Recifes artificiais no litoral do Brasil

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Recifes artificiais no litoral do Brasil, e a ideia de um senador

Em março de 2020 um senador da República  surpreendeu o público ao produzir um vídeo a partir de Fernando de Noronha informando que ‘estava destravando a legislação ambiental’. A primeira surpresa veio pelo fato de que normalmente quem deveria falar sobre o assunto seria o ministro do Meio Ambiente, não um senador.

A segunda, foi saber que o parlamentar, não se sabe com quais conhecimentos ou poderes, ‘autorizaria navios de cruzeiro a fundearem no Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, onde também pretendia afundar 12 barcos para criar recifes artificiais. Mas não foi só. O senador, travestido de ministro, informava que seriam feitos outros ’73 naufrágios artificiais nos principais pontos turísticos do litoral brasileiro’.

E mais não disse. Ninguém sabe onde seriam os ’73 naufrágios artificiais nos principais pontos turísticos do litoral brasileiro’, muito menos como seriam feitos os afundamentos. E até esta data, o ministro de fato não disse palavra sobre o assunto. Pior: a Instrução Normativa nº 125, de 2006, do Ibama, que estipulava as regras de ação, foi anulada como tantas outras. Então, com quais critérios seriam feitos estes afundamentos?

Frederico Brandini, o primeiro especialista a criar recifes artificiais no litoral do Paraná

imagem de Frederico Brandini
O oceanógrafo Frederico Brandini, da USP, e os recifes artificiais.

Para falar sobre recifes artificiais no litoral do Brasil, entrevistamos o oceanógrafo Frederico Brandini, o primeiro especialista a criar recifes artificiais em larga escala no litoral do Paraná.

Graduado em Ciências Biológicas pelo Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (1976), Mestre em Oceanografia Biológica pela Tokyo University of Fisheries (1981) e Doutor em Oceanografia Biologica pelo Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (1986). Pós-Doutorado no Instituto Alfred-Wegener (Alemanha) como bolsista da Fundação Humboldt (1991-1992). Foi Professor Assistente-Adjunto-Associado do Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná (1981-2008), da qual recebeu o título de Professor Emérito (2009).

Atualmente Brandini é Professor Titular do Departamento de Oceanografia Biológica da Universidade de São Paulo, a USP. E sua linha de pesquisas, os usos, impactos e gestão de recursos e ecossistemas marinhos.

O especialista explica a importância dos corais, os eventos de branqueamento provocados pelas mudanças climáticas que estão ‘matando’ o mais importante ecossistema marinho, e como se deve fazer afundamentos controlados para com eles criar recifes artificiais.

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Comentários

5 COMENTÁRIOS

  1. A ideia é ótima ainda mais eu que gosto de pescar mas me fica uma pergunta
    Teria um impacto ambiental com esta criação em área onde não existe arrecifes???

  2. Será que há algum jeito de se fazer recifes artificiais com plásticos recicláveis? Seria a forma de se resolver dois problemas com uma só solução.

  3. Existem inclusive afundamentos não registrados, na costa de Pernambuco algumas empresas de mergulho turistico afundaram por conta própria e apenas elas possuem a localização.

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