Óleo vaza na baía de Guanabara mais uma vez

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Óleo vaza na baía de Guanabara mais uma vez

O problema é recorrente. E aconteceu mais uma vez neste início de ano. O movimento Baía Viva denunciou em 20 de janeiro mais um vazamento, desta vez na Praia da Bandeira, Ilha do Governador, Zona Norte, do Rio, em plena maltratada baía de Guanabara. Óleo vaza na baía de Guanabara mais uma vez.

Óleo na baía de Guanabara
Imagem, Reprodução.

Baía de Guanabara: 15 mil litros de esgotos por segundo

O problema da baía de Guanabara resume-se à omissão de sucessivos governos, além do crescimento desordenado ao seu redor, que não deixa também de ser mais uma omissão do poder público. Afinal, eles são eleitos para gerir as cidades, não para se locupletarem com elas como acontece há anos.

A baía de Guanabara tem uma área de aproximadamente 400 km2 e contém cerca de 3 bilhões de m3 de água. Dos 55 rios que nela deságuam, 50 tornaram-se esgotos a céu aberto.

O resultado do descaso é que todos os dias 15 mil litros de esgotos não tratados são despejados por segundo  nas águas do ‘cartão postal’ do Brasil. Por pura falta de saneamento básico, um serviço essencial a que todos os brasileiros têm direito de acordo com a Constituição.

Privatização do Cedae

Graças ao novo marco regulatório do saneamento, aprovado em julho de 2020, cerca de 100 milhões de brasileiros que não têm acesso ao serviço, agora poderão tê-lo. Para se ter uma ideia, em 2017, de acordo com o Trata Brasil uma referência no tema, ‘o Brasil lançou aproximadamente 5.622 piscinas olímpicas de esgoto não tratado na natureza’.

O Rio de Janeiro foi um dos primeiros Estados a privatizar os serviços. O leilão da Cedae (Companhia Estadual de Água e Esgoto do Rio de Janeiro) rendeu R$ 22,7 bilhões de reais, nada mau para um Estado falido com uma dívida impagável com a União.

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Não vai ser fácil, nem rápido. Mas especialistas acreditam que com o novo marco legal, aprovado mesmo com a cínica omissão  da maioria dos ‘ambientalistas‘,  será possível universalizar os serviços em 15 anos, ou menos.

Antes da aprovação do novo marco não havia sequer esperança já que o custo para universalizar os serviços estavam estimados em R$ 600 bilhões de reais. E o Brasil, como é sabido, mal tem dinheiro para pagar o funcionalismo público.

Por isso, recentemente escrevemos que, com a privatização avançando no Rio, e com muito trabalho de educação infantil, já que esperar mudança de comportamento em marmanjos é quase utopia, do tipo do Projeto Esse Rio é Meu recém-lançado, acreditamos que finalmente há esperanças para a baía de Guanabara, e nossos rios, cuja maioria está na UTI.

Mas agora, mais uma vez, um balde de água fria é jogado com o…

Óleo vaza mais uma vez

Parece até uma efeméride macabra. Este novo vazamento aconteceu quase exatos 20 anos depois do maior deles, em 18 de janeiro de 2000, com o rompimento de um duto da Petrobras que despejou na baía de Guanabara 1,3 milhão de litros de petróleo, no maior acidente do gênero no Estado.

Felizmente o vazamento atual não é deste porte, ao contrário, ainda assim, é mais um. Até quando?

O movimento Baía Viva recebeu também um denúncia de que haveria outro vazamento na   Praia de Engenhoca, ao lado da Praia da Bandeira.

O Baía Viva pediu que seja acionado o Plano de Emergência da Baía de Guanabara para verificar a origem do problema que parece ser constante. Segundo o site eurio.com.br  as suspeitas recaem sobre ‘o terminal da Ilha D’Água da Transpetro/Petrobras’.

De acordo com o site, ‘o projeto Olho Verde, coordenado pelo biólogo Mário Moscatelli, flagrou ainda manchas de óleo no rio Iguaçu, em trecho de manguezais no município Duque de Caxias, que deságua na baía de Guanabara’.

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Segundo o Diário do Rio ‘Fotos feitas pelo projeto Olho Verde, coordenado pelo biólogo Mário Moscatelli, mostram manchas no Rio Iguaçu, em trecho de manguezais no município de Duque de Caxias, que deságua na baía. O óleo atingiu diretamente os mangues da região, resultando na morte de caranguejos’.

‘A ONG relata que em dezembro de 2021, já havia ocorrido outro vazamento de óleo na região, próximo às instalações da Refina Duque de Caxias (Reduc – Petrobras) que atingiu o Rio Iguaçu, manguezais e os territórios pesqueiros. Até agora a fonte da poluição não foi identificada’.

E, finalmente, ‘O Baía Viva propôs ao Instituto Estadual do Meio Ambiente (Inea)) que é preciso aumentar a fiscalização inclusive disponibilizando no site do Inea, Ibama e da Capitania dos Portos um espaço para que os pescadores, banhistas e moradores possam enviar fotos e vídeos feitos nos seus celulares com estas ocorrências para que haja uma ação imediata do poder público’.

A baía de Guanabara, apesar de um futuro mais promissor, começa mal o ano.

Imagem de abertura: Reprodução

Fontes: https://eurio.com.br/noticia/30095/baia-de-guanabara-tem-dois-vazamento-de-oleo-praia-da-bandeira-e-rio-iguacu.html; https://diariodorio.com/baia-de-guanabara-registra-mais-um-vazamento-de-oleo/.

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