Tráfico de animais silvestres, redes sociais e o FaceBook

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Tráfico de animais silvestres, redes sociais e o FaceBook

O tráfico de animais silvestres sempre existiu, com estímulo de vários países e centenas de traficantes. Recentemente, um incidente em Brasília reacendeu o assunto: um estudante foi picado por uma cobra naja. O Brasil participa tanto na ‘importação’ quanto na ‘exportação’ de animais silvestres, apesar da proibição de ambas atividades. Além disso, as redes sociais e tecnologias modernas, como o WhatsApp, facilitam bastante o tráfico. Acima de tudo, se o tráfico persiste, é porque há demanda. Muitas pessoas, desinformadas, se vangloriam ao exibir animais exóticos para seus conhecidos.

Isso custa caro para a biodiversidade brasileira

O tráfico de animais silvestres custa caro à biodiversidade brasileira. Anualmente, traficantes retiram cerca de 35 milhões de animais das florestas. Apenas 10% sobrevivem até o destino final. Surpreendente, não é?

Pedro Henrique está preso. Ele teve o braço necrosado e enfrenta acusações de tráfico. O mesmo ocorre com outras pessoas em Brasília. Mas há mais. O site www.souecologico.com informa que mais de 700 animais foram resgatados no Rio de Janeiro. Entre eles, gambás, cobras, micos, capivaras, jacarés, pinguins e aves variadas.

Fábio Belchior, coordenador de Fiscalização e Monitoramento Ambiental da secretaria, explica que esses animais vieram das ruas, casas, condomínios e estabelecimentos comerciais. Eles estavam perto de áreas verdes.

Esses resgates acontecem porque algumas pessoas gostam de ter animais exóticos. Acham isso uma forma de se destacarem. Só no Rio, salvaram 700 animais em seis meses. Imagine multiplicar isso pelos 26 estados durante um ano. A quantidade é enorme.

imagem de estudante de Brasília picado por uma naja
Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, que foi picado, também é investigado por tráfico de animais. Imagem, reprodução.

O Facebook e o tráfico

Matéria da Folha de S. Paulo informa que o tráfico de animais silvestres conta com ajuda da tecnologia, “o Facebook virou a maior feira ilegal de animais no país, segundo fiscalização do Ibama, mas o instituto diz não conseguir apoio efetivo da rede social para prevenir a prática.” Tanto é verdade que, em 2015, o Ibama mandou ofício à direção da rede…

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Dener Giovanini, da RENCTAS, declarou ao sputniknews.com: “O Brasil tem ocupado cada vez mais uma posição de destaque nesse cenário internacional como país importador. Isso se deve muito à migração do tráfico de animais silvestres para as redes sociais. As redes sociais hoje se tornaram o principal meio dos traficantes.”

Não é apenas no País que o FaceBook é um facilitador. Em 2022 o Guardian publicou  tráfico de vida selvagem prospera no Facebook apesar da promessa de combater o comércio ilegal. A matéria começa assim: ‘O Facebook continua a ser um mercado próspero para o tráfico online de vida selvagem, apesar do compromisso da gigante tecnológica de ajudar a combater o comércio ilegal, de acordo com uma nova investigação’.

O jornal mostra que apesar de promessas da plataforma, ela mantém uma página com este título:  “Comércio de Vida Selvagem, Escala de Pangolim e Chifre de Rinoceronte”, convocando licitantes para seus animais postando uma foto de um pangolim em uma gaiola.

‘Quase 1/5 das espécies são alvos do tráfico de animais silvestres’

Novo estudo liderado pelo ecólogo brasileiro Brunno Oliveira, da Universidade da Flórida diz que “muitas espécies com status grave de ameaça de extinção estão entre as mais procuradas por traficantes.”

A matéria do jornal O Globo, publicada em outubro de 2019, revela um estudo alarmante. Ele analisou mais de 30 mil espécies de vertebrados terrestres, incluindo aves, mamíferos, répteis e anfíbios. Os resultados são preocupantes: quase um quinto dessas espécies (18%) são vítimas do tráfico de animais silvestres.

Conheça o novo estudo

O Globo: “os pesquisadores cruzaram bancos de dados de grande volume da IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza), que monitora populações de espécies, com registros da Cites (Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção).”

O Brasil e o novo estudo sobre tráfico de animais silvestres

De acordo com O Globo, o Brasil é um foco de preocupação no tráfico de animais silvestres. Especialmente alarmante é a captura de aves ao longo do Rio Amazonas e na costa sudeste da Mata Atlântica. Também há uma preocupação significativa com os anfíbios em toda a bacia Amazônica. Oliveira, um especialista citado na matéria, apontou os pássaros sul-americanos do gênero Tangará como especialmente visados.

Nós identificamos 46 espécies de Tangará com nossos modelos como tendo alta probabilidade de serem comercializados no futuro. Atualmente essas espécies não são listadas nos apêndices da Cites nem ameaçadas segundo a IUCN. E todos esses pássaros ocorrem no bioma Mata Atlântica.

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Tráfico de animais silvestres: ameaça maior do que se imaginava para a biodiversidade global

O Globo: “Segundo os pesquisadores, o cruzamento de dados das duas instituições indica que o problema do tráfico de animais silvestres é uma ameaça maior do que se imaginava para a biodiversidade global, já prejudicada com a perda de habitat de muitas espécies. Os dados do novo estudo, dizem os pesquisadores, são ferramentas para que autoridades de proteção ambiental possam proteger espécies mais alvejadas antes de estas entrarem à beira da extinção.”

infográfico sobre tráfico de animais silvestres por espécie
Ilustração: O Globo.

“Crimes e infrações contra o meio ambiente na rede social Facebook”

Segundo o documento, em 2014 houve 60 denúncias, que saltaram para 170 em 2015. O Ibama diz que 95% das denúncias de crimes ambientais pela rede estavam relacionadas ao Facebook.

Para minimizar o problema, o Ibama solicitou que um representante fosse à Brasília a fim de tratar de estratégias para o combate de ilícitos ocorridos na rede social. Mas o…

Facebook ignora pedido do Ibama contra tráfico de animais silvestres

Durante uma investigação do Ibama entre 2017 e 2018, monitoraram-se várias páginas no Facebook e outras redes sociais. Nessas páginas, ofereceram para venda um total de 1.277 animais. Destes, 85% estavam em cativeiro e conseguiram comprovar a venda em 30% dos casos.

A Folha de S.Paulo informa que, em apenas uma dessas páginas, o Ibama encontrou 274 animais à venda, a maioria iguanas.

Assim agem as plataformas hegemônicas mundiais: desde que eles ganham dinheiro, vale tudo. Outra prova disso é o YouTube que aceita desinformação sobre o clima que lhe rende cerca de US$ 13 milhões ao ano!

Ibama tenta nova conversa com o Facebook

“O Ibama tentou novamente uma conversa com o Facebook, desta vez apelando à Embaixada dos Estados Unidos. A empresa enviou representante mas não alterou substancialmente sua política. Na reunião, argumentou sobre risco de invasão de privacidade dos usuários da rede.”

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Roberto Cabral Lopes, coordenador de operações do Ibama declarou…

Tentamos abrir um diálogo, mas tem sido difícil. O que precisamos é de um procedimento ativo do Facebook na prevenção. Se ele consegue identificar a foto de uma pessoa pelo rosto, não consegue identificar um pássaro ou um réptil que está sendo vendido ilegalmente?

Se o Face não faz sua parte, faça você!

O que nos resta fazer? Denunciar  as páginas e ou grupos que vendem animais pela rede. Esse é um trabalho de todos nós. Sabe-se do apelo que animais causam nas redes sociais.

Difícil esquecer a invasão e semi destruição do laboratório Royal, São Roque, em 2013, para ‘salvar beagles’ (deixando os ratinhos de lado…). Portanto, a partir de agora, salve todos, incluso ratos. Ao ver uma página no Face vendendo animais, denuncie, ligue para (61) 3316-1015, ou mande correio para [email protected].

Tráfico de animais silvestres, terceira maior atividade ilícita do mundo

Não passa semana sem que vejamos matérias sobre o tráfico de drogas. Natural, o problema assola o mundo. De tempos em tempos, conforme as guerras evoluem, entra na pauta o tráfico de armas. Natural, é problema mundial.  Pior, no tráfico de animais silvestres, “o Brasil participa com 15% do mercado.”

Imagem de ararinha azul, símbolo do tráfico de animais silvestres
Ararinha azul, símbolo de tráfico de animais silvestres (Foto:news.mongabay.com

Quanto movimenta no mundo o tráfico de animais silvestres?

O WWF afirma que o crime contra a vida selvagem é um grande negócio. Gerido por redes internacionais, o tráfico de animais selvagens ocorre de maneira semelhante ao tráfico de drogas e armas. Devido à sua natureza clandestina, é quase impossível obter dados precisos sobre o valor do comércio ilegal de vida selvagem.

Departamento de Estado dos EUA: US$ 10 bilhões por ano!

O Departamento de Estado dos EUA oferece uma estimativa contundente sobre o tráfico de animais. Eles avaliam que esse comércio ilícito vale cerca de US$ 10 bilhões por ano. Isso coloca o tráfico de animais como o terceiro comércio ilícito mais lucrativo do mundo, atrás apenas do tráfico de drogas e armas. As aves são os animais mais frequentemente traficados.

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O Departamento de Estado dos EUA informa que negociam entre dois milhões e cinco milhões de aves selvagens ilegalmente a cada ano. Esse número abrange uma variedade de espécies, desde beija-flores até papagaios e harpias.  O site www.smithsonianmag.com reportou essa informação.

Estimativa da RENCTAS

A RENCTAS, uma bela ONG nacional, estima o valor entre “10 a 20 bilhões de dólares.”

Vamos pegar o meio termo, e considerar apenas US$ 10 bilhões de dólares. Se o Brasil representa de 10%, a 15% deste mercado, nossa fatia representa US$ 1,5 bilhão ao ano. Isso é o que valeriam cerca de 12 milhões de animais selvagens (você lerá abaixo)Mais que muitos segmentos da economia.

Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas

“Desde 1973, a compra e venda de vida selvagem  foi regulamentada pela Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas (CITES). O objetivo é impedir que o comércio ameace a sobrevivência de 5.000 animais e 28.000 espécies de plantas. A aplicação da CITES recai em países individuais, muitos impõem regulamentos adicionais sobre comércio de vida selvagem.”

“Nos Estados Unidos, a Lei de Conservação de Aves Selvagens de 1992 proibiu a importação da maioria das aves capturadas. Em 2007, a União Europeia proibiu a importação de todas as aves selvagens. O Equador e quase todos os outros países da América do Sul proíbem a captura comercial e exportação de papagaios selvagens capturados (www.smithsonianmag.com)”.

Brasil, Equador e América Latina

O site www.smithsonianmag.com relata que a América Latina, incluindo o Brasil, enfrenta vulnerabilidades ao tráfico de vida selvagem devido à sua extraordinária biodiversidade. O Equador, por exemplo, abriga cerca de 1.600 espécies de aves, enquanto todo o território dos Estados Unidos tem aproximadamente 900. O site também menciona a preocupante diminuição de três bilhões de aves na América do Norte em 50 anos.

Encontrar dados precisos sobre o comércio ilegal de animais é um desafio. O Brasil, entre os países latino-americanos, possui as informações mais detalhadas. O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) do Brasil estima que pelo menos 12 milhões de animais selvagens são caçados anualmente no país.

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Quais tipos de animais?

“O que é mais notável neste comércio é a variedade de espécies. Aves – papagaios, araras e aves canoras – estão entre os mais traficados. Répteis, incluindo iguanas e cobras são populares no comércio de animais de estimação.”

As tartarugas são caçadas por seus ovos, conchas e carne. Já os jacarés, são visados por suas peles. É impressionante o grande volume e os altos preços de iguarias de frutos do mar obtidas ilegalmente. Isso inclui barbatanas de tubarão,, bexigas natatórias, pepinos-do-mar (com tráfico envolvendo até a Yakuza) e carne da concha rainha. Uma variedade notável de outros animais também é traficada. Entre eles estão jaguares, tatus, macacos, sapos, escorpiões e aranhas. Esta informação é do site news.mongabay.com.

imagem de cobras, vítimas do conha Rainha é mais uma vítima do Tráfico de animais silvestres
Cobras, uma das espécies favoritas no tráfico de animais silvestres(Foto: /www.hipercultura.com)

Tartarugas

www.smithsonianmag.com, diz que “Milhões de tartarugas, crocodilos, cobras e outros répteis também são traficados. Assim como mamíferos e insetos.”

A RENCTAS lembra que, “Milhões de borboletas mortas abastecem o mercado mundial, movimentando cerca de US$ 100 milhões por ano (Fitzgerald, 1989).”

Tráfico de animais silvestres; como são levados?

Para o news.mongabay.com, “Animais arrancados de seu habitat sofrem. São contrabandeados em garrafas térmicas e meias de nylon, enfiados em tubos de papel higiênico, rolos de cabelo e calotas.

“Dê vodka e coloque no bolso”

“Em um mercado no Equador, ofereceram um periquito. Perguntei como colocaria em um avião. “Dê vodka e coloque no bolso”, disse ele. “Ficará quieto.” Conservacionistas dizem que a maioria dos animais capturados morre antes de chegar a um comprador. No noroeste da Guiana, vi 25 araras azuis e amarelas – certamente contrabandeadas da Venezuela – transportadas da selva em pequenas jaulas lotadas.”

Um mercado em Belém

“Quando observei um vulto policial em um mercado em Belém, uma das 38 aves confiscadas era uma coruja em uma caixa de papelão escondida sob mobília no fundo da banca do mercado. Em um centro de resgate em frente a Quito, vi uma tartaruga com dois buracos de bala na carapaça. Seus donos a usaram para a prática de tiro ao alvo. Noventa por cento dos animais morrem em trânsito.”

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Para onde vão os animais traficados?

De acordo com o www.smithsonianmag.com, “Animais roubados na América Latina geralmente acabam nos Estados Unidos, Europa ou Japão. Muitos nunca deixam seus países nativos, instalados em hotéis e restaurantes, tornam-se animais domésticos.”

“Na América Latina, manter os animais – papagaios, macacos e tartarugas – é tradição. Em partes do Brasil, animais silvestres domesticados são chamados xerimbabos, significa “algo amado”. Em pesquisas recentes, 30% dos brasileiros e 25% dos costarriquenhos disseram que mantiveram animais selvagens como ‘de’ estimação.”

Tráfico no Brasil

Sobre o tráfico no Brasil diz a RENCTAS, “Há quadrilhas organizadas e especializadas no tráfico de animais que são bem estruturadas para a venda ilegal. Cerca de 70% do comércio é para o consumo interno, o restante, exportado.”

Quem fica com eles?

News.mongabay.com:  “as aves estão entre os animais mais numerosos encontrados no mercado negro da América Latina. No Brasil, cerca de 80% são aves. Os principais alvos são os psitaciformes (papagaios e araras), coletados por sua plumagem colorida. E os passeriformes (pássaros empoleirados), escolhidos por seu canto exótico. Embora haja mercado para penas de aves e outras partes de aves, a maioria do comércio ilegal é para animais vivos de estimação.”

Para a RENCTAS, o tráfico nacional é direcionado para…

Animais para zoológicos e colecionadores particulares; para fins científicos; e para comercialização internacional em “pet shops”

Imagem de aquário
O aquarismo, praticado por inconsequentes, é um sério problema (Foto: http://www.petguide.com/)

E os animais marinhos ou aquáticos traficados, quais são?

Traffic.org: “Em 2009, o TRAFFIC chamou a atenção para os riscos impostos aos tubarões de permitir a pesca em águas profundas nas águas regidas pela Organização Regional de Gestão das Pescas do Pacífico Sul (SPRFMO). O uso de tais técnicas foi posteriormente banido.”

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Tubarões

O site news.mongabay.com estima que, anualmente, 73 milhões de tubarões são mortos para suprir a demanda global por sopa de barbatana de tubarão. Esta sopa é uma iguaria servida em casamentos e banquetes chineses, simbolizando status e riqueza. Além dos tubarões, o site destaca outra espécie visada: os pepinos-do-mar. Estas criaturas tubulares com pele coriácea, encontradas na costa da América Latina, são uma iguaria culinária na China. Lá, podem ser vendidos por até US$ 300 por libra. O Brasil também está incluído no tráfico de pepinos-do-mar.

Observação do mar sem fim

Observamos que traficam várias espécies de cetáceos, como orcas, para parques temáticos (arghh!) e outros destinos. Algumas companhias de aviação, dada a mediocridade dessa prática, recusam-se a transportar esses animais. Além disso, apreciam muito os cavalos marinhos no aquarismo.

Concha rainha, ou búzios

Concha rainha, ou búzios “(Lobatus gigas), gigantesco caracol marinho, valorizado por sua carne. Os estoques esgotados de concha resultaram em uma infinidade de restrições legais entre os países do Caribe, que os contrabandistas contornam.”

“Análise da Defenders of Wildlife, a concha rainha é o item top negociado ilegal da América Latina para chegar aos Estados Unidos, compreendendo 18% das remessas apreendidas pelas autoridades dos EUA (news.mongabay.com). “

imagem de conha Rainha é mais uma vítima do Tráfico de animais silvestres
A concha Rainha é mais uma vítima do Tráfico de animais silvestres

Peixes

“Americanos mantêm cerca de 340 a 500 milhões de peixes, três vezes mais o número de cachorros e gatos combinados. O comércio de peixes cresce a cada ano. Só nos EUA a venda de peixes tropicais movimenta pelo menos US$ 215 milhões por ano. O país importa 125 milhões de peixes ornamentais por ano, avaliados em US$ 25 a US$ 30 milhões – Fitzgerald, 1989 (http://www.renctas.org.br). Saiba mais sobre o comércio de peixes ornamentais.

imagem de peixe ornamental vítima do Tráfico de animais silvestres
Tráfico de animais silvestres, (Foto: wildaid.org).

Alemanha, Japão, Holanda e Inglaterra e seu papel no tráfico de animais silvestres

Alemanha, Japão, Holanda e Inglaterra são os grandes importadores dos 350 milhões de peixes ornamentais comercializados (95% dos peixes de aquário são provenientes de água doce) anualmente em todo o mundo.

É estimado que o mercado  para peixes de aquário movimente US$ 600 milhões; e ainda cresce cerca de 10% a 15% anualmente. Os países da Ásia são os principais abastecedores, com destaque para Singapura, que exporta mais de 150 milhões de espécimes por ano. O restante vem da América Latina, particularmente Brasil, Colômbia, Peru e Jamaica. E uma pequena porção da África- Fitzgerald, 1989 (http://www.renctas.org.br).

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Cartéis da droga do México e o tráfico de animais silvestres

Do mesmo site: “Os cartéis de drogas mexicanos estão profundamente envolvidos no mercado ilegal de totoaba, no tráfico de peixes ameaçados de extinção no Golfo da Califórnia ou no Mar de Cortez, entre a Península de Baja e o continente do México.

A Totoaba, uma espécie de peixe cuja captura é proibida no México, tem grande valor devido às suas bexigas natatórias. Elas são usadas para fazer sopa. No mercado asiático, vendem peixes individuais da espécie por valores entre US$ 10.000 e US$ 20.000 cada.

O Mar Sem Fim informa: o mesmo acontece no Pará, com a pescada amarela, e devido ao mesmo motivo,  bexigas natatórias!

A quem está ligado o tráfico de animais silvestres?

“O comércio ilegal de animais silvestres está ligado a outros tipos de atividades ilegais, tais como drogas, armas, álcool e pedras preciosas. Na América do Sul, cartéis de drogas têm grande envolvimento com o comércio ilegal de fauna silvestre.”

“Muitas vezes se utilizam da fauna para transportarem seus produtos. São encontradas drogas dentro de animais vivos ou em suas peles (Toufexis, 1993; Le Duc, 1996; Polícia Federal Brasileira, dt. ind.). Vários registros ao redor do mundo confirmam essa ligação ( http://www.renctas.org.br).”

Consequências do tráfico

Quando comercializam animais ilegalmente, eles não passam por controle sanitário. Isso pode resultar na transmissão de doenças graves e desconhecidas, tanto para criações domésticas quanto para humanos. Essa prática traz sérias consequências sanitárias para o país importador. Um exemplo disso é a pandemia do novo coronavirus.

Economia: O comércio ilegal de animais silvestres pode ser economicamente devastador.  Movimenta quantia incalculável na economia ilegal do país, sem deixar parcela alguma para os cofres públicos.

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Ecologia: A ação antrópica tem acelerado o processo de extinção levando as espécies ao extermínio. Após a perda do habitat, a principal ameaça à fauna silvestre é a caça, seja para subsistência ou comércio (Ávila-Pires, 1972; Coimbra-Filho, 1972; Sick e Teixeira, 1979; Redford, 1992; Aveline e Costa, 1993; IBGE, 1997; Cullen Jr. et al., 2000).

Como acabar com o tráfico de animais silvestres no Brasil?

Não é fácil, como se vê pelos números que o expediente arrecada. É preciso vontade política, pressão da opinião pública, informação, e mais ações dos órgãos fiscalizadores. E se possível, torcer para que a estúpida ‘moda’ de ter um animal exótico, deixe de ser moda…

Outras, mais difíceis, ao menos estão todas roteirizadas no país, seja pelos órgãos competentes, Ibama, como por ONGs emblemáticas como a RENCTAS, e seus detalhados relatórios. É preciso ação por quem de direito.

Ainda que não consigam acabar com esta modalidade, como se vê com as armas ou drogas, pelo menos estaríamos cumprindo a imposição ética de nossa geração para com  as futuras gerações.

Imagem de abertura: Wikipédia

Post original de outubro de 2019, atualizado.

Fontes: http://www.traffic.org/trade/; https://www.smithsonianmag.com/travel/wildlife-trafficking-149079896/; https://news.mongabay.com/2015/11/latin-american-illegal-wildlife-trade-exploding-in-scope-and-scale/; http://www.renctas.org.br/wp-content/uploads/2014/02/REL_RENCTAS_pt_final.pdf; http://www.renctas.org.br/trafico-de-animais/; http://www.renctas.org.br/ambientebrasil-trafico-de-animais-silvestres/; https://www.worldwildlife.org/; https://oglobo.globo.com/sociedade/trafico-de-animais-silvestres-afeta-18-das-especies-de-aves-mamiferos-repteis-anfibios-23993040?fbclid=IwAR2k5JakEo3-mMMUCBAnQD9RXS5ZzFsXGQzCMEP3GQwV9YheB_L1WpBlaVI; https://br.sputniknews.com/opiniao/2020072415862746-trafico-internacional-de-animais-silvestres-muito-alem-da-naja-de-brasilia/?fbclid=IwAR2jYr-Dt0DOjp3uqqWL82azBbPMDw8OWa1b_DUcn9KFwni-wLFAmU3j64o; http://www.souecologico.com/sou-ecologico/patrulha-ambiental-resgata-mais-de-700-animais-silvestres-no-rio/?fbclid=IwAR1tkk53W8Xt_ekivPXAzqgx9c-B5OSaiPFeRUcZt7ajFkmroh-CvtOa-n0#.XyGdtvA3onY.facebook.

Tubarões de recifes estão em grande declínio

Comentários

6 COMENTÁRIOS

  1. Moro no Estado de Sergipe. Há uns 20 anos atrás era possível ver passarinhos livres na natureza em quantidade. Além do tráfico, que também utiliza a OLX, o emprego de herbicidas nas plantações de milho e cana de açúcar, que atinge também as sementes de capim aliado a destruição da caatinga e mata Atlântico, simplesmente, extinguiram várias espécies de pequenos pássaros, principalmente, os que alimentam de sementes. Outro fato observado por aqui, está na falta de uma política educacional, principalmente, nas escolas do interior do estado, locais onde ocorrem as capturas e que podem ser importantíssimo, para estancar esse holocausto com a nossa fauna e flora. Este problema precisa ser levado a sério, com Urgência.

  2. Durante alguns anos (!) eu notei que em determinado dia e horário, no ônibus que eu pegava aqui em São Paulo tinha a companhia de uma pessoa que levava sacolas que muitos passarinhos. Fiz inúmeras denúncias aos mais diversos órgãos, PM, Ibama, Polícia Florestal, PF, MP, … Da 1a. vez no 190 mandaram uma viatura que chegou atrasada. Nos outros órgãos ninguém (!!!) quis saber de nada. Ouviam e mandavam procurar outro qualquer. Num determinado departamento o oficial me atendeu com a pior vontade possível e me despachou com deboche. Eu não sei se era tráfico ou não e não tomo esse ônibus nesse dia e horário há uns 3 anos, mas achei que deveria ser investigado.

  3. As minhas únicas aves que tínhamos em casa eram “as penosas” que findo péríodo de 90 dias iam para o forno, mas durante em vida sempre as tratei com carinho em higiene, ambiente, água e rações.

  4. Concordo plenamente ,com a crítica acima ,no ambiente doméstico os criadores comerciais e amadores porediam oferecer grande quantidade de animais e pássaros ao mercado interno e externo desde que tivessem paz para a multiplicação destes bichos que as pessoas adoram , gerar emprego recursos para livremente fazer o mercado funcionar
    O ibama atrapalha o que se vê e o aumento de bichos trazidos de outros países e os nacionais desaparecendo pela ação de predadores naturais e pela redução do ambiente de habitat

  5. O IBAMA é o principal responsável pelo tráfico de animais. São tantas e absurdas as restrições criadas por esse órgão para a comercialização legal de um animal silvestre, que acaba fortalecendo o mercado ilegal. O comércio de peixes ornamentais no Brasil, que poderia ser uma potencial alternativa de renda para os mais desfavorecidos, passa por um rolo compressor de exigências e impostos do IBAMA, sem falar das multas surreais. Infelizmente o texto é sensacionalista e confuso, quando todos sabem que o maior causador da mortandade de animais silvestres são as nossas rodovias, mais de 15 animais morrem nas estradas brasileiras a cada segundo. Diariamente, devem morrer mais de 1,3 milhões de animais e ao final de um ano, até 475 milhões de animais selvagens são atropelados no Brasil. Onde está o IBAMA?

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