos vão saindo do limbo em que sempre estiveram e começam a ganhar a simpatia mundial. Demorou demais para que os oceanos tivessem a mesma importância dos biomas terrestres para a maioria dos governos mundo afora. Mas agora parece que o movimento ganhou vida independente. Ainda recentemente publicamos o post Proteção dos oceanos avança no mundo onde mostrávamos que uma ideia de proteção de 30% dos oceanos até 2030 já conta com 52 países adeptos. Agora 14 nações costeiras se comprometem com os oceanos em mais uma prova de que o jogo mudou.
![Imagem de cardume de peixes nos oceanos](https://marsemfim.com.br/wp-content/uploads/2021/03/oceanos-copia.jpg)
Nações costeiras se comprometem com os oceanos
O Painel de Alto Nível para uma Economia do Oceano Sustentável (Painel do Oceano) é uma iniciativa única. Uma cúpula mundial que não envolveu as maiores economias mundiais como normalmente acontece nestes casos. A reunião foi virtual e, em vez de diplomatas ou burocratas, quem respondia eram os principais mandatários destes países.
![](https://marsemfim.com.br/wp-content/uploads/inserts-on-content/colab1.webp)
As 14 nações costeiras menores que se uniram em torno de medidas definitivas lastreadas pela ciência foram Austrália, Canadá, Chile, Fiji, Gana, Indonésia, Jamaica, Japão, Quênia, México, Namíbia, Noruega, Palau e Portugal, apoiadas pelo Enviado Especial do Secretário-Geral da ONU para o Oceano, formaram o Painel do Oceano em 2018.
Mesmo sem a presença de potências mundiais como os EUA, China e Rússia, a coalizão de 14 nações é importante e responde por quase 40% da costa mundial, 30% das zonas econômicas exclusivas do mundo (ZEE), 20% da pesca mundial, e 20% da frota marítima mundial. O acordo afeta uma área do oceano aproximadamente do tamanho da África.
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Uma característica única foi que o Painel compreendeu os chefes de estado de cada uma das 14 nações, em vez de burocratas de nível inferior. Assim, os próprios participantes tinham autoridade para aprovar o acordo que ajudaram a definir. Como resultado, não houve necessidade de esperar anos para que o acordo passasse pelos processos burocráticos dos países membros antes de entrar em vigor.
![Imagem de recifes de corais](https://marsemfim.com.br/wp-content/uploads/2021/03/recifes-copia.jpg)
O Ocean Panel comissionou um grupo de 250 especialistas para fornecer subsídios científicos mais recentes e identificar práticas sustentáveis de gestão dos oceanos.
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Eles formaram uma rede de consultoria de mais de 135 partes interessadas do setor privado, ONGs e partes interessadas intergovernamentais em 35 países. A rede desenvolveu estratégias de ação e formou coalizões para promover mudanças nos diversos setores que têm impacto na gestão dos oceanos.
Resultados de dois anos de ação
Em dois anos, o processo produziu 19 artigos revisados por pares que informaram 14 reuniões entre os países. Em dezembro de 2020, o Painel do Oceano divulgou o vigésimo e último relatório. O acordo final foi alcançado por meio de um processo completamente remoto em resposta à pandemia global.
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Isso significa que eles administrarão de forma sustentável 100% dos oceanos sob suas jurisdições nacionais até 2025. E cada uma das 14 nações reservará 30% dos mares como áreas marinhas protegidas até 2030.
30×30
O compromisso de reservar 30% dos mares das nações participantes como áreas marinhas protegidas até 2030 está em conformidade com o apelo das Nações Unidas para a ação conhecida como “30 em 30”. O nome é uma abreviatura de um esboço de plano para lidar com as mudanças climáticas, lançado no início de 2020 pela Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica.
Recomenda proteger 30% das terras e oceanos em todo o mundo até o final da década; conservar pelo menos 10% do planeta sob proteção integral; e reduzir a poluição de nutrientes e plásticos em pelo menos metade. O plano deveria ter sido considerado na Conferência da ONU sobre Biodiversidade (CBD COP 15) na China, em outubro passado. Devido ao COVID-19, essa conferência foi reprogramada para maio de 2021.
![Imagem de lixo plástico nos oceanos](https://marsemfim.com.br/wp-content/uploads/2021/03/lixo-plastico-copia.jpg)
Novas ideias para enfrentar os velhos problemas têm surgido quase todos os dias. Recentemente, comentamos a sugestão de que os bancos poderiam ter normas mais restritivas para empréstimos às empresas da cadeia de suprimento de plástico, por exemplo.
A velocidade da perda de biodiversidade mundial preocupa a comunidade acadêmica, e finalmente parece ter chegado aos gestores econômicos e políticos. Esta ‘visibilidade’ da questão ambiental era o que faltava para gerar mais ideias e sugestões. Surpreendentemente, o mundo rico parece ter acordado para a verdadeira ameaça que temos pela frente, o aquecimento global e suas terríveis consequências.
O que você pode fazer
Não basta esperar ação apenas por parte de governos. Cada um de nós pode e deve dar sua contribuição. Para começar use menos o automóvel particular. Peça e dê carona. Economize água e energia em sua casa. Separe o seu lixo, e evite plástico tanto quanto puder. E acima de tudo, passe adiante estas informações. Quanto mais pessoas engajadas, melhor.
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Assista ao vídeo e saiba mais
![Towards a Sustainable Ocean Economy](https://i.ytimg.com/vi/S8RHgCvKb6E/0.jpg)
Assista a este vídeo no YouTube
Imagem de abertura: www.oceanpanel.org
Fonte: https://earth911.com/business-policy/a-win-for-the-oceans-international-sustainability-agreement/; https://www.oceanpanel.org/ocean-action/people-nature-economy-report.html#:~:text=Five%20building%20blocks%20can%20set,reflects%20the%20true%20value%20of.