Microplásticos nos oceanos, artigo da UFPR – Universidade Federal do Paraná
Você já olhou a areia da praia de perto? A praia é o lugar preferido de pelo menos 77% dos brasileiros, para relaxar, recarregar as energias, receber o ano novo, gostamos da praia até no inverno. Sentir a aspereza da areia enquanto caminhamos com os pés na água do mar, usá-la para construir castelos com as crianças ou para enterrar o guarda-sol bem fundo para o vento não levar, são alguns exemplos de como a areia faz parte da maravilhosa experiência de ir à praia. Hoje nosso tema são os Microplásticos nos oceanos, artigo da UFPR, de autoria de Renata Hanae Nagai especial para este site.
Os grãos de areia são cheios de vida
A areia da praia é muito mais do que um material inconsolidado formado por grãos de quartzo e algumas conchas quebradas, ela é viva! Você já deve ter parado para admirar um tatuzinho de praia (tatuíra ou atuí – Emerita brasiliensis Schmitt, 1935) correndo para se enterrar na beira da água.
Você pode ter olhado curioso para pessoas furando a areia com bugigangas feitas de tubos de pvc em busca do crustáceo Callichirus major Say, 1818, o corrupto – que é utilizado como isca para pesca.
Ou ainda, já se agachou para pegar conchinhas perto daquela zona que as marés acumulam gravetos, folhas ou algas, chamada “linha de deixa” (que você já pode ter pensado que é sujeira).
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Mas, toda essa vida que habita a areia da praia e a nossa própria segurança pode estar em risco causado por microplásticos.
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Como uma brincadeira de criança pode abrir nossos olhos para a problemática dos microplásticos nos oceanos
Ir à praia e não admirar as conchas que ficam na areia é quase uma tarefa impossível. As conchas dos moluscos impressionam a adultos e crianças por sua beleza e diversidade de formas e cores.
No início deste ano, minha família veio me visitar no litoral do Paraná, onde moro e atuo como professora no Centro de Estudos do Mar, da Universidade Federal do Paraná.
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Até que Pepê achou uma linda conchinha bem pequena, menor do que a unha do seu dedo mindinho. Eu então lancei o desafio: “Pepê, vamos ver quem acha a menor conchinha da praia?”; e começamos a olhar a areia da praia bem de perto.
“Dinda, Dinda, olha aqui, essa é bem pequenininha”, disse Pepê, esticando suas mãozinhas. Após examinar com cuidado o que ele trouxe, percebi que o que ele encontrou não era uma concha, mas sim um pequeno disco feito de plástico: um microplástico – mais especificamente, um pellet.
“Dinda, Dinda, eu ganhei?”, perguntou Pepê.
“Pepê, você achou uma coisa bem pequenina, sim. Mas isso aqui não é uma concha.”, respondi. A carinha de decepção durou pouco e logo veio a curiosidade: “O que é isso então?”.
Como explicar o que são microplásticos nos oceanos para uma criança?
Comecei explicando que o que ele tinha achado na praia era um plástico bem pequeno que chamamos de microplástico e que esses podem ser tão pequenos que são invisíveis a olho nu.
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Ainda, os microplásticos são feitos de duas maneiras principais. A primeira é quando esses pedaços de plástico são feitos pequenos de propósito, como por exemplo, os grânulos de plástico, chamados de microesferas, que costumam ser adicionadas no sabonete líquido ou no creme dental. Ou os fios que usamos para fazer roupas sintéticas, como a lycra, que se soltam durante as lavagens.
Ou ainda os pequenos pedacinhos de borracha produzidos pelo desgaste dos pneus dos nossos carros. A outra maneira é quando pedaços maiores de plástico como, por exemplo, uma garrafa PET ou embalagem de comida, se quebram em pedaços menores ao longo do tempo devido ao desgaste pelo sol e água.
Lixo marinho
Ainda, contei para ele que o plástico, ao contrário dos materiais naturais como madeira ou papel, pode levar milhares de anos para que desapareçam do ambiente e que são considerados como lixo marinho.
Nesse momento, Pepê, com toda sua autoridade, esticou o dedinho indicador e enquanto o balançava disse: “Mas lixo no chão é coisa de pessoa de má atitude! (apontando seu dedão para baixo)”.
Concordei com ele, sinalizando com meu dedão também; e continuei “e sabe o que é pior Pepê? É que, assim como você, muitos animais que moram no mar confundem essas bolinhas (pellets já tinham virado bolinhas) com conchinhas ou outros bichinhos, e acham que elas podem ser comidas.”
O narizinho franziu, “Eca, Dinda, não pode comer lixo, lixo faz mal”.
Decidi então lançar mais um desafio: “Vamos então pegar todas as bolinhas que encontrarmos para nenhum bichinho confundir isso com comida?”. “Siiiimmmm!” respondeu Pepê, e saímos à procura de mais pellets, olhando a areia bem de perto.
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Em alguns minutos encontramos todos esses pellets que estão na foto. Mas isso representa uma fração muito pequena da problemática dos microplásticos no mar.
Quer saber como os microplásticos chegam ao Oceano? No próximo texto da série sobre microplásticos no mar, na coluna nós contamos para você.
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Imagem de abertura: https://blogdescalada.com/
Estou desenvolvendo meu projeto final de graduação, que consiste em um Laboratório Flutuante voltado para facilitar e incentivar as pesquisas marinhas de campo no nosso país, tanto em mares, quanto em rios. Elaborei esse questionário para conseguir mais informações das pessoas que trabalham nessa área para buscar melhores formas de atender às suas necessidades de pesquisa e trabalho. Esse é um questionário voltado a profissionais da área marinha que realizam algum tipo de trabalho ou pesquisa dos ambientes aquáticos.
https://forms.gle/kCVcLwu1rvucchPJ6
Muito obrigada pela atenção e por favor, se puderem, divulguem com seus colegas e amigos! 😊
Muito importante ensinar as crianças a cuidarem da natureza.
Nada a ver com a COVID-19, mas eu prefiro isolamento e quando vou à praia (Ilha Comprida) dou um jeito de me afastar ao máximo das pessoas pois gosto de pescar e uma coisa não combina com a outra.
Plásticos, latas, vidros e papeis eu os selecionos e embalo de forma a não funcionar como tampões quando das chuvas e não posso me responsabilizar melhor porque o alcáide de Belo Horizonte ainda não entende sobre coletas de lixos seletivos então não temos como descarta-los e o pior, moro a menso de dois quilômetros da casa dele.
Quando mais jovem gostava de acampar nas praias até que uma bela noite fui visitado pelos “amigos do alheios” e desisti, mas em todas as vezes qua acampava levava sacos de lixos até porque fazia o número 2 e embalava para dar destino corretos e o número 1 é biodegradável rapidinho.
Não sou o cidadão modelo, mas também não sou o cara escrachado e porcão que polue o mundo e graças a Deus já estou no outono de minha vida e então que se f$%&@m os jovens que não aprendem nada.