Projetos para limpar oceanos, brasileiros vencem hackathon da Nasa
Os brasileiros “mandaram muito bem” no International Space Apps Challenge 2019. Trata-se do hackathon global da Agência Espacial Americana (Nasa), evento anual que busca ideias inovadoras mundo afora. Das seis equipes vencedoras, uma é baiana e a outra, paulista. Uma equipe mineira ainda conquistou menção honrosa na competição. Na história do hackaton da Nasa, é a primeira vez que o País coloca duas equipes no pódio vencedor. E o mais importante nos trabalhos dos vencedores brasileiros: os projetos desenvolveram soluções capazes de reduzir os impactos de microplásticos e óleo nos oceanos.
O que é o hackathon da Nasa
A competição é aberta a pessoas do mundo inteiro que desejam inovar utilizando os dados abertos da Nasa. Os de 2019 envolveram projetos para solucionar problemas na terra e no espaço. O hackathon é realizado desde 2012.
Em 2019, foram cerca de 29.000 participantes, de 230 cidades e 83 países. Divididos em equipes com cinco pessoas, elas apresentaram 2.076 projetos para disputar as seis categorias propostas no hackaton. Os brasileiros venceram em duas.
Os baianos conquistaram o primeiro lugar em “Melhor uso de hardware”, como solução que exemplifica o uso mais inovador em hardware. Já os paulistas venceram na categoria “Impacto Galáctico”, como solução com maior potencial para melhorar a vida na terra ou no universo.
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Declínio do berçário da baleia-franca e alerta aos atuais locais de avistagemComo anda a discussão sobre geoengenharia na mídia do exterior?O que aconteceria com o clima se parássemos todas as emissões?A importância do som para a vida marinhaAntes da competição, as equipes venceram as etapas locais. Depois, trinta projetos foram selecionados como os melhores do mundo. Foram esses que seguiram para a final global. O hackathon foi realizado no final de 2019, mas o resultado foi anunciado recentemente.
Baianos miram no microplástico e paulistas, no óleo
Os baianos criaram o projeto de um equipamento para retirar microplásticos dos oceanos. Um problema grave, e em crescimento, que coloca em risco a vida marinha e humana, como o Mar Sem Fim vem mostrando, especialmente no Brasil que é o quarto maior produtor de lixo plástico do mundo.
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Microplásticos são partículas que medem no máximo cinco milímetros. Derivam de plásticos e fibras de tecidos sintéticos expelidos nas lavagens de roupas, entre as fontes mais importantes. Anualmente, os oceanos recebem em torno de 10 milhões de toneladas de lixo plástico, diz a WWF.
Não é a primeira vez que jovens criativos inventam um sistema para minimizar o problema do plástico. Nos primeiros dias de outubro de 2019 a ONG Ocean Cleanup, criada pelo jovem Boyan Slat, 23 anos, anunciou que “o System 001 / B está capturando e coletando com sucesso detritos de plástico da grande macha do Pacífico.
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Os paulistas se inspiraram no derramamento de óleo no litoral do Brasil. Mais de 4.500 toneladas de óleo já chegaram à costa do País desde o início do último quadrimestre de 2019, afetando 11 estados. E o óleo ainda chega, pois não se sabe a origem, que parece inesgotável. Os especialistas acreditam que a recuperação total das áreas afetadas pode demorar mais de 100 anos. Mas desastre com petróleo no mar, infelizmente, é comum. E são, geralmente, devastadores para a vida marinha e para as comunidades costeiras.
Inteligência artificial para detectar manchas de óleo
Na apresentação do trabalho, os paulistas lembraram a importância de se detectar rapidamente desastres com óleo nos oceanos e mares: 37% da população global vive em regiões costeiras. E a economia oceânica gira entre US$ 3 trilhões e US$ 6 trilhões. Além disso, a alimentação humana é bastante dependente da pesca. Por isso, decidiram desenvolver uma tecnologia para detectar esses tipos de manchas.
Ela é baseada em imagens de radar, inteligência artificial e algoritmos. A ideia é que manchas de óleo possam ser avistadas e contidas muito antes de chegarem às comunidades costeiras. E causarem estragos ainda maiores, como está acontecendo no litoral brasileiro.
“Nossa rede neural é capaz de analisar muitas imagens em busca de pontos de derramamento de óleo. Pode ser usada por aplicativos de terceiros ou sistemas governamentais para melhorar o ganho de tempo de resposta a um desastre ambiental (com óleo)”, afirma a equipe paulista.
Projetos para limpar oceanos: conceito inovador tira microplástico dos oceanos
A equipe baiana no hackathon, denominada Cafeína Team, é formada por cinco universitários. Eles têm entre 18 e 23 anos. Três são alunos do curso de administração da Universidade Federal da Bahia (UFBA): Genilson Brito, Pedro Dantas e Antônio Rocha. Dois são da Universidade Católica de Salvador (Ucsal): Ramon de Almeida, que cursa engenharia química; e Thiago Barbosa, do curso de análise de desenvolvimento de sistemas.
O projeto dos baianos tem um conceito bastante inovador. Os jovens criaram um equipamento que denominaram Ocean Ride. Baseado no princípio do gerador Van Der Graaff, o sistema atrai microplásticos por meio de uma corrente eletrostática. “A água vai entrar no equipamento e vai sair, mas o microplástico vai ficar (dentro dele)”, assegura o universitário Pedro Dantas.
Projeto baiano utiliza frota de navio existente
Além de atrair, o Ocean Ride armazena e compacta os resíduos, para o melhor aproveitamento do espaço do equipamento, explicam os estudantes. Quando o contêiner estiver cheio de microplásticos, pode-se removê-los no destino final da embarcação. Nas plataformas, os equipamentos podem ser apenas substituídos por outros vazios.
“O grande diferencial do Ocean Ride é que ele pode ser acoplado ao lado de qualquer embarcação. E em plataforma de petróleo também. Pode ainda ser afixado em determinados pontos de oceanos e mares. Em áreas estratégicas de correntes marinhas, com grande fluxo desses materiais”.
Segundo Dantas, a solução é criativa, simples e barata, e já utiliza recursos existentes. “Queríamos que o projeto fosse viável e não causasse impactos. E o mundo já tem uma enorme frota de navios e outras embarcações cruzando os oceanos a todo o momento.”
Imagens de satélite e robôs
A equipe paulista foi denominada Massa durante o hackathon. Ela é formada pela UX Designer Joana Braz de Almeida Ritter, pelo programador Felipe Ribeiro Tanso, pelo desenvolvedor Ariel Betti e pelos cientistas de dados Ricardo Ramos e Eduardo Ritter.
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“Nós temos um satélite que fica monitorando o oceano. Esse equipamento manda imagens para a Inteligência Artificial e o nosso robô analisa esse material. Se ele reconhecer manchas de óleo e tiver alguma suspeita, envia para autoridades responsáveis junto com a geolocalização, para que saibam onde está e possam resolver o problema antes que o óleo se espalhe na dimensão que aconteceu no ano passado”, explicou Joana Ritter, ao site Diário.
Prêmio: apresentar o projeto na Nasa
Mas engana-se quem acha que os vencedores de uma disputa global como esta tiveram meses ou anos de preparação. A equipe baiana, por exemplo, foi formada no primeiro dia do hackathon, que aconteceu durante um final de semana no fim de outubro de 2019. “Éramos três da UFBA e lá descobrimos que a equipe teria de ter cinco pessoas. Daí, encontramos o Thiago e o Ramon na mesma situação e formamos a equipe. Em três dias desenvolvemos tudo”, lembra Pedro Dantas.
Ao vencerem as etapas locais, os brasileiros tiveram uma semana, a seguinte ao hackathon, para desenvolver o vídeo explicativo do projeto e enviar à Nasa. Assim, foram escolhidos os 30 finalistas. “Depois, esperar o resultado final, que saiu agora, é que gerou ansiedade.” Engana-se também quem pensa que há premiação em dinheiro. Além do reconhecimento que vencer uma disputa como esta traz.
O prêmio é apresentar os projetos diretamente no Nasa Kennedy Space Center, na Flórida, Estados Unidos. O que deve acontecer ainda no primeiro semestre deste ano. E conseguir que a agência espacial americana tope desenvolver as invenções. “Estamos nos preparando muito. Vamos desenvolver um protótipo e testá-lo bastante porque queremos validá-lo lá, na Nasa”, ressalta Dantas, da equipe baiana.
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Fontes: https://2019.spaceappschallenge.org/awards/; https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2020/01/22/cinco-jovens-baianos-vencem-torneio-mundial-do-hackaton-promovido-pela-nasa.ghtml; https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/baianos-premiados-pela-nasa-superaram-83-paises-nao-esperavamos/; https://epocanegocios.globo.com/Tecnologia/noticia/2020/01/duas-equipes-brasileiras-vencem-hackathon-global-da-nasa.html; https://www.odiariodemogi.net.br/mogiana-vence-competicao-organizada-pela-nasa-na-categoria-maior-impacto-galatico/; http://www.edgardigital.ufba.br/?p=15948.
Gostaria de saber o resultado do projeto de captura de microplástico da equipe baiana: me parece um projeto incrível, se levado a cabo e implantado em embarcações de todo o mundo.
parabéns a todos os envolvidos
🌳🌎🌍🌏🌳💦
👏👏👏👏👏🏆
Show – Parabéns galera !
Parabéns a esses brasileiros que al´[em da coragem mostraram conhecimento!