Projeto Ocean of Things, o futuro da exploração marinha
Parece ficção científica mas não é, o Ocean of Things é o futuro da exploração marinha. Quem acompanha o drama dos oceanos e da vida marinha sabe que conhecemos muito pouco sobre o funcionamento do maior ecossistema da Terra. Até hoje conhecemos apenas 5% do subsolo marinho. E, a cada dia que passa, novas informações vêm à tona confirmando nossa ignorância. Na semana passada, por exemplo, a ciência espantou o mundo ao revelar a produção de oxigênio a 4 mil metros de profundidade, onde a luz não chega. Como é possível a produção de oxigênio sem fotossíntese? A descoberta é tão espetacular que alguns especialistas disseram que ela pode ajudar a desvendar as origens da vida.
Sabemos muito pouco sobre a vida marinha
O problema não é apenas não conhecer. Os oceanos são um ecossistema extremamente complexo que, por seu tamanho, profundidade, logística e custos altos, acaba sendo mais estudado através de modelos matemáticos. Por isso, somos ignorantes também sobre a vida marinha, não sabemos sequer quantas espécies existem. Segundo o Censo da Vida Marinha a estimativa é de algo em torno de 2,2 milhões de espécies, mas apenas pouco mais de 10% foram descritas e catalogadas.
Por estes motivos, a saída é a tecnologia. Não muito tempo atrás, mostramos outra descoberta que espantou até mesmo cientistas. Uma missão que explorava a vida marinha a 4 mil metros de profundidade, onde até pouco tempo pensava-se que não existiria vida, descobriu cerca de 5 mil novas espécies, muitas delas desconhecidas, e outras, endêmicas.
Ou seja, ainda estamos engatinhando na pesquisa marinha. Contudo, agora surgiu uma luz no fim do túnel com o Ocean of Things. Mas antes, é preciso conhecer os conceitos da Internet das Coisas.
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Segundo a IBM, a Internet das Coisas é uma rede de dispositivos físicos, veículos, eletrodomésticos e outros objetos físicos que são incorporados com sensores, software e conectividade de rede, permitindo coletar e compartilhar dados.
A Internet das Coisas permite que esses dispositivos inteligentes se comuniquem entre si e com outros dispositivos habilitados para Internet. Como smartphones e gateways, criando uma vasta rede de dispositivos interligados que podem trocar dados e realizar diversas tarefas de forma autônoma.
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Alguns exemplos da Internet das Coisas já ao nosso alcance incluem smartwatches, smart homes, carros inteligentes, sensores industriais, etc. Finalmente, algumas estimativas indicam que, até 2035, mais de um trilhão de receptores de dados autônomos serão integrados a todas as atividades humanas como parte da “Internet das Coisas” Foi pensando nas dificuldades da exploração marinha, e na imensa amplitude da Internet das Coisas, que a U.S. Defense Advanced Research Projects Agency (DARPA) lançou o programa Ocean of Things.
O que fará o Ocean of Things?
De acordo com o site da DARPA, o programa Oceano das Coisas procura permitir um conhecimento marítimo persistente em grandes áreas oceânicas, através da implantação de milhares de pequenos flutuadores de baixo custo que formam uma rede de sensores distribuídos. Cada boia inteligente contém um conjunto de sensores disponíveis no mercado para recolher dados ambientais – como a temperatura da superfície do mar, o estado do mar e a localização – bem como dados de atividade sobre navios comerciais, aeronaves e até mamíferos marítimos que se deslocam na área. Os drones transmitem periodicamente os dados via satélite para uma rede em nuvem para armazenamento e análise em tempo real.
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Inteligência Artificial tem alto custo ambientalOceans 20, o Brasil agora terá que olhar para o marMais de 3 mil crianças de Fortaleza terão educação ambientalEm outras palavras, será uma mudança brutal. Sempre dissemos que uma das dificuldades em saber o que acontece na superfície dos oceanos, e em suas entranhas, é o seu tamanho ou seja, 70% do planeta Terra. Para resolver este ‘buraco’ só mesmo com novas tecnologias.
Por exemplo, em 2019 drones não tripulados, e equipados com 42 sensores de pesquisa, entraram em ação, começando a facilitar o recolhimento de dados. Em 2018, mostramos outra novidade, desta vez privilegiando a vida marinha. Os pesquisadores tinham um grande problema: como trazer criaturas marinhas vivas de profundidades abissais sem matá-las? Para responder a esta questão, surgiu o SubCAS (ou Submersible Chamber for Ascending Specimens), uma câmara pressurizada, projetada pelos cientistas exatamente para isso.
Hoje já existem navios autônomos que estão em fase de teste, estações submarinas permanentes e, mais recentemente, os cientistas viram na Inteligência Artificial uma ajuda fantástica na pesquisa submarina. Para estes especialistas, pequenos submersíveis, muitas vezes não tripulados e impulsionados pela inteligência artificial (IA), podem ser o futuro.
A Internet das Coisas pode ser a resposta que procuramos
Finalmente, o que mais? A Internet das Coisas, ou no caso, a Ocean of Things pode ser a resposta que procuramos. Para o site da DARPA, o desafio técnico reside em duas áreas fundamentais: o desenvolvimento dos flutuadores e a análise dos dados. No âmbito do desenvolvimento de flutuadores inteligentes o desafio é alojar um conjunto de sensores passivos que possa sobreviver em ambientes marítimos adversos.
Mas, e para analisar estes dados? O DARPA responde: A parte de análise de dados do programa exige que os executantes desenvolvam software baseado na nuvem e técnicas analíticas avançadas para processar os dados comunicados.
Novo robô autônomo
Segundo o Meteoret, os pesquisadores Anwar Elhadad e Yang Gao, da Universidade de Binghamton, foram capazes de desenvolver um robô aquático autônomo que pode deslizar pela água, oferecendo uma nova abordagem para a robótica aquática.
Choi recebeu financiamento do Office of Naval Research para desenvolver uma tecnologia incrível: Baterias biológicas movidas a bactérias com uma vida útil de até 100 anos, tecnologia muito mais confiável que sistemas de energia solar, cinética ou térmica. O site diz que em breve haverá insetos mecânicos autônomos nos oceanos.
Os insetos mecânicos autoalimentados funcionam através de bactérias oceânicas e têm o potencial de coletar dados ambientais de maneira eficiente, sendo que a mobilidade do inseto é uma vantagem gigantesca em relação aos sensores flutuantes atuais, que permanecem ancorados em um único local do oceano.
A inovação de Choi e sua equipe promete revolucionar a coleta de dados ambientais nos oceanos, oferecendo uma solução mais eficiente e sustentável para monitorar os ecossistemas aquáticos e o clima em regiões inóspitas.