Jair Bolsonaro, o tosco pescador que tornou-se Presidente. Inconformado desde que foi pego de calças-curtas, o capitão quer acabar com a ESEC de Tamoios
Desde antes das eleições este site acompanha a trajetória do pescador do baixo clero que, Lula e seus asseclas, de tanto roubarem, fez com que 57 milhões de brasileiros experimentassem o ‘novo’ (e velho) político que por mais de 20 anos no Congresso nada fez. Quer dizer, a não ser aproveitar os privilégios, como um sistema de Previdência 20 vezes mais substancial que o de todos os trabalhadores da iniciativa privada. Três dias de trabalho por semana, etc, além de reverenciar torturadores como o coronel Brilhante Ustra. Eleito, o tosco pescador Jair Bolsonaro ainda não começou a governar. Gasta seu tempo tuitando bobagens. Repassa cenas escatológicas do carnaval, distribui medalhas entre seus filhos, 01, 02, e 03, e o ex-astrólogo da Virgínia. Não prestigia Moro, muito menos a Reforma da Previdência. E vai por aí.
Jair Bolsonaro o tosco pescador
Frequentador de Angra dos Reis onde tem casa, Bolsonaro foi pego em flagrante (2012) pescando no único espaço da imensa baía onde isso é proibido, a unidade de conservação de proteção integral, Estação Ecológica de Tamoios. A baía, com 187 ilhas, tem cerca de 193 km2, dentro dela fica a UC que ocupa apenas 5% da área (9.361,27 hectares são da ESEC). Pois foi dentro da ESEC, ilha Samambaia, que escolheu para pescar naquele domingo ensolarado.
Carteirada ao ser pego em flagra
Pego em flagrante pelo fiscal do ICMBio, deu carteirada. Recusou-se a mostrar documentos, mas sacou o celular e ligou para o ministro da Pesca de então, Luiz Sérgio (PT- gov. Dilma), tentando se livrar da punição.
Não conseguiu. Passou, em seguida, a nutrir ódio às áreas protegidas, Ibama, ICMBio, multas e ‘que tais’. De lá para cá, o que aconteceu? A multa de dez mil reais foi retirada, e o fiscal, exonerado. Eita brasiu…
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No Brasil há dois tipos de UCs. As de proteção integral, que como diz o nome, protegem integralmente o ambiente, proibindo qualquer tipo de extração. E as de ‘uso sustentável’, onde pode-se fazer quase tudo. Qual o sentido das de ‘proteção integral‘? Escolher cuidadosamente os derradeiros berçários de vida marinha, os chamados pontos de esperança, como diz Sylvia Earle, e proibir a pesca para que os cardumes se reproduzam e, no período adulto, se espalhem repovoando outros locais. Apenas pouco mais de 0,5% de toda a zona exclusiva econômica brasileira, com aproximadamente 3,6 milhões de quilômetros quadrados, ou 40% do tamanho do Brasil, está protegida de forma integral. Pouquíssimo, como se vê. Ainda assim, foi numa delas que o capitão soltou a isca.
Na época, Bolsonaro confessou estar pescando. Hoje, sua equipe de bajuladores diz que não, apesar da confissão feita ao jornal O GLOBO.
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Na Presidência da República
Jair Bolsonaro acertou na mosca ao convidar para o ministério o neófito Ricardo Salles.Tão ignorante sobre nossos biomas que, até ser Ministro, jamais havia posto os pés na Amazônia. E, a ele, deu a missão de detonar o sistema de conservação brasileiro. Como pode um homem raivoso governar um País? Começava o desmonte da bela obra de Paulo Nogueira Neto. Enquanto o voluntarioso chefe se preocupava em desmerecer a Petrobras, provocando uma desvalorização da empresa em mais de 30 bilhões de reais, ou ameaçando deixar o Acordo de Paris, o emproado rapaz fez tanta bobagem que perdeu o único ambientalista do MMA. Sem falar que abriu Abrolhos para a prospecção de petróleo , mesmo com parecer contrário dos técnicos do Ibama! Foram, e continuam sendo tamanhos os despropósitos, que vários ex-Ministros se reuniram para lançar um alerta à sociedade sobre o risco que envolve esta gestão infantil e desequilibrada. E este fato, a reunião de ex- ministros, virou manchete do New York Times, prejudicando ainda mais nossa imagem internacional. Apesar disso, a raiva não arrefeceu. A prova do desequilíbrio emocional é tamanha que…
Jair Bolsonaro, o tosco pescador, quer revogar o decreto de criação da ESEC de Tamoios
Foi o que disse Bolsonaro à apresentadora Luciana Gimenez. O tosco pescador disse que estuda revogar o decreto de criação da Estação Ecológica de Tamoios para implementar na área turismo para pesca submarina. “Lá é uma Estação Ecológica demarcada por decreto presidencial. Estamos estudando no sentido de revogar isso aí e abrir aquela área para fazer um turismo que o Brasil merece, de modo que a iniciativa privada vai investir naquela região e quem sabe, nós temos uma Cancún, aqui na Baía de Angra brevemente”. Com mais esta pérola, já somam quatro as UCs no ‘paredon’: o Parque Nacional Lagoa do Peixe, Rio Grande do Sul; Floresta Nacional do Jamanxim, Pará; e o Parque Nacional dos Campos Gerais, Paraná.
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É abissal. O Ministro disse ao jornal O Estado de S. Paulo que pretende ‘rever’ as 334 unidades de conservação federais (elas também podem ser estaduais e municipais). Segundo o neófito, “parte dessas unidades foi criada sem nenhum tipo de critério técnico” e destacou que seu objetivo é fazer “um trabalho de revisão preciso na lei que nunca foi feito”. Vejam só! O rapaz que sequer conhecia o bioma Amazônico diz, com a maior cara de pau, que todos os ministros que o antecederam ‘criaram áreas protegidas sem critério nenhum’! O emproado Salles também passa por cima dos técnicos da pasta que gere, como no caso de Abrolhos. Salles destacou que, de 2006 para cá, quase 190 unidades de conservação teriam sido criadas pelos governos petistas “sem nenhum tipo de critério técnico”. Como sempre infantil, Salles consagra sua gestão a ‘caçar comunistas’, como se estivéssemos nos anos 60 do século passado. É preciso informá-lo que ruiu o Muro de Berlim…
Antes que nos ataquem…
Não somos petistas ressentidos. Que nos xinguem com imaginação. Lula não passa de um Ademar de Barros da metalurgia. E Dilma, como diz o amigo ambientalista Truda, é uma ‘ladra louca’. Nem por isso deixamos de nos envergonhar, e protestar, pelas baixarias da atual administração. Como já dissemos, ‘escatológico mesmo é o despreparo de Bolsonaro‘. Não estamos sós. A grande imprensa não tem feito outra coisa, assim como ambientalistas, e até a imprensa estrangeira que alcunhou o tosco como, ‘Exterminador do Futuro‘.
Quebre o ciclo vicioso
Não dê as costas para o mar. Ele já tem inimigos demais. Além disso, as UCs federais marinhas são poucas e paupérrimas. A maioria não tem sequer um barco! E não pense que o que você vai ouvir é exceção, é a regra! Assista ao comentário.
Assista a este vídeo no YouTube
Imagem de abertura – https://newenglandboating.com.
Fontes – https://www.oeco.org.br/noticias/bolsonaro-quer-liberar-pesca-submarina-em-reserva-onde-foi-multado/; https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral,governo-fara-revisao-geral-das-334-areas-de-protecao-ambiental-no-pais,70002822999.
João, acompanhava seu canal no YouTube e lamentei quando parou de produzir vídeos novos, mas descobri seus artigos e, sempre que me lembro, passo por eles.
É difícil convencer leigos no Brasil de que há sim áreas especiais para a manutenção de certas espécies que, se extintas (inclusive localmente), causarão estragos irreparáveis. É sempre preciso lembrar ao público geral que dinheiro não compra o ressurgimento de espécies.
As áreas das quais essas espécies dependem fundamentalmente para procriação precisam ser preservadas sem qualquer condição de exceção pois aí abre-se o caminho para que a falta de fiscalização seja explorada e, finalmente, as espécies sejam dizimadas.
Uma falácia atualmente reinante em parte da equipe do atual governo é de que a iniciativa privada sempre se estruturará a preservar as espécies em perfeita sincronia com as leis de mercado. Isso não só é falso como é perigosíssimo. A ação humana depende de conhecimento e eficiência. Nem sempre os agentes econômicos são pautados por essas qualidades… do contrário, não teríamos as próprias crises econômicas. Até que se perceba certos estragos, muitos desastres podem acontecer.
O problema é que a insanidade do debate público brasileiro (em qualquer área) se reduziu em duas categorias tornadas metafísicas: esquerda x direita. São raros os que não vestem um dos uniformes para trocar ponches com seus inimigos. Parece joguinho on-line! É patético!
Como corolário disso, defender medidas de conservação do meio ambiente se tornou “esquerdismo” e destruir se tornou “direitismo”. Nada escapa a essa fatal redução binária.
É realmente triste. É de chorar.
João, perfeito em tudo o que você coloca aí. Fim aos privilégios.
Tem uma coisa que aperta o meu coração: qual a razão da TV Cultura “bancar” o seu documentário acerca do litoral brasileiro? Faltou patrocínio da iniciativa privada?
Nunca o Bolsonaro incentivou ódio contra os indígenas (de cuja etnia faço parte). Isso é fake. Agora um simples Google mostrará os índios invadindo a sede do PT em Curitiba para protestar contra as medidas da Gleise na Casa Civil.
Mais um petista revoltado!!