Ruralistas: cai a máscara definitivamente
Este site já tentou ‘apartar’ a disputa entre ambientalistas e ruralistas. Defendemos que não se deve generalizar. Há bons, e maus, empresários do campo. Assim como há ambientalistas bons, e outros nem tanto.
Ruralistas: destacamos o avanço do agronegócio e sua importância para a economia nacional
Em nossas matérias destacamos o avanço do agronegócio, e sua importância para a economia nacional. Falamos também que a disputa entre os dois grupos não leva a nada porque quem cria leis são os congressistas- entre eles, os ruralistas… O grupo, assim chamado pela imprensa, tem nada menos que 228 votos. Logo são eles que aprovam, ou não, a criação de novas unidades de conservação, desejo de ambientalistas.
Ambientalistas e ruralistas: o mar sem fim defendia uma aproximação
O Mar Sem Fim defendia uma aproximação entre os dois grupos, e uma conversa franca entre eles, em vez do constante lançamento de ‘torpedos’ de um lado para o outro através da imprensa e redes sociais. Agora revemos nossa posição.
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De modo geral, e resumido, os primeiros reclamam das obrigações impostas pelo Código Florestal, entre elas a manutenção de áreas de preservação permanente, ou reservas legais, o que dificulta e encarece a regularização dos imóveis rurais. E são contrários às Unidades de Conservação, Terras Indígenas, e outras áreas protegidas.
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Ruralistas têm apoio de grande empresários: ambos são contrários ao licenciamento ambiental
Grandes empresários fazem coro. Para estes, o Licenciamento Ambiental de grandes obras como a mineração, a construção de hidrelétricas, a abertura de estradas, a construção de portos e hidrovias, é o maior empecilho
Ambientalistas defendem a manutenção das atuais Unidades de Conservação
Os ambientalistas querem a manutenção das atuais Unidades de Conservação. Exigem que sejam respeitadas em seus tamanhos e funções. E preconizam, com total apoio deste site, a criação de novas Unidades de Conservação no bioma marinho. Diga-se de passagem que o Governo Temer fez isso.
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Por trás das ‘defesas’ dos muralistas há muito mais. Não são apenas contrários às áreas protegidas, ou o licenciamento ambiental. Nas entrelinhas escondem seu verdadeiro pleito: vantagens escusas. E, para obtê-las, não se furtam a chantagear o Governo Federal em busca de votos para aprovar as reformas pelo bem do Brasil, não para certos grupos da sociedade.
Matéria do Estadão deste domingo, 7 de maio de 2017, não deixa dúvidas. “Ruralistas vivem novo momento do Brasil”, de André Borges, explica que “a agenda da bancada ruralista avança em alta velocidade pelas comissões e corredores do Congresso Nacional. Seu conteúdo inclui o fim das demarcações de terras indígenas e da Fundação Nacional do Índio (Funai), redução das florestas protegidas, flexibilização do licenciamento ambiental, venda de terras para estrangeiros e a remuneração de trabalhadores rurais com moradia e alimentação”.
Confirmando a chantagem dos ruralistas: mudando regras de demarcação de terras para povos tradicionais
André Borges não teve dúvida ao afirmar que “em meio às reformas que testam o Palácio do Planalto e a tempestade política que não se afasta de Brasília, os ruralistas veem nesta atual gestão de governo a oportunidade de aprovar seus principais projetos”.
A atual ‘voz’ dos ruralistas é o deputado Nilson Leitão (PSDB-MT). “Em fevereiro, Leitão assumiu a presidência da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), com o compromisso de ser a nova voz dos ruralistas e encampar projetos polêmicos, como a Proposta de Emenda à Constituição 215, que repassa ao Congresso a atribuição de definir as demarcações das terras para povos tradicionais. Para isso, conta com a força de 228 parlamentares. “Não tem nenhum partido com o tamanho da frente parlamentar agropecuária”.
Trabalho escravo e o deputado Nilson Leitão (PSDB-MT)
Não é brilhante o currículo do deputado. O Estadão diz que ” em 2012, Leitão foi suplente da CPI do Trabalho Escravo, que investigou casos de trabalho análogo à escravidão nas áreas rurais e urbanas do País. Hoje, o líder tucano é criticado por sua proposta de remunerar esses trabalhadores com casa e comida. Leitão diz que é vítima de uma interpretação equivocada. “É uma maldade”, afirma”.
Ruralistas derrubando a FUNAI com aval do Ministro da Justiça (mais um ruralista)
O Estado diz que “Com o aval do ministro da Justiça, Osmar Serraglio, para tocar as pautas da bancada ruralista, Leitão apresentou na semana passada seu relatório final sobre a CPI da Funai-Incra. No documento de 3.385 páginas, o relator afirma que a Funai não tem mais condições de prosseguir”.
Ruralistas: renegociando dívidas em troca de votos para as reformas
Como o Mar Sem Fim expôs em matéria recente, “o Estado trouxe outra matéria que mostra como eles agem. Título: “Governo negocia Refis para ruralistas”. Sub- título: “Em busca de votos para a reforma da Previdência, governo negocia Refis para ruralistas”. Para votar pela reforma da previdência, que ameaça quebrar de vez o país, os ruralistas exigem privilégios, como o da renegociação de suas dívidas. Pensam menos no Brasil e mais em seus interesses pessoais. A matéria do Estado diz que…”Conforme mostrou reportagem do Estado, na semana passada, a negociação de dívida do Funrural virou moeda de troca para aprovação da proposta de reforma da Previdência.
Ruralistas queriam o perdão da dívida, R$ 10 Bi, para votarem pela reforma da previdência
O Estado diz que…”Os ruralistas queriam o perdão da dívida do Funrural – um passivo que pode superar R$ 10 bilhões –, mas a equipe econômica não concordou com a remissão dos débitos, alegando riscos de o governo cometer crime de responsabilidade fiscal. Chegou-se a um acordo de parcelamento por 180 meses”.
Caiu a máscara dos ruralistas. O mais interessante é que “O Funrural é, para o setor rural, o equivalente à contribuição à Previdência”.
Folha de S. Paulo confirma chantagem de ruralistas
No sábado, 6 de maio de 2017, a Folha confirmou. Em matéria cujo título é “Projeto de Lei quer afrouxar licenciamento ambiental“, de Giuliana Miranda. O texto de abertura não deixa dúvidas: “Com as atenções da oposição e do governo concentradas nas reformas do trabalho e da Previdência, a bancada ruralista na Câmara passou por cima das negociações com o Ministério do Meio Ambiente e apresentou um projeto de lei que altera radicalmente as regras do licenciamento ambiental no Brasil”.
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Ibama critica projeto dos ruralistas
A Folha diz que “A presidente do órgão ambiental (Ibama) não poupou críticas ao projeto. “Defendo a necessidade de uma Lei Geral de Licenciamento, mas não da maneira como apresentada neste substitutivo”, disse Suely Araújo à Folha.
Para os amientalistas, diz a Folha, ” o projeto de lei deslocaria muito do poder decisório para órgãos estaduais, o que, a longo prazo, poderia poderia provocar um efeito parecido com o da guerra fiscal entre os Estados”.
O projeto dos ruralistas também prejudica o patrimônio histórico. A Folha explica: “Embora se chame licenciamento ambiental, ele também engloba o patrimônio histórico do Brasil. Incluindo aí pesquisas arqueológicas”.
A matéria da Folha termina com a posição da SAB (Sociedade de Arqueologia Brasileira). Para a SAB “o projeto de lei proposto “acaba com o licenciamento arqueológico preventivo”, e é uma “iminente destruição do patrimônio arqueológico brasileiro”.
Mar Sem Fim e ruralistas
Apesar de concordar com a importância do agronegócio, este site não pode deixar de condenar as vantagens escusas que os chamados ruralistas buscam, sem se importarem em chantagear o Governo Federal em momento tão delicado para a economia: o perdão de dívidas de R$ 10 bilhões de reais; o fim do licenciamento ambiental; o fim da FUNAI; e constantes ameaças às unidades de conservação que procuram preservar o que é de todos, não de um grupo da sociedade: a biodiversidade, maior ativo dos brasileiros. Os vivos, e os que estão para chegar, as novas gerações.
Saiba mais sobre áreas marinhas protegidas e sua importância
Hoje no pais, o meio ambiente é tratado da seguinte forma:
Imaginem uma reunião de uma grande empresa. O presidente dá a palavra ao chefe de pessoal, ao chefe das finanças, ao chefe do planejamento, ao chefe do setor de marketing, e não dá a palavra ao chefe responsável pelos assuntos de meio ambiente. Durante a reunião o chefe do meio ambiente pede a palavra, quando todos olham com cara de reprovação e não o deixa falar.
Simples assim. Desta forma se encontra o nosso meio ambiente
Caro Carlos Augusto, seja bem- vindo a bordo do mar sem fim! Obrigado pela mensagem. É verdade o que vc diz. Ninguém da esfera governamental dá pelota ao meio ambiente. Todos perdemos com isso. Volte sempre. Abraços