Pesca artesanal, e seus malefícios
A renomada Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) é uma instituição de fomento à pesquisa. Ela é um braço da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do governo do estado de São Paulo. Em janeiro de 2018 a agencia.fapesp.br publicou a matéria sobre cardumes e ausência de várias espécies. A pesquisa, na opinião deste site, confirma nossa tese sobre a pesca artesanal, e seus malefícios (leia, em ‘comentários’ -abaixo do texto- as explicações da autora da pesquisa que não concorda com a opinião deste site).
Os problemas da pesca no Brasil
Na primeira versão deste post usamos trechos da matéria e da pesquisa que, em nossa opinião, confirmam malefícios da pesca artesanal. Mas a autora reclamou, com razão, porque este site não pediu autorização para usa-la. De fato, não pedimos. Como foi publicada nas redes sociais consideramos que estava à disposição dos interessados. Mas houve protestos .
A posição do Mar Sem Fim
O Mar Sem Fim esclarece que não houve má fé. Mas, como a autora sentiu que ‘deturpávamos suas conclusões’ (vide troca de mensagens em ‘Comentários’, ao fim da matéria), retiramos os trechos. Que os leitores procurem o trabalho da pesquisadora no site da instituição, http://agencia.fapesp.br/inicial/, leiam, e tirem suas próprias conclusões.
Opinião do site Mar Sem Fim: pescadores artesanais também têm sua parcela de culpa
A prova, repetimos, são os documentários que mostram o que eles fazem: fecham bocas de rios com redes, pescam espécies mesmo em época de defeso, tiram do mar espécies abaixo do tamanho mínimo, alguns pescam com bombas, outros usam equipamentos proibidos e, mesmo correndo risco de vida, continuam a retirar lagostas do mar abaixo do tamanho mínimo, etc. Os depoimentos do pescadores estão nos documentários. É só assistir e confirmar. Estas práticas, disseminadas em nosso litoral, confirmam, ou não, a pesca artesanal, e seus malefícios?
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Este site não se cansa de alertar para o fato de que nossa zona costeira está ao deus-dará. Não há fiscalização por parte do órgão responsável, o Ibama. Não por falta de vontade, mas de recursos. Pode parecer inacreditável, mas o órgão tem apenas três barcos para fiscalizar nosso imenso litoral. Com esta realidade, cai por água a justificativa de que governo brasileiro já estabeleceu diversas proibições à captura das espécies ameaçadas de extinção. De que adianta proibição sem fiscalização? Quanto à prioridade nos estudos, o Mar Sem Fim concorda. A pesca no Brasil é uma esculhambação. Faltam, não só estudos prioritários, mas até mesmo estatísticas. Como fazê-los sem estatísticas?
Manejo sustentável da pesca?
Esta é outra falácia que perdura no meio acadêmico, e mesmo entre ambientalistas, especialmente os designados “socioambientais“. Este site já percorreu o litoral brasileiro do Oiapoque ao Chuí por três vezes, além de milhares de viagens menores. Navegamos mais de 30 mil milhas apenas no mar brasileiro. Em todas as viagens nosso foco eram os problemas da costa, sobressaindo entre eles a destruição da paisagem, o sumiço de ecossistemas, e a pesca.
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Visitamos todas as Unidades de Conservação federais do litoral, especialmente as 19 RESEX, ou reservas extrativistas onde supõe-se que a pesca seria sustentável. O ICMBio assim as define: “o foco é estabelecer estratégias promissoras de produção extrativista e uso sustentável dos recursos naturais; implementar políticas públicas universais e específicas; e subsidiar a formulação destas políticas.”
Apesar do desejo, a realidade é outra. Em todas ouvimos o mesmo mantra: “acabou a pesca, diminuem os crustáceos”, confirmando nossa impressão da pesca artesanal, e seus malefícios. Em algumas, como a RESEX de Cassurubá, na Bahia, já houve até mortes entre pescadores pela disputa, cada vez mais rara, do pescado…
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Parece que nosso atraso jamais será superado. A maior referência mundial em assuntos ligados aos oceanos, Sylvia Earle, em seu clássico livro, “A Terra é Azul – Por que o destino do oceano e o nosso é um só?” (Editora SESI- SP), publicado originalmente em 2009, dedicou um capítulo ao que batizou como “o mito da produção máxima sustentável“. Nele, a cientista comenta, entre outros, a pesca de arrasto no mundo…
…fez com que várias espécies tivessem sua população reduzida em 90%. Para algumas, como o atum- rabilho, o bacalhau do Atlântico e certos tubarões, a taxa chega a 95%. E sua pesca ainda é permitida.
Note, o “e sua pesca ainda é permitida“. Isso, segundo ela…
…levou ao desaparecimento de 90% das grandes espécies, justamente as melhores matrizes…
Sobre ‘sustentabilidade’, disse Sylvia Earle,
O conceito é brilhante…no entanto a tendências das populações é não seguir regras…A maioria dos modelos de sustentabilidade se baseia em contingências, mas, no oceano selvagem, é impossível saber (quanto mais controlar) o que é presumivelmente imprevisível.
O Mar Sem Fim concorda. Foi exatamente o que vimos ao visitar as famigeradas RESEX. Pescadores cercam totalmente bocas de rios, pescam espécies mesmo durante o defeso, retiram do mar outras abaixo do tamanho mínimo, quando não usam armadilhas macabras, como bombas, por exemplo. E todas estas práticas são ‘proibidas’. Pior: os próprios pescadores sabem do malefício que estão praticando. Mas…
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Ainda tem quem acredite em ‘manejo sustentável’.
Pesca, o problema tem solução?
Sim, o estudo sistemático, profundo e abrangente mostra que ainda há tempo. Sylvia Earle diz como:
desenvolver uma rede global de áreas de proteção integral no oceano, os ‘pontos de esperança’, me pareceu um desejo relevante e capaz de ajudar na proteção e recuperação da saúde do oceano
Em tempo: unidades de conservação marinhas de proteção integral são os berçários protegidos de onde nada pode ser retirado. Sejam recursos vivos, ou não. Justamente o que falta ao desprotegido mar brasileiro. Apenas 0,05% de toda a zona exclusiva econômica brasileira, com aproximadamente 3,6 milhões de quilômetros quadrados, ou 40% do tamanho do Brasil, está protegida de forma integral.
Fonte: http://agencia.fapesp.br/ausencia_de_politicas_de_conservacao_de_cardumes_ameaca_especies_de_peixes/27001/.
Saiba com a reciclagem de plástico se tronou um drama da nossa geração
Em primeiro lugar, sem conotação racista, vocês que são brancos e letrados que se entendam!
O Brasil não resolverá seus problemas senão por uso de inteligência, mas não a palavra usual das frases polícias, mas inteligência pura, apartidária e visando a preservação do bem para todos, mas até que a sociedade de brasileiros consigam galgar alguns degraus no desenvolvimento de humanidade nada se conseguirá. Tenho 70 anos de idade e ainda que pareça precoce eu já lia jornais (Ultima Hora, Diário Popular, Folha de S. Paulo e finalmente O Estado de S. Paulo) antes dos dez anos de idade e apesar de que atualmente o telefone fixo deixou de ser mencionado nas declarações de Imposto de Renda como patrimônio ou tenhamos Whatsapp nas mãos, socialmente, culturalmente ou outras formas catalogáveis como desenvolvimentos humanos, nós estranhamente regredimos, pois nos anos de 1950/60 os homicídios eram raríssimos ainda que ocasionalmente lêssemos nos jornais sobre crimes da mala; hoje vivemos verdadeiros holocaustos que são tapados com peneiras pelas mídias para atenderem aos políticos, inventamos palavreados como feminicídios como se, por si, produzissem resultados etc, etc e etc.
Voltemos a vaca fria das pescas artesanais como crimes ambientais; por volta de 1960 assistindo na TV vi a um documentário da USAID – United States Agency for International Development, que mostrava uma praia do litoral do Maranhão onde a cada onda a praia fervilhava de camarões de tamanhos respeitáveis e ficava pensando quando crescer irei ao Maranhão para comer camarões. Hoje se estiveram sanitariamente saudáveis custam os olhos da cara. E quase na mesma época o Brasil quase entra em guerra (como se tivesse capacidades) com a França por causa de lagostas e o presidente da época mandou o porta aviões Minas Gerais imaginando que intimidariam aos franceses, mas fato é que prevaleceu o bom senso (de quem não se sabe). Nas mesmas épocas meu pai adorava ir pescar na Billings, no canal Schimidt onde pegávamos lambaris, piavas e carás e um dia fomos surpreendidos com uma nova especie que estava sendo introduzida nas águas de SP, as tilápias do Nilo. Sim, íamos pescar todos os finais de semanas afinal não se corria riscos algum exceto pancadas de chuvas, mas sempre com varas de bambus, linhas, chumbos e anzóis. E pouco tempo depois ouvíamos sobre “pescas” com dinamites e então paramos de ir aos locais.
Podem se escrever mundos e fundos, mas SE querem um Brasil para chamar de seu, eduquem todos os pimpolhos assim que estejam fora dos úteros e principalmente eduquem quem for educa-los porque socialmente estamos parecidos e emulamos homo-ferus.
100% de acordo com o que foi escrito! Não há mais pescadores artesanais! Isso acabou há pelo menos um século! Há esses predadores insaciáveis! Mar Sem Fim, apenas expõe o que muitos ainda acreditam existir, mas que já acabou faz tempo! Matéria excelente como tudo wue o Mar Sem Fim já escreveu! Esses bobocas que dão opinião sobre aquilo que não conhecem, são os piores idiotas!!sao os cretinos úteis a essa falácia (não só na pesca) da tal da sustentabilidade! Parabéns Mar Sem Fin! Não desistam!vcs são necessários!!
Bom, estou impressionado, que mesmo após as argumentações da professora Alpina Begossi, o autor segue reafirmando tais absurdos de forma totalmente descontextualizada da realidade do pescador artesanal e quanto matérias desse tipo se tornam armas para os detentores do poder crimanalizarem está prática no mínimo secular, que é a pesca artesanal! Tal qual o jornalista, já percorri toda extensão do litoral brasileiro, estudo a pesca no litoral amazônico, em regiões de resex, e um estudo/reportagem cm o mínimo de rigor poderia ver que o pescador artesanal hoje é mais uma engrenagem do consumo desenfreado dos grandes centros urbanos e para atender esse consumo acaba por praticar a sobrepesca das espécies alvo, culpabilizar ou até criminalizar esse ator é leviano e irresponsável, visto que, suas práticas não tem essa conotação predatória ou maléfica, a questão está no consumo, para ser mais direto, o cerne da questão está nas implicações do capitalismo na pesca artesanal! Convivo com pescadores a 15 anos e seus conhecimentos sobre o ambiente e as espécies e de suma importância para a conservação e para quem gosta do termo, a sustentabilidade do litoral brasileiro, a falta de regulação/fiscalização pelo estado corrobora para sobrepesca, a organização da pesca artesanal ainda está nos tempos de colônia,com as colônias de pesca, as capatazias e etc. Transferir a responsabilidade para o indivíduo, o pescador artesanal, é mais uma vez leviano e trata a questão com famigerada superficialidade da qual são acusados diversos jornalista!
Rafael, um momento: apenas estou dizendo que os pescadores artesanais TAMBÉM TÊM SUA PARCELA DE CULPA. Nada mais. Não aceitar esta realidade é não querer vê-la. Por que ninguém comenta a pesca com bombas, o sumiço da lagosta a custa da vida dos pescadores, as redes de arrasto nas zonas de arrebentação, o fechamento de bocas de rios, etc? Nenhum comentário sobre isso apareceu nos textos dos muitos protetores dos povos nativos. E sobre o que mostrei ao documentar cada uma das famigeradas RESEX? Nada. Nem uma palavra. É incrível que o ‘mito do bom selvagem’ tenha sobrevivido ao séc.21. Sugiro a leitura de Homo sapiens, um assassino em série da ecologia (https://marsemfim.com.br/homo-sapiens-um-assassino-em-serie-da-ecologia/), ou qualquer dos livros de Jared Diamond, sobretudo Germes, Trigo e Aço; ou Colapso. Francamente, é hora de dizer adeus aos mitos seculares.
Francamente, devemos respeitar as culturas seculares! Mito é achar que existe crescimento infinito de uma economia fundada na exploração de bens finitos! A pesca cm bomba não é secular, a diminuição ou sumiço da lagosta é pra atender um mercado, se o pescador arrisca a vida é pq alguém paga cada vez mais caro! Não entender que o problema está no sistema, onde o capital e crescimento econômico vale mais que uma cultura secular, que sem interferência ou uma interferência menos agressiva (como se vê na Amazônia) não acabaria cm nenhuma espécie e nem com ambientes inteiros! Porque não palrar a exploração de petróleo no litoral amazônico? Porque não pautar quanto a UHE de Belo Monte destruiu a biodiversidade na volta grande do Xingu? Pq não falar das centenas de resorts no litoral nordestino, as plataformas de petróleo e a extinção da vida no Rio Doce pela mineração? Ou a pesca industrial absurda no Brasil! Não! A diminuição da biodiversidade é por conta do pobre do pescador que só vem se adequando a esse sistema que só visa exploração, ao contrário das culturas seculares! Viva os povos indígenas, quilombolas e todos “tradicionais” que colaboraram paro o decrescimento da economia e aumento da diversidade da vida!
Sr jornalista: fico pasmo com sua prepotência. O Sr se qualifica como jornalista e se furta em entender que a função do jornalismo e informar. Quando um suposto jornalista transforma um fato em opinião pessoal está deturpando a missão de transmitir imparcialmente uma matéria. O jornalista e um formador de opinião. A sua opinião pessoal sem o devido embasamento acadêmico o torna um falastrão. Boa noite.
É a terceira mensagem que envio nesse canal de contato sobre matéria que deturpa meus 20 anos de pesquisa.
É a terceira vez que peço que o autor modifique a chamada e faça uma retratação sobre o uso de meu nome e da FAPESP.
Me refiro a chamada
Pesca artesanal, e seus malefícios
Do “Mar sem fim”
O Sr. Lara Mesquita escreveu textos que não citei ou falei e usou meu nome para subsidiar posições dele que não representam as conclusões de nossos trabalhos. Certamente ele sequer leu os 8 livros e mais de 100 papers publicados por mim e pelos co-autores que colaboram nesses trabalhos.
A chamada apela para uma conclusão errada. Solicito retirar da chamada “seus malefícios”.
O mal uso dos dados da academia pela irresponsabilidade jornalística afeta a sociedade e as carreiras academicas.
É a terceira vez que solicito.
Há providências para casos como esse.
Alpina Begossi
23 março 2018
———- Forwarded message ———
É a terceira mensagem que envio nesse canal de contato sobre matéria que deturpa meus 20 anos de pesquisa.
É a terceira vez que peço que o autor modifique a chamada e faça uma retratação sobre o uso de meu nome e da FAPESP.
Me refiro a chamada
Pesca artesanal, e seus malefícios
Do “Mar sem fim”
O Sr. Lara Mesquita escreveu textos que não citei ou falei e usou meu nome para subsidiar posições dele que não representam as conclusões de nossos trabalhos. Certamente ele sequer leu os 8 livros e mais de 100 papers publicados por mim e pelos co-autores que colaboram nesses trabalhos.
A chamada apela para uma conclusão errada. Solicito retirar da chamada “seus malefícios”.
O mal uso dos dados da academia pela irresponsabilidade jornalística afeta a sociedade e as carreiras academicas.
É a terceira vez que solicito.
Há providências para casos como esse.
Alpina Begossi
23 de março de 2018
Não existe pesca artesanal.
Toda pesca é predatória !
Onde pretende chegar com esse tipo de reportagem que causa mais danos, ao desinformar, ou deformar, a opinião pública no lugar de contribuir para a causa apresentando um quadro que possibilite que se avance nesse assunto?
Qual é o seu objetivo?
E qual a sua proposta?
Seja objetivo já que, recorrrentemente, você posta esse tipo de desinformação no seu site, prestando um desserviço para todos os envolvidos.
E, ao que me consta, inclusive você.
Paulo: as respostas foram dadas à autora, neste mesmo espaço. Leia em ‘comentários’.
Meu Deus! Matéria muito descontextualizada e perigosa essa hein!
É demais de absurdo assumir que a pesca artesanal tem porcentagem significativa na sobreexplotação dos recursos pesqueiros. A pesca industrial é a grande culpada pela redução e extinção dos estoques pesqueiros mundialmente, e que, juntamente com a urbanização, turismo não planejado e especulação imobiliária descaracterizaram e descaracterizam ainda hoje o papel social e econômico das comunidades tradicionais de zonas costeiras, cuja sobrevivência está totalmente dependente na pesca artesanal. Acho que falta muito um olhar crítico socioambiental nessa matéria. Sou bióloga marinha e trabalho com comunidades pesqueiras, estarei disponibilizando meu e-mail caso tenha interesse em artigos científicos, relatórios e livros.
Outra observação que tenho a fazer é basear um olhar crítico sobre os interesses econômicos e políticos na criação de UCs Marinhas, visto a ausência de um Plano de Manejo eficiente e integrado em grande parte delas.
obs: de nada adianta encarar o mundo contemporâneo e criar soluções ambientais baseadas apenas nos preceitos “conservacionistas”, é preciso ter um olhar holístico sobre as dimensões da sustentabilidade e os conflitos socioambientais.
Prezada Maria Julia: obrigado pela mensagem. Não temos dúvida que a pesca industrial tem culpa no cartório, assim como a ocupação desordenada, o sumiço de ecossistemas, poluição, etc. Apenas acrescentamos que, a pesca artesanal, também tem sim, sua parcela de culpa. A prova são os documentários que mostram como agem os pescadores artesanais nas 19 RESEX visitadas na costa brasileira. Quanto ao envio de estudos, estamos à disposição. Quando mais informação, melhor.
Abraços
Peço corrigir a chamada e o texto publicado por esse jornal em mar sem fim em data 2 de marco de 2018.
Nao assino esse jornal e so tive conhecimento dessa falta de profissionalismo hoje.
O texto de Peter Moon da fapesp nao diz isso.
Nossas conclusoee sao que:
1 ha espécies importantes na pesca artesanal e que fazem parte da seguranca alimentar das comunidades de pescadores
2 as agencias ambientais nao so nao fiscalizam A Pesca industrial como nao ha coleta de dados sistematica sobre as nossas especies.
Foi usado conteúdo de nossa pesquisa em completa ma fé.
Nossos dados nao responsabilizam os pescadores artesanais pelos peixes que hoje estao ameacados.
Por favor:
A_Corrijam a chamada e retirem ” malefícios da pesca artesanal”
Isso e ma fé de reporteres.
B_publiquem o que a Fapesp publicou. A Fapesp o fez de forma honesta
Sequer recebi essa reportagem para poder revisa_la.
Solicito correcao urgente.
Att
Alpina Begossi
Prezada Alpina: desculpe se não pedimos autorização prévia. Como trata-se de matéria que estava nas redes sociais, usamos trechos para apoiar o que temos dito reiteradas vezes: os pescadores artesanais também têm sua parcela de culpa. Essa é nossa conclusão depois de visitarmos todas as Unidades de Conservação federais do bioma marinho/costeiro.
Seja como for, as retificações foram feitas.
Abraços
Sr. Lara Mesquita,
Sim, mas a chamada não foi modificada. Além disso há “pérolas”que eu jamais falei:
“O conceito é brilhante…no entanto a tendências das populações é não seguir regras…A maioria dos modelos de sustentabilidade se baseia em contingências, mas, no oceano selvagem, é impossível saber (quanto mais controlar) o que é presumivelmente imprevisível”..apenas para citar uma.
Sinto muito você não ter consultado os meus papers e publicações para poder concluir que:
1. Tenho feito pesquisas, com comunidades de pescadores artesanais para buscar o manejo da pesca EM COLABORAÇÃO com eles, que participam de vários projetos nossos. Sim, buscando a pesca sustentável. Informações científicas e informações de pescadores artesanais (como sobre a reprodução de várias espécies) podem ser extremamente úteis para o manejo da pesca.
2. Sentimos muito a falta das agencias governamentais (IBAMA, ICMBIO) nessas colaborações e na interação positiva com pescadores e pesquisadores.
3. Temos publicado e citado tantos exemplos que mostram o quanto é permissiva a pesca industrial e o quanto é reprimida pelas agencias governamentais a pesca artesanal.
4. Uma de nossas áreas, a etnobiologia, tem sido enfoque teórico e de pesquisa buscando a sustentabilidade e o manejo da pesca.
5. Tenho citado tanto como é um sucesso e modelo a RDS MAMIRAUÁ (em comparação com as dificuldades e problemas das RESEX).
Não só você escreveu frases que eu não disse como também DETURPOU minha pesquisa de mais de 20 anos. E ainda usou a FAPESP para te apoiar.
O que você fez não pode ser chamado de jornalismo.
SOLICITO MAIS UMA VEZ RETIFICAR A CHAMADA DESSA SUA REPORTAGEM VISTO QUE NOSSAS PESQUISAS NÃO CONFIRMARAM MALEFÍCIOS DA PESCA ARTESANAL. MAIS UMA VEZ, MOSTRAMOS QUE AS ESPÉCIES AMEAÇADAS TRAZEM RISCOS A SEGURANÇA ALIMENTAR DAS POPULAÇÕES QUE VIVEM DESSA MESMA PESCA.
POR FAVOR LEIA OS ARTIGOS PUBLICADOS.
MAIS UMA VEZ SOLICITO QUE RETIFIQUE A CHAMADA DE SUA MATERIA JÁ QUE ELA MODIFICA/DETURPA AS CONCLUsÕES de NOSSAS PESQUISAS.
Atenciosamente
Alpina Begossi 22//3/2018
Prezada Alpina: quanto à declaração “além disso há “pérolas”que eu jamais falei:
“O conceito é brilhante…no entanto a tendências das populações é não seguir regras…A maioria dos modelos de sustentabilidade se baseia em contingências, mas, no oceano selvagem, é impossível saber (quanto mais controlar) o que é presumivelmente imprevisível”, não está escrito que esta seria uma declaração sua, mas de Sylvia Earle.
Sobre a falta de consulta, a senhora tem razão. Não consultei porque a matéria estava nas redes sociais, penso eu, à disposição dos internautas. Mas entendo o problema causado. Minha intenção jamais foi de má fé, mas sim de questionar a ‘pesca sustentável’, ou ao endeusamento das populações nativas da costa. Na opinião deste site, embora haja outros, e mais graves problemas, os pescadores artesanais também dão sua contribuição conforme explico no texto, e conforme eles mesmos confirmam nos documentários que gravei e que estão neste site.
Mas, para evitar mais polêmicas e, especialmente, por eu não ter pedido permissão, vou refazer a matéria ainda hoje.
É a terceira mensagem que envio nesse canal de contato sobre matéria que deturpa meus 20 anos de pesquisa.
É a terceira vez que peço que o autor modifique a chamada e faça uma retratação sobre o uso de meu nome e da FAPESP.
Me refiro a chamada
Pesca artesanal, e seus malefícios
Do “Mar sem fim”
O Sr. Lara Mesquita escreveu textos que não citei ou falei e usou meu nome para subsidiar posições dele que não representam as conclusões de nossos trabalhos. Certamente ele sequer leu os 8 livros e mais de 100 papers publicados por mim e pelos co-autores que colaboram nesses trabalhos.
A chamada apela para uma conclusão errada. Solicito retirar da chamada “seus malefícios”.
O mal uso dos dados da academia pela irresponsabilidade jornalística afeta a sociedade e as carreiras academicas.
É a terceira vez que solicito.
Há providências para casos como esse.
Alpina Begossi
23 março 2018
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Prezada Alpina: não pretendo mudar o título da matéria porque esta é uma opinião do Mar Sem Fim. Não está escrito que é a sua opinião, ao contrário. O texto ressalta que senhora não pensa deste modo. Além disso, coloquei no texto a sua primeira retificação, e retirei dele qualquer trecho de seu trabalho. Apenas sugeri que os leitores o leiam e tirem suas próprias conclusões. Mais uma vez, peço desculpas pelo primeiro texto, colocado no site sem sua autorização. O que faço no agora é dar “a minha opinião” sobre a pesca artesanal. Nada mais. Reitero que não é a primeira matéria que faço sobre a pesca artesanal e seus problemas. Há varias delas no site. Todas são conclusões minhas. Sinto, mas desta vez não pretendo modificar minha opinião apenas porque a senhora não concorda com ela. E tem todo o direito de não concordar. É por isso que todas suas mensagens estão aqui publicadas, para que os internautas leiam e saibam qual o seu pensamento. Atenciosamente, joão lara mesquita
Sr. Lara Mesquita
O Sr. tem o direito de ter uma opinião.
Mas NÃO TEM O DIREITO DE USAR O MEU NOME INDEVIDAMENTE PARA PROMOVER A SUA OPINIÃO.
POR FAVOR, RETIRE MEU NOME DESSA SUA MATÉRIA E MEU TRABALHO.
ATT ALPINA BEGOSSI
23/3/18
Estou horrorizada com a deturpação do trabalho da Dra Alpina Begossi feito pelo Sr Fernando Mesquita. Dra Alpina tem trabalhado ha 20 anos com dados estatísticos e apontado quão sustentável é a pesca artesanal nas comunidades caiçaras, ribeirinhas e caboclas do Brasil. Lamentável o Estadão publicar essa interpretação de dados e juízo de valor, especialmente de trabalhos científicos.
Regina, acabo de responder a mensagem da pesquisadora, assim como o sua mensagem. A conclusão sobre a parcela de culpa dos pescadores artesanais é nossa, deste site, apenas consideramos que os resultados da pesquisa na matéria em questão reforçam esta tese, como explicado na matéria. Abraços, joao lara mesquita
Caro Sr jornalista. O Sr tem que aprender a ler textos científicos. o Sr inverteu todas as conclusões da pesquisadora. O Sr parece defender o ICMBio.
Eduardo, não defendo o ICMBio, ao contrário. A matéria é clara quando mostra que o ICMBio ainda acredita na ‘pesca sustentável’quando define as RESEX desta forma: “O ICMBio assim as define: “o foco é estabelecer estratégias promissoras de produção extrativista e uso sustentável dos recursos naturais; implementar políticas públicas universais e específicas; e subsidiar a formulação destas políticas.”
Como visitamos e fizemos documentários sobre todas as 19 RESEX verificamos in loco que não há estratégias de produção extrativista e uso sustentável de seus recursos. Não há fiscalização por para do Ibama, não há estatísticas por parte do governos, e por aí vai. A conclusão de que a pesca artesanal não é sustentável é deste site. Apenas consideramos que o estudo da pesquisadora, mesmo sem ser explícito, corrobora com nossa tese como está na matéria.
Gostaria de corrigir essa chamada da reportagem que deturpou e cita de forma Errada nossa pesquisa Fapesp e sobre pesca artesanal. Nao mencionei malefícios da pesca artesanal. Isso e uma deturpacao e mal uso de nossas pesquisas. Solicito correcao com urhencia.
Alpina Begossi
O Br como um dos lideres mundiais em movimentos pro preservação ambiental tal qual a ECO Rio 2000 (mas lider só no papel contra desmatamentos e super-pescas) deveria apresentar resolução na ONU para a extinção geral e mundial da pesca, seja artesanal ou industrial como grandes pesqueiros asiáticos e americanos (os europeus são mais responsáveis, só “compram”). Absurdo ainda existir pesca de faunas selvagens, contra superproduções agrícolas e pecuárias domésticas, se preservando o meio ambiente. Existem inúmeros cultivos de pescado no mundo, como tem muito no Br, tal qual peixes de rios e ate crustáceos. Não entendo de como ainda em pleno 2018 há pescas extremas no mundo todo. No Br se chega ao ridículo de se querer preservar, ate pelo governo, a família e as vilas pesqueiras contra tal predação absurda ao meio ambiente, ou seja, mais vale o sustento dessas famílias do que a extinção de peixes nas nossas costas marítimas, mesmo havendo o auxilio defeso a pescadores. Voce João, poderia ser um dos lideres na abordagem ao governo contra tal “desmatamento” marítimo de pescados, mobilizando o governo e a secretaria do meio ambiente para isso. Contamos com voce, um dos lideres, se não o melhor portador desses assuntos marítimos ambientais. abç
A pesca artesanal e seus malefícios? E a pesca industrial por acaso é boa? Moro no litoral do RS, em Rio Grande, e vou te dizer o que acabou com a pesca na região, primeiramente, foi a ocupação das margens da Lagoa dos Patos, o maior berçário marinho da região. Depois foi a pesca industrial, que acaba com todo o estoque de peixes, a maioria das espécies nem consegue mais entrar na Lagoa. Por fim, foi o prolongamento dos molhes de acesso ao porto de Rio Grande, que dificultou a entrada de peixes para a Lagoa dos Patos que é a zona de procriação da maioria das espécies, obra feita só para desviar dinheiro para Odebrecht, Lula e Eliseu Padilha. Os pescadores artesanais, coitados, são a parte que menos impacta no ambiente.
Olá, Renato, é claro que a pesca industrial é um enorme problema. Este site já publicou dezenas de matérias a respeito entre elas, China e a expansão predadora dos mares do planeta; Pesca ilegal: uma guerra por causa dela?; Pesca do Atum no Brasil. Saiba como acontece; Alto- mar está sendo saqueado, saiba como acontece;Subsídios à pesca no mundo: insustentáveis; Dilma liberou pesca em período reprodutivo; Santa Catarina: cientistas versus pescadores; e inúmeras outras. Apenas consideramos que a pesca artesanal também tem sua parcela de culpa, como provam os documentários deste site sobre as 19 RESEX federais da costa brasileira. Neles, os próprios pescadores, e as chefias das UCs, confirmam o que estamos dizendo.
Bom dia.
Acho que todo e estudo é e foi bastante válido. No entanto não podemos concluir e direcionar as causas e efeitos a um único agente enquanto não apenas este atua nos bancos de pesca, principalmente quando tratamos algumas espécies como tainha, anchova e pescada ” Maria mole” por exemplo no Sul do Brasil. Temos que considerar os volumes de captura das distintas frotas..artezanal e industrial e suas contribuições para uma conclusão sólida e com maior crédito.
Ok, Luciano, ficam aí suas observações. abs
A demanda pelo consumo de alimentos, determinada pelo crescimento populacional, é fator determinante para a produção e “coleta” de alimentos. A preservação desta ou daquela atividade, sem que se faça sua substituição a contento, me parece utópica. Mais bocas para alimentar…
Obrigado, Ronaldo, abraços
Olá João. Fico muito triste ao ler seus textos, quando declara sua crença de que a pesca sustentável não existe… Não tenho, nem de longe, a experiência e a vivência que você acumula, mas conheço um bocado de gente do bem lutando bravamente na tentativa de que experiências exitosas se tornem uma prova contra essa sua crença. E não, não somos um grupo de sonhadores, ou oportunistas, ou desinformados, que trabalha, busca recursos, instrumentos e muito conhecimento para defender uma “falácia”, posso lhe garantir. Se quiser um dia conhecer nossa proposta e compartilhar com a gente onde é que entende que estamos errando, sua visão das UC´s será uma grande contribuição para os trabalhos que pretendemos desenvolver. Entre em contato. Abraço. Cintia Miyaji
Cintia: não sou eu que declaro isso. São os cientistas com os quais aprendi, como Sylvia Earle que ontem esteve em São Paulo. O que eu fiz foi visitar todas as 19 RESEX do bioma marinho. Uma por uma. E para cada uma delas fiz um documentário. Todos estão neste mesmo site, à sua disposição. Os protagonistas são os nativos da costa, os moradores das RESEX; e são eles mesmos que falam sobre o fim da pesca. Contam que muitos não respeitam defesos, tamanho mínimo, e assim por diante. Reclamam que não existe fiscalização, e sem ela é cada um por si. Este o resumo. Constatei in loco, vi, entrevistei. Sugiro que vc os assista. Basta colocar na busca (a lupa da primeira pagina, Resex Cassurubá, Resex “x”, e assim por diante). Sou profundo admirador dos povos nativos do litoral. Sempre digo em meus textos, que “são os brasileiros mais esquecidos do país. Não há políticas públicas para eles”, e vai por aí.
Nem por isso acredito que a pesca seja sustentável. Simplesmente porque não é em parte nenhuma do mundo como provam dezenas de matérias que já fiz. Por ano, segundo a FAO, os subsídios mundiais à pesca chegam aos US$ 20 bilhões de dólares! Que atividade “sustentável” precisa tanto subsídio?
Sinto, Cintia, se discordamos. Mas tenho convicção do que estou dizendo.
Até pelo menos, prova em contrário. Prova esta que, até agora, ainda não apareceu.
É isso, abraços e obrigado por participar. Caso queira conversar, estou às ordens, é só encontrarmos uma data e horário.
Prezados, há vários motivos para a diminuição dos estoques pesqueiros, talvez a pesca artesanal seja um deles mas como ao autor relata vária vezes não há dados suficientes para essa afirmação.
Um dos fatores não mencionados é a diminuição da oferta de alimento para as espécies costeiras como a garoupa. a pesca industrial em larga escala diminui a oferta de alimento para essas especies maiores. Citando um outro exemplo a Prejereba (Lobotes surinamensis) possui uma sardinha na sua base alimentar que é muito predada pela pesca comercial, dessa forma sem uma oferta maior de alimento há uma diminuição na taxa de reprodução.
Outro fator a ser considerado é a poluição e a ocupação desordenada do litoral e sua descarga de material orgânico. A respeito dos dados estatísticos pode se recorrer ao site do Instituto de Pesca.
(http://www.pesca.sp.gov.br/estatistica-pesqueira)
Não é o ideal , mas é um bom começo.
Um abraço.
Não resta dúvida, Carlos Eduardo, que poluição, ocupação irregular de ecossistemas, especulação imobiliária desenfreada, e tantos outros problemas afetam, sim, a vida marinha. Publicamos centenas de matérias sobre estes temas no site. Nem por isso acreditamos na “pesca sustentável”, simplesmente porque ela inexiste. Não, que saibamos. Como disse à outra leitora, sugiro que assista os 52 documentários que fiz sobre as UCs federais do bioma marinho. Entre elas estão as famigeradas 19 RESEX, onde as “populações deveriam conviver com recursos sustentáveis”. Assista, e veja o que os moradores, quer dizer, os pescadores, dizem. Estão neste link:
https://marsemfim.com.br/documentarios/unidades-de-conservacao/
Abraços
Concordamos com a matéria. Vejo sempre nas pequenas cidades costeiras o arrastões que traz sempre muitos peixes pequenos e que em sua maioria não servem para comer, mas que são importantes na cadeia alimentar. No entanto os pescadores fazem isso a séculos e o governo ainda não tomou nenhuma medida educativa para disciplinar a pesca artesanal. A não ser a de utilizar o salario defeso para agarinhar votos.
Pois é, Antônio Carlos, todo mundo vê. A pesca artesanal também é responsável pelo fim dos cardumes. Só mesmo sendo muito ‘socioambiental’ para acreditar na falácia da pesca sustentável. Oxalá existisse. Obrigado por participar. Abraços e volte sempre!