Conheça os novos navios da Marinha do Brasil
Em maio de 2023, o comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, palestrou na Comissão de Assuntos Exteriores do Senado. Ele alertou que, em cinco anos, a Força pode perder pelo menos 40% de seus meios operativos. O cenário preocupa. A Armada já opera muito abaixo das necessidades de um país com uma costa tão extensa e rica. E o Brasil, historicamente, investe pouco em suas forças armadas. É um erro. A Marinha precisa vigiar e proteger 5,7 milhões de km², a chamada Amazônia Azul, nossas águas territoriais. Dali vêm cerca de 85% do petróleo, 75% do gás natural e 45% do pescado nacional. O alerta parece ter impressionado o governo. Hoje vamos conhecer os novos navios da Marinha do Brasil.

Fragatas ‘Made in Brazil’
Em agosto de 2024 a Marinha informou que a fragata Tamandaré (F200), primeira embarcação da nova classe brasileira de fragatas, construída no Estaleiro Brasil Sul, em Itajaí (SC), concluiu com sucesso sua primeira série de testes de mar.

Um ano depois, em agosto de 2025 foi a vez da Fragata “Jerônimo de Albuquerque” (F201) passar pela operação de load out, que consiste na transferência da embarcação para um dique flutuante, seguida de imersão controlada até o navio atingir a sustentação na água.
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O programa prevê a construção de quatro navios até 2029. A Marinha do Brasil coordena o projeto por meio da EMGEPRON (Empresa Gerencial de Projetos Navais), em parceria com o consórcio Águas Azuis, que reúne a ThyssenKrupp Marine Systems (TKMS) e a Embraer Defesa & Segurança.
O projeto usa a plataforma alemã MEKO A100, adaptada às necessidades estratégicas do Brasil.
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Navio-Doca Multipropósito Oiapoque
Navio-Doca Multipropósito Oiapoque será o novo nome do HMS “Bulwark”, e será também o segundo maior da MB. Segundo o site da marinha, o navio tem 176 metros de comprimento, deslocamento de 18.500 toneladas e capacidade para até 710 militares. Mantém velocidade média de 18 nós, equivalente a aproximadamente 34 quilômetros por hora. Com expressiva capacidade de transporte de pessoal, veículos e carga, o navio está preparado para operar em cenários de calamidade pública.
A embarcação tem capacidade para transportar ambulâncias e equipamentos de engenharia voltados à reconstrução de infraestrutura crítica, além de oito embarcações auxiliares destinadas a missões de resgate e ao transporte de pessoal e suprimentos em áreas de difícil acesso. Conta também com um convés preparado para operar até dois helicópteros de grande porte, fundamentais para evacuação aeromédica, reconhecimento de áreas impactadas e apoio logístico em situações de emergência.
O HMS “Bulwark” está em Plymouth, Inglaterra, passando por um processo completo de revitalização que inclui a modernização dos sistemas de comando e controle, atualização dos equipamentos de comunicações e a revisão completa de seus sistemas de propulsão e geração de energia. O término da revitalização está previsto para 2026. Esses trabalhos estendem a vida útil do navio por, pelo menos, duas décadas, garantindo segurança operacional e adequação às demandas atuais da MB.
A embarcação tem um histórico distinto de implantações operacionais. Ela apoiou a evacuação de cidadãos britânicos do Líbano em 2006, transportou passageiros encalhados durante a crise das cinzas vulcânicas da Islândia em 2010, participou de missões de combate à pirataria na Somália em 2011, e ajudou a resgatar milhares de migrantes da Líbia em 2015.
O que se fala sobre os valores envolvidos
Segundo o site Defesa Naval, o valor da venda do HMS Bulwark para a Marinha do Brasil teria sido de 20 milhões de libras. ‘Essa informação divulgada nas mídias inglesas causa estranheza ante ao fato da Royal Navy ter gasto £ 72 milhões recentemente na manutenção do navio. São questões que apenas as Marinhas envolvidas podem esclarecer, além de outra questão muito importante que é como pagar.
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E, segundo, consta, há um segundo navio da mesma classe que também teria sido oferecido ao Brasil.
Marinha do Brasil e nosso mar territorial
É oportuno lembrar que em 2022 a Marinha comprou o porta-helicópteros Atlântico, hoje a nau capitânia de nossa frota. E além disso, em dezembro de 2018 o submarino Riachuelo, o primeiro construído pelo Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), foi lançado ao mar no Complexo Naval de Itaguaí, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Ou seja, a duras custas a MB vai conseguindo não definhar.
Por outro lado, é preciso realçar que, ao mesmo tempo em que luta para não naufragar, a Marinha do Brasil tem sido muito ativa no concerto das nações conseguindo, junto com diplomatas e pesquisadores, sucessivos aumentos de nossa Zona Econômica Exclusiva.
Ainda em 2025 a Organização das Nações Unidas (ONU) publicou uma resolução que reconhece a ampliação do território marítimo brasileiro em 360 mil km², em uma região que se estende da foz do Rio Oiapoque (AP) ao litoral norte do Rio Grande do Norte. A área abrange as bacias sedimentares da foz do Rio Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar – chamada de Margem Equatorial.
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