Meio ambiente e algumas boas ideias, venha conhecê-las
O Mar Sem Fim, durante o processo de curadoria da rede, descobriu algumas ideias que contribuem com o meio ambiente. Por isso mesmo, decidimos destacá-las de modo que possam ser conhecidas também do público que frequenta este site e, possivelmente, inspirá-los. Vamos ao tema de hoje, o meio ambiente e algumas boas ideias, que gerem cópias Brasil afora.
Governo Bolsonaro e o lixo no mar
Segundo o site da agenciabrasil.ebc.com.br, “O presidente Jair Bolsonaro informou por meio da rede social Twitter, que o Ministério de Meio Ambiente usará uma armação de metal em formato de tubarão-baleia como símbolo de uma campanha de combate à poluição marinha. O tubarão, com 15 metros de comprimento, será preenchido com lixo retirado do mar. Na semana passada, um relatório da organização World Wide Fund for Nature (WWF) mostrou que o Brasil é o quarto maior produtor de lixo plástico do mundo.”
Bom, que contribuímos com o lixo, sabemos. Estamos atentos desde que Ricardo Salles assumiu. A ver no que vai dar esta campanha. O site não esclarecia detalhes de como funcionará. O mar sem fim voltará ao tema. Vamos cobrar, até porque o ministro nos ligou recentemente, e sugeriu que este site participasse da elaborarão dos planos da campanha de lixo. Só não o fizemos porque não somos especialistas, e o assunto exige profissionais qualificados. Se ficar só nos peixes- lixo, será muito pouco. A ver no que dá.
O início do governo Bolsonaro do ponto de vista do meio ambiente
Este início de governo, apesar do pouco tempo, foi pra lá de ruim à causa ambiental. Primeiro, o ministro anuncia a equipe dos sonhos, e merece post por isso. Em seguida, desmonta a própria equipe, e ainda dá outros sinais estapafúrdios. O Mar Sem Fim começa a duvidar da possibilidade de termos um bom governo na área. Bolsonaro simplesmente não tem noção do cargo, de sua importância e competências. O que mais o agrada, é bater continências a torto e a direto; repassar vídeos escatológicos e chulos, ou acusar a imprensa embasado em fake news (vide caso recente do Estadão). Sua implicância com as questões ambientais vêm de uma multa que levou por pesca irregular. Ele não tem a mais vaga ideia da importância de nossa biodiversidade, maior ativo do País. Quando o presidente abre a boca para afalar de meio ambiente é um deus nos acuda geral. Só o que sai, são impropérios. Ainda assim, pagaremos para ver, enquanto torcemos estar errados.
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São Francisco do Sul é uma graça. A cidade, a quinta mais antiga do Brasil, mostra um lindo casario preservado, debruçado sobre a baía da Babitonga (norte de Santa Catarina), joia do litoral. Entre outros habitantes da baía, ameaçados, podemos citar as toninhas. A Babitonga também é habitada por grupos de meros, um dos peixes em maior perigo de extinção. Cercada por manguezal, suas copas viraram casa de colhereiros, e guarás, entre outros. A região é uma beleza e, por isso mesmo procurada para o turismo. Agora, a Secretaria de Meio Ambiente instalou nova estrutura na praia da Enseada. Trata-se de um peixe de 2,5 m de altura e 4 m de comprimento, feito com materiais reutilizados como pedaços de rede e de canos. A estrutura servirá como um depósito de material reciclável. O intuito é que a população utilize o novo espaço para esta destinação. Chamar a atenção para o problema já é um começo.
Parque Nacional Pau Brasil é passado para a iniciativa privada
Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, anunciou recentemente que o Parque Nacional do Pau Brasil, Porto Seguro (enfrentou grande incêndio há pouco), Bahia, passará a ser gerido pela iniciativa privada. A vencedora da licitação é a Hope Recursos Humanos S/A. A empresa que também assumiu o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, UC que protege a Mata Atlântica no Rio de Janeiro, com 20.030 ha. A Hope também vai administrar o Parque Nacional do Itatiaia (RJ). A concessão dura 15 anos. Até então, as unidades de conservação brasileiras, exceção ao Parque Nacional do Iguaçu, eram geridas pelo ICMBio.
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Programa de Concessão de Serviços de Apoio à Visitação
Este programa foi lançado ainda no governo Temer. Ele prevê “a privatização de sete unidades de conservação. Destas, três já tiveram seu processo concluído.” E por quê? Porque, segundo o site do ICMBio, “o objetivo é melhorar a qualidade dos serviços prestados aos visitantes, já que o ICMBio não tem como finalidade gerenciar atividades como hospedagem e alimentação”.
Parque Nacional Campos Gerais, SC
Criado em 2006, a área como sempre foi desapropriada mas os antigos proprietários não receberam satisfação. Esta tem sido a regra na criação de unidades de conservação. Sucessivos governos desde a redemocratização, criam novas UCs, presidentes pousaram de ‘sensíveis’ ao meio ambiente mas ‘preteriram’ o incômodo pagamento. Isso cria conflitos entre as prefeituras, que perdem uma área até então ativa economicamente; e as pessoas que antes as exploravam, que engrossam as listas de desempregados. É um erro que aconteceu em todos os governos, como denunciamos na segunda edição da série MSF. Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula, e Dilma. Todos criaram novas UCs mas se negaram a arcar com o ônus, as indenizações. Nem por isso a solução seria o fim da área protegida, como ameaça fazer Ricardo Salles (Leia sobre os primeiros 100 dias de sua gestão), no caso do Parque Nacional Campos Gerais, SC, que protege o arrasado bioma da Mata Atlântica, a ‘mais rica floresta úmida do planeta’. O neófito deve não saber, mas a boa legislação ambiental brasileira, legado de Paulo Nogueira Neto, abriga mecanismos simples e eficazes para o Estado quitar estas áreas sem onerar gastos públicos. Voltaremos em breve ao tema das Compensações Ambientais.
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A primeira vez que defendemos a ideia, em razão da precariedade de nossas UCs, sem investimentos e semi abandonadas, foi num seminário promovido pela fundação O Boticário de Proteção à Natureza, em Curitiba, o VIII CUBUC, Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação. Por pouco não apanhamos de parte retrógrada do público, inconformado ‘pela ideia de entregar nossa biodiversidade para a iniciativa privada’. Pura bobagem. Em todos os países do mundo, até a anacrônica Cuba, os parques e unidades de conservação são geridos pela iniciativa privada. É a mesma ideia da telefonia. Enquanto não foi privatizada, uma linha custava milhões, e demorava meses para ser instalada. Depois da privatização, finalmente o Brasil foi interligado pela telefonia. Só temos a ganhar com esta mudança. Ao governo compete educação, segurança, saneamento básico, etc, e nem isso o Estado consegue, que diria a gestão de UCs. Conhecemos todas as UCs do bioma marinho, e constatamos seu abandono por falta de recursos. Portanto, está mais que na hora da privatização.
Green Talents Award premia brasileira
Tatianna Mello da Silva, mineira, recebeu do governo alemão o prêmio Green Talents Award. Ela foi escolhida para o grupo dos 25 pesquisadores mais promissores do mundo na área de sustentabilidade. O que foi que Tatianna fez?
A tese premiada
Segundo a revista Galileu, ela é especializada em direito ambiental e políticas públicas. E acaba de concluir mestrado na Universidade de Oxford, na Inglaterra. Sua tese premiada prega que “é urgente que repensemos o lixo não mais como resíduo, mas sim como recurso.” Sobre a pesquisa que levou à tese, Tatianna explicou à Galileu,
A pesquisa pretende avaliar se a inserção das cooperativas de catadores em sistemas formais de coleta e gerenciamento de lixo contribuiu para a inclusão social e emancipação econômica desses trabalhadores, ao passo em que impactando positivamente as taxas de reciclagem no país. O ponto de partida é a premissa de que para o Brasil avançar em duas áreas prioritárias – erradicação da pobreza e proteção ao meio ambiente – é urgente que repensemos o lixo não mais como resíduo, mas sim como recurso, e que reconheçamos o papel crucial que os catadores de material reciclável têm a desempenhar.
Por falar em lixo, vamos lembrar que a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS, instalada através de lei Lei 12.305/10, no período Lula da Silva, não funciona justamente pelo viés ideológico. Está na hora do novo governo propor outra solução. Continuamos patinando na questão da reciclagem. Se continuarmos nesta balada, Lei do Lula, só cumpriremos o objetivo de reduzir os impactos do lixo em 2060.
Meio ambiente e algumas boas ideias: mais prêmios internacionais a brasileiros
Desta vez o prêmio foi para um aplicativo idealizado pelo ativista e grafiteiro Mundano, diz o site thegreenestpost.com,– “que também é fundador do movimento Pimp My Carroça –, o aplicativo Cataki ficou conhecido como Tinder da Reciclagem por proporcionar “matchs” entre catadores e pessoas e empresas interessadas em descartar materiais recicláveis. Desde julho de 2017, quando a ferramenta foi lançada, 300 catadores de mais de 30 cidades do país se cadastraram no aplicativo– e afirmam estar trabalhando muito mais graças a ele.”
Ainda segundo o site, “Na prática, o app empodera os catadores, tão pouco reconhecidos por seu trabalho no país, e garante que um montante considerável de resíduos – que, não fosse a facilidade do Cataki, seria descartado em aterros – seja encaminhado para reciclagem.“
Fontes: http://www.saofranciscodosul.sc.gov.br/noticia/6258/secretariademeioambienteinstalaestruturaparachamaraten-c-eosobrepolui- c-eonosoceanos?fbclid=IwAR0E0NZW85xNe3DwKcujEDKH6PUxCxU5HPfKBmuYXH7_kn6PNEO2zfNBE4w#.XHqdyNF7nEg; https://www.redebrasilatual.com.br/ambiente/2019/03/sob-protestos-parque-nacional-pau-brasil-e-concedido-a-iniciativa-privada?fbclid=IwAR0zkfB23H7sI39CE0tUPimhw4h07w6JBRg2eR-ZpDkmpoOUxRMc6ZnR3Ok; http://www.icmbio.gov.br/portal/unidadesdeconservacao/biomas-brasileiros/mais-info/9752-parques-do-brasil-visitar-e-proteger; https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Meio-Ambiente/noticia/2014/10/e-urgente-que-repensemos-o-lixo-nao-mais-como-residuo-mas-sim-como-recurso.html?fbclid=IwAR1V3A4XF2GwesMn9v0kJmWTYpOjyHGmoSxAWaY-dZ-f_J1G0Mo_8OfalHw; https://thegreenestpost.com/aplicativo-brasileiro-conhecido-como-tinder-da-reciclagem-e-premiado-pela-onu-como-uma-das-10-maiores-inovacoes-tecnologicas-do-mundo/?fbclid=IwAR2zJGnMfVXca952LOdXM2m5H_NDwb2jXBFF2zjLKQiB-lL9IAPpwtGgln0; http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2019-03/bolsonaro-anuncia-campanha-de-combate-poluicao-no-mar.
Por que será que os brasileiros “de todas as cepas” acham que agir sobre as consequências é mais importante e/ou produtivo que agir nas causas????
Cresci em Itamonte Minas Gerais, frequentador nativo do PARNA Itatiaia. Devemos olhar com cautela ‘privatização’, não se trata do debate de entregar a Biodiversidade uma vez que é uma concessão.E sim da maneira como é gerido, de fato as coisas não são boas como deveriam, mas isso não deve ao fato da ineficiência dos servidores públicos e sim do sucateamento eterno das áreas de Meio Ambiente. Veja o funcionamento da Receita Federal e outros órgãos federais, depende de vontade politica. Eu duvido que o acesso não será sobretaxado e outras cobranças surjam.Creio que caberá uma analise daqui a alguns anos para uma resposta mais assertiva. E quanto a telefonia, segue como o setor campeão de reclamações ano a ano. As coisas são profusas, não há formulas magicas