Você come camarão? Então, melhor se informar sobre o que está em jogo…
Os problemas ambientais afetam toda a sociedade. E nem sempre ela sabe o que está em jogo ao consumir. O consumo responsável passou a ser importante ao sabermos que somos hoje 8 bilhões de pessoas no planeta. Juntos, consumimos mais que a capacidade de reposição da biosfera. Por este motivo passou a ser importante, por exemplo, saber a procedência dos alimentos que compramos, ou que fazer com as embalagens que vêm junto com nossas compras. Ao fazer uma compra, estaremos contribuindo para piorar a situação ambiental? São muitas as dúvidas. Por isso, hoje o Mar Sem Fim levanta mais uma questão: você come camarão, e sabe a procedência dele?
Conheça a carcinicultura ou, criação de camarões em cativeiro…
Se você come camarão, saiba que as criações em cativeiro começaram nos anos 70, no sudeste asiático. A pesca, sempre destrutiva, já não dava conta da demanda. Foi uma febre. A produção cresceu acentuadamente, particularmente para atender às demandas do mercado dos Estados Unidos, Japão e Europa Ocidental, os maiores consumidores mundiais. Aliás todos consumissem como os norte-americanos seria preciso dois, ou até três planetas para dar conta do recado.
Camarão em fazendas alcançou mais de 1,6 milhão de toneladas em 2003
Assim, com as criações, a produção global total de camarão em fazendas alcançou mais de 1,6 milhão de toneladas em 2003, representando um valor de quase 9 bilhões de dólares. Cerca de 75% do camarão de criação é produzido na Ásia, em especial China e Tailândia.
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Por que começou no Sudeste Asiático?
Porque trata-se de questão cultural. “O camarão é cultivado no Sudeste Asiático e na China há séculos, usando métodos tradicionais de baixa intensidade. Na Indonésia, o uso de lagoas de água salobra, chamadas tambaks, pode ser rastreado até o século XV.”
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“Eles usaram tanques de pequena escala para monocultura ou policultivos com outras espécies, como milkfish, ou em rotação com arroz, usando os arrozais para culturas de camarão durante a estação seca, quando nenhum arroz poderia ser cultivado.”
Os problemas
Tudo começou muito de repente, sem se prever o crescimento absurdo que teve a atividade até atingir o valor anual de mais de 9 bilhões de dólares! “A criação de camarões transformou empresas tradicionais de pequena escala no sudeste da Ásia, em parte da indústria global.”
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“Os avanços tecnológicos levaram ao cultivo em densidades cada vez maiores, e a produção, embarcada para todo o mundo. Praticamente todos os camarões de criação são da família Penaeidae, apenas duas espécies – Penaeus vannamei (camarão branco do Pacífico) e Penaeus monodon (camarão tigre gigante) – representam cerca de 80% da produção.”
“Essas monoculturas industriais são muito suscetíveis a doenças. Causaram várias epidemias regionais de populações. O aumento dos problemas ecológicos, os repetidos surtos de doenças e as pressões e críticas de ONGs e países consumidores levaram a mudanças na indústria no final da década de 1990 e, em geral, à regulamentação mais forte por parte dos governos. Em 1999, foi iniciado um programa destinado a desenvolver e promover práticas agrícolas mais sustentáveis.”
Traduzindo releases oficiais…
A maioria dos estudos sobre a carcinicultura, na web, são patrocinados pela indústria do camarão. Seja a mundial, com predomínio das fazendas do sudeste asiático, sejam as fazendas do Nordeste do Brasil. Neste caso o guarda-chuva jurídico é a ABCC – Associação Brasileira de Criadores de Camarão.
Todas disputam um apetitoso mercado de bilhões. O que estas matérias não dizem, por motivos óbvios, é que as fazendas foram criadas em áreas de mangue por estarem próximos do mar. É mais barato puxar a água do mar para locais como os mangues.
Assim a carcinicultura destruiu inutilmente grande parte dos manguezais do planeta, um dos mais importantes criatórios naturais marinhos, cuja maior parte fica na mesma região, o sudeste asiático. A comunidade mundial chiou e foi verificar mais de perto…
A poluição química gerada pela criação: você come camarão?
Ficaram chocados com a poluição química. Como disse o estarrecido pesquisador, Enric Sala: “Nas lagoas (do sudeste asiático), colocam os filhotes de camarões e, para evitar que as larvas de mosquito os comam, jogam uma camada de diesel para que os mosquitos não botem ovos na água. Depois jogam pesticidas para que não cresçam algas.”
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“Quando os camarões estão grandes, esvaziam a lagoa e os camarões ficam impregnados de toda essa sujeira. Em alguns casos, acrescenta-se corantes para terem um tom mais laranja. E depois de cinco anos, as lagoas ficam tão salobras que os produtores vão cortar mangues em outro lugar.”
No Nordeste do Brasil
O mesmo acontece nos mangues do Rio Grande do Norte, maior produtor do Brasil, e em todos os outros estados do Nordeste. Sem falar que, na despesca, a água dos tanques é devolvida à gamboa sem qualquer tratamento o que gera poluição.
No Brasil, o produto usado para garantir a cor ‘laranja’ é o conhecido metabissulfito de sódio, “conservante usado como antioxidante e inibidor da proliferação de microorganismos. Sua ingestão pode causar reações alérgicas, problemas de pele, irritação gástrica e rinite severa em pessoas sensíveis ao composto.”
Mas tem mais.
Duas das maiores causas de perda de biodiversidade no mundo
Você come camarão? Pois saiba que segundo a comunidade acadêmica, o pior problema para a perda de biodiversidade é o desaparecimento de habitats. O segundo pior, a introdução de espécies exóticas. A carcinicultura faz as duas coisas.
Ainda assim, passado o tempo desde o início das criações no Brasil, o Penaeus vannamei conseguiu se impor sobre os camarões nativos. Menos mal. Mas, pela extirpação do mangue, a prática é combatida por Estados não entreguistas como a Paraíba, por exemplo, cuja secretária de Meio Ambiente considerava esta atividade, ao tempo de nossa visita, como ‘uma das maiores ameaças ao litoral Nordestino’ ao lado da especulação imobiliária.
Procedência do camarão de criação
O tópico, ‘Cada vez mais camarões…’, explicou as espécies usadas. No Brasil optou-se pelo Penaeus vannamei (camarão branco do Pacífico), apesar de tudo que já se sabe quanto aos problemas causados pelas espécies exóticas. Como sobra, a carcinicultura provoca conflitos sociais já que, ao escolherem parte de um manguezal para as fazendas, os produtores cercam uma área adjacente bem maior, impedindo que os catadores tradicionais explorem o mangue.
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No documentário que produzi, há depoimento do extrativistas ameaçados de morte pela fazenda do prefeito de Aracati, a Compescal, que decepou totalmente o manguezal da foz do rio Jaguaribe no litoral do Ceará.
Também entrevistei um promotor público, em Natal, Rio Grande do Norte. Ele contou que “depois que começara um processo sobre estragos ambientais produzidos pela carcinicultura sofreu diversas ameaças de morte.”
Curiosidades da carcinicultura no Brasil
Quando vi os estragos, não acreditei. Aconteceu durante a primeira expedição pela costa brasileira, entre 2005 e 2007. Descobri algumas ‘curiosidades’ que ajudam a compreender a carcinicultura no Brasil.
A medida que descia a costa de Norte para Sul desde o Amapá, eu ouvia falar na novidade. Mas só vi uma fazenda no Piauí. A partir daí, até o Sul da Bahia, o que mais se vê nos estuários, são grandes espaços decepados de mangue.
Como é possível ocupar os mangues, pensei, são espaços públicos, berçários, não podem ser ocupados! Resolvi focar o assunto e, dentro da grande reportagem da costa brasileira, abrir espaço para reportagens menores. Comecei a estudar. Li, entrevistei ao menos dez professores das Universidades Federais do Nordeste, todos contrários; os secretários de meio ambiente, promotores públicos, etc, e procurei matérias na imprensa internacional, e ONGs daqui e de fora.
Os políticos, sempre eles…
Durante a travessia do Nordeste pesquisei todas as fazendas de camarão, e visitei quase 90% por cento delas. Entrevistei quem se dispôs a falar (mas foram poucos…), entrevistei o pessoal do entorno, o prefeito da localidade, etc.
Produzi um documentário. Descobri que 95% das fazendas de camarão eram de políticos, ou gente a eles ligada: prefeitos, vereadores, deputados, senadores, e até um vice-presidente da República. Por envolverem ‘gente graúda’, tinham mais chances de vista grossa por parte das autoridades ambientais que deveriam zelar pelo mangue íntegro e em pé.
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Algumas fazendas são do ‘pessoal do crime’
Na época da viagem, 2005 – 2007, se as fazendas não estivessem nas mãos de um destes dois grupos, políticos, ou amigos de políticos, então elas pertenciam a gente do crime, caso de uma das maiores da Bahia, a Lusomar.
Depois de ver e gravar os estragos que ela fez após a despesca, poluindo o que restava do manguezal do entorno ao devolver a água utilizada sem qualquer tratamento, segui até a praia Costa Azul, para ver sua unidade de criação de larvas.
Mais uma vez fiquei de queixo caído com o tamanho do empreendimento. E constatei que a Lusomar também não respeitou a faixa mínima de 300 metros, medidos a partir da linha da preamar, para as primeiras construções em direção ao interior, conforme determina a Resolução 303, do Conama que procura disciplinar a ocupação das praias.
Como mostram as fotos, parte das obras civis está claramente dentro do limite protegido. Para não falar que a área tem dunas e restingas, ambas consideradas APPs. Note que a empresa colocou um tosco cano d’água para liberar seus rejeitos em plena zona de arrebentação.
As fazendas dos amigos dos políticos
Quando são deles mesmos, tudo fica mais fácil. Os ‘legisladores’ desafiam o Ibama com total cara-de-pau. Não deixam que a fiscalização os atinja. Quando as fazendas são dos amigos dos políticos, funciona mais ou menos como a Lusomar, que investigamos. Descobrimos a velha prática da barganha.
Tudo indica que o governador da Bahia à época, Paulo Souto, financiou as obras com dinheiros públicos do FNE (Fundo Constitucional do Nordeste), que é um Fundo Federal, em troca da empresa contribuir para a campanha de um prefeito de sua corrente política no município de Jandaíra, onde se localiza a fazenda. O antigo era aliado de ACM, inimigo e rival político de Paulo Souto…
Lusomar elege Herbert Maia – PDT, com extensa ficha policial, prefeito de Jandaíra, BA
Pois a Lusomar cumpriu sua parte, elegeu Herbert Maia, do PDT. Ele tem dois CPFs, e farta ficha policial. Cinco processos na Justiça de Alagoas, 41 no TJ de Sergipe, e 11 processos do Tribunal de Contas da União.
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Ele está envolvido em emissão de notas frias, roubo e desmanche de veículos, e crimes de pistolagem. Em 1988 foi preso em Sergipe. Acusação: líder de quadrilha, vendia notas fiscais frias para diversas prefeituras. Segundo nossa pesquisa, ele está envolvido em crimes de morte, como o que vitimou o promotor de Cedro de São João, Waldir de freitas Dantas, assassinado em 19 de março de 1988.
Por fim, Herbert foi denunciado pelo comparsa, de nome Cristinaldo Santana, vulgo “ Veneno ”, de receptação e desmanche de carros roubados. Todos estes casos vieram à tona com sua “ vitória ” nas eleições (1797 votos contra 1721 do segundo colocado).
O FNE – Fundo Constitucional do Nordeste
O papel deste Fundo era financiar as fazendas. Impressionado com tanta bondade, pesquisei e descobri que ele sugere em suas diretrizes “preferência aos mini e pequenos empreendedores”, e projetos que “protejam o meio ambiente”.
Curiosamente, a turma da carcinicultura não se enquadra em nenhum dos dois tópicos…
Maior problema das fazendas de criação ainda não resolvido: a farinha de peixe
Para além dos graves problemas apontados, um dos piores é a alimentação escolhida nas fazendas: a farinha de peixe. Esta mistura é feita com populações que antes não eram pescadas, apesar de terem uma função importante na cadeia alimentar dos oceanos.
Note-se o paradoxo: a aqüicultura começou para resolver o problema da sobrepesca. Mas, à medida que cresce mundo afora, mais peixes, antes descartados por terem pouco valor comercial, são capturados para alimentá-las. A conseqüência pode ser terrível, a conta não fecha. As fazendas de camarão não são sustentáveis.
Como assim, não é sustentável, e as fazendas instaladas?
Bem, os produtores não tiveram que investir comprando, e preparando as terras como em qualquer atividade do gênero. A mamata, e charada da questão financeira, começa aí.
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As terras, mangues, áreas públicas, foram ‘doadas’ aos produtores, talvez isso explique a onipresente presença de políticos nesta área de atuação. Descobrimos ainda que os empregos gerados são sazonais, sem carteira assinada. Além disto, 84% das 245 fazendas de criação do Ceará, por exemplo, estavam em APPs, Áreas de Preservação Permanente estipuladas pelo Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente), e nem por isto fiscalizadas ou multadas pelo Ibama.
A ficha caiu… devastação e poluição provocam boicote internacional
Esses problemas em conjunto chamaram a atenção internacional. Veja o que aconteceu. “Infelizmente, as exportações brasileiras de camarão caíram drasticamente de 42,5 mil toneladas (65,4% da produção), em 2005, para 5728 toneladas (8,81% da produção), em 2009 (ABCC, 2011). O Brasil foi um dos países líderes em exportações para a Europa, mas em 2009 caiu para a 28ª posição (ABCC, 2011). A produção de camarão tem permanecido constante apenas porque os produtores têm conseguido aumentar as vendas domésticas.”
Boicote de compradores internacionais
Esta queda nas exportações tem dois motivos. O primeiro foi um boicote dos compradores devido às condições de ‘terra-arrasada’, mais a poluição como encargo; o segundo são as constantes pragas que dizimam criações intensivas.
Ou seja, o mundo soube dos problemas ambientais gerados pelas criações e reagiu. Exigiu melhorias para voltar a comprar. É o que esperamos que aconteça com você, que lê este post e eventualmente come camarão.
A pesca do camarão
Existem algumas modalidades, desde as de menor impacto, até as de maior. Infelizmente, 90% do camarão oriundo da pesca vem da modalidade mais terrível e combatida, a pesca de arrasto. No Brasil não é diferente. O arrasto detona o subsolo marinho. Destrói não só os ecossistemas, mas o que estiver em seu caminho. E ainda é responsável pela captura incidental, quando toneladas são mortas e devolvidas ao mar.
Dizem os especialistas que, para cada quilo da modalidade visada, as redes de arrasto chegam a tirar do mar mais de 80% em fauna acompanhante. Ou seja, espécies não visadas pela pesca. Estas, são devolvidas ao mar, mortas. Por estes motivos o arrasto é combatido mundo afora.
Então, você come camarão?
Acreditamos que se cada um tiver consciência de seus atos, às vezes tão corriqueiros como comer (nada é corriqueiro quando se trata de 8 bilhões de pessoas), isso por si já será um benefício.
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Felizmente, mesmo nestes tempos bicudos, sobram provas que os bons cidadãos continuam atentos apesar de tudo. A reação positiva que tivemos com a campanha pelo fim dos canudinhos plásticos, nos mostra que o caminho é falar com você, cidadão.
Pense sobre a parte de cada um, e tome sua posição. Como se diz lá fora, ‘pense globalmente, aja localmente’. E, se for comprar camarão, procure saber a procedência. Se for do Nordeste, desconfie, prefira os camarões do Sudeste. Nesta região do Brasil os camarões são pescados por pescadores, quase não há carcinicultura nesta região.
Para saber mais sobre a carcinicultura ouça o podcast gravado em 2020 com Jeovah Meireles, professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC) e dos Programas de Pós-Graduação em Geografia e em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA). Doutor em Geografia pela Universidade de Barcelona (2001).
Foto de abertura: www.frozenshrimpsuppliers.com.
Fontes: https://en.wikipedia.org/wiki/Marine_shrimp_farming; https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0964569111000901?via%3Dihub;https://exame.abril.com.br/estilo-de-vida/5-ingredientes-indesejaveis-das-comidas-industrializadas/; http://www.jandaira.ba.gov.br/;
Eu serei xingado, odiado e chamado disto e daquilo, mas com todos os percalços que o nosso querido Brasil nos propicia já cheguei aos meus 70 anos e cá entre nós, as expectativas vão pegando as forças gravitacionais e na curva da vida eu passo a ganhar velocidades descendentes. Não sou e nunca pretendi ser modelo para ninguém mas apenas vivi dentro das regras que a cada dia os governantes nos impõem e até alguns anos atrás eu ainda combatia através de canais disponíveis na internet sobre ações de candidatos que vendem ilusões e fantasticamente ainda existem compradores aos milhões como vimos na última eleição, mas hoje com toda sinceridade digo que devido aquele ditado de Rui Barbosa que acaba dizendo que a gente sente vergonha de ser honesto quero que isto aqui se exploda e que faltem alimentos e o pouco que existir estejam tão contaminados que nem bichos os comem.
Também sou desiludido com o nosso Brasil, mas acho uma grande pena o senhor pensar dessa maneira, espero que não tenha filhos, tão pouco netos ou bisnetos… Porque são eles que vão usufruir desse imenso ódio que o senhor guarda no seu coração.. Fique na paz !
Pessoal, leiam sobre a produção de camarão em sistema Bioflocos… um modelo mais sustentável de produção.
João, moro em SC, e aqui o camarão que comemos é quase todo originário de Laguna. Você tem informações sobre os métodos usados nas culturas de lá?
Convido a todos a visitar uma fazenda de camarão para ver se esses relatos tendenciosos são verdadeiros.
Já vi a falta de credibilidade na matéria quando disse: “…fazendas fossem criadas em áreas de mangue, mais fácil de derrubar.”
A área de mangue é PÉSSIMA para a criação de camarão, pois o solo do mangue é muito ruim para os parâmetros que o camarão precisa.
Só vemos aqui mais uma matéria tendenciosa, que é o que mais acontece no nosso país, regada de mentiras. Vamos todos procurar sempre nos informar, visite uma fazenda próxima e tire suas próprias conclusões.
O que há de tão mentiroso na matéria? Que não foi imparcial tudo bem, mas mentirosa?
Se as áreas de manguezal são péssimas para a criação de camarão, por que então foram nessas áreas que as indústrias de produção se instalaram? Basta analisar as imagens aéreas passadas e como essas áreas estão no momento. A instalação ocorre em regiões de manguezal para a captação primária de água. Se atualmente a ocupação de APPs segue rigoroso controle ambiental (ainda que interesses políticos passem por cima de qualquer legislação ambiental), isso não significa que essas áreas não foram ocupadas.
Falar que aquicultura vai acabar com a fome? Talvez no sudeste asiático, em que você tem a maior densidade demográfica…agora no Brasil? Pobre tá comendo camarão, beijupirá?
De onde veio a informação que colocam oleo diesel e pesticidas na água? Numa criação de camarão minimamente organizada as larvas são criadas em tanques controlados até atingirem a fase de pós larvas com 1 cm de comprimento quando são colocados nos tanques de criação,bem maiores que uma larva de mosquito. O predador dos camarões nesta fase são as larvas de libélula. Quanto a controle de algas com pesticidas existem formas simples para eliminar algas e qual criador colocaria pesticidas na água e ver toda sua produção inviabilizada se boa parte é exportada para os Estados Unidos e Europa.
Sugestão: Essas matérias do Mar Sem Fim poderiam ser menores, resumidas, como são as matérias de um jornal, certamente mais pessoas as leriam.
Ficar explicando detalhadamente é só para alguns especializados, e requer tempo.
Grato.
Informar-se exige algum esforço. As matérias são ótimas. Permitem que o leitor se aprofunde no assunto a partir de outras citações.
Prezado João,
Parabéns pela excelente matéria com fontes científicas e de propriedade. Reitero a pergunta da Heloísa, qual, se é que há, camarao seria pescado de forma sustentável? Obrigado desde já
João Lara Mesquita você bem poderia mudar a chamada de “Você come camarão? Então é pra você…” para apenas “Você come???? Então é para você….” porque no passado o Brasil caçava e distribuía carne de baleias e se cessou, foi porque a abundância dos bovinos, suínos, galináceos hormonizados tomou o lugar; quando você come é cação e quando nos comem é tubarão e sem culpas nos cartórios se consomem filhotes de tubarões que são o topo da cadeia alimentar, portanto infectados com mercúrios e outros metais pesados e com frequência enorme se vem nos supermercados e peixarias filhotes de atuns com menos de 50 centímetros, as sardinhas que eram super baratas hoje estão se transformando em pescados gourmet e algo que ouvi falar: nas épocas de desovas das tainhas os barrigas verdes catarinenses capturam os peixes apenas para removerem as ovas e jogarem fora os peixes e as ovas teriam destinos certos para a Itália e o Japão.
Seja mais generalista e combata quem come, pois SEMPRE se produzirão danos, afinal de contas os “puns” dos gados aumentam o aquecimento global além do monumental volume de água que consomem, combata as políticas de exportações de soja que também envenenam as terras, consomem águas e produzem milhares de cancerosos/ano.
Gosto de algumas das suas matérias, mas use mais e melhor suas massa cinzenta para propor melhorias, controle de natalidades e outras medidas que efetivamente traduzam em realidades palpáveis; que tal pensar em como o Mar Sem Fim pode alimentar os famélicos na America Latina, na Africa e na Asia. Esta matéria de camarões é muito luxo para pobres!
Muito interessante essa materia, tambem nao sabia disso! Vou daqui pra frente diminuir o consumo e procurar comer camarão pescados no mar mesmo, na pesca tradicional. Obrigado por essa valiosa informaçao. Vou passar aos amigos!
A pesca tradicional de camarão é o arrastão, que pode ser comparada a derrubar a Mata Atlantica, separar só o palmito e jogar fora o resto.
Boa matéria mais uma vez. Valeu! Um comentário adicional: um dia acreditei que tinhamos esperança de recuperar os estragos que estamos fazendo e fui para o meio do mato estudar. Depois de 5 anos voltei sem esperanças pois compreendi que o problema na verdade é a super população. Não dá para alimentar quase 8 bilhões de pessoas de forma sustentável.
Gosto de comer camarão, mas depois dessa matéria fica difícil de continuar. Sera que tem alguma certificadora que garanta que a produção seja ambientalmente responsável?
Eu como camarão, e não é por causa de uma materiazinha tendenciosa q vou deixar de comer
Eu também
comida imunda
Há algum tipo de camarão que podemos comer? Em regiões praianas, com a pesca mais artesanal, tudo bem? Vou cortar o consumo, mas queria saber em que situação posso comer sem culpa.
Sim, Heloísa, fazendo assim você se iguala aos maiores defensores da vida marinha na academia: os cientistas Enric Sala, e Sylvia Earle. Parabéns pela disposição. Engaje outros se puder. abraços
pois é, achava eu que criar camarão em cativeiros não gerava tantos problemas ao meio ambiente!
E o nosso pais esta metido neste meio tambem. Já era de se esperar.
Não fazemos nada certo mesmo…
Adoro comer camarão, mas agora sabendo do descaso dos produtores em relação ao meio ambiente, com certeza redobrarei o cuidado na hora de comprar tal alimento! Senão achar uma empresa que siga praticas não abusivas de produção, certamente substituirei por outro produto!
Matéria absurda e enganosa!! Por motivos políticos, devemos parar de comer camarão e crustáceos em geral, salmão (nem pensar!) e outros peixes criados em fazendas marinhas, carne de vaca (a criação intensiva está acabando com o planeta), laticínios (“na idade adulta não se deve ingerir leite e derivados”), frango e ovos (cheios de hormônio), soja e derivados (devastação ambiental), frutas importadas (o combustível dos aviões que as trazem é poluente). Vamos alimentar 7 bilhões de seres humanos com cápsulas e comprimidos.
Na minha humilde opinião, estamos num caminho sem volta para um buraco negro. Todo tipo de alimento em massa gera alguma consequência, gosto de camarão, mas após ler essa matéria creio que vou dispensa-lo do meu cardápio… a humanidade cresce em valor exponencial, muitas bocas para alimentar, para isso ser feito de maneira sustentável é preciso a colaboração de todos, quando se cortam milhares de árvores para implantação de lavouras ou criação de gados, onde também existe uma questão anti-sustentavel. O problema se alastra, a educação nas escolas, faculdades e a própria evolução do ser humano não consegue acompanhar seu crescimento em massa junto a biodiversidade, é um problema sério e complexo! Espero que apreendemos cada vez mais e que possamos lidar com todos esses problemas no menor tempo possível. Vemos que países estrangeiros perceberam a problemática enquanto nossa população está de olhos vendados. O mundo está deixando de ser verde e tornando-se cinzento, sou engenheiro civil, amante da natureza, estou na luta. Construções, implantações, empresas e multinacionais SUSTENTÁVEIS já. Amém!
Algumas coisas não batem, como a história de uma camada de diesel sobre as lagoas, cara isso mataria tudo, inclusive os Camarões…mas o mais estranho é que o autor do texto usou o Wikipedia como fonte (nada confiável por ser editável por qualquer pessoa)…os números são bem antigos (2005,2007 e 2009).
Quem gosta de verdade dos animais não come nenhum, nem peixe, nem camarão, nem baleia, nem golfinho, nem caranguejo, nem boi, nem frango nem rã, nem porco!
O resto é blá blá blá, de pessoas que adoram se enganar.
Nem piranha…
Parabéns pela matéria João! E pensar que um kg dessa iguaria “fresco” em uma feira popular aqui em Brasília não sai por menos de R$ 80,00. Estamos juntos, sem dúvida nenhuma farei a minha parte, e já!!