Licenciamento Ambiental Municipal, passada da boiada aprovada pelo CONSEMA
O governo do Estado acaba de jogar a pá de cal que faltava para enterrar o litoral. Por meio do CONSEMA – Conselho Estadual do Meio Ambiente – definido como ‘o principal órgão consultivo, normativo e recursal integrante do Sistema Ambiental Paulista, e de fato é mesmo, que acaba de aprovar o Licenciamento Ambiental Municipal. Assim, ‘novos empreendimentos que possam causar impacto ambiental localizado poderão ser licenciados pelos próprios municípios do Estado de São Paulo, ou por consórcios intermunicipais’. Em outras palavras, isso significa que os prefeitos de municípios costeiros estão livres, leves, e soltos, para aprovarem qualquer obra que lhes dê na veneta, sem prestar contas ou necessitar de aval de uma entidade superior. Como a maioria dos alcaides são grandes aliados da especulação imobiliária, a perigosa decisão é, na visão deste site, o início do fim do litoral tal qual o conhecemos.
Reserva da biosfera da Mata Atlântica se manifesta contrária
Os defensores da zona costeira no conselho do CONSEMA, particularmente aqueles ligados em questões ambientais, previram a liberalização excessiva das regras. Eles já haviam expressado essa preocupação três meses antes, durante um encontro do conselho mundial da Reserva Mundial da Biosfera, em Natal, RN. Lá, apresentaram uma moção contra o modelo de licenciamento em discussão, unanimemente aprovada.
A Reserva, uma iniciativa da UNESCO, atua como um polo de monitoramento, pesquisa, educação ambiental e gestão de ecossistemas, como o da Mata Atlântica, que se estende pelo litoral de São Paulo. Funciona também como um centro para a informação e o aprimoramento profissional dos técnicos responsáveis por seu manejo. Além disso, é como um ‘selo’ da UNESCO para biomas de importância crucial para o planeta.
Quem paga a conta é a população nativa que perde qualidade de vida
A decisão estapafúrdia de Tarcísio de Freitas (Republicanos) não atinge os ambientalistas. Mas ela afetará ainda mais a qualidade de vida das populações nativas do litoral, os cidadãos comuns que sofrerão mais uma perda na decrescente qualidade de vida. É igualmente possível que a novidade traga outra consequência, a desvalorização dos imóveis em razão da degradação social e ambiental inevitável.
Licenciamentos tendenciosos e conflitos de interesse ameaçam ecossistemas vitais como mangues e restingas. Estes, são essenciais para proteger a costa mas sempre são os primeiros a sofrerem com a especulação. Estamos convictos de que esta nova medida aumentará a erosão no litoral paulista.
“A maior passada da boiada da história do litoral”
Esta decisão significa a “maior passada da boiada” que já aconteceu na história do litoral. Tarcísio de Freitas aprendeu bem a lição de seu ex-colega de ministério, Ricardo Salles. Não à toa, o Brasil da gestão anterior era tido como um país pária.
E note, leitor, que ainda falta uma reunião de conselho do CONSEMA para o martelo bater definitivamente, reunião prevista para 8 de fevereiro, no auditório da SEMIL – Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística. Estas duas audiências públicas trabalham para normatizar a decisão que já foi tomada. Porém, mesmo com o ‘rito’ ainda não concluído, a própria SEMIL confirmou o Licenciamento Ambiental Municipal.
Conselho do CONSEMA: atribuição e formação, segundo o governo
Entre os 18 membros da sociedade civil, seis representam ONGs ambientais registradas na Secretaria de Meio Ambiente. A cada dois anos, essas ONGs se juntam para eleger seus seis representantes e seis suplentes.
Ainda segundo o site do governo, ‘as atribuições vão desde a avaliação e acompanhamento da política ambiental, no que se refere à preservação, conservação, recuperação e defesa do meio ambiente, passando pelo estabelecimento de normas e padrões ambientais, até a convocação e condução de audiências públicas e, sob determinadas circunstâncias, a apreciação de EIAs/RIMAs – Estudos e Relatórios de Impacto sobre o Meio Ambiente’.
50% dos votos para cada lado, uma meia verdade
Dizer que ‘metade (dos conselheiros) vem de órgãos governamentais e a outra metade, da sociedade civil’, como faz o site do CONSEMA, é uma meia verdade. A maioria acaba sendo o mesmo que ‘do governo’, porque são participações de empresas, autarquias, e outras estruturas como CETESB, USP, ANAMA, UNESP, etc, todos com vínculo com o Estado.
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Mais uma prova da esculhambação é o que nos dizem os ambientalistas: que a cada proposta que fazem há uma encenação de discussão, mas de fato não há interesse nem aceitação. Há os votos favoráveis de ambientalistas e do Ministério Público, e quase todos os outros são contrários. Assim aconteceu em TODAS as sugestões que fizeram!
Quem são os prefeitos do litoral paulista e quais os seus interesses
A regra da corrupção nos municípios costeiros paulistas
A corrupção é a regra entre os prefeitos das estâncias balneárias paulistas em especial Ilhabela, cujo gestor pela terceira vez é Antônio Colucci (PL). Ele tem 253 processos indexados pelo Jusbrasil; São Sebastião, do prefeito Felipe Augusto (PSDB), tem 267 processos, segundo o mesmo site; Caraguatatuba é feudo da família do prefeito Aguilar Júnior sem partido, com filho e pai se alternando no poder há décadas, e ele tem 195 processos, segundo o jusbrasil. Guarujá, do prefeito Válter Suman (PSDB), vive uma guerra civil que aterroriza a população, mas não cede. E Suman, segundo o Jusbrasil, também tem a sua coleção de processos indexados. Já o prefeito de Ilha Comprida, Geraldino Júnior (PSDB), também indexado pelo Jusbrasil, é outro dos recordistas em processos judiciais.
Ilhabela já teve um prefeito que foi cassado por abrir, 43 dias depois de tomar posse, uma imobiliária em nome de laranjas da família, para comercializar lotes dentro da área do Parque Estadual.
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Loteamentos e prédios comerciais em Áreas de Proteção Permanente na revisão de Planos Diretores
Um problema recorrente nas revisões foi a falta de comunicação sobre audiências públicas, levando a muitas ações do Ministério Público. As prefeituras tiveram que parar os processos. Essas não eram meras revisões, mas sim incentivos à especulação imobiliária, um grande problema no litoral paulista.
Haverá judicialização?
Tarcísio pretendia que, já neste ano, os alunos usassem material produzido e impresso pela Secretaria Estadual da Educação. A iniciativa foi mal recebida por educadores e setores da sociedade.
Além disso, o governador planejava adquirir 200 milhões de livros digitais por mais de R$ 15,2 milhões, sem processo de licitação. A Multilaser Industrial, empresa que foi escolhida, tem como um dos sócios, por meio de uma offshore, o secretário Estadual da Educação Renato Feder. Isso levou o Ministério Público de São Paulo a investigar Feder por possível conflito de interesse nos contratos assinados pela secretaria com uma empresa da qual é acionista.
Centro histórico de São Luís, patrimônio abandonado como quase tudo no litoral
Não faz parte do assunto, mas faz parte da solução para o país: VOTO DISTRITAL PURO! Os patrões somos nós, apesar do povo ser passivo, uma hora isso acaba.
A Vida é preciosa. Embora para a maioria dos gestores, a vida acabará neles! Esquecem que tem filhos, terão netos. E sentirão vergonha dos seus sobrenomes!!! Além de não ter uma vida com qualidade, graças a seus pais e avós! Terão sim muito dinheiro!! Roubado do POVO Caiçara. Não exergarão o Mar, não sentirão sua brisa. E sim, paredões de concreto formando jaulas.
Um reparo, na matéria veiculada no blog Mar Sem Fim, sugeriria ao autor, no Intertítulo Ma Fé do governo do Estado, retirar ou substituir a expressão ‘muita burrice’ que atribui ao governo Paulista ao defender o licenciamento ambiental municipal por duas razões: 1) é uma acusação que não condiz com a Importância e seriedade do artigo e 2) avilta a imagem do burro – que diga-se é um animal muito inteligente!
Excelente decisão do CONSEMA. Todo empreendedor conhece o verdadeiro calvário que é o processo de licenciamento ambiental estadual. Extremamente caro, complexo, cheio de portarias e normas e regras sendo lançadas durante o processo de licenciamento e exigindo revisões de projetos inteiros, sempre custeadas pelo empreendedor, claro. Além de ser extremamente demorado, por justificativas diversas; dentre elas, a principal é que “faltam servidores”. Então, se o ente estadual não consegue atender a demanda criada por ele mesmo, que se tente outro sistema e não se deixe milhões ou mesmo bilhões de reais em investimentos, empregos e renda paralisados. Quem sabe finalmente vamos começar a destravar as infinitas amarras que o estado nos impõe.
Faço um único reparo: investir em pessoal qualificado para apressar o processo seria mais razoável, e não colocaria todo o litoral em risco. Concordo que o Estado impõe entraves aos investidores, mas chamo a atenção para o fato de que “destravar as infinitas amarras que o estado nos impõe” foi a mesmíssima desculpa dada pelo colega do governador na famosa reunião que entrou para a história como a ‘reunião da passada da boiada’. Deu no que deu.
Posso não estar totalmente informado sobre esse assunto acima, porém, invariavelmente, a preservação do meio ambiente, a meu ver, se ajoelha e se rende a ambições terríveis de políticos e grupos econômicos. Vide a devastação da Amazônia, cerrado, pantanal , etc. Por que é quase impossível reverter, ou pelo menos, cessar tanta agressão ao meio ambiente?
Na minha opinião, Tadashi, o que falta é vontade política para reverter as agressões ao meio ambiente. O que existe é miopia de certos governantes vide o que aconteceu na gestão passada na Amazônia, Pantanal, e o Cerrado. abs
“gestão passada” fala sério, durante anos e anos destroem tudo e TDS vcs se falam e agora vem com esse papo de , gestão passada “, os ianomamis continuam desnutridos, esse ano que passou foram incêndios recordes na Amazônia e região, esa bost4 que está ocupando a presidência a única preocupação é inocentar os criminosos da lava jato e caçar opositores.