Tara Foundation e a nova estação polar para o Ártico

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Tara Foundation e a nova estação polar para o Ártico

A Tara Ocean Foundation é uma ONG que promove o conhecimento sobre o oceano e busca conscientizar o público, os jovens e os tomadores de decisão sobre sua importância vital. A fundação iniciou suas atividades comprando a escuna Antártica, que pertenceu ao explorador Jean-Louis Etienne e, depois, ao velejador Peter Blake, assassinado no Amapá em 2001, que a rebatizou como Seamaster. A fundação transformou o barco em um laboratório científico flutuante. Agora, a ONG lança uma nova iniciativa: a Tara Polar Station, uma estação polar de pesquisa flutuante criada para estudos no Ártico.

estação polar Tara
Imagem, Tara Ocean Foundation.

Conheça a estação flutuante

A Tara Ocean Foundation desenvolveu a estação polar flutuante em parceria com o arquiteto francês Olivier Petit e a empresa de engenharia Mauric. A estação tem 26 metros de comprimento, 16 de largura e 2,3 metros de calado. Pesa 416 toneladas e abriga até 18 pessoas em 400 metros quadrados de área habitável.

Estação polar Tara
Imagem, Tara Ocean Foundation.

A fundação criou a estação polar para apoiar pesquisas mais amplas no Ártico. A estrutura suporta pressões extremas do gelo e temperaturas de até –52 °C. O casco de alumínio reforçado resiste ao gelo e à abrasão.

A Tara Ocean pretende que a estação embarque cientistas de todo o mundo em várias expedições sucessivas com duração de 14 meses cada, desde sua implantação inicial em 2025 até 2045. Durante cada expedição de 14 meses, a estação irá flutuar com o gelo do Ártico para permitir que seus ocupantes coletem dados científicos.

Até agora apenas a Rússia tinha uma estação flutuante, ou autopropelida como os russo preferem chamar o navio Polo Norte.

Por que o Ártico é tão importante hoje?

O Oceano Ártico cobre 14 milhões de km², uma área equivalente a cinco vezes o Mar Mediterrâneo. Este território de gelo é delimitado por oito países: Rússia, Noruega, Suécia, Finlândia, Dinamarca (Groenlândia), Islândia, Canadá e Estados Unidos (Alasca).

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O Ártico é uma região que hoje vive uma grande tensão geopolítica por causa dos seus recursos naturais, a abertura de novas rotas marítimas e o impacto das mudanças climáticas. Nas últimas quatro décadas, o extremo norte está aquecendo quatro vezes mais rápido que a média global.

estação polar por dentro
Imagem, Tara Ocean Foundation.

A região virou palco de disputa entre grandes potências. Países competem por recursos, territórios e rotas estratégicas de navegação. Estudos recentes alertam que o Ártico pode ficar sem gelo  ainda na década de 2030. O cenário é alarmante.

A NOAA, agência oceânica dos EUA, afirma que a tundra do Ártico passa por uma transformação radical. Incêndios frequentes alteram o equilíbrio climático. Depois de milênios absorvendo carbono, a tundra agora libera dióxido de carbono em larga escala.

O cientista brasileiro Carlos Nobre reforçou esse alerta em artigo publicado na Folha de S. Paulo. Ele destacou que o Ártico e a Amazônia estão perigosamente próximos do ponto de não retorno. E tudo isso, em conjunto, torna a região ainda mais interessante para a ciência.

Novas explorações da estação polar da Tara Foundation

“Trabalhar num dos locais mais preservados do planeta exige zero poluição, razão pela qual a embarcação está equipada com painéis solares, uma turbina eólica e geradores movidos a biodiesel”, afirmou Mauric.

Estação polar Tara
Imagem, Tara Ocean Foundation.

“Estes sistemas estão associados a uma rede de recuperação de calor para aquecimento e produção de água quente, bem como a sistemas de tratamento de fluidos para garantir que não há descargas no ambiente marinho durante toda a duração da missão. Uma bateria de lítio também permite o armazenamento de energia proveniente de fontes de produção elétrica descarbonizadas.”

Segundo Marcel Babin, cientista da Tara Foundation, o Oceano Ártico Central é um ambiente remoto e extremo sobre o qual sabemos muito pouco. A maioria das observações por satélite não vai além de 80° Norte. Não se sabe como os organismos vivos no coração desse ambiente enfrentam a extrema sazonalidade da luz, da temperatura, do gelo marinho e da dinâmica oceânica, nem como sobrevivem durante a longa noite polar, que dura quase metade do ano.  A Estação Polar Tara será testemunha da história do Ártico nas próximas décadas.

Já Chris Bowler explica que com a Estação Polar, vamos estabelecer um observatório e laboratório de longo prazo para estudar
os ecossistemas do Oceano Ártico Central. Esta base à deriva será implantada no gelo por pelo menos duas décadas a partir de 2026, com 10 expedições consecutivas, até 2045.

Para saber mais, assista ao vídeo da estação polar

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