A energia oceânica crescerá em 2024?

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A energia oceânica crescerá em 2024?

Os oceanos têm muito a oferecer, especialmente em termos de energia oceânica limpa. Podemos gerar essa energia usando marés, ondas, correntes, gradientes de salinidade e as diferenças de temperatura entre as águas superficiais quentes e as profundas frias. Embora muitas dessas tecnologias ainda estejam em pesquisa e desenvolvimento, elas têm um grande potencial. Mais investimentos e pesquisa são necessários. A Ocean Energy Europe prevê que a energia das ondas poderia suprir 10% da demanda energética da União Europeia até 2050. U.S Energy Information Administration, EIA estima que a energia das ondas na costa dos EUA poderia gerar até 2,64 trilhões de quilowatts anualmente, cerca de 64% da geração elétrica do país em 2019.

Breve visão das possibilidades de geração de energia

Segundo a NOAA, a energia das marés é mais confiável e previsível que a das ondas. Isso ocorre devido aos movimentos regulares da Terra e da Lua. Porém, a energia das marés é intermitente, parando e mudando de direção uma ou duas vezes por dia. Atualmente, a tecnologia só viabiliza a energia das marés em locais com grande variação entre marés alta e baixa, pelo menos 5 metros

Existe outra forma mais simples de gerar energia com as marés. Algumas usinas comerciais usam estruturas semelhantes a barragens nas fozes de baías. A água é retida na maré alta e liberada através de turbinas na maré baixa para gerar

La Rance, uma central de energia de marés

A central de energia de marés La Rance, na França, funciona desde 1966, produzindo cerca de 600 gigawatts de eletricidade por ano. Isso é suficiente para abastecer 250 mil residências. No entanto, o sistema utilizado se mostrou prejudicial ao meio ambiente, pois separa drasticamente o rio do mar, afetando a vida marinha dos estuários. Por isso, esse modelo não foi amplamente replicado.

La Rance é uma barragem que atravessa o estuário do rio Rance, no local com a maior amplitude de maré da Europa, 13,50 metros. A planta opera com o ritmo das marés, utilizando as mudanças no nível do mar que ocorrem duas vezes ao dia.

Saiba como funciona La Rance

Comment fonctionne l’usine marémotrice de la Rance ?

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Outras estratégias de energia das marés, segundo a NOAA, usam dispositivos semelhantes aos moinhos de vento subaquáticos para aproveitar a energia das correntes das marés.

Produção de energia com correntes de marés

A Central Elétrica das Marés do Lago Sihwa, na Coreia do Sul, é a maior usina de marés do mundo. Ela tem uma barragem de 10 quilômetros que armazena e libera água do Lago Sihwa através de turbinas. Localizada na foz do rio Han, a central usa a energia das marés altas para gerar energia limpa e renovável para muitas pessoas.

Central Elétrica das Marés do Lago Sihwa
Imagem, Wikimedia Commons.

Segundo o site www.energywarden.com, as marés no Lago Sihwa estão entre as mais altas e poderosas do mundo, alcançando até 10,7 metros. Isso é quase três vezes mais alto que as marés oceânicas normais. Desde 2011, turbinas aproveitam essa tremenda força para converter em eletricidade, gerando energia suficiente para mais de um milhão de residências.

Saiba como funciona a Central Elétrica das Marés do Lago Sihwa

Sihwa tidal power plant poses as good example in search for renewable energy

Strangford Lough, na Irlanda do Norte

A primeira estação de energia das marés do mundo foi inaugurada em 2008 em Strangford Lough, na Irlanda do Norte. Turbinas foram instaladas no estreito entre a entrada de Strangford Lough e o Mar da Irlanda. Neste local, a velocidade da maré pode alcançar até 4 metros por segundo.

Usina Strangford Lough
Usina Strangford Lough. Imagem, www.newatlas.com.

De acordo com o site www.renewable.technology.com, a Strangford Lough Tidal Turbine, na Irlanda do Norte, foi o primeiro projeto de energia das marés em escala comercial do mundo. A Siemens, através da Marine Current Turbines, iniciou o projeto em julho de 2008, com um custo de £12 milhões. Desenvolvido por Peter Fraenkel, o projeto de 1,2 MW utilizou a turbina SeaGen, que funciona como um “moinho de vento subaquático”. Desde 2012, produziu até 5GW/h de energia, suficiente para 1.500 casas por ano. O projeto encerrou-se em julho de 2019, após gerar mais de 11,6 GWh de energia.

Parque de Ondas da Aguçadoura

O Parque de Ondas da Aguçadoura, ou Agucadoura Wave Park, também conhecido como Okeanós, é o primeiro parque mundial de aproveitamento da energia das ondas. Localizado em Póvoa de Varzim, Portugal, o parque consiste em três geradores Pelamis, instalados ao norte da cidade, a 5 km da costa. Inaugurado em 2008, Aguçadoura I tinha a meta de produzir 2,25 megawatts, energia para cerca de 1500 casas. As estruturas cilíndricas articuladas semi-submersas têm potência de 750 kW cada. A tecnologia é da Ocean Power Delivery, Reino Unido, e o investimento veio do grupo português Enersys. Póvoa de Varzim foi escolhida pela profundidade das águas, energia das ondas, proximidade a portos marítimos e facilidade de conexão à rede elétrica.

Usina de onda de Pecém, Ceará

Em 2013, a Usina de Usina de Ondas de Pecém, chamou atenção. Ela usa um sistema diferente do modelo português. Com potência nominal de 100 quilowatts, a inovação da usina está na utilização de um flutuador, um braço mecânico e uma bomba ligada a um circuito de água doce. Esse design único oferece uma abordagem alternativa na geração de energia das ondas.

usina de Pecém
O sistema da usina de Pecém. Imagem,Reprodução, casa.com.br.

A usina piloto do Porto de Pecém, em Fortaleza, Ceará, desenvolvida pela COPPE/UFRJ, tem um método único de usar a energia das ondas. Ela usa dois braços mecânicos de 22 metros com boias de 10 metros nas pontas. A agitação das ondas movimenta as boias, que acionam uma bomba. Essa bomba pressuriza água doce, armazenada num acumulador conectado a uma câmara hiperbárica. A pressão nesta câmara cria um jato de água que movimenta a turbina e gera energia elétrica. A capacidade de produção de eletricidade da planta é de 50 kW.

Saiba mais sobre a Usina de Pecém

Usina de Ondas de Pecém começou em 2012

A construção da Usina de Ondas de Pecém começou em 2012, mas parou em 2016. Houve uma tentativa de retomar as obras em 2021, quando a Eco Wave Power, uma empresa sueco-israelense, assinou um memorando com o Governo do Ceará para estudos de viabilidade no Complexo do Pecém. O acordo expirou em maio de 2022 sem grandes avanços, segundo informações do Diário do Nordeste.

O jornal ouviu Carlos Teixeira, da Universidade Federal do Ceará. Ele comentou que a produção de energia a partir de ondas ainda não é viável mundialmente devido ao alto custo em relação à energia gerada. Ele compara com as células fotovoltaicas, que também eram caras no início. Embora o Ceará tenha tido um experimento pioneiro bem-sucedido em produção de energia no Porto do Pecém, não se mostrou financeiramente viável.

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O derradeiro projeto: um gerador flutuante de energia de ondas

O último projeto de usina de ondas, o UniWave 200 da Wave Swell Energy, traz uma abordagem inovadora. De acordo com o New Atlas, após 11 meses de testes, o projeto superou expectativas. A plataforma marítima utiliza uma formação artificial de respiradouro para criar variações na pressão do ar. Essas mudanças acionam uma turbina e geram energia que é enviada de volta à costa. A empresa reportou resultados excelentes após um ano de testes.

gerador flutuante de energia de ondas
Imagem, New Atlas.

O UniWave é um dispositivo flutuante que pode ser rebocado para qualquer local costeiro e conectado à rede energética. Ele usa as ondas para forçar a água para uma câmara de concreto, pressurizando o ar e forçando-o através de uma válvula. À medida que a água recua, cria um vácuo que gera energia através de uma turbina.

Interessante, o design do UniWave facilita sua incorporação em quebra-mares e paredões, transformando-os em fontes de energia limpa. Segundo o Science Times, a plataforma de testes do UniWave200 foi instalada em King Island, Tasmânia, e forneceu energia verde sustentável para a microrrede da ilha por um ano, com um custo de produção de 12 milhões de dólares.

Assista uma animação desta nova tecnologia

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