Maiores zonas mortas no oceano, mapeadas pelo MIT
Em primeiro lugar, dois cientistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT) recentemente conseguiram fazer o atlas mais detalhado até hoje das maiores zonas mortas no oceano. Acima de tudo, estas são importantes regiões que revelam fatos cruciais. O atlas de alta resolução foi descrito em dezembro de 2021 na revista Global Biogeochemical Cycles. Zonas mortas, que quadruplicaram desde 1950, são áreas deficientes em oxigênio. Isso significa zonas proibidas para a maioria dos organismos aeróbicos (dependentes de oxigênio). Maiores zonas mortas no oceano, mapeadas pelo MIT.
Duas imensas Zonas Mortas no Pacífico
De acordo com www.ecowatch.com, “Aprendemos o quão grandes são essas duas zonas no Pacífico. Assim, reduzimos a incerteza na medição, sua extensão horizontal, quanto e além disso, onde são ventiladas por águas oxigenadas”, disse Andrew Babbin.
Babbin é um dos desenvolvedores do atlas. E professor no Departamento de Ciências da Terra, Atmosféricas e Planetárias do MIT. “Ser capaz de visualizar em alta resolução as zonas de baixo oxigênio é realmente um primeiro passo para entender os processos e fenômenos que levam ao seu surgimento”.
Segundo o www.ecowatch.com, as zonas mortas podem ser causadas pela atividade humana. Especialmente pela poluição por nutrientes. Por exemplo, a segunda maior zona morta do mundo fica no Golfo do México. Em grande parte causada pelo escoamento de nitrogênio e fósforo das cidades e fazendas industriais ao largo do rio Mississipi.
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Zonas mortas de ocorrência natural
À primeira vista, o atlas concentra-se em duas zonas mortas de ocorrência natural no Pacífico tropical. Uma está localizada na costa da América do Sul. Ela mede cerca de 600.000 quilômetros cúbicos, ou o equivalente a 240 bilhões de piscinas olímpicas. Já a segunda, é cerca de três vezes maior e está localizada no hemisfério norte, na costa da América Central.
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As zonas mortas naturais e antropogênicas têm algo em comum, isto é, muitos nutrientes. No caso das do Pacífico, disse Babbin, os nutrientes se acumulam por causa dos padrões de vento que empurram a água para o mar.
“As águas mais profundas sobem para preencher esse vazio, trazendo nutrientes para a superfície, num processo semelhante ao que se conhece como ‘ressurgência’.”
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No entanto, diz www.ecowatch.com, devido à localização dessas zonas, leva muito tempo para que as águas ricas em oxigênio cheguem à área e reponham o que as bactérias consomem.
Crise do clima e as zonas mortas
“Em essência, a demanda biológica de oxigênio supera o reabastecimento físico. As zonas mortas podem emitir o óxido nitroso, gás de efeito estufa. E, pior, existe a preocupação de que a crise climática possa fazer com que elas se expandam.”
Desse modo, “é amplamente esperado que os oceanos percam oxigênio à medida que o clima fica mais quente. Para Jarek Kwiecinski, a situação é mais complicada nos trópicos. Isto acontece onde existem grandes zonas com deficiência de oxigênio. É importante criar um mapa detalhado para que tenhamos um ponto de comparação em mudanças futuras.”
O novo atlas, conclui o ecowatch, melhora as tentativas anteriores de medir as ODZs do Pacífico devido à quantidade de informações que incorpora e, especialmente, à abordagem adotada para medir o teor de oxigênio da água.
Flutuadores robóticos e os dados da pesquisa
Os dados de Babbin e Kwiecinski foram coletados por cruzadores de pesquisa assim como flutuadores robóticos durante um período de mais de 40 anos. Os cientistas normalmente jogam garrafas em várias profundidades e medem o teor de oxigênio da água coletada em cada uma. No entanto, essa medição não é totalmente precisa porque o plástico da própria garrafa também contém oxigênio.
Para evitar o problema, a equipe analisou dados de sensores conectados às garrafas ou a plataformas robóticas, desse modo conseguiram rastrear o conteúdo de oxigênio à medida que os sensores desciam pela coluna de água.
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“O método nos permite contornar um viés que existe nos dados absolutos para ver apenas se o oxigênio está aumentando, diminuindo ou permanecendo o mesmo”, declarou Babbin.
“Podemos prever que oceanógrafos e cientistas climáticos o usarão para planejar expedições ou ainda relacionar alguns de seus dados a um amplo atlas. Contudo, esperamos que os modeladores climáticos possam usá-lo para validar também os modelos que tentam reproduzir a extensão do baixo oxigênio. Acreditamos, finalmente, que a compilação funcionará como ponto de comparação. Com isso medições futuras podem serão feitas para revelar como as zonas respondem diante de um clima em mudança”.
Imagem de abertura: www.ecowatch.com
Sempre aprendo mais com “mar sem fim”. Continuem, seus trabalhos renovam o prazer de ler e pensar.