Fernando de Noronha: esgoto e outros problemas

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Fernando de Noronha: esgoto e outros problemas

Fernando de Noronha: esgoto e outros problemas. Uma das principais atrações turísticas de Fernando de Noronha, a Praia do Cachorro, no centro histórico do arquipélago, foi interditada para banho pelo Departamento de Vigilância em Saúde. Isso ocorreu após a descoberta de que esgoto é lançado diretamente na praia. Fernando de Noronha: esgoto vaza e interdita praia.

Fernando de Noronha: esgoto e outros problemas, imagem de Fernando de Noronha

Fernando de Noronha: esgoto interdita praia

A chefe da Área de Proteção Ambiental (APA) do arquipélago, Lisângela Cassiano, afirmou que a estação elevatória onde houve o vazamento recebe metade do esgoto produzido na ilha. Ela não soube dizer o total desta produção nem quantos litros já escorreram para o mar.

Companhia Pernambucana de Saneamento acusada de crime ambiental no Parque Nacional Marinho (?!) de F. de Noronha

Após o vazamento, a Praia do Cachorro foi interditada para banho. O presidente da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), Roberto Tavares, foi acusado de crime ambiental e afirmou que a bomba da estação e o equipamento reserva quebraram. Tavares declarou:

A estação elevatória extravasou e estamos sendo acusados de um crime ambiental. Tivemos um problema em uma bomba e a reserva que foi colocada no lugar também quebrou dois dias depois. Não havia oficina para consertar, então a trouxemos para o continente

Assista vídeo e veja como poder público trata “Parques Nacionais Marinhos”

Denuncia de crime ambiental em Fernando de Noronha

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Coleta e o tratamento de esgoto são precários

A gestora da APA afirmou que a coleta e o tratamento de esgoto são precários em Fernando de Noronha. “Em setembro de 2013 aconteceu a mesma coisa”, disse. Na ocasião, a Compesa foi multada.

População “vive um eterno racionamento” de água

Analista do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Lisângela relatou que a população local “vive um eterno racionamento” de água na ilha por causa de problemas no abastecimento, sob responsabilidade da Compesa.

Já o presidente da empresa acusou o ICMBio de emperrar a ampliação do sistema de dessalinização no arquipélago. O órgão ambiental exigiu estudo do impacto do barulho das novas bombas no habitat de golfinhos. De acordo com Tavares isso tardará a ampliação em um ano.

Lisângela rebateu. “O estudo é simples e barato. Se a equipe for contratada o trabalho de campo poderia ser feito em uma semana. Precisamos avaliar o impacto porque as bombas seriam instaladas exatamente na rota dos golfinhos”, explicou.

Dessalinizador só atende metade dos três mil moradores e turistas

Hoje, o dessalinizador produz cerca de um milhão de litros de água por dia, capaz de atender a metade dos 3 mil moradores e turistas. A Compesa planeja investir R$ 4,5 milhões para dobrar a capacidade, importando bombas da Dinamarca.

Fernando de Noronha: esgoto e outros problemas: seca em 2014

Em 2014 a seca foi tão violenta que houve protestos. Moradores bloquearam uma das estradas da ilha com barricadas e pneus incendiados. Neste período os moradores recebiam água um dia, a cada cinco. O abastecimento foi diminuindo conforme caíam as reservas. É mais uma problema de um Parque Nacional Marinho que, mesmo cobrando taxas aos visitantes, não consegue resolver seus problemas.

Fernando de Noronha: esgoto e outros problemas, algas em Noronha

Em abril de 2015 Fernando de Noronha foi invadida por um mar de algas errantes. Segundo o pesquisador Léo Veras,

Na proximidade da mancha identificamos que se tratava de algas flutuantes, assemelhadas as que habitam o mar dos sargaços no Caribe. Como formava um bloco denso não foi possível adentrar com o barco, foi necessário fazer um mergulho. A princípio senti medo, é sinistro. O mar fica tomado por uma sombra, é incrível.Encontramos também lixo de várias regiões do mundo como China e a Bélgica. É, com certeza, um fenômeno temporário.

Outubro de 2014: chorume no Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha

Apesar de ser Parque Nacional o que não faltam são problemas. Muito problemas. Centenas se sacos de lixo fazem parte da paisagem do arquipélago. Sacos e mais sacos que deveriam estar sendo mandados de navio até o continente para serem depositados nos aterros sanitários do Grande Recife. Mas isso não acontece. O chorume, que vaza, contamina cada vez mais uma das mais belas e conhecidas praias, a Cacimba do Padre.

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O mau cheiro é a liberação de gases com alta concentração de enxofre e amônia

O engenheiro químico  e consultor em resíduos sólidos, Edjar Rocha, alerta.

O mau cheiro é a liberação de gases com alta concentração de enxofre e amônia. Se isso está acontecendo é por uma sucessão de falhas. Erro na hora da triagem do lixo, má compostagem e acúmulo de big bags no terreno. São indicadores perigosos de grande risco ambiental.

No alto deste monte fica uma usina de reciclagem construída há 20 anos. Infelizmente desde sua criação, a montanha de lixo produzida na ilha só cresce. A usina não acompanhou esse embalo. As instalações ficaram pequenas para a chegada dos resíduos. Já se passaram dez anos desde a última reforma e ampliação do tanque de recepção e  triagem. O balanço, com a quantidade de turistas que a ilha recebe, chega a ser de 7 toneladas de lixo geradas diariamente. A maior parte, plástico, papelão, alumínio e alguns resíduos orgânicos, deveria ser mandada para o continente.

Fernando de Noronha: esgoto e outros problemas: lixo é transportado de navio

Fernando de Noronha: esgoto e outros problemas, imagem de lixo em fernando de noronha
O lixo do (destratado) parque Nacional Marinho

A ilha espera durante 40 dias a chegada do navio que transporta o lixo. Quando a embarcação chega é capaz  de transportar no máximo 80 toneladas de lixo, a metade do que a ilha produz.

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Antes todas estas denúncias fossem tudo. Mas não são. Apesar do estúpido morticínio de tubarões mundo afora (anualmente cem milhões são mortos para terem suas barbatanas arrancadas e servidas como sopa em países asiáticos), um restaurante de Fernando de Noronha, que é um Parque Nacional Marinho, portanto, “protegido”, apresenta em seu cardápio ‘hambúrguer’ de tubarão sem que nossas autoridades tomem qualquer providência.

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