Fragata-de-trindade, restam apenas 30 indivíduos. As aves não conseguem nidificar porque não há mais árvores….
A ilha de Trindade é a mais distante do continente. Fica a 1.200 Km do litoral do Espírito Santo. Trindade faz parte do arquipélago de Trindade e Martim Vaz, que recentemente no Governo Temer finalmente ganharam proteção, tornando-se um misto de APA e Mona com 471 mil quilômetros quadrados de extensão. Proteção bem-vinda, já que elas abrigam 270 espécies de peixes recifais – 24 ameaçados de extinção –, maior índice de diversidade entre todas as ilhas brasileiras e um dos maiores do Atlântico. Mas não são só peixes os ameaçados. Na lista mais crítica está a fragata-de-trindade.
Conheça alguns aspectos de Trindade
De formação vulcânica, a ilha emerge no meio de um mar de cor azul arroxeado, típico das profundidades abissais, como um enorme paredão.
A um terço da distância entre o Brasil e a África, Trindade fica longe o suficiente da poluição atmosférica para que o ar seja totalmente limpo, o que proporciona uma visão ainda mais privilegiada de suas formas e cores. Sua altura máxima é de 600 metros, e a geografia é única.
Trindade tem morros e picos que mais parecem calombos com ‘inchaços’ lembrando feridas, resultado do derrame de lava, ora com texturas lisas, ora com rasgos profundos produzidos pela erosão eólica.
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A Fragata-de-trindade
A ave, endêmica de Trindade, está na situação ‘criticamente ameaçada de extinção’, restam apenas 30 indivíduos vivos.
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O grande problema é que para se reproduzir é preciso fazer um ninho, e ninhos são feitos em árvores que foram cortadas de Trindade. Com 9,2 quilômetros quadrados, Trindade sofreu o que quase todas as ilhas oceânicas, em rotas de navegação do passado, sofreram.
Ilhas oceânicas e as navegações do passado
No período das grandes navegações era comum que portugueses (depois holandeses, espanhóis, ingleses e franceses) desembarcassem à procura de lenha para os fogões de bordo. Depois de descobertas, estas ilhas se tornavam ponto de apoio aos navegadores.
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Até recentemente, Trindade ainda abrigava bodes que, depois de muito ‘mimimi’ dos órgãos ambientais, finalmente foram mortos por atiradores de elite da Marinha do Brasil. Tarde demais…
A luta para evitar a extinção
Cientistas da FURG (Universidade Federal do Rio Grande) e do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), além da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande de Sul), a UFMG (universidade Federal de Minas Gerais), a UFAL (Universidade Federal de Alagoas), o Museu Nacional do Rio e a UnB (Universidade de Brasília) deram-se as mãos, e buscam uma solução que evite mais esta extinção. Este lindo trabalho é apoiado pela, mais que excepcional, Fundação Boticário de Proteção à Natureza.
Ninhos artificiais
O resultado da união dos pesquisadores são ninhos artificiais, feitos em uma estrutura que simula uma árvore, forte o suficiente para resistir aos fortes ventos de Trindade. No momento estes ninhos artificiais estão em teste, assim que aprovados serão levados para Trindade.
Enquanto isso, resta torcer.
Fontes:https://www.bbc.com/portuguese/geral-46940925; https://conexaoplaneta.com.br/blog/ninhos-artificiais-ajudam-a-salvar-da-extincao-a-fragata-de-trindade/.
Usando a lógica e a matemática, mesclando-as com o bom senso, todos vocês estão corretos, o que falta é unir as ideias de todos num só pacote que tenha boa vontade e um mínimo de dinheiro. Inicialmente a semeadura das árvores é o mais lógico. Na sequencia coloquemos os ninhos artificiais. Instala-se um posto de observação/ manutenção com meia dúzia de voluntários que serão rendidos a cada XX dias. Paralelamente pode-se levar às ilhas uma meia dúzia de espécies de árvores que já estejam com porte possível para o replante e sejam de crescimento rápido. Com certeza é grande a possibilidade de conseguirmos apoio financeiro para tocar este projeto por necessários 5 anos.
Por que não se faz o reflorestamento da ilha? Não parece uma tarefa difícil, até pelo contrário é algo relativamente simples..
Plantar arvores é a unica solução para diversos problemas climáticos, mas, parece que a comunidade não enxerga isso. Vejo quase todo dia um mago apresentar algo que sequestra carbono, que diminuiu a temperatura, que aumenta a umidade, isso e aquilo, tudo querendo reinventar a roda, quando as respostas estão nas arvores. O publico e muitos ditos cientistas, ainda não entenderam o mecanismo ou a biologia de uma simples arvore. Infelizmente ainda vejo muitas arvores sendo sacrificadas, simplesmente porque suja uma calçada ou porque tampa a visão da fachada de uma lojinha.
Concordo totalmente
A situação é muito esquisita ! Será que em séculos de ocupação nunca se pensou em plantar árvores na ilha ?
Entendo e me compadeço com a agressão que a ilha sofreu ao longo do tempo, mas falar em “mimi” sobre o abate dos bodes que lá estavam é de uma insensibilidade inacreditável para o autor da coluna, tão preocupado que é com o meio ambiente. Infelizmente, o especismo está em todo lugar. Lamentável.
Não se trata de especismo. As cabras não são endêmicas daquele bioma, lá não havia animais que pastam. Essa é uma das causas de a vegetação ter sido destruída.
concordo com Sabrina.
Eu nunca gostei de um ex-governador de S. Paulo, o tal de Orestes Quércia, mas durante seu governo lembro de algo que fez para proteger (ou tentar) a Serra do Mar que sofria ataques de pretensos moradores que desmatavam; parece que ele mandou lançar através de helicópteros sementes de árvores que eram “encapsuladas” em gel nutritivo que garantiriam a germinação. O intento não era tanto garantir o meio ambiente mas garantir que a serra não colapsasse com milhões de metros cúbicos de água da represa Billings em direção a Santos, São Vicente.
Será que a Marinha juntamente com as universidades não podem tentar resgatar o verde daquele arquipélago num projeto piloto até para começar a resgatar as vegetações do Brasil? Sei que é um projeto gigantesco, mas hoje vemos tantas obras fenomenais mas no exterior.
Penso que isto deva ser uma abordagem secundária pois não restarão mais aves quando estas árvores estiverem no ponto de suportar um ninho. É provável que já estejam fazendo ou já tenham feito estudos da vegetação a ser restaurada na ilha. Que vença o bom senso.
Plantar árvores não passa pela cabeça dos pesquisadores? Não seria mais fácil ?
As últimas 30 aves da espécie certamente não podem esperar até que novas árvores cresçam para se reproduzir. Essa é provavelmente uma solução temporária para tentar salvar essa espécie. As condições físicas naturais numa ilha oceânica vão dificultar o reflorestamento, e provavelmente levará anos até que a vegetação se recupere, mesmo sem os pastadores por perto.