Hidrogênio verde, possível combustível do futuro
O mundo corre atrás do combustível do futuro, aquele que moverá a economia sem no entanto provocar o aquecimento do planeta. O hidrogênio limpo é apontado como o futuro combustível da UE, prometendo fornecer uma abundância de energia neutra em carbono até 2030. Ele abastecerá veículos de carga de longo curso, aviões, produção de aço e aquecimento doméstico, dizem os proponentes. Start-ups e pesquisadores estão trabalhando em toda a cadeia de valor do hidrogênio. Hidrogênio verde, possível combustível do futuro.
Hidrogênio verde, possível combustível do futuro
No início desta procura falou-se muito no hidrogênio azul como a grande solução. Mas, conforme os estudos avançaram, ficou claro que a produção deste combustível, de tão cara, inviabilizava a iniciativa.
Agora, a aposta é no hidrogênio verde, visto por muitos como a energia limpa do futuro. Nos Estados Unidos bilhões de dólares foram investidos no projeto de infraestrutura de Joe Biden para financiá-lo.
Hidrogênio verde: aposta para controlar o aquecimento global
Em novembro de 2021 o jornalista Renée Pereira publicou uma excelente matéria em O Estado de S. Paulo que, de tão boa, merece ter trechos replicados. O título foi bem escolhido: Combustível do futuro, hidrogênio verde é aposta do mundo para controlar o aquecimento global.
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Renée mostra que ‘até julho deste ano, havia cerca de 359 projetos para a produção de hidrogênio verde em grande escala no mundo, o que somava US$ 150 bilhões em investimentos’.
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E aponta: ‘Mas esses números mostram apenas o começo de uma revolução no mercado global de energia, que teria o Brasil como um dos líderes’.
Conheça o hidrogênio
Renée Pereira destaca que ‘Embora possa ser encontrado em grande quantidade, o hidrogênio na Terra só existe na combinação com outros elementos’.
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Acidificação do oceano está à beira da transgressãoConheça o novo navio de carga híbridoBrasil pega fogo, espanta o mundo, e Lula confessa: ‘não estamos preparados’‘A revolução, no entanto, vem do hidrogênio verde, considerado o combustível mais limpo do mundo. Não gera gases poluentes nem durante a combustão nem durante a produção’.
Método criado pelo químico e físico britânico Michael Faraday
‘A aposta do mundo para limitar o aquecimento global até 2050 está num método criado há quase 200 anos pelo químico e físico britânico Michael Faraday’.
‘Trata-se da eletrólise da água, que separa o hidrogênio do oxigênio por meio de uma corrente elétrica. Para ser considerado verde, a energia elétrica tem de ser de uma fonte totalmente renovável, como a eólica e a solar’.
O passo a passo do hidrogênio verde
A matéria de Renée Pereira, mostra cada etapa para se obter o hidrogênio verde.
Passo 1
‘Utilizando energia proveniente de fontes renováveis, dois eletrodos submersos na água e ligados a uma fonte de energia criam uma corrente contínua’.
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Passo 2
‘Os eletrodos atraem para si os íons de carga oposta e fazem a separação do hidrogênio da água do oxigênio’.
Passo três
‘Na forma gasosa, o hidrogênio precisa ser armazenado de forma apropriada em botijões, por exemplo. O produto é altamente inflamável’.
Os gargalos da produção
Depois de comentar projeções para o futuro, a matéria mostra que é preciso ainda superar alguns gargalos. ‘O uso intensivo da energia é um deles. Uma planta de eletrólise de 90 MW, por exemplo, produz 11.100 toneladas de hidrogênio. E estamos falando em uma demanda de milhões de toneladas. Só a Alemanha quer comprar inicialmente 5 milhões de toneladas’.
Mas este não é o único. Renée Pereira mostra que o custo ainda é alto. ‘Mas há outro desafio: baratear o custo do produto. Hoje o preço do quilo do hidrogênio cinza é US$ 2. O verde está entre US$ 5 e US$ 8. O objetivo é que, até 2040, esse valor esteja abaixo de US$ 1’.
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‘No Brasil, segundo a Mckinsey, o preço do quilo estaria em US$ 1,5 em 2030. “O hidrogênio será como o computador, o notebook e o telefone. Quando foram lançados, eram (produtos) apenas para uma elite e hoje estão popularizados. A massificação da produção vai reduzir os preços”, diz Paulo Alvarenga, da ThyssenKrupp’.
E mais…
Renée foi caprichoso em sua matéria. Ele mostra projeções alvissareiras feitas por Goldman Sachs, e a consultoria McKinsey; entrevista professores da academia que trabalham no barateamento do processo de produção; aborda os portos brasileiros que querem exportar o produto; mostra as vantagens brasileiras em razão de nossa matriz energética, entre outras questões abordadas.
Neste link você conhece a íntegra da matéria de Renée Pereira, publicada na net em sistema multimídia.
Veja o que a mídia estrangeira fala sobre o ‘combustível do futuro’
Em rápidas pinceladas, eis o que o Mar Sem Fim descobriu.
Para o site www.arabianbusiness.com, ‘As estimativas variam, mas em 2050, o mercado de hidrogênio verde pode valer entre US$ 300 bilhões e US$ 700 bilhões; um relatório de setembro de 2021 da Qamar Energy sugere que o “mercado endereçável” é de US$ 2,5 trilhões’.
‘A Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) descreve que o custo de produção do hidrogênio verde será determinado pelo preço da eletricidade renovável, o custo de investimento do eletrolisador e suas horas de operação’.
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Já a Revista Forbes destacou ‘a Iniciativa Catapulta de Hidrogênio Verde em uma tentativa de aumentar a produção de hidrogênio verde em 50 vezes nos próximos seis anos’.
‘A nova iniciativa visa reduzir o custo do hidrogênio verde para menos de US$ 2 / kg, o que ajudaria a reduzir as emissões das indústrias mais intensivas em carbono do mundo, incluindo siderurgia, transporte marítimo, produção de produtos químicos e geração de energia’.
‘Para cumprir a meta da Catapulta, serão necessários investimentos de cerca de US$ 110 bilhões e criar mais de 120.000 empregos, portanto, também terá um papel importante para ajudar as economias a se recuperarem dos impactos do COVID-19’.
A Economist publicou matéria com o título After many false starts, hydrogen power might now bear fruit, em tradução livre, Depois de muitos passos falsos, a energia do hidrogênio pode agora dar frutos, na qual publica o vídeo que inserimos abaixo.
Ao que parece, e até prova em contrário, o hidrogênio verde é A solução.
Assista ao vídeo da Economist sobre o hidrogênio
Assista a este vídeo no YouTube
Imagem de abertura: Google
Fontes: https://www.estadao.com.br/infograficos/economia,combustivel-do-futuro-hidrogenio-verde-e-aposta-do-mundo-para-controlar-o-aquecimento-global,1198723; https://www.economist.com/science-and-technology/2020/07/04/after-many-false-starts-hydrogen-power-might-now-bear-fruit.
Exatamente João, as pessoas esquecem-se de que a tecnologia usada no Zeppelin em 1937 era outra. Hoje a tecnologia está mais sofisticada, tanto que o armazenamento do Hidrogênio hoje pode ser feito com muito menos espaço, dada a compressão que o gás permite. Ou seja, hoje a quantidade de gás que o Zeppelin levava em seu balão pode ser reduzido a uma contêiner muito mais compacto e com mais segurança contra vazamento e impactos.
Faltando alguns detalhes técnicos/químicos sobre o uso do hidrogênio em veículos de toda espécie, ocorre que este faz lembrar a tragédia do Zeppelin, explodido em 1937, pois não é viável em estocagem leve (lembra o botijão de gas), face ao seu perigo, ainda reabastecimento ser de forma extremamente técnica e segura, impossível em qualquer posto ou aeroporto. Ou seja, o problema não é a produção, mas sim estocagem e reabastecimento, muito cara, dispendiosa e extremamente técnica, não podendo ser por qualquer “frentista”.
Gomes, ocorre que faz 84 anos que o Zeppelin sofreu aquele acidente. Estamos no século 21, o século da tecnologia. Ou será que Goldman Sachs, McKinsey, a Qamar Energy, a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), e a Iniciativa Catapulta de Hidrogênio Verde estarão todos errados?