Pesca de caranguejo no mar de Bering, profissão perigosa
Um das profissões mais difíceis é a pesca. Com tempo bom ou ruim, os barcos têm que sair ao mar. Mas, entre todos os tipos, a mais letal é a pesca de caranguejo no mar de Bering popularizada na TV pela série Pesca Mortal. Durante as curtas temporadas, em geral morre um pescador por semana. Então, por que este tipo de pesca? Porque pode ser bastante lucrativa.
Último acidente mortal
Aconteceu na véspera do ano novo de 2020. Apesar dos esforços para tornar esta modalidade mais segura, acidentes persistem. Não à toa, os mares onde eles pescam são nervosos, perigosos.
O acidente aconteceu com o barco Scandies Rose que naufragou, à primeira vista, capotado por uma onda gigantesca. O naufrágio do pesqueiro de 30 metros provocou uma onda de choque na indústria de pesca do Alasca.
Porém, a Guarda Costeira conseguiu resgatar dois tripulantes que passaram várias horas em trajes de sobrevivência em um bote salva-vidas.
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E conclui: “O mar de Bering no inverno injeta uma forte dose de perigo no trabalho.”
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Pesca de caranguejo no mar de Bering
Nos Estados Unidos este trabalho é considerado o mais perigoso de todos, com mais de 300 mortes por 100.00 mil habitantes. As mortes são provocadas por afogamento e hipotermia, quando pescadores são varridos do convés por enormes ondas, e caem no mar gelado das regiões polares.
Para além disso, os acidentes com pesados equipamentos em situações de equilíbrio precário são constantes.
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Em compensação, a indústria de frutos do mar é o maior empregador do setor privado do Alasca. A atividade gera aproximadamente US $ 5 bilhões à economia do estado cada ano, empregando 36.000 funcionários.
Em 1980, o auge da pesca de caranguejo no Alasca
Neste ano aconteceu o pico da pesca de caranguejo rei, ou seja, o King Crab. A temporada produziu 91.000.000 kg do crustáceo. Mal sabiam os pescadores que fartura tinha chegado ao fim.
Dois anos depois, a captura declinou nada menos que 90% em alguns locais. Alguns dos motivos apontados foram a sobrepesca, e águas mais quentes em razão do aquecimento global. Desde então, várias medidas foram tomadas, entre elas, temporadas mais curtas.
Mas nem isso foi suficiente para a reestruturar as populações.
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A frota de barcos pesqueiros diminuiu e, a partir de 2005, os que continuaram na atividade passaram a receber cotas com base nas capturas de anos anteriores e na biomassa estimada. A frota, então com cerca de 250 barcos, passou a contar com 100. Hoje as temporadas duram de duas a quatro semanas.
Os barcos de pesca do king crab
Eles têm entre 20 e 75 metros de comprimento. São barcos fortes, geralmente construídos em aço, com proas elevadas para enfrentar as ondas dos mares polares. A pesca é realizada com armadilhas de ferro e redes de nylon ou arame, que são jogadas no fundo do mar com pedaços de peixe dentro delas. Os caranguejos sentem o cheiro, entram nas armadilhas e não conseguem sair.
Geralmente, dois dias depois de terem sido colocadas, elas são recolhidas ao convés. Todavia, como são muito pesadas, entre 270 e 360 kg, os barcos são equipados com grandes guindastes hidráulicos que fazem o trabalho pesado.
Dependendo do tamanho, cada barco leva de 150 até 300 armadilhas.
Onde são encontrados
Nas águas do Alasca e da Rússia, embora cada tipo de caranguejo tenha sua região e habitat específicos. Existem três tipos de king crab: o caranguejo-azul tipicamente encontrado nas Ilhas Pribilof e St. Matthew.
O caranguejo ouro existe nas Ilhas Aleutas-Adak e está localizado mais fundo do mar – entre 200 a 600 metros de profundidade.
Já o caranguejo-rei vermelho, normalmente vagueia em terrenos mais planos de areia e lodo oceânico, variando de 40 a 200 metros, semelhante ao caranguejo-azul.
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O mais procurado, entretanto, é o king crab vermelho. Seus maiores estoques encontram-se em Bristol Bay, Norton Sound, Ilhas Aleutas-Adak, Golfo do Alasca, Mar de Okhotsk, Ilhas Pribilof e ao longo da península de Kamchatka. A pesca do caranguejo-rei ocorre nos meses de inverno de outubro a janeiro.
Restrições comerciais
Apesar da diminuição de estoques, este tipo de pesca parece perseguir a sustentabilidade. Além das cotas, só se pode pescar caranguejos machos, as fêmeas são devolvidas para procriar. O estado do Alasca também impôs tamanho mínimo e restringiu certos tipos de armadilhas consideradas perigosas para a manutenção dos estoques.
O CFEC – Commercial Fisheries Entry Commission– emite licenças anuais; supervisiona as transferências autorizadas; realiza pesquisas e desenvolve dados econômicos da pesca; avalia pontos de demérito nas licenças para responsabilizar os infratores; e coordena com gerentes estaduais e federais para desenvolver políticas da pesca. Aproximadamente, 70% de todas as autorizações são de propriedade de residentes do Alasca, a maioria dos quais vive em áreas rurais.
Bem diferente do Brasil onde desde o governo Dilma Roussef, não há mais estatísticas de pesca. Afinal, a pesca no Brasil é uma esculhambação total.
Como criar políticas sem elas? A pergunta deveria ser respondida pelo secretário de aquicultura e pesca, Jorge Seif Jr. (cuja empresa familiar de pesca tem pencas de multas por pesca irregular), no entanto, desde que assumiu ele ainda não se manifestou.
Valores envolvidos na pesca do caranguejo rei do Alasca
De acordo com o site www.alaskankingcrab.com/ “no início dos anos 80, durante o boom da pesca do caranguejo, os proprietários de barcos ganhavam de 1 a 2 milhões de dólares por temporada e os marinheiros levavam para casa de 60 a 70 mil dólares cada.”
Já, em 2006, 505 pescadores comerciais do Alasca capturaram mais de US $ 127 milhões em valor bruto de caranguejo [fonte: Alaska Commercial Fisheries Entry Commission].
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Agora, a estrutura permanece semelhante, entretanto, os valores mudaram. Os marinheiros recebem uma porcentagem da receita bruta após a subtração da captura do proprietário do barco, que acaba em média entre 8% e 10%.”
“A Receita bruta média por barco gira em torno de US $ 868.000 por temporada. Em média, os donos recebem 50%, ou US $ 434.000 para aplicar em despesas e receitas. Os marinheiros ficam com 10% da receita bruta ajustada, ou US $ 43.400.”
Assista ao vídeo e saiba mais
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Imagem de abertura: ASMI
Fontes: https://www.cfec.state.ak.us/annrpts/AR2019.pdf; https://www.alaskankingcrab.com/blogs/resources/blog-learn-fishing-for-king-crab; https://www.adn.com/alaska-news/2020/01/04/in-alaska-commercial-fishing-remains-dangerous-despite-increased-safety-measures/; https://adventure.howstuffworks.com/outdoor-activities/fishing/fish-conservation/responsible-fishing/alaska-fishing2.htm.
Show de bola esse tipo de pescaria perigosa, eu tenho coragem, pra isso !!
Gostaria de ter a experiência como pescador nos EUA
tbm gostaria de ter essa oportunidade, sempre quis sair pro mar e pescar !!
Otimo artigo reportagem, informações claras e ricas para quem tem curiosidades.
E um ótimo lugar para pesca porem perigoso !
bela reportagem, assiste eventualmente a estes episódios e realmente é emocionante e perigoso, sem dúvida todo o dinheiro que se ganha com estas pescas é merecida pela determinação e coragem desses profissionais, abraços.
É BOM DIMAIS DA CONTA SÔ!