Os oceanos estão à beira do colapso. Se você quer ajudar aprenda com estes exemplos
A situação é dramática em todo o mundo. Os mares e oceanos, os mais importantes ecossistemas da Terra, sem os quais não haveria vida, estão agonizando. Poluição, sobrepesca, aquecimento global, omissão da população – nada de sair culpando governantes ou autoridades, a culpa é nossa!, esses são alguns dos graves problemas que insistimos em não enxergar ou tomar providências.
O pior é que é tão fácil ajudar…muito mesmo. Basta mudar alguns hábitos, deixar o egoísmo de lado, e se tocar que não somos uma aldeia qualquer, mas uma aldeia global com nada menos que 7,4 bilhões de pessoas. Essa quantidade astronômica de pessoas exige mudanças de hábitos. Simples assim. O site Mar Sem Fim aponta alguns exemplos que você pode copiar…
O exemplo de Sylvia Earle, cientista, e maior autoridade mundial na questão dos oceanos
Ela está com mais de 80 anos e não para um minuto. Escreve artigos, mergulha para suas pesquisas, corre o mundo alertando sobre a omissão da população e governos em relação aos oceanos, faz palestras, escreve livros, tudo para mostrar que estamos destruindo o que temos de melhor: a vida marinha, os mares e oceanos.
Mais lidos
Declínio do berçário da baleia-franca e alerta aos atuais locais de avistagemCOP29, no Azerbaijão, ‘cheira à gasolina’Município de Ubatuba acusado pelo MP-SP por omissãoVerticalização em Ilha Comprida sofre revés do MP-SPA história desta cientista é um exemplo a ser seguido. Mas o Mar Sem Fim quer contar uma atitude que ela tomou que todos podem tomar. Sabendo da situação crítica da vida marinha, Sylvia Earle aboliu qualquer alimento vindo do mar em sua dieta. Quixotesco? Patético? Ou coerente com uma vida inteira pesquisando o que está prestes a desaparecer?
Você decide. Mas, se não quiser ser tão radical, pare apenas de comer atum e cação/tubarão. Você já estará ajudando muito.
PUBLICIDADE
oceanos e o exemplo do Prof. Dr. Alberto Lindner, uma das lideranças da academia
O Mar Sem Fim fez uma grande entrevista com o Prof. Alberto.
Ele é um crítico feroz da falta de proteção aos mares brasileiros. Durante a entrevista deu mais um exemplo que você poderia seguir. Nós falávamos do extermínio do tubarão/cação. Veja o que disse o professor:
Leia também
Baía da Traição, PB, nova vítima da erosão costeiraElmano de Freitas (PT) e a especulação no litoral do CearáLado oculto, a realidade no Bairro Rio Escuro em Ubatuba...Mas, ruim mesmo é saber que o Atlântico está muito pior que o Pacífico. E se pensarmos só no Atlântico, o Atlântico Sul ainda está pior que o Norte. Por exemplo, nas Bahamas você não pode pescar tubarões na Zona Econômica Exclusiva. Já no Brasil, isso ainda acontece. Pesca-se o cação, que é o mesmo que tubarão. Eu não como mais, e acho que ninguém deveria consumir este tipo de pescado. Fora isso, há uma importante proposta de implementação de um santuário marinho no entorno da ilha de Ascensão, ainda não implementado. Ainda assim considero que o Atlântico Sul tem uma lacuna bem maior…”
Repare no grifo: “Eu não como mais, e acho que ninguém deveria consumir este tipo de pescado.” É mais um exemplo que você poderia perfeitamente copiar se quer, de fato, ajudar nossos mares e oceanos.
O exemplo de sua alteza real, o Príncipe de Mônaco
Já contei essa história muitas vezes neste site. Mas sempre é bom relembrar. Exemplos foram feitos para serem seguidos.
Na última vez que esteve no Brasil, dois anos atrás, havia na programação um jantar de gala. No dia marcado funcionários do protocolo foram ao local verificar a segurança, os lugares marcados, e o menu. Ao saberem que haveria atum, foram categóricos:
Ou muda-se o menu, ou sua Alteza Real não comparecerá. O Príncipe Albert não se senta numa mesa onde serve-se atum…
Foi um corre-corre danado, mas mudaram o cardápio. E mais: Por iniciativa do Príncipe Albert, de Mônaco, não há mais atuns azuis nas prateleiras de supermercados do Principado de Mônaco, muito menos em menus de restaurantes.
Sua Alteza, que é ecologista, sabe que o atum, especialmente o azul, é o próximo da lista de extinção. E que a única forma de evitá-la é a drástica opção dos consumidores. Não há outra forma.
O exemplo do pesquisador Enric Sala, diretor executivo da Pristine Seas
O Pristine Seas, é um projeto da National Geographic para proteger os lugares ainda imaculados dos oceanos. Para dirigi-lo, a instituição foi buscar outro dos maiores cientistas e pesquisadores dos oceanos: Enric Sala.
Os cinco maiores países pesqueiros do mundo: China, Taiwan, Coreia do Sul, Japão e Espanha
Em entrevista publicada neste site, Sala, indignado, aponta dezenas de problemas. Entre eles o lobby dos cinco maiores países pesqueiros: “Cinco países capturam três quartos de toda a pesca feita em águas internacionais: China, Taiwan, Coreia do Sul, Japão e Espanha. Dez países tiram 90%.
Sala condena criação de camarão em cativeiro
Mas, respondendo sobre os problemas da criação de camarões em cativeiro, que o site mar sem fim foi o primeiro a denunciar no Brasil, Sala deu outro exemplo que você poderia imitar:
PUBLICIDADE
“Os camarões são resultados da pesca de arrastão, que destroça o fundo do mar com toda a vida que existe ali. É como cortar um bosque velho para comer os passarinhos que há no bosque. Ou são de criadouro… Nas criações, o que fazem é cortar a vegetação dos mangues para criar lagoas onde se colocam os camarões. Cortar um mangue significa cortar um dos drenos de CO2 mais importantes.’
“Eles são criadouros de peixes pequenos que podem ser pescados em outros lugares. Nas lagoas, colocam os filhotes de camarões e, para evitar que as larvas de mosquito os comam, jogam uma camada de diesel para que os mosquitos não botem ovos na água. Depois jogam pesticidas para que não cresçam algas. Quando os camarões estão grandes, esvaziam a lagoa e os camarões ficam impregnados de toda essa sujeira.”
Atenção agora:
Em alguns casos, acrescentam-se corantes para terem um tom mais laranjinha. E depois de cinco anos, as lagoas ficam tão salobras que os produtores vão cortar mangues em outro lugar. Por isso não como camarões.
E, então, o que dizer destas três personalidades que, de uma forma ou outra, aboliram animais marinhos ameaçados de suas dietas. Serão todos malucos? Não creio…Aproveito para lembrar que outra espécie muito apreciada por aqui também corre risco de extinção, e sua captura está proibida no Brasil. Infelizmente, no país de Macunaíma, estas “leis não pegam”. Por isso depende de você. A espécie em questão é a raia manta.
Dez exemplos que qualquer pessoa pode seguir
Ok, você não quer ser tão radical, entendemos. Por isso listamos outras formas de ajudar os mares e oceanos do planeta. Estas, qualquer cidadão pode fazer. Basta matar o egoísmo que existe dentro de você.
- Jogue lixo na lixeira.
- Faça reciclagem de plástico e equipamentos eletrônicos, no mínimo.
- Use o menos possível o seu automóvel. Dê, ou use, carona.
- Economize água em sua casa, assim como energia. Nada de luz acesa sem precisar, ou de banhos de mais de 5 minutos.
- Evite o plástico tanto quanto possível. Por exemplo, não use nunca mais ‘canudinhos’ de plástico para tomar sucos ou refrigerantes. Sabe quantos deles o MacDonald’s produz diariamente nos USA? 500 milhões por dia! Metade disso vai parar no mar...
- Procure saber a procedência dos alimentos que você compra. E dê preferência às empresas que usam processos modernos causando menos danos ao meio ambiente.
- Faça o mesmo com qualquer compra. Madeira, por exemplo, só compre se for certificada.
- Escolha bem a empresa de quem vai consumir. Lembre-se, todas elas têm obrigação de buscarem a sustentabilidade em seus processos. Por isso evite garrafas de coca- cola, saiba por quê.
- Faça pressão. Sem pressão da sociedade, o governo não avança. Compartilhe matérias sobre o mar nas redes sociais. Compartilhe! Quanto mais pessoas souberem a situação de descalabro, melhor.
- Filie-se a alguma ONG. Escolha bem, não é difícil. Pesquise na net que você encontrará alguma com a qual tem mais simpatia. Elas sozinhas não fazem nada. Lembre-se disso: somos todos responsáveis!
Foto de abertura: http://www.saboravida.com.br
Caro João,
Vale uma mega reportagem de final de ano, sobre os programas de recuperação de vida aquática (marinha e doce) no Brasil, e o quanto estamos degradando por estado. Somos muito omissos nessas questões e deveríamos ter mais zelo por nossa exuberante e gigante biodiversidade. Sempre disse que o Brasil não precisa de incentivos para indústrias e comércios multinacionais, basta apenas tratar o turismo ecológico e o agronegócio com zelo e competência, que viveremos no Eldorado prometido. Abraços!!!!
Adorei a matéria sobre os mares. Vou colocar os 10 exemplos na minha pagina do facebook. Agradecida. Beth Valls – trilhas e passeios.
Muito obrigado, Maria Elisabeth, especialmente por ter compartilhado. As redes sociais também se prestam a esse papel. Contribuir, difundindo informações fidedignas.
abraços e volte sempre ao Mar Sem Fim!