Congresso de Unidades de Conservação
Mais uma vez temos que tirar o chapéu, e agradecer a Fundação Grupo Boticário pela impecável organização deste VIII Congresso de Unidades de Conservação. O evento, de 21 de setembro até 25 de setembro, aconteceu em Curitiba.
Objetivos do Congresso de Unidades de Conservação
O objetivo do Congresso: “ampliar o debate público e a participação popular no país sobre a preservação ambiental e as Unidades de Conservação.”
O papel do grupo Boticário no Congresso de Unidades de Conservação
O Grupo Boticário é o maior, e melhor, exemplo de empresa privada engajada na causa ambiental. Ao contrário das muitas companhias que “se dizem verdes”, mas não fazem rigorosamente nada, a não ser propaganda, o Boticário destina 1% de seu faturamento para a Fundação Grupo O Boticário. A Fundação, por sua vez, financia diversos estudos sobre a fauna e flora brasileiras. Além disso, ela mantém duas RPPNs. Uma no cerrado, outra no litoral, a espetacular RPPN Salto Morato. E ainda organiza, por oito anos seguidos, este fantástico congresso que tive a honra de comparecer como um dos muitos palestrantes.
Especialistas convidados para o Congresso de Unidades de Conservação
Entre as “feras” convidadas para participar desta edição estavam Maria Tereza Jorge Pádua, decana dos ambientalistas brasileiros, Miguel Milano (ambos estão, ou estiveram, caso de Miguel Milano, no Conselho da Fundação), Claudio Maretti, o novo presidente do ICMBio, além de Bráulio Ferreira que participou de todas as edições da Conferência das Partes, da Convenção sobre Diversidade Biológica das Nações Unidas.
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A nata do ambientalismo brasileiro compareceu ao Teatro Positivo, sede da Conferência deste ano. Para comemorar os 25 anos da ONG Fundação Grupo Boticário, foram convidados mais de 50 palestrantes do Brasil e do exterior. Ao todo, 1.100 pessoas se inscreveram para assistir as várias palestras e eventos paralelos.
Maior evento sobre meio ambiente da América Latina
Este é o maior evento sobre meio ambiente da América Latina. Se a imprensa brasileira não fosse tão desligada sobre este, que é o tema dominante do momento, estaria em peso no local fazendo a cobertura. Só assim, com muita informação os brasileiros poderiam entender o que está em jogo. Participar da discussão e exigir mais do poder público.
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Problemas externos, e internos, do ICMBio
Minha palestra aconteceu no segundo dia do Congresso. Mostrei, de forma resumida, o que tenho visto, e publicado, neste site. Ou seja, a indigência do ICMBio, o que resulta em UCs da zona costeira sem barcos, equipes, ou verbas suficientes para desempenhar seu papel. Este seria o principal problema externo do ICMBio: a falta de um orçamento condizente com sua difícil missão. Também apontei os problemas internos que descobri ao longo da série sobre as UCs federais marinhas, que o próprio órgão poderia corrigir. Entre eles destaco a falta de metas aos chefes de UCs. A fraqueza das Resex, que não sabem o potencial de suas Unidades e, mesmo assim, continuam a extração sem saber a quantidade mensal retirada. A falta do Plano de Manejo em 33 UCs já visitadas, etc.
O estelionato eleitoral e as Parcerias Público Privadas
Sabendo que o Brasil está quebrado, devido ao estelionato eleitoral praticado pela destrambelhada Dilma, e que, por isso mesmo dificilmente aumentarão o orçamento do ICMBio, propus que os Parques Nacionais, e as UCs com atrativos suficientes, fizessem acordos do tipo PPPs, Parcerias Público Privadas. E entregassem sua exploração para a iniciativa privada, ficando o ICMBio apenas com a responsabilidade da gestão ambiental. Algo semelhante ao que acontece nos Parques Nacionais Norte- Americanos, e aqui mesmo, em Iguaçu, e no Parque Nacional de Fernando de Noronha.
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Foi o suficiente para que eu quase fosse agredido por três funcionários do ICMBio. Dois homens e uma mulher que não conseguiram se conter ao ouvirem a sugestão das PPPs. Ao final da palestra os três avançaram em minha direção, furiosos, e quase não me deixaram falar. Era visível o descontrole. Incrível como as palavras, ou um discurso contrário ao da maioria pode gerar tanto ódio. De noite, soube no dia seguinte, o pessoal do ICMBio foi a um bar onde o esporte preferido foi desancar minha apresentação. Curiosamente a palestra do presidente do ICMBio no último dia do Congresso abordou a mesma questão.
Apesar do modo agressivo dos três, muitos dos presentes vieram falar comigo, parabenizando meu trabalho e a apresentação. No dia seguinte saiu meu artigo na Folha de S. Paulo. Então, muitos dos funcionários do ICMBio voltaram a me cumprimentar…
Entrevista dada ao site O Eco, feita por José Truda Pallazo Jr. Assista na íntegra:
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