Habitat subaquático permanente: Aquarius Reef Base

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Habitat subaquático permanente, conheça o Aquarius Reef Base

Desde 1872, quando Julio Verne popularizou a ideia de uma vida subaquática mais sofisticada com 20.000 Léguas Submarinas uma de suas obras mais conhecidas, a humanidade flerta com a possibilidade. Outro ícone dos oceanos, Jacques Cousteau, deu ainda mais credibilidade à ideia nos anos 60 quando liderou três projetos para construir “cidades” submarinas. Os projetos  Precontinent I, II e Precontinent III. Em 1963, Cousteau ficou 30 dias submerso em uma estação no Mar Vermelho.  Passados mais de 150 anos do pioneirismo de Julio Verne, o Mar Sem Fim destaca o único Habitat subaquático permanente: Aquarius Reef Base.

imagem de Jacques Cousteau em Habitat subaquático permanente
Cousteau e sua equipe debaixo d’água. O vinho faz o merchandising da Franca. Imagem,

Sylvia Earle

Outro ícone da ciência marinha, Sylvia Earle, também experimentou viver por um período debaixo d’água. Isso aconteceu durante a ‘Guerra Fria’, quando russos e norte-americanos disputavam quem chegaria à Lua primeiro. Para estudar o comportamento humano nestas severas condições, a NASA participou da experiência.

The Guardian: “a Nasa queria derrotar os russos na corrida espacial. Isso significava semanas, e não dias no espaço, em um ambiente isolado e claustrofóbico. Havia uma maneira perfeita de preparar os seres humanos para essas condições: mergulhar. Em 1969, Earle fez história com a Missão 6, quando ela e uma equipe feminina de cientistas passaram duas semanas no habitat Tektite da Nasa.”

infográfico mostra estação subaquática Tektite da Nasa
Ilustração da estação Tektite da Nasa. The Guardian.

“Esta instalação de pesquisa das Ilhas Virgens era para estudar a vida aquática – ciências marinhas, engenharia e construção subaquática – e psicologia de pequenas equipes em condições extremas.”

“Construída pela General Electric, Earle e sua equipe entrariam em Tektite através do que ela chama de “porta subaquática” – emergindo como se fosse de uma piscina no apartamento de dois andares no fundo do mar. Era seco, climatizado e confortável, com tapetes, beliches e um chuveiro quente de água doce. Tinha até microondas.”

“A Nasa tinha uma equipe de psicólogos assistindo para ter uma ideia do comportamento de viver em isolamento”, diz Earle. “Estávamos lá como cobaias: nossa pesquisa foi sobre os oceanos, a pesquisa deles foi sobre nós”.

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“No final dos anos 70, o governo dos EUA recuou em seus esforços. As missões da lua terminaram. A NASA desistiu do projeto submarino.”

O único habitat subaquático permanente: Aquarius Reef Base

Assim como viver no espaço é extremamente difícil, viver debaixo d’água também enfrenta sérias dificuldades. Mesmo assim, foram muitas as tentativas. O jornal inglês The Guardian, que fez uma retrospectiva deste tema, escreveu: “De fato, depois de todos os projetos dos últimos 50 anos, apenas um habitat subaquático permanente permanece em todo o planeta: Aquarius Reef Base, uma estação de pesquisa administrada pela Universidade Internacional da Flórida e situada a 20 metros no fundo do mar em Florida Keys.”

“O aquário recebe cientistas, cineastas, astronautas, até o neto de Jacques Cousteau, Fabien – que querem experimentar como é viver debaixo d’água. Mas Aquarius ainda é apenas uma pequena estação de pesquisa, com espaço para apenas seis pessoas.”

A NOAA e o Aquarius Reef Base

A instalação era operada pelo Centro Nacional de Pesquisa Submarina da Universidade da Carolina do Norte em Wilmington (UNCW). E era de propriedade da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) e administrado pelo Programa Nacional de Pesquisa Submarina da NOAA.

Imagem do Aquarius Reef Base
Aquarius Reef Base. Imagem, NOAA.

O Aquarius foi construído em Victoria, Texas, em 1986. Originalmente implantado nas Ilhas Virgens Americanas, posteriormente foi transferido para sua localização atual, a 5,6 quilômetros de Key Largo no Santuário Marinho Nacional de Florida Keys. Fica ao lado de recifes de coral profundos cerca de 20 metros abaixo da superfície.

O laboratório já recebeu mais de 200 cientistas representando mais de 90 organizações, incluindo universidades dos Estados Unidos e de vários países estrangeiros.

Aquarius Reef Base muda de mãos

De acordo com o site https://medium.com/ “o habitat mudou de mãos em 2013, quando o financiamento do governo Obama para o Aquarius foi eliminado. Quase significou o fim de todo o projeto até a Universidade Internacional da Flórida entrar, comprar o Aquarius e começar a operá-lo como um ativo do seu programa de biologia marinha.”

O grande problema é que hoje é mais fácil e barato usar robôs submarinos para a exploração (as experiências em ambientes submarinos não se restrigem ao estudo do ecossistema, e outra experiências científicas. Recentemente destacamos neste site a primeira fazenda marinha subaquática que fica em águas italianas).

Por isso, o futuro do Aquarius Reef Base é incerto. Para Alex Beyman, articulista do site, “a única maneira de haver um futuro para laboratórios subaquáticos como o Aquarius é se o público em geral ficar tão consciente e empolgado com as missões submarinas tripuladas quanto com os voos espaciais tripulados. Temos que ser enfáticos que não queremos ver robôs enviados para explorar o oceano, queremos que os humanos o façam.” 

Assista ao vídeo e veja como funciona

THE LIFE SUPPORT BUOY - MISSION 31

Imagem de abertura: The Guardian.

Fontes: https://www.theguardian.com/environment/2020/jun/08/what-lies-beneath-our-love-affair-with-living-underwater?fbclid=IwAR2A6wY5GRspLyPRBEa5Veu1VhSxQrASdWdLEjQq0RgB9jY8uSxkpePM4co; https://www.nasa.gov/mission_pages/NEEMO/facilities.html; https://medium.com/predict/aquarius-reef-base-an-actual-underwater-lab-and-the-last-of-a-dying-breed-eacb5b7989c7.

Estatísticas sobre pesca, Brasil segue sem fazê-las

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