Você come camarão? Então é pra você…

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Você come camarão? Então, melhor se informar sobre o que está em jogo…

Os problemas ambientais afetam toda a sociedade. E nem sempre ela sabe o que está em jogo ao consumir. O consumo responsável passou a ser importante ao sabermos que somos hoje 8 bilhões de pessoas no planeta. Juntos, consumimos mais que a capacidade de reposição da biosfera. Por este motivo passou a ser importante, por exemplo, saber a procedência dos alimentos que compramos, ou que fazer com as embalagens que vêm junto com nossas compras. Ao fazer uma compra, estaremos contribuindo para piorar a situação ambiental? São muitas as dúvidas. Por isso, hoje o Mar Sem Fim levanta mais uma questão: você come camarão, e sabe a procedência dele?

imagem de balde de camarões para ilustrar post Você come camarão?
Você come camarão? Foto: theecologist.org.

Conheça a carcinicultura ou, criação de camarões em cativeiro…

Se você come camarão, saiba que as criações em cativeiro começaram nos anos 70, no sudeste asiático. A pesca,  sempre destrutiva, já não dava conta da demanda. Foi uma febre.  A produção cresceu acentuadamente, particularmente para atender às demandas do mercado dos Estados Unidos, Japão e Europa Ocidental, os maiores consumidores mundiais. Aliás todos consumissem como os norte-americanos seria preciso dois, ou até três planetas para dar conta do recado.

Camarão em fazendas alcançou mais de 1,6 milhão de toneladas em 2003

Assim, com as criações, a produção global total de camarão em fazendas alcançou mais de 1,6 milhão de toneladas em 2003, representando um valor de quase 9 bilhões de dólares. Cerca de 75% do camarão de criação é produzido na Ásia, em especial China e Tailândia.

Outros 25% são produzidos principalmente na América Latina, onde Brasil, Equador e México são os maiores produtores. O líder mundial em exportação é a Tailândia.” Todas as criações do sudeste asiático, e muitas outras, deceparam mangues para neles fazer seus lagos de criação.

Por que começou no Sudeste Asiático?

Porque trata-se de questão cultural. “O camarão é cultivado no Sudeste Asiático e na China há séculos, usando métodos tradicionais de baixa intensidade. Na Indonésia, o uso de lagoas de água salobra, chamadas tambaks, pode ser rastreado até o século XV.”

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“Eles usaram tanques de pequena escala para monocultura ou policultivos com outras espécies, como milkfish, ou em rotação com arroz, usando os arrozais para culturas de camarão durante a estação seca, quando nenhum arroz poderia ser cultivado.”

Os problemas

Tudo começou muito de repente, sem se prever o crescimento absurdo que teve a atividade até atingir o valor anual de mais de 9 bilhões de dólares! “A criação de camarões transformou empresas tradicionais de pequena escala no sudeste da Ásia, em parte da indústria global.”

Cada vez mais camarões…

“Os avanços tecnológicos levaram ao cultivo em densidades cada vez maiores, e a produção, embarcada para todo o mundo. Praticamente todos os camarões de criação são da família Penaeidaeapenas duas espécies – Penaeus vannamei (camarão branco do Pacífico) e Penaeus monodon (camarão tigre gigante) – representam cerca de 80% da produção.”

“Essas monoculturas industriais são muito suscetíveis a doenças.  Causaram várias epidemias regionais de populações. O aumento dos problemas ecológicos, os repetidos surtos de doenças e as pressões e críticas de ONGs e países consumidores levaram a mudanças na indústria no final da década de 1990 e, em geral, à regulamentação mais forte por parte dos governos. Em 1999, foi iniciado um programa destinado a desenvolver e promover práticas agrícolas mais sustentáveis.”

Traduzindo releases oficiais…

A maioria dos estudos sobre a carcinicultura, na web, são patrocinados pela indústria do camarão. Seja a mundial, com predomínio das fazendas do sudeste asiático, sejam as fazendas do Nordeste do Brasil. Neste caso o guarda-chuva jurídico é a ABCC – Associação Brasileira de Criadores de Camarão.

Todas disputam um apetitoso mercado de bilhões. O que estas matérias não dizem, por motivos óbvios, é que  as fazendas foram criadas em áreas de mangue por estarem próximos do mar. É mais barato puxar a água do mar para locais como os mangues.

Assim a carcinicultura destruiu inutilmente grande parte dos manguezais do planeta, um dos mais importantes criatórios naturais marinhos, cuja maior parte fica na mesma região, o sudeste asiático. A comunidade mundial chiou e foi verificar mais de perto…

A poluição química gerada pela criação: você come camarão?

Ficaram chocados com a poluição química. Como disse o estarrecido pesquisador, Enric Sala: “Nas lagoas (do sudeste asiático), colocam os filhotes de camarões e, para evitar que as larvas de mosquito os comam, jogam uma camada de diesel para que os mosquitos não botem ovos na água. Depois jogam pesticidas para que não cresçam algas.”

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“Quando os camarões estão grandes, esvaziam a lagoa e os camarões ficam impregnados de toda essa sujeira. Em alguns casos, acrescenta-se corantes para terem um tom mais laranja. E depois de cinco anos, as lagoas ficam tão salobras que os produtores vão cortar mangues em outro lugar.”

No Nordeste do Brasil

O mesmo acontece nos mangues do Rio Grande do Norte, maior produtor do Brasil, e em todos os outros estados do Nordeste. Sem falar que, na despesca, a água dos tanques é devolvida à gamboa sem qualquer tratamento o que gera poluição.

imagem de tanque de carcinicultura no Ceará
Você come camarão. Cada tanque sendo preparado. Primeira medida: decepar mangue. Foto: Aracati, Ceará.

No Brasil, o produto usado para garantir a cor ‘laranja’ é o conhecido metabissulfito de sódio, “conservante usado como antioxidante e inibidor da proliferação de microorganismos. Sua ingestão pode causar reações alérgicas, problemas de pele, irritação gástrica e rinite severa em pessoas sensíveis ao composto.”

imagem de carcinicultura no Vale do rio Jaguaribe, município de Aracati, Ceará
Você come camarão. Vale do rio Jaguaribe, município de Aracati, Ceará, onde se vê tanques de criação, via-se pujante manguezal.

Mas tem mais.

Duas das maiores causas de perda de biodiversidade no mundo

Você come camarão? Pois saiba que segundo a comunidade acadêmica, o pior problema para a perda de biodiversidade é o desaparecimento de habitats. O segundo pior, a introdução de espécies exóticas. A carcinicultura faz as duas coisas.

Ainda assim, passado o tempo desde o início das criações no Brasil, o Penaeus vannamei  conseguiu se impor sobre os camarões nativos. Menos mal.  Mas, pela extirpação do mangue, a prática é combatida por Estados não entreguistas como a Paraíba, por exemplo, cuja secretária de Meio Ambiente considerava esta atividade, ao tempo de nossa visita, como ‘uma das maiores ameaças ao litoral Nordestino’ ao lado da especulação imobiliária.

Procedência do camarão de criação

O tópico, ‘Cada vez mais camarões…’, explicou as espécies usadas. No Brasil optou-se pelo Penaeus vannamei (camarão branco do Pacífico), apesar de tudo que já se sabe quanto aos problemas causados pelas espécies exóticas. Como sobra, a carcinicultura  provoca conflitos sociais já que, ao escolherem parte de um manguezal para as fazendas, os produtores cercam uma área adjacente bem maior, impedindo que os catadores tradicionais explorem o mangue.

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imagem do vale do rio Jaguaribe
O mangue do vale do Jaguaribe foi extirpado para a criação de camarões.

No documentário que produzi, há depoimento do extrativistas ameaçados de morte pela fazenda do prefeito de Aracati, a Compescal, que decepou totalmente o manguezal da foz do rio Jaguaribe no litoral do Ceará.

Também entrevistei um promotor público, em Natal, Rio Grande do Norte. Ele contou que “depois que começara um processo sobre estragos ambientais produzidos pela carcinicultura sofreu diversas ameaças de morte.”

Curiosidades da carcinicultura no Brasil

Quando vi os estragos, não acreditei. Aconteceu durante a primeira expedição pela costa brasileira, entre 2005 e 2007. Descobri algumas ‘curiosidades’ que ajudam a compreender a carcinicultura no Brasil.

A medida que descia a costa de Norte para Sul desde o Amapá, eu ouvia falar na novidade. Mas só vi uma fazenda no Piauí. A partir daí, até o Sul da Bahia, o que mais se vê nos estuários, são grandes espaços decepados de mangue.

Como é possível ocupar os mangues, pensei, são espaços públicos, berçários, não podem ser ocupados! Resolvi focar o assunto e, dentro da grande reportagem da costa brasileira, abrir espaço para reportagens menores. Comecei a estudar. Li, entrevistei ao menos dez professores das Universidades Federais do Nordeste, todos contrários;  os secretários de meio ambiente, promotores públicos, etc, e procurei matérias na imprensa internacional, e ONGs daqui e de fora.

Os políticos, sempre eles…

Durante a travessia do Nordeste pesquisei todas as fazendas de camarão, e visitei quase 90% por cento delas. Entrevistei quem se dispôs a falar (mas foram poucos…), entrevistei o pessoal do entorno, o prefeito da localidade, etc.

imagem da barra do rio Cunhaú, Rio Grande do Norte, detonada pela carcinicultura,
A barra do rio Cunhaú, Rio Grande do Norte, detonada pela carcinicultura, o mangue foi extirpado. Você come camarão?

Produzi um documentário. Descobri que 95% das fazendas de camarão eram de políticos, ou gente a eles ligada: prefeitos, vereadores, deputados, senadores, e até um vice-presidente da República. Por envolverem ‘gente graúda’, tinham mais chances de vista grossa por parte das autoridades ambientais que deveriam zelar pelo mangue íntegro e em pé.

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Algumas fazendas são do ‘pessoal do crime’

Na época da viagem, 2005 – 2007, se as fazendas não estivessem nas mãos de um destes dois grupos, políticos, ou amigos de políticos, então elas pertenciam a gente do crime, caso de uma das maiores da Bahia, a Lusomar.

imagem de manguezal desmtada pela carcinicultura
Você come camarão? Foto tirada do site da Lusomar só para vc ver o tamanho da área desmatada.

Depois de ver e gravar os estragos que ela fez após a despesca, poluindo o que restava do manguezal do entorno ao devolver a água utilizada sem qualquer tratamento, segui até a praia Costa Azul, para ver sua unidade de criação de larvas.

Imagem da fazenda de camarões da Lusomar, no litoral da bahia
Você come camarão? O tamanho da Lusomar

Mais uma vez fiquei de queixo caído com o tamanho do empreendimento. E constatei que a Lusomar também não respeitou a faixa mínima de 300 metros, medidos a partir da linha da preamar, para as primeiras construções em direção ao interior, conforme determina a Resolução 303, do Conama que procura disciplinar a ocupação das praias.

imagem da estrutura de esgotos da fazenda Lusomar
Olha só o jeito que montaram a estrutura de esgotos! Você come camarão?

Como mostram as fotos, parte das obras civis está claramente dentro do limite protegido. Para não falar que a área tem dunas e restingas, ambas consideradas APPs. Note que a empresa colocou um tosco cano d’água para liberar seus rejeitos em plena zona de arrebentação.

imagem da estrutura de esgotos da fazenda Lusomar na altura da arrebentação
Você come camarão? Estrutura de esgotos da Lusomar na zona de arrebentação!

As fazendas dos amigos dos políticos

Quando são deles mesmos, tudo fica mais fácil. Os ‘legisladores’ desafiam o Ibama com total cara-de-pau. Não deixam que a fiscalização os atinja. Quando as fazendas são dos amigos dos políticos, funciona mais ou menos como a Lusomar, que investigamos. Descobrimos a velha prática da barganha.

imagem de poluição marinha por fazendas de camarão
Hora da dispensa da Lusomar, hora da poluição nos canais do mangue. Toda água do tanque é despejada a gamboa, de volta, sem tratamento nenhum.

Tudo indica que o governador da Bahia à época, Paulo Souto, financiou as obras com dinheiros públicos do FNE (Fundo Constitucional do Nordeste), que é um Fundo Federal, em troca da empresa contribuir para a campanha de um prefeito de sua corrente política no município de Jandaíra, onde se localiza a fazenda. O antigo era aliado de ACM, inimigo e rival político de Paulo Souto…

Lusomar elege Herbert Maia – PDT, com extensa ficha policial, prefeito de Jandaíra, BA

Pois a Lusomar cumpriu sua parte, elegeu Herbert Maia, do PDT. Ele tem dois CPFs, e farta ficha policial. Cinco processos na Justiça de Alagoas, 41 no TJ de Sergipe, e 11 processos do Tribunal de Contas da União.

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Ele está envolvido em emissão de notas frias, roubo e desmanche de veículos, e crimes de pistolagem. Em 1988 foi preso em Sergipe. Acusação: líder de quadrilha, vendia notas fiscais frias para diversas prefeituras. Segundo nossa pesquisa, ele está envolvido em crimes de morte, como o que vitimou o promotor de Cedro de São João, Waldir de freitas Dantas, assassinado em 19 de março de 1988.

Por fim, Herbert foi denunciado pelo comparsa, de nome Cristinaldo Santana, vulgo “ Veneno ”, de receptação e desmanche de carros roubados. Todos estes casos vieram à tona com sua “ vitória ” nas  eleições (1797 votos contra 1721 do segundo colocado).

FNE – Fundo Constitucional do Nordeste

O papel deste Fundo era financiar as fazendas. Impressionado com tanta bondade, pesquisei e descobri que ele sugere em suas diretrizes “preferência aos mini e pequenos empreendedores”, e projetos que “protejam o meio ambiente”.

imagem de placa do fundo do nordeste que apoia a carcinicultura
Você come camarão? Fazer com o dinheiro dos outros é fácil…

Curiosamente, a turma da carcinicultura não se enquadra em nenhum dos dois tópicos…

Maior problema das fazendas de criação ainda não resolvido: a farinha de peixe

Para além dos graves problemas apontados, um dos piores é a alimentação escolhida nas fazendas: a farinha de peixe. Esta mistura é feita com populações que antes não eram pescadas, apesar de terem uma função importante na cadeia alimentar dos oceanos.

Note-se o paradoxo: a aqüicultura começou para resolver o problema da sobrepesca. Mas, à medida que cresce mundo afora, mais peixes, antes descartados por terem pouco valor comercial, são capturados para alimentá-las. A conseqüência pode ser terrível, a conta não fecha. As fazendas de camarão não são sustentáveis.

Como assim, não é sustentável, e as fazendas instaladas?

Bem, os produtores não tiveram que investir comprando, e preparando as terras como em qualquer atividade do gênero. A mamata, e charada da questão financeira, começa aí.

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As terras, mangues, áreas públicas, foram ‘doadas’ aos produtores, talvez isso explique a onipresente presença de políticos nesta área de atuação. Descobrimos ainda que os empregos gerados são sazonais, sem carteira assinada. Além disto, 84% das 245 fazendas de criação do Ceará, por exemplo, estavam em APPs, Áreas de Preservação Permanente estipuladas pelo Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente), e nem por isto fiscalizadas ou multadas pelo Ibama.

A ficha caiu… devastação e poluição provocam boicote internacional

Esses problemas em conjunto chamaram a atenção internacional. Veja o que aconteceu. “Infelizmente, as exportações brasileiras de camarão caíram drasticamente de 42,5 mil toneladas (65,4% da produção), em 2005, para 5728 toneladas (8,81% da produção), em 2009 (ABCC, 2011). O Brasil foi um dos países líderes em exportações para a Europa, mas em 2009 caiu para a 28ª posição (ABCC, 2011). A produção de camarão tem permanecido constante apenas porque os produtores têm conseguido aumentar as vendas domésticas.”

Boicote de compradores internacionais

Esta queda nas exportações tem dois motivos. O primeiro foi um boicote dos compradores devido às condições de ‘terra-arrasada’, mais a poluição como encargo; o segundo são as constantes pragas que dizimam criações intensivas.

Ou seja, o mundo soube dos problemas ambientais gerados pelas criações e reagiu. Exigiu melhorias para voltar a comprar. É o que esperamos que aconteça com você, que lê este post e eventualmente come camarão.

A pesca do camarão

Existem algumas modalidades, desde as de menor impacto, até as de maior. Infelizmente, 90% do camarão oriundo da pesca vem da modalidade mais terrível e combatida, a pesca de arrasto. No Brasil não é diferente. O arrasto detona o subsolo marinho. Destrói não só os ecossistemas, mas o que estiver em seu caminho.  E ainda é responsável pela captura incidental, quando toneladas são mortas e devolvidas ao mar.

Dizem os especialistas que, para cada quilo da modalidade visada, as redes de arrasto chegam a tirar do mar mais de 80% em fauna acompanhante. Ou seja, espécies não visadas pela pesca. Estas, são devolvidas ao mar, mortas. Por estes motivos o arrasto é combatido mundo afora.

Então, você come camarão?

Acreditamos que se cada um tiver consciência de seus atos, às vezes tão corriqueiros como comer (nada é corriqueiro quando se trata de 8 bilhões de pessoas), isso por si já será um benefício.

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Felizmente, mesmo nestes tempos bicudos, sobram provas que os bons cidadãos continuam atentos apesar de tudo. A reação positiva que tivemos com a campanha pelo fim dos canudinhos plásticos, nos mostra que o caminho é falar com você, cidadão.

Pense sobre a parte de cada um, e tome sua posição. Como se diz lá fora, ‘pense globalmente, aja localmente’. E, se for comprar camarão, procure saber a procedência. Se for do Nordeste, desconfie, prefira os camarões do Sudeste. Nesta região do Brasil os camarões são pescados por pescadores, quase não há carcinicultura nesta região.

Para saber mais sobre a carcinicultura ouça o podcast gravado em 2020 com Jeovah Meireles, professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC) e dos Programas de Pós-Graduação em Geografia e em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA). Doutor em Geografia pela Universidade de Barcelona (2001).

Foto de abertura: www.frozenshrimpsuppliers.com.

Fontes: https://en.wikipedia.org/wiki/Marine_shrimp_farming; https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0964569111000901?via%3Dihub;https://exame.abril.com.br/estilo-de-vida/5-ingredientes-indesejaveis-das-comidas-industrializadas/; http://www.jandaira.ba.gov.br/;

Bitucas de cigarro, praga assola litorais do planeta

Comentários

71 COMENTÁRIOS

  1. O artigo diz para não comer camarão de cativeiro da forma como ele é produzido. Sobre a fonte das informações é simples de encontrar outras reportagens mundo afora que corroboram as informações, basta ver o boicote que o camarão aqui produzido está sofrendo, e isto é fato. A destruição do manguezal impedindo acesso à área, a eliminação de dejetos sem tratamento diretamente no mar, são ilegais. Isto não é esquerdismo, isto é o que a lei diz. Mas com sempre, defender leis, defender o meio ambiente, para os patéticos, é coisa de esquerda e acham que este argumento invalida a reportagem.

  2. Existem Enzimas (em vez de produtos poluentes e maléficos á saúde) para purificação das águas de criação em cativeiro de Camarão, Tilápia ou outros, o que permite mais qualidade em cativeiro do que nos mares de hoje onde também engolem plasticos e contém quantidades de mercúrio (ex:atum). Eu sou criadora de Tilapia em cativeiro, trabalho com enzimas e o meu peixe , diz quem compra, é muito saboroso porque é criado numa agua com bastante oxigénio dissolvido . Os enzimas formam colónias que devoram toda a podridão e purificam a agua e nos mares isto já não é possível.
    Puxando a brasa à minha Tilápia não é nada mau comer de viveiro desde que se seja consciente, porque não fica mais caro uma vez que há maior percentagem de sobrevivência e são peixes felizes não têm que fugir de carnívoros que os querem engolir…………. Assim nós pudessemos ser criados como eles sem termos de fugir de alguns carnívoros!……………………..

  3. Eu não entendo nada de criação de camarão, mas aprecio muito um prato cheio deles, contudo não como nada de cativeiro porque não sei o que dão para esses bichos comerem, e se há algum anabolizante que os faça crescerem rapidamente.
    Prefiro ir até os pequenos pescadores de Peruíbe e comprar diretamente deles.
    Também não como peixes de cativeiro.
    Quanto ao fato de muitos políticos estarem metidos em negócios escusos, não me admira, afinal estamos no Brasil, e acho que deve ter fundamento o que o João Lara Mesquita escreveu, pois são denúncias graves e ele deve estar bem fundamentado.
    E também tem muitos empresários picaretas no meio dos sérios, o que é normal em todas as atividades humanas, mas como eu não sei quem é joio e quem é trigo, fico sem comprar o que produzem.
    Espero que as denúncias tenham uma investigação séria, e que os culpados, se por ventura houver, sejam punidos por quaisquer ações contra o meio ambiente, pescadores extrativistas e trabalhadores do setor.

  4. Queridos contraditores da reportagem acima.
    Em vez de questionarem o excelente trabalho do repórter e abusarem de suas ideologias políticas, procurem mais informações sobre o assunto.
    Terão uma surpresa desagradável. Existem inúmeras reportagens em diversas línguas pelo mundo afora, mas no Brasil… essa é uma das raríssimas denúncias sobre a criação de camarões.
    O poder político brasileiro, seja legislativo, judiciário ou executivo, tem força suficiente para esconder a verdade, e como só acreditamos naquilo que acreditamos cegamente, preferimos virar o rosto para um assunto desagradável do que enfrentá-lo. Mas isso daria muito trabalho, não é mesmo?
    Deixa do jeito que está. Se eu não tiver filhos, ótimo. Se eu tiver, eles que se f…
    Que tal saírem da sua zona de conforto e procurar informações de verdade e não aquelas que te enfiam pela goela abaixo?
    Nenhuma mudança acontece sem esforço.

  5. Verdade tudo isso, mas há pequenas fazendas orgânicas, o crescimento do camarão é alguns meses mais demorado, porém a saúde do consumidor e a natureza não são prejudicadas. Não seria este o caminho?

  6. A carcinicultura cultiva o camarão que vive na água vc acha q com toda essa poluição e descaso com o meio ambiente algum animal iria sobreviver?!
    Precisamos da boa qualidade de água, do solo, temos um estudo feito trimestral que se chama PMA plano de monitoramento ambiental que monitora a qualidade da água do abastecimento e drenagem e sempre a água que devolvemos é de melhor qualidade da qual pegamos, pois no Brasil são pouquíssimas cidades que tem tratamento de efluentes e todo esgoto vai para os corpos de água que vão para o estuários.
    Quanto aos mangues tem um estudo que comprova que nas regiões de carcinicultura houve hum crescimento dos manguezais, feito pelo Labomar da Universidade Federal do Ceará.
    Quanto a mão de obra, a carcinicultura mantém o homem do campo no campo, com emprego formal e renda o ano todo livre de atividades sazonais como extrativismo no mangue caranguejo e outros, corte da cana de açúcar, derrubada da palha de carnaúba dentre outros…mais dignidade e formalidade para o Brasileiro.
    Deixo meu convite ao jornal para uma matéria completa aqui no Ceará com tudo pago ….. Pra vc entender a verdade…. Aceita ?!
    https://panoramadaaquicultura.com.br/apicuns-salgados-e-manguezais-e-a-ideologizacao-do-debate-sobre-a-carcinicultura-marinha-brasileira/

  7. Eu gostaria, como doutoranda em aquicultura, convidar todos a conhecer a sua páginas dos programas de graduação em aquicultura do Brasil. Entrem na página do PpgAqui da FURG , da UFSC e vejam como q equipe de trabalho e os alunos se dedicam para tornar a carcinicultura do país mais ambientalmente amigável, sustentável e luvrativa ao mesmo tempo! Em que era estamos vivendo? Realmente qual o interesse por trás desta reportagem?! Não sei, só sei que estão desinformados e mal intencionados! Tirem suas conclusões com informações que são verdadeiras e com bases científicas!

  8. Um comentário leigo, existe uma palavra para isso, Ganância…e também sempre terá um cultivo responsável , frente a uma produção responsável, tomando medidas responsáveis ,aonde o lucro e dividendos existe pela coerência, sempre responsável, afiançado pela responsabilidade entre qualquer cultivo e uma excelência administrativa para com o meio, usando, prerrogativas orçamentarias ao tratamento da agua, e despojo de qualquer cultivo. Sempre há solução, quando se é responsável e um peso do orçamento das despesas é tão assustador, quanto a ingerência irresponsável de correr em duas rodas sempre em velocidade, na média constante , sem ater , que há uma curva acentuada logo ali.

  9. Com toda essa podridão exposta, com a participação de Políticos (todos) , será que ninguém vai tomar UMA PROVIDÊNCIA..Pelo visto tem até agentes do crime organizados nesse meio..Vamos botar toda essa gente na cadeia…

  10. Reportagem mentirosa e insana! Quem realmente está com o interesse de difamar um setor produtivo desta forma? Deve ser os bandidos que querem a importação do camarão do Equador… Lamentável!

    • Perfeito, este autor nao quer que ninguém coma camarão, nem peixe, nem boi pois solta metano, nem vegetais/graos/legumes pois possuem pesticida e desmatamento e nem pedra pois fazem parte da natureza.

  11. “Então, você come camarão?” Sim e adoro. João Mesquita você acha que um krill pode mudar alguma coisa nos oceanos gelados??? Por que você não tocou na Marinha do Brasil, afinal de contas é função/dever constitucional dela administrar toda extensão do litoral e há pucos anos tivemos um tal de Luciano Huck que já pretenderam candidato a presidência do Brasil que teve a desfaçatez de cercar a praia onde possui sua casa de verão. A Marinha do Brasil também é responsável pelos rios e lagos e fale sinceramente: você vê algum trabalho dela????

  12. Matéria muito manipulada. Está induzindo o consumo de camarão pescado ao invés do produzido, totalmente contra mão do que se deve fazer. Essas técnicas de cultivo andam longe de ser utilizadas. Pesticida e gasolina na água? Acho muito contraditório um animal que a matéria afirma ser muito sensível conseguir sobreviver à utilização desses produtos. Um pouco mais de pesquisa vai mostrar a alta taxa de crescimento dos manguezais ao redor das fazendas de camarão. A água liberada pelas fazendas são muito mais limpas do que as captadas com rejeitos das cidades nos rios e manguezais. Não se pode deixar manipular por uma matéria como essas. Demonstra claro interesse em acabar com essa atividade que tanto emprega e gera impostos.

  13. Matéria tendenciosa, ofensiva e vaga. O Ceará conta com inúmeras criações responsáveis e sustentáveis, com apoio de universidades e centros tecnológicos, e dezenas sem proximidade com manguezais e sem uso de quaisquer produtos químicos. Uma pena ler esse tipo de reportagem que afeta milhares de trabalhadores da área. ABCC defende sim interesse da cadeia produtiva, que é basicamente composta de pequenos produtores.

    • Perfeito, este autor nao quer que ninguém coma camarão, nem peixe, nem boi pois solta metano, nem vegetais/graos/legumes pois possuem pesticida e desmatamento e nem pedra pois fazem parte da natureza./

  14. A questão da sobrevivência , aproveitamento dos resíduos : falta de soluções que geram riqueza e emprego” se aproveitarmos estes resido como adubos nos milhões de e quitares que temos solução essa para substituir as” tais ureias com eficiência”” adubo orgânico amônia e temos que criar a cultura da critica com solução do barato todo os criadores tem que pagar pesquisas para gerar isso a dissolvendo o custo de exportação e isso pode ser feito …

    • Não Darcy! A pesca predatória de camarão devasta o oceano! Te convido anconhecer a página do PPGAqui da furg e ver como trabalhamos para tornar a aquicultura mais sustentável! Abraço

  15. Será que essa produção respeita as leis da natureza, ou pouco se preocupam buscando lucro imediatista e indo para outro lugar quando não dá mais, deixando os problemas para os nativos da região? Respeitar a natureza é não romper o equilíbrio dos vários fatores que atuam conjuntamente para manter a hospitalidade do planeta,

  16. Eu adoro camarão….fico feliz que o camarão que consumo diariamente não é fruto de pesca com rede de arrasto e sim de criação responsável, criando empregos e movimentando a economia!!

  17. Conheci no sul da Bahia varias fazendas de camarão, e realmente algumas precisam melhorar seu processo produtivo, mas várias já atuam de forma responsável e sustentável. O que me chamou mais atenção, foi que as fazendas que produzem de forma mais sustentável, tem uma rentabilidade e produção bem maior que as fazendas com métodos tradicionais. Me parece que apenas uma pequena regulamentação na forma de produzir pode resolver esse problema e de quebra reduzir o valor do produto pelo aumento considerável da oferta.

  18. Fico com receio quando alguém escreve que vai reduzir o consumo de camarão por conta da matéria que leu…. Que gente manipulável!! Parabéns pelo objetivo alcançado com o texto. Ressalto que nessa guerra de interesses existem pessoas maiores, que o autor da matéria, defendendo interesses próprios. Ah, a aquicultura vai alimentar o mundo sim (conheça mais sobre o assunto) e frango não tem hormônio.

  19. Gostei da matéria…eu amo camarão, lagosta, peixe e frutos do mar em geral…eu não vou parar de comer camarão!!..rsrs….a perguta é: onde podemos comprar, consumir estas delicias de forma mais sutentável??…alguma dica?….vlw!…moro em sp e em geral compro no mercado municipal.

    • Tem sim ROdrigo! Tem muito estudo e esforções torno desse tema! No Brasil e no mundo! até convido a entrar no site da FURG e ver os trabalhos dos alunos e professores do PPGAqui!
      Abraço

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