Recifes de coral em alto-mar são descobertos
As pessoas costumam pensar em alto-mar como desertos oceânicos. Mas nessas áreas remotas que somam dois terços dos oceanos e cobrem quase metade da superfície do planeta, há muita diversidade incluindo recifes de coral que são alguns dos ecossistemas de maior biodiversidade da Terra. A sobrevivência dos recifes de fundo do mar, vulneráveis ao aquecimento do oceano e outras perturbações, incluindo a mineração em alto-mar, depende da estabilidade do oceano. Recifes de coral em alto-mar são descobertos.

O crescimento dos corais
Normalmente, muitas das espécies, incluindo recifes de coral, que sobrevivem em profundidades significativas têm crescimento lento e vida longa. Isso significa que podem levar de milhares a milhões de anos para se recuperarem de qualquer dano.

O site da NOAA diz que ‘A extensão geográfica total dos corais do fundo do mar está longe de ser conhecida porque mapeamos menos de 0,05% do fundo do mar. Os cientistas descobriram corais e esponjas do fundo do mar em plataformas continentais, encostas, desfiladeiros e montes submarinos em todas as águas marinhas dos EUA. Novos locais e animais nunca antes vistos estão continuamente sendo descobertos, à medida que continuamos a explorar o oceano profundo.”
Mas apesar disso, a mineração submarina em grande escala está prestes a começar. Até o Brasil já conseguiu autorização para investigar a mineração na Elevação do Rio Grande. A Elevação é a maior cadeia submersa da margem continental brasileira. Fica ao largo do Rio Grande do Sul e tem sido intensamente estudada nos últimos anos.
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Se os estudos confirmarem as suspeitas, de hoje a duas décadas esta área possivelmente será leiloada para grandes empresas internacionais, como se faz com as áreas marítimas leiloadas para extração de petróleo pela ANP – Agência Nacional de Petróleo.
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Acontece que a cada dia que passa os cientistas descobrem novos sinais de uma pujante vida marinha nas profundezas. Este é o caso dos recifes de coral do alto-mar que acabam de ser descobertos.
Como os recifes de coral do alto-mar protegem a biodiversidade
De acordo com o site www.livekindly.co,’os cientistas registraram mais de 116 recifes de coral no fundo do mar, que eles dizem ser tão importantes para a preservação da biodiversidade marinha quanto seus equivalentes costeiros’.
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Às vésperas da COP30 Brasil acorda para os manguezais?A luta em prol do mangue do Araçá em São SebastiãoDesastre ecológico no Ribeira de Iguape pressiona o Lagamar‘A revista científica Frontiers in Marine Science publicou o estudo, Coral Reefs of the High Seas: Hidden Biodiversity Hotspots in Need of Protection (Em tradução livre, Recifes de coral em alto mar: pontos críticos de biodiversidade ocultos que precisam proteção).
‘Na introdução, o coordenador da coalizão e coautor do estudo, Daniel Wagner, discutiu o papel desempenhado pelos corais em ambientes marinhos’.
“Os recifes de coral são amplamente considerados como alguns dos ecossistemas de maior biodiversidade e produtividade da Terra. Também chamados de florestas tropicais do mar, os ecossistemas de recifes de coral respondem por quase um quarto da biodiversidade marinha total, apesar de cobrir apenas 0,2% do fundo do mar total por área.”
Centenas de recifes de alto-mar identificados
O novo estudo registrou centenas de recifes de alto-mar localizados entre 200 e 1.200 metros abaixo da superfície. Embora a luz do sol nas profundezas do oceano varie, raramente penetra além de 200 metros, a maioria dos recifes vive na escuridão.
Normalmente, muitas das espécies, incluindo recifes de coral, que sobrevivem em profundidades significativas têm crescimento lento e vida longa, explica o site. E este é o perigo. Os danos, se acontecerem são irreversíveis. Ao mesmo tempo em que se descobrem novas formas de vida marinha nas profundezas, metais preciosos também são descobertos.
Os fabricantes de computadores, tablets e smartphones estão atrás destes metais. O mesmo fazem as indústrias de carros elétricos. Porque no fundo dos oceanos também existem em quantidade o que se convencionou chamar de terras raras.
Terras raras, saiba o que são
Elas são abundantes e existem em terra firme o no fundo do mar. Terras raras, substâncias químicas usadas na indústria de alta tecnologia para produzir de discos rígidos de computadores, a fabricação de lasers, e até partes de motores de avião. Estas substâncias químicas receberam este nome por serem de difícil extração.
No futuro, diz o site www.livekindly.co, ‘ a produção de smartphones, laptops e tablets pode depender da mineração em alto mar. Mesmo a produção de carros elétricos, anunciada como uma solução para o transporte decorrente de combustíveis fósseis, pode depender da indústria de cobalto metálico – um ingrediente-chave nas baterias’.
E alerta a mesma fonte, ‘até agora, os regulamentos formais para a mineração oceânica nunca foram estabelecidos de forma abrangente’.
Falta proteção ao alto-mar
O problema é que falta proteção. Só recentemente começaram os esforços para transformar até 30% do alto-mar em áreas protegidas.
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O site www.livekindly.co, confirma: ‘as áreas marinhas protegidas (MPAs) incluem apenas 1,2 por cento do alto-mar. Além disso, as proteções evitam a pesca de fundo em apenas 0,61% e a mineração e exploração em alto mar em 0,41%.”
Infelizmente, não somos otimistas neste caso. Aparentemente, as indústrias de mineração sairão na frente.
Assista ao vídeo de outra descoberta de recifes em águas profundas, e veja como eles atraem a vida marinha
Imagem de abertura: www.livekindly.co
Fontes: https://www.livekindly.co/scientists-discover-hundreds-deep-ocean-coral-reefs/?fbclid=IwAR2NVLLsmobotlBrKQspC_ZRadF9B4Qn6an8pVvtj_hBte2IMmrmh0HdL98; https://www.fisheries.noaa.gov/national/habitat-conservation/deep-sea-coral-habitat.










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