O que são os corais: animais, vegetais ou minerais? A dúvida atormenta há séculos
Para o autor romano e naturalista, Plínio, não eram nem vegetais nem animais, deveriam ser considerados um terceiro tipo de coisa viva. Carl Linnaeus, botânico e zoólogo sueco, classificou-os como “litófitos” (plantas de rocha). Afinal, o que são corais: animais, vegetais ou minerais?
Microscópios revelaram. Corais são animais, feitos de pequenos pólipos de corpo mole, cada um com uma espiral de tentáculos que se assemelham a pétalas. No entanto, a sugestão de planta persistiu. Hoje os corais pertencem à classe chamada Anthozoa, ou “animais de flores” (matéria do www.hakaimagazine.com).
Corais: animais, vegetais ou minerais e o Homem das cavernas
Um humano nadando até um recife de coral é como um homem das cavernas saindo da toca e chegando ao centro de Manhattan. Em um momento, viaja de um lugar familiar para outro muito diferente.
Os recifes de corais são lugares profundamente estranhos e psicodélicos (para humanos). Esse pode ser o motivo pelo qual as pessoas gastam quase US $ 10 bilhões a cada ano visitando-os. A cada turno, os corais desafiam categorias simples que a maioria das pessoas usa para entender seres vivos.
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Os pólipos semelhantes a flores são apenas a superfície de um coral – sua pele viva. A massa sólida, abaixo, é seu legado permanente. Cada pólipo constrói uma minúscula base de carbonato de cálcio que a solda à sua colônia, que, dependendo da espécie, pode ter forma de cérebro, aglomerado de pilares, ou até árvore ramificada.
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Novos pólipos constroem em cima do antigo, crescendo a colônia e o recife. Evoca cidade humana: corais constroem infraestruturas complexas e, em seguida, vivem dentro delas. Claramente, “mineral” não deve ser completamente descartado.
Otimizadas para machucar
Essa infraestrutura, com formas e texturas decorativas, quase caricaturais, pode parecer inanimada e inofensiva. Mas as superfícies dos corais são otimizadas para machucar: os pólipos usam pequenas células que picam para prender alimentos, como o plâncton, à medida que passa.
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Suas cores marcantes têm fonte inesperada. Para o ser humano, os tons de rosa quente, e laranja vivo, evocam algo artificial como tinta. Mas elas têm fontes naturais. Pigmentos fluorescentes usados pelo pólipo para controlar a quantidade de luz que entra e os pigmentos fotossintéticos das minúsculas algas unicelulares que vivem simbioticamente nos tecidos dos pólipos.
Através da fotossíntese, essas algas (zooxanthellae) transformam a luz solar em oxigênio. E produzem nutrientes como glicose e aminoácidos, o que fornece abrigo para as algas. Os corais, então, são animais que contêm “plantas” (as algas) e segregam pedras. Não é de admirar que a identificação de corais como animal, vegetal ou mineral seja um obstáculo.
Caos: corais não escapam
Corais podem estar fora de categorias, mas não escaparam do caos que trouxemos para o ambiente deles. A lista de ataques é longa – há poluição, destruição física da pesca e, acima de tudo, a prometida devastação do aquecimento global. Água quente excessivamente, estressa e desaloja os corais e as zooxantelas.
Em seu lugar, deixam os esqueletos branqueados assombrando o fundo do oceano e os oceanos empobrecidos. O World Wildlife Fund estima que os recifes saudáveis forneçam US $ 29,8 bilhões por ano em impacto econômico global, como biodiversidade, pesca e proteção contra a erosão costeira. Outras estimativas de serviços ecossistêmicos colocam o número muito ainda mais alto.
Mas apesar de seu valor, eles estão morrendo em razão do aquecimento do planeta. Seja a Grande Barreira de Corais, na longínqua Austrália, sejam os corais do Nordeste do Brasil.
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Corais: animais, vegetais ou minerais, o mundo é maior que nós mesmos
A avaliação econômica ajuda a justificar e estimular a conservação, mas também é uma estrutura limitada que classifica os corais como meros agentes da riqueza e do bem-estar humano.
Os corais são mais do que provedores de serviços: são um lembrete de que o mundo é muito maior do que nós mesmos. E, além do mais, os corais são o mais importante ecossistema marinho.
Fonte: https://www.hakaimagazine.com/videos-visuals/coral-explained/.
Há uma teoria de que o ser humano, abriga uma alma e que esta alma (fiat lux) anima de um corpo, habita o planeta num esquema evolutivo, constante, mudando de corpos. Já fui pedra? Já fui Coral, já fui planta, já fui animal!
Ai dentro
Ameeeiii o seu comentário, Sérgio Guerra!